segunda-feira, 28 de abril de 2014

IUPE Educação: Como evitar que a inteligência adolescente atrapalhe o sistema corrupto de nosso país

Logo depois que publiquei minha última crônica sobre "Como garantir o fracasso pessoal e profissional de seu filho", recebi inúmeras mensagens relatando casos que mais parecem piada, mas que pelo resultado negativo que aparecerá no futuro desses alunos, está mais para tragédia!

As famílias perderam completamente a noção do que significa educação doméstica e, quando uma escola se propõe a complementá-la, elas se voltam contra os professores, superprotegendo seus bebês dessa insanidade (segundo elas), que chamamos de imposição de limites...

Mas a falta de noção desses pais é perfeitamente compreensível. Afinal, há muito tempo nosso sistema de ensino está conseguindo eliminar a capacidade de discernimento dos alunos que passam pela educação pública. Muitos desses ex-alunos são, hoje, pais, completamente despreparados para com o entendimento de que afetividade COM IMPOSIÇÃO DE LIMITES são as bases para a educação de seus filhos.

Hoje, entretanto, não falarei dos pais, mas sim dos "rolezinhos do sexo", o primeiro deles ocorrido em São Paulo e que, certamente, terá seguidores por todo o nosso país.

Tudo começou nas escolas públicas onde percebeu-se que, mesmo sem qualquer vontade política real de prover uma boa formação intelectual, emocional e de caráter, ainda há muitos alunos que estão conseguindo "dar a volta por cima" e surpreender o sistema, com sua excelente formação pessoal, técnica e profissional e, mais importante do que tudo, com excelente formação de caráter!

Tal constatação pode estar preocupando demais as autoridades constituídas, já que filhos de famílias de baixa renda, bem preparadas intelectualmente, e batalhando para crescer na vida, jamais ficarão satisfeitas em ver a forma como nossas autoridades conseguem suas fortunas...

Eles, certamente, ficarão muito insatisfeitos ao perceber que tais fortunas pessoais surgem em detrimento da educação, da saúde, da limpeza urbana, do saneamento básico, e outras tantas necessidades reais.

E pior ainda quando perceberem que qualquer dessas obras só ocorre quando há a garantia de percentuais elevadíssimos de comissão para seus bolsos...

Então o perigo existe! Esses alunos inteligentes e bem preparados, embora estudando em escolas públicas, podem , de repente, analisar com mais cuidado o período da revolução francesa e, quem sabe, podem até ter vontade de influenciar seus colegas para a criação de uma nova juventude pensante, como a que existiu naquela época e fazer justiça com as próprias mãos.

Juventude pensante... Que pena que já não existe! Não existe na escola pública e não existe também nas escolas particulares.

Mas acho que estou enganado, porque alguém está com muito receio de que essa juventude surja de algum lugar.

Enquanto esse perigo surgir nas escolas particulares de bairros nobres não há tanto problema assim, já que os pensantes estarão já envolvidos, desde cedo, com a corrupção de seus pais e apenas usarão a inteligência para dar continuidade ao processo podre de nosso sistema.

Mas se isso surge em escolas públicas ou em particulares de bairros de baixa renda, aí o perigo para o sistema se torna iminente.

Para eliminar, de uma vez por todas, o perigo de uma juventude pensante, prepara-se estratégias cada vez mais eficazes, a maioria delas direcionada à deseducação pública.

A mais recente veio com o nome de "rolezinhos do sexo".

Para os incautos tudo não passa de uma brincadeira de jovens de subúrbio, mas basta observarmos bem, para perceber que eles são apenas adolescentes muito bem manipulados pelos sistema por uma causa conveniente, não a esses jovens, mas convenientes aos detentores do poder vigente, para assim manterem a continuidade de suas trapaças sem qualquer questionamento.

O primeiro rolezinho do gênero foi muito bem divulgado e ocorreu durante o horário das aulas, é claro, para assegurar que ninguém se atrevesse a ficar estudando ou tirando dúvidas com seus professores.

Para garantir que nem os mais "nerds" resistissem, ficou claro que seria num parque público, com toda proteção policial (havia carro de polícia e motos vigiando em volta do parque para os alunos não serem molestados), com distribuição de maconha (claramente distribuída, enrolada e consumida, conforme mostraram as equipes de reportagem no local), com assistência de agentes de saúde oficiais do poder público, distribuindo camisinhas, para que todos perdessem o receio de manter uma relação sexual sem a devida proteção, e tudo isso ocorreu às claras.

Ora! Difícil encontrar um adolescente, por mais estudioso que seja, que consiga resistir a essa tentação do sexo livre, exatamente na fase em que seus hormônios estão em alta.

