quinta-feira, 26 de junho de 2008

Educação e camisinha

EDUCAÇÃO E CAMISINHA
Roberto Andersen – 26/06/2008

O anúncio pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, do início da produção de 400 máquinas de camisinhas a serem instaladas nas escolas públicas que participam do projeto Saúde e Prevenção nas Escolas mostra mais uma vez que o governo está fazendo seu trabalho pela metade!

Todos sabem (pelo menos os que não são hipócritas) que a instalação dessas máquinas vai servir de incentivo ao sexo entre menores de idade e, mais ainda, que eles serão obrigados a manter relações sexuais dentro dos banheiros ou em ambientes insalubres (depósitos, cantos de corredores, etc...).

Alerto as autoridades, então, para mais um excelente investimento social que, além de resolver essa segunda parte do problema, também será mais uma oportunidade de se ganhar algum dinheiro como participação “nesses lucros”.

É a transformação obrigatória, nas escolas públicas, de algumas salas de aula em “transatórios”, que seriam alojamentos preparados para as relações sexuais dos adolescentes, com mais conforto segurança para os casais.

Mas, apesar dessa ligeira falha do governo não pensando na preparação desses locais adequado para as relações sexuais dos alunos, no mais o projeto é perfeito, principalmente no seguinte aspecto:

Aqueles alunos totalmente “anormais” que insistem em usar o ambiente da escola pública para estudar, deixando o namoro e o sexo para mais tarde, ou por opção própria ou por controle efetivo dos pais, passam a ter mais um elemento incentivador para entrarem no “mundo dos normais”.

E para aqueles que fazem isso por controle limitador da família, já poderão se considerar livres, uma vez que com o dinheiro da merenda estarão aptos a trocar suas horas de estudo por horas de sexo.

O governo, mais uma vez, está de parabéns por tomar medidas tão úteis à sociedade, principalmente aos futuros filhos dos adolescentes gerados nos banheiros das escolas públicas de todo esse maravilhoso país.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Remédio para pessoas sadias

Há alguns anos o presidente de uma das grandes indústrias farmacêuticas mundiais declarou, em reunião de sua diretoria, que as metas de vendas de remédios para os doentes estavam todas alcançadas e superadas. Agora precisavam aumentar seus lucros ampliando seus consumidores. Para isso deveriam estudar as formas de passarem a vender remédios para as pessoas sadias.

Os estudos foram realizados e os resultados, em poucos anos, superaram as expectativas! A lucratividade dessas multinacionais do remédio aumentou consideravelmente e não para de crescer! Houve, de fato, uma real ampliação do seu universo de consumidores, já que agora já vendem remédios para pessoas sadias.

Se remédios não fossem drogas químicas com efeitos colaterais estaríamos observando apenas uma jogada comercial inteligente e até elogiável. Isso no campo do marketing, da propaganda e do planejamento estratégico de mercado. Mas, infelizmente, estamos lidando com produtos responsáveis por inserir no organismo das pessoas substâncias químicas voltadas para o estímulo de alguma área biológica, podendo, certamente, trazer conseqüências muito graves e danosas para a saúde.

A estratégia usada foi digna de Maquiavel (O Príncipe) ou até, mais propriamente, inspirada em Baltasar Gracian (A Arte da Prudência), obra que ensina detalhadamente como vencer na vida sem qualquer tipo de escrúpulos, ética ou coisa parecida...

Aos poucos fomos sendo convencidos pela mídia em geral que diversos comportamentos, antes considerados normais, deveriam agora ser tratados como doenças, algumas até consideradas graves e perigosas!

A partir daí já podemos perceber que fomos levados a anular a capacidade de crianças superdotadas diagnosticando-as como “portadora de déficit de atenção e hiperatividade”. Isso porque se elas não conseguem suportar as aulas normais de uma escola tradicional, é comum apresentarem comportamento irrequieto! São, então, rotuladas como portadoras de TDAH.

