terça-feira, 30 de outubro de 2012

IUPE Educação: Hipocrisia na Educação


Cerca de quatrocentos anos antes de Cristo um general chamado Sun Tzu escreveu uma obra de recomendações ao Príncipe, chamada “A Arte da Guerra”.

Entre as recomendações estavam as que mostravam como dominar, explorar, iludir, desrespeitar e roubar o povo e, ao mesmo tempo fazer com que esse mesmo povo ame-o, adore-o e, em alguns casos até divinize-o!

No século XVII um padre jesuíta, Baltasar Gracián, escreveu “A Arte da Prudência”, com recomendações semelhantes, só que essas para as pessoas que desejarem “subir na vida” sem escrúpulos, ou seja, sem se preocupar com qualquer tipo de comportamento ético.

As duas obras parecem terem sido escritas hoje, já que o comportamento das pessoas continua exatamente igual e a facilidade com que se manipula seus pensamentos e vontades é a mesma!

Vemos isso claramente e diariamente ser feito pela principal rede de TV do nosso país.

Ela achou que Collor seria um bom aliado e criou o “Caçador de Marajás”! Ela convenceu o povo que o elegeu com grande maioria de votos!

Collor não cumpriu a promessa que fez a Roberto Marinho porque tinha a pretensão de criar a sua própria rede nacional de TV a partir de uma emissora de Curitiba.

Por causa disso ela, a Globo, fez aparecer para o povo, a corrupção governamental que sempre existiu e continua existindo, como coisa exclusiva do Governo Collor.

Criou os “adolescentes caras pintadas” e manipulou o povo de tal forma que o impeachment do presidente foi inevitável!

Mas por que estou falando disso? Porque quero chegar na educação e no processo de manipulação negativa que está sendo feito pelo nosso sistema contra a verdadeira educação nesse país.

Sabemos todos que as famílias têm jogado toda a responsabilidade da educação em cima dos professores e das escolas. Isso é verdade!

Mas o que muita gente não está percebendo é que o sistema educacional, em vez de procurar meios de treinar as famílias na educação de seus filhos, está se aproveitando dessa inversão de papéis para punir, não as famílias que abandonaram emocional e  intelectualmente seus filhos, mas punir os filhos, selecionando os melhores e excluindo os piores ou os que apresentam algum tipo de dificuldade ou anomalia.

A ideia básica é dar oportunidade apenas aos que já têm essa oportunidade, ou seja, aqueles que nasceram em berço de ouro e tiveram todas as facilidades do mundo para desenvolver seu conhecimento.

Esse procedimento pode ser observado claramente em grande parte das escolas, tanto públicas como particulares.

E a manipulação feita pelo sistema faz com que as famílias não se deem conta disso e acreditem que seus filhos sejam realmente inferiores aos filhos dos

Para facilitar a análise vamos entender alguns casos reais:

Caso 1 em escola pública:

Adolescente, dezesseis anos, desde pequeno apresentando elevadíssima capacidade intelectual, inquieto em sala por não conseguir paciência para ouvir o professor ensinar vagarosamente e repetidamente coisas que já está cansado de saber.

Sua natural inquietação faz com que ele se negue a participar das aulas. Com isso foi reprovado repetidamente por faltas e está, agora, em classe de Educação de Jovens e Adultos, repetindo uma das séries do Ensino Fundamental I.

No decorrer das “repetências” alguns professores mostraram que capacidade intelectual ele tem, já que bastava dar-lhe um pequeno tempo para estudar e ele tirava excelente nota em qualquer matéria.

Mas a escola acredita que não pode deixar de seguir a determinação de reprovar quem tem menos de setenta por cento de presenças.

Menino reprovado e pais desesperados, mas não com o sistema educacional, mas sim com o menino, que é logo rotulado como preguiçoso, relapso, relaxado, etc...

“A escola deve estar certa.” – dizem os pais! “Meu filho é que está errado”.

Resultado: O menino perde a autoestima e desiste de estudar.

Caso 2 em escola particular:

Pais de adolescente leram que a escola X é a que mais aprova no vestibular, logo, segundo a mídia, é a melhor escola da região. Como eles querem o filho na Faculdade, matricularam nessa escola.

Os professores chamam os pais e dizem que seu filho não veio de uma boa escola e que ele está muito fraco em matemática.

A solução que sugerem é a dos pais procurarem professores particulares especializados, para que o menino pudesse alcançar o “nível da turma”.