A maconha virá como um complemento necessário para garantir que sua capacidade de discernimento seja reduzida aos poucos. A mesma maconha que é fartamente distribuída em praticamente todas as universidades públicas do país, com a mesma intenção, mais do que clara!

Esses adolescentes estarão alegres, se divertindo, mantendo relações sexuais promíscuas, drogando-se, e afastando-se completamente de qualquer possibilidade de virem a ser seres pensantes e questionadores!

O sistema estará livre desse perigo iminente!

E ainda por cima, estará preparando adolescentes totalmente liberados para a sexualidade, num momento em que o Brasil precisa apresentar ao turista da Copa, prostitutos e prostitutas suficientes para o seu deleite durante sua estada por aqui...

Fico impressionado com essa estratégia, que de tão eficaz, certamente faria Maquiavel reescrever O Príncipe, em parceria com nossos atuais políticos.

sábado, 26 de abril de 2014

IUPE EDUCAÇÃO: COMO GARANTIR O FRACASSO PESSOAL E PROFISSIONAL DE SEU FILHO

COMO GARANTIR O FRACASSO PESSOAL E PROFISSIONAL DE SEU FILHO
(Orientação especial preparada pelo professor Roberto Andersen, em 26/04/2014)
Embora muitos pais não precisem desses conselhos por já serem “doutores” no assunto, resolvi selecionar algumas “dicas” importantes para aqueles que ainda não conseguiram destruir totalmente a possibilidade de sucesso de seus filhos, mas que estão tentando muito:

Dica 1: ESCOLA INIMIGA

Considere a escola como a instituição inimiga de seu filho. Proteja-o diariamente das “injustiças” que são cometidas contra ele. Não aceite nem assine advertências e, de preferência, contrate um advogado para exigir que a escola só puna seu filho depois de conseguir todas as comprovações legais dos fatos que a escola “inventa” sobre o pobrezinho do menino.

Apenas pais “quadrados” de filhos “idiotas” acreditam que a escola é parceira na educação de seus filhos.

Dica 2: PROFESSOR PREGUIÇOSO

Esteja atento para exigir que os professores deem muitas aulas em vez de exigir estudo do aluno, principalmente durante o período das aulas. Proteja seu filho dessas exigências absurdas que alguns professores fazem de que seu filho estude a matéria e apresente a ele apenas as dúvidas. Isso é um absurdo. Proteja seu filho desse sacrifício inaceitável de ter que estudar alguma coisa na presença de um professor exigente.

Apenas pais “quadrados” de filhos “idiotas” acreditam que o professor que ensina o aluno a estudar está fazendo algo de útil.

Dica 3: MEU FILHO NÃO MENTE

Ameace processar a escola se, por acaso, disserem que o que seu filho relatou para você não foi o que aconteceu. Seu filho NUNCA MENTE e isso deve estar claro para você e para todos. Acredite sempre em tudo o que seu filho relata para você. Não há a menor necessidade de comprovar nada! Afinal ele é seu filho e deve ser protegido a vida toda de qualquer ameaça externa.

Apenas pais “quadrados” de filhos “idiotas” aceitam e assinam as advertências dadas aos seus filhos e ainda os punem em casa.

Dica 4: DEVER DE CASA

Acredite sempre em seu filho quando ele diz que não tem dever nenhum para fazer em casa, mesmo porque seria um sacrifício muito grande ele ter que estudar em casa, já que já assiste aulas todos os dias pela manhã. Acredite também quando ele diz que já fez todas as tarefas na escola. Afinal, seu filho não mente. Quem mente muito são os professores e diretores da escola.

Apenas pais “quadrados” de filhos “idiotas” conferem com a escola as informações de falta de tarefas para casa.

Dica 5: TRABALHO OU ESTÁGIO À TARDE

Coloque seu filho para fazer algum trabalho ou estágio à tarde, para que ele comece a entender o que é responsabilidade, mesmo que a família não precise do dinheiro desse trabalho. Embora a atividade de estágio ou trabalho à tarde dificulte a realização das tarefas diárias da escola, o aluno já estará se acostumando a trabalhar para ganhar seu salário mínimo e assim ele poderá se livrar do sacrifício de fazer uma faculdade só para ter uma posição melhor na sociedade. Ensine, assim, a seu filho, que devemos nos acomodar a uma situação financeira medíocre, para justificar nossos ataques aos que venceram na vida e exploram os pobres coitados que não venceram.

Apenas pais “quadrados” de filhos “idiotas” acham que seus filhos devem usar todo o tempo da adolescência para estudar em vez de trabalhar.

