domingo, 13 de fevereiro de 2011

Carta a duas historiadoras - a prática do ensino de história

Prezadas historiadoras,

Primeiramente envio meus cumprimentos à Historiadora Tânia pelo excelente artigo publicado hoje no Jornal A Tarde. Aproveito também para cumprimentar a Professora Jaselma pelo excelente trabalho que vem desenvolvendo em nosso Instituto, muito de acordo com o que diz o texto da Historiadora Tânia.

Realmente não há como alcançar nossos objetivos de estímulo à pesquisa, ao estudo e à criatividade, sem que a história sirva como base de todo o processo de convencer o aluno de que ele está dentro de todo o contexto histórico universal e que, mais do que isso, ele pode interferir nesses processos, a partir de sua boa e responsável preparação política e profissional.

Quando a historiadora Tânia diz ser urgente que "(...) a prática do ensino de história subverta o convencional, rompa com a rígida cronologia - mas sem ignorar a noção de tempo -, explore a riqueza da história oral, utilize outras linguagens, como literatura, filosofia, biografias, poesia e música (...)", percebo que nosso trabalho está no caminho certo, principalmente pelos excelentes profissionais que temos tido a oportunidade de ter como parceiros no trabalho educacional do IUPE.

Lembro sempre do nosso antigo Professor Flávio, vivendo com toda a sua emoção os momentos históricos durante suas aulas, quase sempre usando fantasias e representando como em um teatro, transformando suas aulas em verdadeiros shows teatrais. Era a história sendo mostrada por meio da arte, da prosa poética, provocando, nos alunos, o entusiasmo pelo aprender! Todos sentem saudades daquele tempo... Mas ele, que foi ator teatral e licenciado em História, resolveu entrar pelos caminhos do Direito... Agora se prepara para uma nova fase de sua vida profissional...

Outro ponto importantíssimo lembrado pela historiadora Tânia foi que o "(..) trabalho com biografias  permite estabelecer vínculos entre a história individual e a história social (...)", principalmente porque "(...) trazem os fatos da história para o reino humano: com seus medos, paixões, erros e acertos, vitórias e derrotas." - Isso é fantástico! E mostra que mudanças históricas importantes podem ter sido provocadas por momentos emocionais fortes de pessoas influentes, ao invés de uma evolução natural de costumes e culturas dos diferentes povos de nosso planeta.

Parabéns, historiadora Tânia! Fazer com que os alunos releiam o passado segundo as necessidades do presente é, realmente, uma das melhores chaves para o incentivo à criatividade, ao mesmo tempo em que permite a elevação da autoestima de todas as crianças e adolescente que estão sendo abandonadas pelas famílias e tratadas como marionetes de computadores e programas de televisão...

Parabéns professora Jaselma, por transformar suas aulas em debates vivos entre os momentos históricos do currículo e as necessidades sociais e políticas do agora! Nossos alunos só poderão ter lucro com isso!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Improvisação em sala de aula - comentários