Caso o menino não alcançasse esse nível, teria que ser excluído, porque a escola só aceita alunos do mesmo padrão de entendimento.

Isso é real! Esse procedimento e essa declaração são comuns na maioria das escolas consideradas como de 1ª linha!

Pais ficam desesperados e desiludidos, não com a escola, mas sim com o seu filho, achando que a escola está certa e que seu filho é que é um relapso, retardado, relaxado, ou qualquer outra coisa do gênero!

“A escola está certa! Meu filho é que está errado!” – dizem esses pais - “Eu gastei “uma nota” para matriculá-lo na melhor escola e ele me decepciona assim!”

Resultado: O menino perde a autoestima e desiste de estudar.

Caso3 em escola pública:

Menina, diagnosticada como disléxica, tem muita dificuldade em escrever, mas foi conseguindo passar com muita dificuldade em todas as matérias, chegando ao final do Ensino Médio.

Durante toda a sua trajetória educacional descobriu-se amante da medicina, entendendo, com muita facilidade, tudo o que está relacionado com a ciência médica.

Em conversa com profissionais de medicina ela é facilmente confundida com médico formado, tal a desenvoltura com que fala sobre tudo relacionado a essa ciência.

Nunca a teremos como médica, já que ela não tem a menor condição de ser aprovada num exame vestibular.

Nos Estados Unidos temos a Pós Doutora Temple Grandin, professora universitária, uma das grandes cientistas mundiais especializada em Ciência Animal, que embora seja portadora de uma anomalia neurológica (Autista) foi encaminhada para a Faculdade e hoje contribui para a ciência da mesma forma que essa nossa aluna poderia vir a contribuir para a medicina.

A Dra Temple Grandin não precisou fazer exame vestibular. O MEC, no Brasil, só deixará a nossa aluna ser médica, se for aprovada nesse exame.

O MEC deve estar certo. A aluna é que nasceu no país errado!

Esses três relatos, todos verdadeiros, são apenas um pequeno exemplo do que está ocorrendo em todas as nossas escolas.

Como mudar?

A solução é muito simples, mas precisa de muita dedicação e muito trabalho, por isso muitos preferem acreditar que não há como mudar!

A mudança começa na alteração do próprio conceito de educação verdadeira e também no significado que desejamos dar ao verbo educar.

Nos próximos artigos vamos analisar cada caso e de que forma podemos contribuir para o sucesso de todos os nossos alunos, tenham eles as dificuldades ou anomalias que tiverem. 

domingo, 21 de outubro de 2012

IUPE Educação: Droga para remover medo enquanto você dorme


DROGA PARA REMOVER MEDO ENQUANTO VOCÊ DORME

A reportagem que indico abaixo é uma das que devem ser lidas com o cuidado da reflexão sobre intenções e consequências.

A princípio mostra um avanço científico possibilitando melhorar a vida de pessoas que não se livram de seus medos.

Mas, por outro lado, esse avanço leva à produção e o consumo de mais uma droga, entrando na seara da indústria mais lucrativa e mais antiética do mundo: a indústria farmacêutica.

O artigo mostra, inicialmente, o uso da sonoterapia, que é eficaz, mas consegue identificar uma situação em que o problema volta a ocorrer.

Ora! Sabemos que tratamentos não medicamentosos precisam de muita paciência e repetição, mas em compensação, o único efeito colateral conhecido não ocorre no paciente, mas sim na indústria farmacêutica, que perde lucro, já que não vende remédio.

O artigo, então, mostra a experiência feita com modificações químicas na parte biológica da pessoa, aplicando injeção de substância que interfere no funcionamento natural da amígdala basolateral.

Isso provoca consequências.

A consequência conhecida (e, segundo os pesquisadores, desejada) é o bloqueio da síntese de proteínas que seriam responsáveis pela armazenagem das memórias ruins e do medo.

Pode haver consequências negativas, já que está sendo modificado o funcionamento normal de uma parte do cérebro.

Sugiro, então, que se tenha muito discernimento no momento de se tentar tratar com medicamentos um problema que pode ser resolvido de forma mais natural e com menos possibilidade de efeitos colaterais.

Leia a REPORTAGEM

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

IUPE Educação: Dia do Professor


Colegas,

Dessa vez estou me dirigindo, principalmente, aos meus colegas professores.