Dica 6: MÚSICAS PORNORREPETITIVAS

Permita que seu filho cante e dance todo tipo de música pornorrepetitiva, que são aquelas que mantém a mesma batida e sempre com letras de duplo sentido. Embora essa atitude reduza a sua capacidade cognitiva e intelectual, ele poderá ter a sorte de ser incluído em algum grupo de pagode baiano e assim poder se manter como adulto pagodeiro.

Apenas pais “quadrados” de filhos “idiotas” acreditam que essas músicas não contribuem para a socialização de seus filhos.

Dica 7: LIBERDADE SEXUAL

Quanto à sexualidade de seus filhos, basta vacinar sua filha contra HPV e contra todas as demais doenças sexualmente transmissíveis e orientar seus filhos a usarem camisinhas durante as relações sexuais que desejar ter. Não perca tempo fazendo orientações sobre constituição de família ou sobre monogamia. Isso está fora de moda! Embora a falta dessa orientação elimine a possibilidade desses adolescentes serem felizes numa relação conjugal monogâmica futura, eles poderão ter alegrias constantes em relacionamentos afetivos desde cedo, mudando de parceiros no momento que enjoar do anterior. E, se houver filhos, sempre haverá a vantagem financeira do bolsa-família.

Apenas pais “quadrados” de filhos “idiotas” acreditam que casamento e monogamia são um bom caminho para os seus filhos.

E, além de tudo, sempre haverá, no futuro, um desses seus antigos COLEGAS IDIOTAS, filho de algum PAI QUADRADO, para dar ao seus filho algum emprego de faxineiro ou zelador, na empresa em que esse IDIOTA dirige, preside ou é dono.