Improvisação em sala de aula – comentários e opiniões
Diversos foram os comentários que recebi, após ter publicado o artigo em e o vídeo sobre o assunto em . São só dez minutos de vídeo e são suficientes para despertar todas as polêmicas sobre o assunto. Aguardo seus comentários.
Mas, vamos à análise de alguns já recebidos.
Noure Cruz deu exemplos interessantíssimos e que merecem reflexões a respeito. Um deles é a forma semântica de se utilizar o termo IMPROVISAÇÃO. É bom lembrar que há professores dedicados, competentes e responsáveis que denominam de IMPROVISAÇÃO a sua forma CRIATIVA de adaptar a matéria do dia a algum assunto do momento, incluindo aí brincadeiras (até de mau gosto) feitas por alunos ou grupos de alunos durante a aula.
Essa CRIATIVIDADE transforma a aula em um momento muito agradável, anula as inconveniências de uma brincadeira de alunos desinteressados e todos passam a ter muito mais respeito pela aula, e pelo professor.
Então não se trata de concordar ou discordar do termo “improvisação”. Há improvisações competentes e há improvisações irresponsáveis.
Lembrem-se do caso do professor Flávio, conforme relatei no vídeo. Suas aulas alcançavam o objetivo da educação, ou seja: elas proporcionavam a todos os alunos o verdadeiro prazer de aprender, trazendo como resultado o sucesso completo de todos eles, sem qualquer exceção!
E ele foi demitido de um colégio grande de Salvador, exatamente pela sua forma “diferente” de dar aulas... Essa forma era o que alcançava os alunos e permitia o desenvolver do interesse pela matéria...
A arguição que ele fazia nos dez minutos finais das suas aulas, sempre de forma dinâmica e entusiasmada, empolgava a todos! Todos respondiam ao mesmo tempo em que ele apontava para cada ponto do quadro, o que provocava um registro visual e aural definitivo para a absorção do conhecimento pelos alunos.
Comprovei a excelência desse seu método quando vi o resultado de um “simulado”, quando praticamente todos os alunos acertaram todas as questões de história! Eles se lembravam de tudo com tranquilidade. Aprenderam a gostar da matéria.
Criatividade é, então, algo necessário e que deve, inclusive, ser estimulado a cada dia. Esse tipo de improvisação/criatividade é louvável! É quando o professor consegue fazer o elo entre o assunto e a realidade discente. É quando o professor, além de ter pesquisado se houve alguma alteração nos conceitos e outras especificidades do assunto a ser ministrado, procura ligar o assunto ao dia-a-dia do aluno e também aos noticiários da semana. É quando o professor se preocupa em encontrar meios de ligar seu assunto ao foco de interesse de seus alunos. É quando ele se preocupa em alcançar o aluno em seu universo particular.
Mas existe a improvisação negativa, que deveríamos chamar de ARMENGUE. Essa é a daquele professor que assumiu sua competência como definitiva e que não precisa mais se preocupar com preparação de aulas, conforme relato no vídeo.
Esse carece do sentimento de humildade necessário para reconhecer que seu conhecimento precisa estar sempre sendo atualizado e que não há gênios sem esforço, estudo e dedicação constante!
Cláudia Castro, fã confessa de Claudio Moura Castro, relata sobre o conceito de “funil escolar” apresentado por ele anos atrás. Um funil composto por provas e exames seletivos, classificação de escolas classe A, B, C ou D, quando os professores se acomodam com as formas de “dar aulas”, esforçando-se um pouco mais nas turmas “boas” e cumprindo sua obrigação nas turmas ruins...
Nesse momento observamos que: ou a formação dos professores está abaixo da crítica, ou o ambiente onde ele se insere, após sua formação, destrói toda sua possível empolgação pelo ensino.
Todos são unânimes em dizer que a remuneração do professor não está condizente com a responsabilidade que ele tem na formação da sociedade, mas não acredito que o problema esteja apenas nesse ponto!
Várias experiências foram realizadas, em diversas áreas de administração de pessoal, mostrando que os resultados positivos de um aumento salarial e de condições materiais de trabalho só surtem efeito durante os meses iniciais de sua implantação.
Em pouco tempo os professores mal formados perdem todo entusiasmo, já que o único elemento incentivador de sua qualidade e de seu esforço é o aumento do salário, coisa que perde o efeito muito rápido assim que ele se acomodar a um novo padrão de vida, com mais despesas, voltando a ter as mesmas dificuldades de antes, apenas com novos tipos de necessidades em níveis sociais mais elevados.
O professor mal formado, ou sem amor à profissão, será um eterno insatisfeito, independente do salário que venha a receber. E sua insatisfação não fica apenas na escola onde “diz que ensina”, mas também a leva para casa, mostrando-se intolerante com seu cônjuge, seus filhos e seus parentes, ampliando assim o índice de separações, divórcios e infelicidade afetiva.
Mas quando mostramos ao professor o caminho do exercício da criatividade e o prazer que uma aula bem planejada e bem adaptada às condições do momento pode proporcionar a ele e a todos os seus alunos, esse professor descobre a magia da sua profissão!
É uma profissão mágica! Não que o professor faça milagres, mas ele permite ao aluno descobrir habilidades, competências e conhecimentos que estão dentro deles mesmos, aguardando apenas um elemento incentivador. Esse elemento é o professor competente, responsável, afetivo, exigente e criativo!
Como bem disse Cláudia Castro,”(...) o professor tem que ser “seduzido”. E aí está o X da questão. Não há política de formação de professor que garanta que este profissional mergulhe de cabeça numa profissão que resulta em um saudável sacerdócio. Infelizmente não temos um detector de comprometimento... Por que educar é acima de tudo um compromisso. Compromisso com a afetividade, compromisso com a auto formação, compromisso com o “não improviso” e principalmente, um compromisso com aqueles para os quais se educa pelo EXEMPLO.”
Obrigado, Cláudia, pela sua contribuição!