Sabemos o quanto é difícil:

- Ter que estar muito bem emocionalmente todos os dias.
- Ignorar, por algumas horas, todos os problemas pessoais.
- Ter criatividade para alterar os planejamentos das aulas sempre que a situação exigir.
- Ter força para manter o domínio de classe, e ao mesmo tempo, irradiar afeto.
- Conseguir gostar de todos os seus alunos, sem exceção, como se fossem seus próprios filhos.
- Conseguir identificar cada dificuldade, de cada um dos alunos, antes que ela se agigante.
- Conseguir identificar a mínima habilidade do aluno com anomalias, para poder desenvolvê-lo.
- E trabalhar mais ainda, em casa, para preparar tudo de novo para o dia seguinte.

Mas sabemos, também, o quanto é gratificante:

- Ver o progresso, mesmo pequeno, no desenvolvimento de cada aluno.
- Ver o sorriso do aluno mudo e com paralisia cerebral, quando ele percebe que você sabe que ele existe e que você lhe transmite entendimento e afeto.
- Ver a alegria do autista ao perceber a sua entrada na sala, aquele mesmo autista que antes não parecia prestar atenção a nada.
- Ver a satisfação do aluno-problema, quando ele faz questão de lhe dizer que está melhorando seu comportamento, mesmo que ainda não esteja.
- E tantas outras alegrias mais.

Não há, colegas, profissão nenhuma que nos dê tanta alegria de poder modificar, para melhor, a vida de alguém.

Não há, no mundo, profissão que se compare a essa.

Precisamos, apenas, ter em mente, que todos os problemas que enfrentamos, sejam de falta de reconhecimento, sejam de falta de condições, só serão alterados quando os alunos que passarem por nós, se tiverem sido muito bem preparados, estiverem exercendo as funções que hoje ignoram a nossa existência, ou nos desprezam.

Até para isso nós dependemos de nós mesmos... Só que em longo prazo! Mas essa é a maior das realidades que temos que enfrentar, para que, no futuro, estejamos semelhantes à Singapura, Coréia do Norte e outros, que já foram até piores que nosso país.

Parabenizo a todos os que, hoje, trabalham com esse objetivo, porque assim estarão contribuindo para melhorar alguma coisa em algum lugar em algum momento.

Felicidades no Dia do Professor!

sábado, 13 de outubro de 2012

IUPE Educação: Entender o aluno-problema


Embora o aluno da foto não seja um aluno-problema, muito pelo contrário, é um de meus melhores alunos, preferi inserir essa foto do que a de algum que não se sentisse bem em ser assim rotulado.

Vamos tentar entender de forma muito simples, sem a hipocrisia da sociedade atual, como funciona a mente das crianças e dos adolescentes, para compreender os motivos de seus diferentes comportamentos e a melhor maneira de contribuir para a sua educação.

O enfoque desse artigo é a realidade na escola, ou seja, o papel do educador nesse entendimento e nessa formação, visando principalmente os alunos rotulados como “alunos-problema”.

Mas para podermos compartilhar melhor esse momento é importantíssimo que todos “se desarmem” das suas ideias preconcebidas para:
    
    1.   Lembrar que muitas vezes ouvimos verdades importantes provenientes de fontes que nunca imaginaríamos ouvir.

    2.   Que só exercitando com seriedade e dedicação o que se propõe é que podemos confirmar ou contestar as verdades ouvidas.

Precisamos também de muita reflexão e muita sinceridade para identificar quem somos nós, ou seja:
    
    1. Tenho competência para gostar de todos os meus alunos, sinto-me responsável por eles como se fossem meus filhos e consigo estar sempre fazendo com que eles fiquem satisfeitos comigo e assim poder intervir na sua educação?

    2.   Tenho competência para dar ótimas aulas e explicar de forma clara e dedicada os assuntos referentes ao conteúdo de minha disciplina, mas me irrito com as provocações e agressões verbais de meus alunos?

Se você se enquadra no item 1) eu o chamo de educador. Se se enquadra no item 2) eu o chamo de professor. Ambos são necessários, mas para os chamados alunos-problema o 2º pode não conseguir bons resultados.

Lembro, para evitar polêmica, que essa é a minha definição de educador e professor! Ninguém precisa concordar comigo, ainda mais que tudo passa por um problema de semântica.

Mas vamos aos pontos que realmente interessam para nossa reflexão:

Primeiro ponto a refletir: ALUNO MAL COMPORTADO

Todo comportamento inadequado da criança ou do adolescente, tanto apatia como irritação e agressividade, é consequência de algum tipo de sofrimento psíquico pelo qual ele está passando. Nenhum aluno se comporta mal simplesmente porque resolveu se comportar mal. Se ele se comporta mal é porque ele está mal, e isso pode ter diversas causas:
    1. Ele está mal porque não está satisfeito com ele mesmo, ou não está satisfeito com algum dos ambientes em que ele vive e por vezes nem sabe, direito, a razão disso.
  