Também as crianças e adolescentes com memória e inteligência seletiva estão sendo confundidas como portadoras de autismo e sendo levadas a tratamento quimio-terápico e crianças e adolescentes com comportamento diferenciado do resto da sua turma estão sendo considerados “esquizofrênicos” e aplicando altas dosagens de remédios controlados neles.

Para os adultos isso nào fica por menos. Adultos mal resolvidos emocionalmente e com elevado nível de estresse estão sendo considerados impotentes sexuais e (...) Viagra neles.

E agora tenta-se alcançar os estudantes e profissionais que precisam se apresentar em público! Já existe uma droga específica para eles: os betabloqueadores!

Estamos recomendando remédios controlados para quem deseja estar mais feliz, para quem deseja falar em público sem nervosismo, para quem deseja evitar problemas do coração sem nunca ter tido nenhum sinal de problemas cardíacos, para quem deseja conquistar um parceiro sem timidez,... e assim por diante.

Caímos, definitivamente, na rede das indústrias farmacêuticas mundiais! A cada artigo que lemos nos jornais e a cada programa que assistimos na televisão... ...surge mais um novo milagre químico! E ele nos é oferecido para resolver problemas que nunca tivemos!

Está na hora de refletir sobre o assunto com seriedade e evitar danos irrecuperáveis às mentes de nossas crianças e adolescentes!

domingo, 22 de junho de 2008

Reprogramação cerebral

Em minhas aulas e palestras costumo enfatizar a programação cerebral como a base para a construção de nossa realidade de vida. Minha convicção sobre o assunto aumentou bastante quando Edward Wilson (Consiliência) apresentou a idéia de que nossa realidade biológica é toda uma complexa programação cerebral: parte genética, parte biológica e parte social.

Quando, por sua vez, Antônio Damásio (Mistérios da Consciência), acabou por concluir que existe uma mente e um cérebro, interdependentes mas diferenciados em suas funções e responsabilidades, as informações começaram a fazer sentido.

Nossas pesquisas, a partir desses conceitos e de outros mais antigos aprendidos na década de setenta com os xamãs aborígenes da Austrália, apontaram para: um cérebro material, constituído de neurônios e suas ligações; e uma mente comandando todo o processo de formação do próprio cérebro desde o momento da fecundação até o momento da morte.

Essa mente seria a responsável pelo nosso pensamento, embora o próprio Damásio tenha colocado o pensamento como simples fruto da atividade neuronal em seu primeiro livro (O Erro de Descartes), quando parodiou a cérebre frase de René Descartes – “Penso, logo existo!” – pela sua: “Existo e sinto, logo penso”

Nossas pesquisas somadas às observações a nós apresentadas e mais ainda aos resultados de diversos outros institutos de pesquisa mostram-nos, agora sem sombra de dúvidas, que nosso mundo está muito mais para Matrix e realidade quântica do que para o materialismo exacerbado e a Física Newtoniana.

O ceticismo no que não é puramente tradicional constitui, hoje, um entrave para o correto andamento do próprio mundo como um todo e, principalmente, do desenvolvimento do conhecimento científico. Afinal, estamos numa época em que precisamos de todas as inteligências do planeta trabalhando em prol de uma correta transformação social e científica, já que os desafios agora estão cada vez maiores e mais globais.

Quando, numa conferência que proferi em Seul em 2000 enfatizei a necessidade da integração entre ciência e espiritualidade eu estava procurando alertar aos pesquisadores e estudiosos ali presentes da necessidade de se estudar a fundo os mistérios das diferentes tradições ao invés de ignorá-los. Esse estudo, mesmo com o propósito da contestação, seria muito mais útil à humanidade do que ignorá-lo por não compreendê-lo.

Um desses mistérios é a força do pensamento. A incomensurável força que todos nós temos e que não sabemos explicar... e que grande parte dos cientistas, por não encontrarem explicação na ciência tradicional, abandonam o caso como “coisas sobrenaturais...”