Leia também e comente, em: Improvisação em sala de aula – comentários e opiniões
Diversos foram os comentários que recebi, após ter publicado o artigo em e o vídeo sobre o assunto em . São só dez minutos de vídeo e são suficientes para despertar todas as polêmicas sobre o assunto. Aguardo seus comentários.
Mas, vamos à análise de alguns já recebidos.
Noure Cruz deu exemplos interessantíssimos e que merecem reflexões a respeito. Um deles é a forma semântica de se utilizar o termo IMPROVISAÇÃO. É bom lembrar que há professores dedicados, competentes e responsáveis que denominam de IMPROVISAÇÃO a sua forma CRIATIVA de adaptar a matéria do dia a algum assunto do momento, incluindo aí brincadeiras (até de mau gosto) feitas por alunos ou grupos de alunos durante a aula.
Essa CRIATIVIDADE transforma a aula em um momento muito agradável, anula as inconveniências de uma brincadeira de alunos desinteressados e todos passam a ter muito mais respeito pela aula, e pelo professor.
Então não se trata de concordar ou discordar do termo “improvisação”. Há improvisações competentes e há improvisações irresponsáveis.
Lembrem-se do caso do professor Flávio, conforme relatei no vídeo. Suas aulas alcançavam o objetivo da educação, ou seja: elas proporcionavam a todos os alunos o verdadeiro prazer de aprender, trazendo como resultado o sucesso completo de todos eles, sem qualquer exceção!
E ele foi demitido de um colégio grande de Salvador, exatamente pela sua forma “diferente” de dar aulas... Essa forma era o que alcançava os alunos e permitia o desenvolver do interesse pela matéria...
A arguição que ele fazia nos dez minutos finais das suas aulas, sempre de forma dinâmica e entusiasmada, empolgava a todos! Todos respondiam ao mesmo tempo em que ele apontava para cada ponto do quadro, o que provocava um registro visual e aural definitivo para a absorção do conhecimento pelos alunos.
Comprovei a excelência desse seu método quando vi o resultado de um “simulado”, quando praticamente todos os alunos acertaram todas as questões de história! Eles se lembravam de tudo com tranquilidade. Aprenderam a gostar da matéria.
Criatividade é, então, algo necessário e que deve, inclusive, ser estimulado a cada dia. Esse tipo de improvisação/criatividade é louvável! É quando o professor consegue fazer o elo entre o assunto e a realidade discente. É quando o professor, além de ter pesquisado se houve alguma alteração nos conceitos e outras especificidades do assunto a ser ministrado, procura ligar o assunto ao dia-a-dia do aluno e também aos noticiários da semana. É quando o professor se preocupa em encontrar meios de ligar seu assunto ao foco de interesse de seus alunos. É quando ele se preocupa em alcançar o aluno em seu universo particular.
Mas existe a improvisação negativa, que deveríamos chamar de ARMENGUE. Essa é a daquele professor que assumiu sua competência como definitiva e que não precisa mais se preocupar com preparação de aulas, conforme relato no vídeo.
Esse carece do sentimento de humildade necessário para reconhecer que seu conhecimento precisa estar sempre sendo atualizado e que não há gênios sem esforço, estudo e dedicação constante!
Cláudia Castro, fã confessa de Claudio Moura Castro, relata sobre o conceito de “funil escolar” apresentado por ele anos atrás. Um funil composto por provas e exames seletivos, classificação de escolas classe A, B, C ou D, quando os professores se acomodam com as formas de “dar aulas”, esforçando-se um pouco mais nas turmas “boas” e cumprindo sua obrigação nas turmas ruins...
Nesse momento observamos que: ou a formação dos professores está abaixo da crítica, ou o ambiente onde ele se insere, após sua formação, destrói toda sua possível empolgação pelo ensino.
Todos são unânimes em dizer que a remuneração do professor não está condizente com a responsabilidade que ele tem na formação da sociedade, mas não acredito que o problema esteja apenas nesse ponto!
Várias experiências foram realizadas, em diversas áreas de administração de pessoal, mostrando que os resultados positivos de um aumento salarial e de condições materiais de trabalho só surtem efeito durante os meses iniciais de sua implantação.
Em pouco tempo os professores mal formados perdem todo entusiasmo, já que o único elemento incentivador de sua qualidade e de seu esforço é o aumento do salário, coisa que perde o efeito muito rápido assim que ele se acomodar a um novo padrão de vida, com mais despesas, voltando a ter as mesmas dificuldades de antes, apenas com novos tipos de necessidades em níveis sociais mais elevados.
O professor mal formado, ou sem amor à profissão, será um eterno insatisfeito, independente do salário que venha a receber. E sua insatisfação não fica apenas na escola onde “diz que ensina”, mas também a leva para casa, mostrando-se intolerante com seu cônjuge, seus filhos e seus parentes, ampliando assim o índice de separações, divórcios e infelicidade afetiva.
Mas quando mostramos ao professor o caminho do exercício da criatividade e o prazer que uma aula bem planejada e bem adaptada às condições do momento pode proporcionar a ele e a todos os seus alunos, esse professor descobre a magia da sua profissão!
É uma profissão mágica! Não que o professor faça milagres, mas ele permite ao aluno descobrir habilidades, competências e conhecimentos que estão dentro deles mesmos, aguardando apenas um elemento incentivador. Esse elemento é o professor competente, responsável, afetivo, exigente e criativo!
Como bem disse Cláudia Castro,”(...) o professor tem que ser “seduzido”. E aí está o X da questão. Não há política de formação de professor que garanta que este profissional mergulhe de cabeça numa profissão que resulta em um saudável sacerdócio. Infelizmente não temos um detector de comprometimento... Por que educar é acima de tudo um compromisso. Compromisso com a afetividade, compromisso com a auto formação, compromisso com o “não improviso” e principalmente, um compromisso com aqueles para os quais se educa pelo EXEMPLO.”
Obrigado, Cláudia, pela sua contribuição!
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