    2.   Ele está mal porque está estressado devido a excesso de exposição à TV, ou ao computador ou ao videogame, mas não se dá conta disso.

    3.   Ele está mal porque se sente rejeitado, desprezado, ignorado, abusado fisicamente, abusado sexualmente ou esquecido, mas nesse caso, ele tem plena consciência disso.

Essas causas vão provocar no aluno:
    
    1. Uma acomodação e uma apatia em alto grau, perdendo todo o ânimo para o estudo e os trabalhos escolares, podendo evoluir para o estado depressivo e, em alguns casos, o “suicídio inconsciente”.

Toda escola tem alunos nessa fase. Só não percebe quem “fecha os olhos” para o grupo que está à sua frente.

O aluno que suicidou jogando-se da janela de um colégio recentemente é um exemplo. Não havia presença afetiva em sua família nem na escola, embora houvesse presença física, financeira e material de sobra em ambos os lugares.

     2.   Uma necessidade neurótica de “aparecer como transgressor”, apresentando comportamento agressivo na escola ou na rua, já que essa é a forma mais fácil de ter alguma importância para o grupo no qual ele está inserido.

Toda escola também tem alunos nessa fase. A punição é, para esses alunos, apenas mais um motivo para aumentar a revolta para com a sociedade em geral.

O papel do verdadeiro educador é procurar identificar a causa principal desse mau comportamento em cada um dos alunos para planejar a forma mais correta de intervir para ajudar.

Se um professor não se sente capaz de exercer esse papel deve, pelo menos, evitar reagir às suas provocações e pedir ajuda aos outros profissionais da escola, para tentar exercer o domínio de classe sem provocar aumento da revolta desses alunos.

Ficar irritado com o aluno ou com raiva dele só serve para aumentar o problema e dificultar o seu processo de evolução na escola.

Há necessidade de muita competência educacional, não apenas pedagógica, para lidar com esses casos. Mas todos podem contribuir identificando cada um desses alunos e pedindo ajuda aos profissionais adequados para saber como lidar com eles.

Para isso o professor deve sentir que está “do mesmo lado do aluno”, entusiasmando-o pelos estudos e compartilhando conhecimento para o seu futuro sucesso, mas nunca em oposição a ele, para julgá-lo, puni-lo e reprová-lo.

Se o aluno precisa “aparecer” que criemos meios sadios e produtivos para que ele apareça! Lidar com gente em fase de formação exige criatividade, além do conhecimento da sua matéria! Há uma infinidade de sugestões de professores para se conseguir isso!

Entre elas: auxiliar de classe, líder de tarefa, encarregado de grupo, ou até utilizar frases dele como exemplo nas explicações do dia, etc...

Se o aluno quer se isolar, que criemos um ambiente para ele, na própria sala, durante a realização de trabalhos em grupo, onde ele e o professor estarão juntos na realização de uma tarefa. O professor passa por todos os grupos e se detém um pouco mais no acompanhamento desse aluno isolado.

Aos poucos, no decorrer do tempo, o professor deve criar alguma estratégia para ir aproximando desse aluno um ou mais colegas que sejam bem aceitos por ele.

Essa sugestão já foi utilizada com muito sucesso em alunos que chegaram à escola com laudo médico de esquizofrenia, transtorno de déficit de atenção com hiperatividade e transtorno de espectro autista.

Dois deles, inicialmente isolados de todos os colegas, antes de três anos de convivência já realizavam trabalhos em grupo e apresentavam seminário sozinho! Passaram em exames vestibulares “verdadeiros” sem fazer qualquer tipo de cursinho preparatório.

Para evitar que eu seja mal interpretado, essas doenças realmente existem! 

Mas os mesmos sintomas também aparecem em alunos que não as têm. E esses alunos que não as têm, mas apresentam tais sintomas, já somam mais de oitenta por cento dos que chegaram à nossa escola.

Segundo ponto a refletir: ALUNO PRECOCEMENTE SEXUALIZADO

Todo aluno que pertence a uma família onde a sexualidade é clara e aberta, como no caso de famílias que vivem em um só cômodo e onde as mães mantêm relações com seus parceiros na frente dos filhos, criam, nesses filhos, uma precocidade sexual perfeitamente natural, difícil de ser contida em algum outro ambiente, como no caso, por exemplo, da escola.