É bom estarmos conscientes de que ser um cientista não significa ser o “dono da verdade!” Devemos ter a humildade de aceitar que a existência de eventos ou fatos que não podemos explicar, significa apenas que nosso conhecimento científico ainda está muito aquém do necessário para esse entendimento.

A reprogramação neurológica por que passou a cientista neuroanatomista Jill Bolte Taylor após sofrer um derrame cerebral (My Stroke of Insight, USA, 2006) mostra, mais uma vez, o imenso poder mental, de localização ainda misteriosa, existente dentro (ou fora) de cada um de nós.

Essa força misteriosa, que é a força do pensamento, possibilita a reorganização de todas as nossas ligações neuronais e até estimula o nascimento de novos neurônios, desde que sejam necessários e mesmo que isso tenha sido considerado impossível até alguns anos atrás.

O trabalho dessa força depende totalmente das ligações emocionais envolvidas no processo e isso pode ser constatado pela atenção, afeto e paciência de sua mãe ajudando-a passo a passo a ler novamente, a fazer quebra-cabeças, a se alimentar, a ir ao banheiro e deixando-a dormir bastante para reconstruir, aos poucos, os arquivos cerebrais danificados.

Esse trabalho é lento e necessita de treinamento intenso e repetitivo, sendo realizado com muito afeto e entusiasmo por parte do terapeuta, seja ele um profissional ou um simples amigo ou parente, desde que esteja realmente interessado e acreditando na plena recuperação do paciente.

Nesse momento barreiras imensas surgem de toda parte, principalmente de profissionais que, do alto da sua imensa sabedoria (?) neurológica, apresentarão um quadro pessimista (que dirão ser realista) desmotivando os parentes, amigos e o próprio paciente e, com isso, atrapalhando todo o processo de cura.

Neurologistas mais céticos tentam, infelizmente, minimizar todas as recomendações de reprogramação afetivo-emocional para a reconstrução cerebral, dizendo que isso só é possível quando a área afetada é muito pequena.

Ao mesmo tempo eles são obrigados a reconhecer que existe uma permanente transformação das ligações neuronais a partir das atividades do dia-a-dia. Ou seja: a teimosia desses céticos acaba por construir um verdadeiro paradoxo nas suas declarações.

Quando ouço esses profissionais justificarem a sua descrença dizendo que “não existe comprovação científica sobre isso” chego a “tremer nas bases”, já que esse procedimento marca o início de uma fatal acomodação na ciência pré-estabelecida, como se nada mais houvesse a descobrir no mundo. Se não está provado ainda é porque não é verdade!

Tais declarações me remetem ao episódio de um transeunte que, ao passar por uma rua e observar uma árvore que, após forte ventania, caiu sobre um carro, esperar a exibição da reportagem pelo Jornal Nacional para acreditar no que viu.

Está na hora de acreditarmos mais: no que vemos; no que ouvimos; e no que sentimos; e utilizar nossa inteligência para pesquisar a fundo as razões de todos os fatos ao invés de os ignorarmos.

Eliminar totalmente o pessimismo e criar idéias novas, por mais absurdas que possam parecer, é o que vai estimular novas pesquisas e possibilitar a descoberta de novos caminhos, mudando repentinamente a nossa visão de mundo e trazendo mais esperança a todos nós.

E, na prática, esse trabalho deve ser realizado diretamente com todas as crianças e adolescentes, em casa e na escola, por todos os educadores, sejam oficiais ou “de oportunidade”, ou seja: pais, professores, parentes, funcionários, etc.

O processo deve começar pela eliminação de toda forma educacional castradora e bitolada, substituindo-a pelo incentivo à criatividade e ao questionamento fundamentado.

