sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Devaneios de Andersen: BIOCENTRISMO

Estive estudando algumas informações que recebi de amigos pesquisadores e me deparei com a ideia do BIOCENTRISMO. Lembro que já faz tempo que eles estão tentando encontrar na biologia o caminho para a Teoria Unificada do Universo.

Não confundam com o outro significado de BIOCENTRISMO, que nada mais é do que o antônimo de ANTROPOCENTRISMO, ou seja, a ideia de que o nosso planeta é controlado por toda forma de vida e não apenas pelo ser humano. No estudo BIOCÊNTRICO que estou propondo a vocês, a chave de tudo volta a ser o homem, mais especificamente o seu cérebro, ou melhor, a sua mente.
Dois desses pesquisadores publicaram uma obra em 2009 com esse título (Biocentrismo), que foram Robert Lanza e Bob Berman.

Naquela época diversos cientistas já olhavam o mundo como sendo baseado na consciência, e não na Física, constatação essa que não vai agradar nem meu filho Erich, nem os colegas dele, nem seus professores no curso de Física da UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana).

Mas mesmo assim proponha a todos eles uma análise do tema, para levar adiante algumas afirmações de Berman, de Lanza e de todos os que continuam insistindo em pesquisar tal assunto.
O trabalho desses pesquisadores aponta para as descobertas da Biologia em relação à existência de uma célula universal. Essa célula pode ser entendida como a célula tronco embrionária. Dela podem partir ideias, como as de Hawking, sobre a teoria unificada do universo. A diferença é que essa teoria estaria ligada à mente de cada um de nós, e não a uma partícula qualquer fora de nosso corpo ou de nossa mente. Será possível?

Se olharmos o modelo científico padrão ainda aceito por nós, vemos que ainda acreditamos que ele seja composto por partículas sem vida colidindo entre si e obedecendo a regras predeterminadas e misteriosas. Bem: o conhecimento quântico poderá mudar um pouco as coisas, desde que consigamos entendê-lo corretamente, quem sabe, um dia...

Se essa é a verdade ainda aceita, uma ideia de vida abrigando consciência e determinando a existência do universo não será entendida, embora possa fazer sentido para a descrição do universo. Só precisamos (para tentar mudar nossa forma de pensar) começar a destrinchar o sentido da consciência, ou a nossa ou alguma outra consciência mais abrangente, dominando todo o universo.

Essa consciência pode vir a ser a matriz original de todo o cosmos. Nossa forma de pensar, nossa visão de mundo, nossa autoconscientização, nossa conscientização do outro, nossas percepções seriam simples programações realizadas por essa matriz.

A partir de nossa programação celular, incluindo aí, principalmente, as células neurais do pensamento, sempre fomos levados a achar que somos o ser superior em nosso planeta e com a missão de dominar o mundo... E, possivelmente, isso seja mesmo verdade! O que nós não sabíamos é que esse mundo deve estar sendo criado por nós!

Sim! A realidade parece ser criada por nós! A nossa percepção parece determinar a realidade. Mas, se isso é verdade, por que a humanidade, de uma forma geral, se acomoda a um determinismo externo ou superior ou pelo menos inalcançável por nós, pobres mortais?

Se o mundo é dessa forma, então o ambiente que vemos só existe em nossa mente ou só existe por causa de nossa mente. Bem! Para parte dessa ideia nós já temos pleno conhecimento técnico, a partir do entendimento de nossos órgãos sensores e de seu funcionamento, como o processo da visão e da audição, por exemplo.

Sabemos que não vemos imagens nem ouvimos sons. Sabemos, pela análise da retina e da cóclea, que imagens e sons são criados em nosso cérebro por um intrincado mecanismo de sistemas neurais que, ao receberem impulsos elétricos vindo desses sensores (retina e cóclea), interpretam e constroem as imagens e sons que, segundo nossa concepção de mundo, corresponde ao que existe no ambiente em que estamos.

Mas, será que a imagem que eu vejo e o som que eu ouço são iguais aos que você vê e que você ouve?

Berman e Lanza, desenvolvendo essa nova ideia biocêntrica, explicam que as coisas só existem durante a nossa observação.

Isso é falado tanto devido ao entendimento de imagem e de som conforme comentei anteriormente, como pela ideia quântica de que todas as partículas subatômicas que compõem os objetos só existem como uma probabilidade e nunca em um espaço definido!

Quando observamos as coisas, exatamente nesse momento, cada onda e cada partícula assumem as suas realidades físicas como nós as conhecemos. E a identificação de suas formas se dá apenas quando os fótons de luz, que não possuem nenhuma propriedade visual aparente, são enviados para a nossa retina e interagem com nossos sistemas sensoriais, permitindo ao cérebro criar as imagens.

Como estamos acostumados a achar que o mundo exterior independe totalmente de nossa presença, ou seja, nossos olhos e nossa mente registram rigorosamente o que existe externamente, independente de nossa existência, fica difícil entender que isso não é verdade! Ou que, pelo menos, o estudo atual do biocentrismo procura mostrar que não é verdade!

Esse estudo permite fazer uma análise ainda mais polêmica, que é a extrema precisão de mais de duzentos parâmetros físicos, no universo exterior, parâmetros esses tão exatos e com precisão milimétrica e até nanométrica, e que, se modificados impedem totalmente a existência de vida humana.

Os pesquisadores ligados à religiosidade passam a ter nesse momento uma possibilidade de identificar esse princípio como o início da constatação da necessidade de uma “Vontade Divina”.

Os ligados ao estudo do biocentrismo invertem a situação de que os parâmetros existentes permitiram a existência de vida, e que os parâmetros existiriam “por acaso”, concluindo, inversamente então, que o universo é criado pela vida! E ainda que, segundo eles, um universo que não suportasse vidas provavelmente não existiria.

Essa análise necessita do estudo da realidade quântica, cujos conceitos estão sendo analisados a todo tempo em diversos meios científicos, mas cuja compreensão está muito além do atual estágio de nossa competência intelectual.

Por enquanto sabemos (ou melhor: tentamos entender) que os resultados dependem da observação de alguém. Isso só tem sentido se a realidade biocêntrica for verdadeira. Espaço e tempo, pelo que nos mostra o biocentrismo, são referências existentes apenas na mente humana, devido a uma interpretação cerebral dos sinais captados pelos nossos elementos sensores.

Se concluirmos que espaço e tempo são apenas criações mentais do ser humano, todas as nossas percepções estarão sempre sendo pensadas em nossos sistemas neurais, independente de qualquer conceito de tempo cronológico ou espaço definido, o que vai permitir o entendimento científico dos conceitos de clarividência e mais ainda de precognição ou premonição.

A partir do momento em que tais conceitos forem compreendidos pelos estudiosos, poderemos ter uma nova visão de mundo, mas esse dia parece estar ainda muito longe, porque, pelo menos para mim, pobre mortal, muitas dúvidas ainda persistem!