Lares em que isso não ocorre, mas que os filhos assistem livremente, sem qualquer limitação, a qualquer programa, novela ou filme na TV, o efeito é semelhante.

Falta total de liberdade para qualquer tipo de conversa entre pais e filhos, fazendo com que os filhos tenham que recorrer à orientação de estranhos, também pode provocar o mesmo resultado.

O papel da escola, nesse caso, é o de apresentar todas as demais opções saudáveis e apropriadas de obtenção de prazer, por meio de entusiasmo pela pesquisa, participação em jogos, ensino de passatempos, opção de diversões, promoção de disputas em sala, exercício de debates sobre assuntos de muito interesse e ensino de brincadeiras adequadas à idade, para preencher o vazio que estaria sendo ocupado pela sexualidade precoce.

Dizer, simplesmente, para o aluno, que não é hora de namorar, é algo simplesmente ridículo e beira à hipocrisia.

Terceiro ponto a refletir: ALUNO NORMAL QUE NÃO ENTENDE O ASSUNTO

Todo aluno que, num momento de comparação com um irmão, um primo ou um colega, sente inferioridade em compreensão ou em habilidade, pode desenvolver um bloqueio emocional grave ao ponto de apresentar sintomas semelhantes aos da dislexia, da discalculia, do déficit cognitivo, e de outras tantas síndromes, dificuldades e demais anomalias neurológicas e psíquicas.

Como esses sintomas são imediatamente detectados na escola, cabe aos professores o papel de convencimento de sua competência compreensiva ou de sua habilidade. Cabe também, à escola, orientar os pais sobre a melhor maneira de lidar com essa dificuldade de seus filhos.

Uma forma que tem sido observada como bastante produtiva é fazer o aluno voltar, no livro ou módulo, ao ponto em que ele conseguiu entender, mesmo que isso tenha sido assunto da unidade anterior.

Ao identificar esse ponto, o professor deve ignorar o nível do resto da turma, e passar para esse aluno em especial, exercícios e atividades que ele saiba e possa realizar.

A realização de cada uma dessas atividades deve ser vista pelo professor como sucesso do aluno, para provar a ele que tem competência e assim aumentar a sua autoestima.

Esse aluno deverá ter acompanhamento especial, até que esteja acompanhando a turma. Mas o professor deve fazer isso por prazer, sem criar nenhuma expectativa de grandes resultados.

A expectativa não satisfeita traz decepções ao professor e isso é percebido pelo aluno, baixando a sua autoestima e aumentando seus bloqueios.

Todo esse acompanhamento especial deve ser registrado pelo professor e transcrito para as atas de Conselho de Classe, para facilitar decisões futuras sobre a forma de ajudar no desenvolvimento da vida escolar do aluno.

Essa sugestão já foi utilizada, com total sucesso, em alunos que chegaram à escola, não só com laudo médico de déficit cognitivo, mas também com laudos de Dislexia e Discalculia.

Conclusão e relato de caso

Para concluir preciso lembrar apenas algumas sugestões para ser um bom professor-educador:

    1.   Gostar do aluno, como se fosse seu próprio filho, e assim sentir-se responsável pela sua formação integral.

    2.   Entender o mau comportamento como sintoma (alarme) mostrando que ali existe um aluno necessitando ajuda.

    3.   Assumir que, em vez de proibir alguma coisa errada, é nossa a responsabilidade de encontrar opções de atividades empolgantes e produtivas, mas prazerosas, lúdicas, distrativas e divertidas.

E que, para todas as três etapas terem pleno sucesso, exercitar a afetividade, a compreensão e a paciência. Muita paciência!

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

IUPE Educação: Professora agredida por aluno em sala de aula: análise de caso


PROFESSORA AGREDIDA POR ALUNO EM SALA: ANÁLISE DE CASO

Ao receber o vídeo pela internet e ler as reportagens mostrando que os pais do aluno ainda pretendem processar a professora agredida e o colégio por deixarem seu filho traumatizado, a primeira ideia que me veio à cabeça foi a de que esses pais nunca deveriam ter tido a oportunidade de ter um filho sequer!

Bem! Essa ideia ainda continua valendo, já que a total falta de educação, total falta de limites e total falta de controle, tudo isso demonstrado pelo aluno, e visto em todos os telejornais, aponta para a ausência completa de educação doméstica. Os pais deveriam ser processados por serem os elementos responsáveis por essa formação.