O trabalho seguinte é a comparação de todos os conteúdos à realidade da vida atual, possibilitando o entusiasmo pelo aprender e pesquisar, complementando com: o desenvolvimento de todas as inteligências; o exercício do controle das emoções e sentimentos e;

Para evitar o surgimento das “sabedorias absolutas”, a vivência dos valores humanos, onde a humildade é ensinada como forma de entender que não somos os “donos da verdade”.

sábado, 21 de junho de 2008

Reprogramação

Importante parar para reprogramar! Aproveitando o início do recesso de São João, vamos reprogramar!

Primeiro dia! Que maravilha! Iniciando o período de desestressamento geral! O grande desafio é ter coragem para mudar toda a rotina e iniciar uma reprogramação completa de vida, para nunca mais entrar entrar naquela mesma "bola de neve"...

O controle dos sentimentos e das emoções deve ser o primeiro fator a considerar num período de desestresse total! Reorganizar os pensamentos, rever a maneira de ver e encarar as pessoas, olhar com outros olhos os mesmos fatos e as mesmas amizades... enfim... reprogramar geral.

O primeiro dia pode até parecer meio perdido, já que o ideal é mesmo descansar... dormir muito... meditar muito... refletir muito... sem grandes esforços... é sábado! Ler a parte cultural de todos os jornais. Não dar a menos importância as áreas políticas, policiais, administrativas, financeiras, econômicas, etc...

Mas, para variar, uma coisa acaba me chamando muito a atenção: a provável guerra entre Israel e o Irã... Aí a meditação e a reflexão sobre o nada acaba se transformando numa fria análise de acontecimentos da política mundial...Mas é por pouco tempo. Só vou me preocupar com isso amanhã, quando os jornais já devem ter alguma notícia nova... quem sabe a guerra começou? Destruir o arsenal nuclear do Irã é a meta de Israel... será que o farão? Já disse que é só para amanhã!!!

Bom, mas melhor do que isso foi o chocolate quente... com torradas Balducci... e creme de alho por cima... preparado com muito amor e carinho por Irani... E Caio perguntando que horas são, para saber se tem que dormir para amanhã acordar bem cedo e ir comprar fogos para o São João.

E que livro as crianças compraram hoje!!! As Crônicas de Narnia! Um livro enorme e que já estão "devorando"... Trechos interessantes e bastante filosóficos!

E, entre uma conversa e outra, eu fazendo uma análise sobre o comportamento das meninas, para produzir minha próxima palestra. Se o tema da anterior foi: "Garotos: educá-los ou domá-los", qual deverá ser o tema do das meninas? Elas merecem um tratamento todo especial, mesmo porque são especiais.

Como bem disse Ziraldo: "Menina não é feminino de menino. É outra raça". E elas estão, aos poucos, ampliando o seu universo, podendo ser mais lúdicas e livres, podendo invadir todas as conversas, jogos e brincadeiras antes privativas dos meninos, embora continuem visando o mesmo ideal feminino de sempre, que é buscar o apoio de um homem para se sentirem protegidas...

Como montar uma palestra dessas para uma platéia constituída, na sua maioria, de mulheres?
Mas vamos montando aos poucos essa conversa que parece empolgante! Afinal meninas querem ser sempre diferentes! Se pudessem mudariam diariamente! Ao contrário dos garotos que fazem questão de serem sempre iguais...

Alguém tem mais alguma idéia para o assunto?

domingo, 15 de junho de 2008

Alunos superdotados

No livro que estou acabando de escrever há um capítulo totalmente dedicado aos superdotados, mas não posso esperar a sua publicação para divulgar algo de vital importância para todos nós: pais, professores e comunidade em geral, já que poderemos estar colaborando, ingenuamente, com um verdadeiro crime contra a humanidade:

Estou realmente preocupado com o "verdadeiro crime" que está sendo cometido contra alguns meninos e meninas com inteligência acima da média, diagnosticados equivocadamente como portadores de anomalias cognitivas ou comportamentais!

Está na hora de darmos um "basta" na ganância e na falta total de ética de alguns dos grandes laboratórios farmacêuticos que estão conseguindo convencer a milhares de educadores a encaminhar tais alunos para tratamento psiquiátrico ou neurológico por apresentarem sintomas característicos de transtornos de déficit de atenção e hiperatividade, esquizofrenia, dislexia, discalculia, transtornos disruptivos (desafiadores de oposição) e outros.

O suplemento científico do Le Monde já havia denunciado que isso iria acontecer, há alguns anos, quando o presidente de uma dessas multinacionais do remédio declarou que o objetivo agora seria a venda de remédios para as pessoas sadias. Infelizmente já estão conseguindo.

E junto com o seu lucro está sendo destruído todo o potencial intelecto-emocional de uma infinidade de crianças e adolescentes, submetidos a dosagens de remédios controlados que nunca deveriam estar sendo ministradas a eles!

Amigos! Precisamos estar atentos para isso e agir imediatamente, alertando professores, psicopedagogos, pais e toda a comunidade para observarem melhor seus filhos e alunos antes de encaminhá-los para um tratamento que pode destruir toda a sua capacidade intelectual e eliminar sua possibilidade de ser um adulto feliz.

Os relatos de exemplos que nos chegam são diários e assustadores. Por isso precisamos prestar muita atenção aos seguintes aspectos, que podem nos levar a um diagnóstico totalmente equivocado:


a) Por apresentarem comportamentos diferentes dos demais alunos, as atitudes dos superdotados são, constantemente, confundidas com sintomatologias de patologias psiquiátricas e neurológicas, como por exemplo, a esquizofrenia, o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, o autismo e muitas outras. Isso poderá provocar atitudes equivocadas por parte dos pais, professores e terapeutas, levando a criança a tratamentos desnecessários e, muito freqüentemente ao uso "criminoso" de medicamentos que destruirão toda a sua elevada capacidade cognitiva.

b) Por não se interessarem pelas aulas normais, que naturalmente consideram enfadonhas e repetitivas, podem ser desestimulados ao estudo e aumentar o seu nível de estresse, agindo com irritação e agressividade, perdendo, aos poucos, toda a sua elevada capacidade intelectual;

c) Por estarem inquietos em sala de aula podem ser confundidos com alunos mal educados e desobedientes, serem perseguidos pelos professores e assumirem um comportamento anti-social, perdendo toda a possibilidade de virem a ser úteis à sociedade.

d) Por apresentarem respostas mais rápidas e resultados muito melhores que os alunos normais, podem sofrer com o processo de bullying e serem afastados do convívio social sadio no ambiente escolar.

e) Alguns desses alunos, apesar de terem uma inteligência acima da média, desenvolvem-na de forma seletiva, tornando-se incapazes de absorver qualquer conhecimento que não esteja ligado ao assunto de seu interesse, sendo então "reprovados"nas demais disciplinas e repetindo o ano, o que destruirá toda a sua elevada capacidade intelectual.

Devemos também estar atentos aos alunos que, embora não sejam superdotados, apresentam tais sintomas por simples e pura falta de limites em casa e na escola, fazendo com que seus pais e professores comodamente classifiquem-no como "doente", para justificar a sua incompetência educacional.

Nosso instituto de pesquisas vem catalogando diversos desses casos de diagnóstico equivocado e vem acompanhando o desenvolvimento daqueles que "escaparam" dos tratamentos convencionais... e hoje apresentam os resultados de uma inteligência brilhante!

Por outro lado também nos preocupa a idolatria ao superdotado, como tem sido visto constantemente nos Estados Unidos e agora também no Brasil.
Pais enriquecendo às custas da exposição da inteligência superior do filho na mídia e esse sendo estimulado a "pular etapas" em sua formação integralizada, trazendo um desequilíbrio intelecto-emocional com graves conseqüências.

As recomendações tradicionais de aceleração, enriquecimento e segregação estão sendo muito comuns nos Estados Unidos e agora também aqui no Brasil. Isso certamente poderá trazer a construção de um caráter esnobe e presunçoso, além de graves conflitos emocionais.