Todos nós sabemos, ou deveríamos todos saber, que Escola é o lugar onde se ensina o conhecimento e não o lugar onde se educa o aluno! O lugar e o ambiente onde a criança e o adolescente precisam receber a educação é o lar, a sua casa, recebendo educação da sua família.

Esse é o pensamento correto, mas não é mais viável! Não podemos, infelizmente, acreditar que a escola poderá exercer o seu papel de ensino de conhecimento sem levar em consideração de que as crianças e os adolescentes estão sendo entregues às escolas sem qualquer tipo de educação doméstica, sem qualquer tipo de limites e sem qualquer tipo de ligação afetiva com seus pais.

Esse adolescente que espancou a professora é apenas um exemplo dentre milhares de outros que, embora pertençam a uma família de classe média, traz consigo uma imensa carência afetiva por ausência de amor familiar.

Os pais podem estar até presentes fisicamente nessa casa, mas estão totalmente ausentes afetivamente, considerando que esse amor que está faltando nesse e em tantos outros lares, é o amor composto pelo indivisível binômio AFETIVIDADE + LIMITES!

Então como exercer o papel de educador numa realidade dessas, ou seja, como fazer uma sala de aula funcionar se uma grande parte dos alunos é proveniente de realidades muito semelhantes ou até piores do que a desse adolescente?

Nesse momento surge a necessidade de se repensar o papel do professor. Hoje não somos mais professores. Nós mesmos nos chamamos de educadores! E é verdade! Hoje o professor que não assumir o papel de educador, não conseguirá ter domínio de classe nem em classes pequenas, já que em todas elas existe a carência de afeto e limites estampada nos rostos de muitos dos alunos.

A escola, os profissionais de acompanhamento educacional (neuropedagogos e psicopedagogos), os coordenadores e os professores devem assumir que necessitamos educar os alunos e também as suas famílias, porque embora isso não seja tecnicamente da nossa responsabilidade, jamais conseguiremos sucesso nas nossas funções sem exercer essa função paralela!

Hoje vamos comentar apenas da educação dos alunos. Em outra oportunidade falaremos da educação das famílias.

Então como exercer esse papel e evitar acontecimentos como esse?

O primeiro passo é entender que, para ter domínio de classe, o ponto inicial é conseguir conquistar a turma, ou seja, a conquista do grupo social que está naquela sala. Essa conquista deve ser com amor e rigor, ou seja: amor mais limites na dosagem certa.

O segundo passo é entender que sempre haverá alunos discrepantes do grupo e que cada um deles merece ser conquistado na sua individualidade.

A conquista da turma e a conquista de cada aluno, individualmente, são os elementos fundamentais para permitir que o domínio de classe comece a ser possível.

Mas para começar a perseguir essas metas o professor deve, antes de procurar métodos e técnicas para isso, entender que ele jamais conseguirá tais conquistas se não estiver gostando “de verdade” de cada um dos alunos dessa sala. Observe bem o que eu disse: Gostar de cada um dos alunos de sua sala. Todos sem qualquer exceção.

E quando houver algum, cujo comportamento ou características tornarem esse gostar mais difícil, o professor deve esquecer que esse aluno pertence a uma família qualquer e procurar absorvê-lo, emocionalmente, como se fosse seu próprio filho.

Com esses dois passos e com essa observação final eu garanto que a relação professor-aluno deixará de ser uma relação de oponentes e passará a ser uma relação de parceria, onde o aluno verá, no professor, um verdadeiro mestre, pronto a ajuda-lo na compreensão dos assuntos e pronto para orientá-lo nos momentos em que precisar.

Se essa sala de aula tivesse sido “construída” dentro dessa relação de parceria, jamais teríamos um fato dessa natureza.

Recapitulando:

1º passo: Gostar de cada um dos seus alunos;

2º passo: Conquistar o grupo (a turma);

3º passo: Conquistar cada aluno individualmente;

4º passo: Considerar cada aluno-problema como seu próprio filho;

5º passo: Entender que o professor é parceiro do aluno na busca do aprendizado e do sucesso.

Para cada passo desses há muitas técnicas e métodos. Crie as suas com base na sua própria experiência de vida ou inspire-se em filmes como “Escritores da Liberdade”, ou em livros como “Afetividade na Educação” (tenho que aproveitar para fazer minha propaganda...).

Vamos publicar ainda:
      1. Métodos e técnicas para o exercício da conquista da turma e de alunos isolados, individualmente.
       
    2.Treinamento parental de forma presencial e como alcançar os pais que não frequentam as reuniões da escola.

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