Precisamos, então, observar com muito cuidado cada criança e adolescente sob nossos cuidados, para evitar que nossa impaciência em lidar com suas explosões energéticas nos levem a diagnosticá-las como "doentes" e assim destruir toda a sua possível capacidade intelectual.

Qualquer dúvida, comentário, contestação ou sugestão, publique aqui mesmo em nosso BLOG ou entre em contato diretamente comigo, pelo e-mail: robertoandersen@gmail.com (serve também para o msn e o orkut).

segunda-feira, 9 de junho de 2008

O cérebro humano (comentário sobre o artigo de Airton Luiz Mendonça)

O cérebro humano e a vida

(comentário sobre o artigo de Airton Luiz Mendonça)

O comentário de Mendonça sobre a medição do tempo por meio da observação dos movimentos me lembra os resultados de várias pesquisas sobre o tempo, uma delas realizada na Inglaterra, concluindo pela sua inexistência!

O tempo, como nós o entendemos, seria fruto de nossa imaginação a partir da observação dos movimentos de nosso planeta e a conseqüente passagem da lua, do sol e das estrelas.

Isso significa que suas observações têm fundamento, ou pelo menos seguem as mesmas linhas de pensamento dessas outras pesquisas.

Nosso relógio biológico, entretanto, parece estar em duas realidades distintas. Uma é a que o adequa ao tempo observado externamente, como pode ser comprovado, por exemplo, numa criação de galinhas em que se simula dois dias e duas noites em apenas 24 horas para duplicar a produção dos ovos. Com o ser humano foi observado efeito semelhante nas estações de pesquisa na Antártica.

A segunda parte do artigo fala do automatismo cerebral. Concordo com quase tudo o que ele falou, mas discordo de um dos "antídotos", que é o da comemoração dos aniversários, registro de dia etc.

Vamos aos fatos.

O automatismo é realmente uma realidade exatamente para liberar neurônios e ligações neuronais para atividades mais necessárias, já que as rotineiras já podem passar para o controle automático.

Realizar alterações de rotina significa dar uma utilização mais eficaz ao cérebro e evitar a ociosidade perigosa para o aparecimento do Mal de Alzheimer.

Minha discordância está apenas nas comemorações de aniversários, bodas, etc... devido a descoberta de Edward Wilson sobre a programação cerebral.
Desde que ele (Wilson) nos mostrou as suas conclusões sobre isso começamos todos a pesquisar as conseqüências de cada tipo de programação.
Marcar data de aniversário programa o cérebro para o envelhecimento celular mais rápido. É como você estivesse lembrando: "envelheça mais um ano agora!"
As outras recomendações são valiosíssimas e eu as uso constantemente.

Esse é o meu comentário.

Segue abaixo o texto que gerou o comentário:



De: Airton Luiz Mendonça

"O
cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos.
Se alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma
mobília, sem portas ou janelas, sem relógio... você começará a perder a
noção do tempo."
"Por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo

sentindo as reações internas do seu corpo, incluindo os batimentos
cardíacos, ciclos de sono, fome, sede e pressão sanguínea. Isso acontece
porque nossa noção de passagem do tempo deriva do movimento dos objetos,
pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos, como o nascer
e o pôr do sol."
"Compreendido este ponto, há outra coisa que você tem que considerar: nosso
cérebro é extremamente otimizado. Ele evita fazer duas vezes o mesmo
trabalho."
"Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia. Qualquer um de
nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processar conscientemente tal
quantidade. Por isso, a maior parte destes pensamentos é automatizada e não
aparece no índice de eventos do dia e portanto, quando você vive uma
experiência pela primeira vez, ele dedica muitos recursos para compreender
o que está acontecendo."
"É quando você se sente mais vivo. Conforme a mesma experiência vai se
repetindo, ele vai simplesmente colocando suas reações no modo automático e
'apagando' as experiências duplicadas."
"Se você entendeu estes dois pontos, já vai compreender porque parece que o
tempo acelera, quando ficamos mais velhos e porque os Natais chegam cada
vez mais rapidamente."
"Quando começamos a dirigir automóveis, tudo parece muito complicado, nossa
atenção parece ser requisitada ao máximo. Então, um dia dirigimos trocando
de marcha, olhando os semáforos, lendo os sinais ou até falando ao celular
ao mesmo tempo. Como acontece? Simples: o cérebro já sabe o que está
escrito nas placas (você não lê com os olhos, mas com a imagem anterior, na
mente); o cérebro já sabe qual marcha trocar (ele simplesmente pega suas
experiências passadas e usa, no lugar de repetir realmente a experiência).
Em outras palavras, você não vivenciou aquela experiência, pelo menos para
a mente."
"Aqueles críticos segundos de troca de marcha, leitura de placa... São
apagados de sua noção de passagem do tempo..."
"Quando você começa a repetir algo exatamente igual, a mente apaga a
experiência repetida. Conforme envelhecemos, as coisas começam a se
repetir: as mesmas ruas, pessoas, problemas, desafios, programas de
televisão, reclamações... enfim... as experiências novas (aquelas que fazem
a mente parar e pensar de verdade, fazendo com que seu dia pareça ter sido
longo e cheio de novidades), vão diminuindo."
"Até que tanta coisa se repete que fica difícil dizer o que tivemos de
novidade na semana, no ano ou, para algumas pessoas, na década. Em outras
palavras, o que faz o tempo parecer que acelera é a... r-o-t-i-n-a."
"Não me entenda mal. A rotina é essencial para a vida e otimiza muita coisa,
mas a maioria das pessoas ama tanto a rotina que, ao longo da vida, seu
diário acaba sendo um livro de um só capítulo, repetido todos os anos.
Felizmente há um antídoto para a aceleração
do tempo:
M & M ( Mude e Marque )
Mude, fazendo algo diferente e marque, fazendo um ritual, uma festa ou
registros com fotos. Mude de paisagem, tire férias com a família sugiro que
você tire férias sempre e, preferencialmente, para um lugar quente, um ano,
e frio no seguinte) e marque com fotos, cartões postais e cartas. Tenha
filhos (eles destroem a rotina) e sempre faça festas de aniversário para
eles, e para você (marcando o evento e diferenciando o dia).
Use e abuse dos rituais para tornar momentos especiais diferentes de
momentos usuais. Faça festas de noivado, casamento, 15 anos, bodas disso ou
daquilo, bota-foras, participe do aniversário de formatura de sua turma,
visite parentes distantes, entre na universidade com 60 anos, troque a cor
do cabelo, deixe a barba, tire a barba, compre enfeites diferentes no
Natal, vá a shows, cozinhe uma receita nova, tirada de um livro novo.
Escolha roupas diferentes, não pinte a casa da mesma cor, faça diferente.
Beije diferente sua paixão e viva com ela momentos diferentes. Vá a
mercados diferentes, leia livros diferentes, busque experiências
diferentes. Seja diferente. Se você tiver dinheiro, especialmente se já
estiver aposentado, vá com seu marido, esposa ou amigos para outras cidades
ou países, veja outras culturas, visite museus estranhos, deguste pratos
esquisitos... em outras palavras... V-I-V-A.
"Porque se você viver intensamente as diferenças, o tempo vai parecer mais
longo. E se tiver a sorte de estar casado(a) com alguém disposto(a) a viver
e buscar coisas diferentes, seu livro será muito mais longo, muito mais
interessante e muito mais v-i-v-o... do que a maioria dos livros da vida
que existem por aí."
"Cerque-se de amigos. Amigos com gostos diferentes, vindos de lugares
diferentes, com religiões diferentes e que gostam de comidas diferentes.
Boa sorte em suas experiências para expandir seu tempo, com qualidade,
emoção, rituais e vida."