domingo, 20 de abril de 2014

Devaneios de Andersen em um domingo de páscoa

Domingo de páscoa. Data polêmica, mas a última coisa que me passa pela cabeça nesse momento é falar de equívocos religiosos... É domingo, então, e um domingo véspera de feriado, o que traz um sabor especial à data...
Para o ser humano normal domingo é entendido como dia de repouso, relaxamento, recuperação das energias que foram consumidas durante toda a semana...
Não sou, definitivamente, um ser humano normal! Começo o domingo com a rotina de sempre, ou seja:
Um copo com suco de um limão e completado com água, ainda em jejum;
Em seguida a primeira parte do café da manhã: iogurte com granola, gérmen de trigo, aveia e mel;
Começa, então a meia hora de esteira e a meia hora de musculação; em seguida o alongamento e, logo depois, a natação por alguns minutos;
Aproveitei para lavar os carros e colocar barrilha e cloro na piscina, para manter seu tratamento adequado.
Após o banho vem a segunda parte do café. Dessa vez apenas frutas diversas, de preferência de todas as cores. Terminada a sessão de frutas, começa a parte final, que é ovos com bacon, raízes cozidas ou fruta pão, leite com chocolate e café, pães e queijos...
Terminada a alimentação básica do organismo, começa o trabalho matinal nas pesquisas, estudos diversos, leituras e elaboração de artigo, ensaios e crônicas.
Nesse domingo, em especial, estamos apenas eu e Irani em casa. Caio e Sibele foram para a casa da mãe dela, para o almoço de páscoa. Meu contato com eles foi por mensagens de texto. Ontem Sibele passou o dia aqui em casa, mas hoje é Caio quem passa o dia na casa dela.
Por telefone, Erich e Ivana, de Niterói, comentaram sobre as comidas que eles estão fazendo e sobre o programa especial de hoje, tão especial com qualquer outro domingo...
Mamãe, também em Niterói e também por telefone, comentou sobre o excesso de sono diurno de tia Iza e a consequente falta de sono noturno... Hoje não reclamou de nenhuma das acompanhantes diurnas. As da noite já “sambaram” ... Ela adora ficar sozinha e isso desespera meu irmão... Ela estava, pela manhã, lendo na varanda e apreciando a passagem dos vizinhos que, ao vê-la, cumprimentavam-na alegremente.
Vamos, então, a mais um capítulo do “Devaneios de Andersen”, dessa vez sobre o Mito da Caverna e os Conflitos do EGO:
Há momentos em que a realidade pede uma explicação e não a encontra... Há momentos em que, ao olhar a vida, só são encontradas representações do todo... Há momentos em que há uma certeza absoluta: O ser humano é um mero espectador vislumbrando as sombras de uma realidade distante e inalcançável.
São os personagens do mito da caverna, e que nem imaginam o que isso pode significar para eles... Apenas montam, cada um deles, uma realidade própria, com base nas sombras que chegam às suas mentes.
E. além da limitada capacidade de compreensão tridimensional do ser humano ainda há o domínio de uma tirania espaço-temporal repleta de ontem, hoje e amanhã, sem que seja possível que se entenda corretamente o seu papel no mundo. Há meios de interferir nesse processo ou todos são apenas marionetes de uma peça teatral cujo roteiro já está previamente definido?
Enquanto alguns experimentam interferir, outros acomodam-se ao roteiro traçado, mas nem a interferência e nem a acomodação parecem alcançar a plenitude da realidade externa à caverna! Plenitude essa que pode, por vezes, trazer um forte sentimento de insegurança. E a insegurança é um dos grandes medos da humanidade...
Nesse momento comparo o ser humano normal com alguns autistas e portadores de síndrome de Down que, quando elaboram a sua rotina, transformam-na em um verdadeiro ritual, ritual esse que se transforma na base que dá sentido à sua vida. Seguir a mesma rotina traz a segurança emocional que eles precisam... Sair da rotina pode ser o início do caos!
Autistas e Downs não são diferentes do ser humano normal! Seus sintomas apenas exageram os mesmos sintomas normais, principalmente as inseguranças para com o ilimitado, o pleno, o desconhecido, o infinito e o eterno...
Há momentos em que o ser humano precisa colocar uma cúpula de vidro limitando os seus horizontes até o ponto em que o enxerga, ou até o ponto em que acha que o entende. Além daí é mais seguro que nada exista. Essa existência do desconhecido traz intranquilidade.
Limitado esse espaço-temporal começa a ser construída uma realidade dentro dele, procurando decifrar tudo o que está nesse limite. Para conviver com os demais seres à sua volta traçam-se regras sociais. Mas regras precisam de conceitos e verdades comuns. E essa é outra das partes difíceis dessa caverna... Realidade comum!
Constrói-se, então, uma realidade, mas logo descobre-se que ela não é comum! Mesmo fazendo parte de um mesmo grupo e em uma mesma caverna, cada um percebe as sombras de uma forma diferente. E as percepções individuais, que já são, por si só, diferentes, acabam diferindo de um conceito que surge mais forte que todos, o conceito da mente coletiva.
A mente coletiva interpretou as sombras de uma forma bem diferente das interpretações individuais de cada um, mas o conjunto se faz mais forte e as liberdades individuais acabam tolhidas e cerceadas.
A massa acomoda-se à interpretação do grupo e assume uma verdade imposta, moldando sua mente e modificando seus pensamentos e vontades, para entender aquilo que passa a ser considerado o certo!
Há os que se adaptam facilmente à verdade do grupo, uns por incapacidade total de raciocínio próprio, outros por acomodação passiva e ainda há aqueles que concordam realmente com a interpretação coletiva.
O conceito do que é considerado certo e que, por isso, foi imposto, nem sempre é assimilado ou compreendido pelo indivíduo. O certo nem sempre é compatível com a verdade interior. Mas o indivíduo que precisa sobreviver no grupo, procura uma fórmula para conseguir entender essa verdade externa, mas não a encontra.  É uma verdade incompatível com a sua.
Para não ser excluído ele inicia o processo de construção interior de uma realidade aparente, diferente da que sente, mas compatível com a verdade da massa.
É o seu EGO, nada mais do que uma máscara montada com peças emprestadas das máscaras dos outros, fazendo com que se torne mais um entre tantos, compartilhando da mesma verdade.
E aos poucos percebe que essa máscara mal construída assemelha-se a outras tantas, que parecem terem sido montadas da mesma forma, e que estão estampadas nas faces dos demais componentes desse seu grupo.
Observando cada uma delas percebe-se que todas são montagens, todas são adaptações, todas carregam a necessidade de uma inclusão e que, para tal, houve necessidade de alteração na realidade verdadeira, já que essa parece ser incompatível com a verdade imposta.
A sociedade não acha seguro permitir que as verdades individuais superem a coletiva, cerceando a identidade própria e criando uma identidade padrão, sugerindo que todos se moldem por ela e excluindo aqueles que diferirem dos conceitos estabelecidos.
A sociedade desistiu de questionar a verdade que está fora da caverna e preferiu construir uma interpretação acomodada, fazendo com que todos “vegetem” de uma mesma forma, em busca de um “nada” inexistente, sem qualquer “sentido” mais profundo e até desistindo de encontrar qualquer vestígio que indique um caminho pelo qual a vida mostre que tem sentido!
Um EGO padrão foi estabelecido e, com ele, surgem os conflitos nos que divergem, fazendo surgir as neuroses...
E a manhã de domingo vai sendo consumida aos poucos, até que chega o momento de um aperitivo, dessa vez vodca com laranja, acompanhado por um canapé preparado por Irani, seguindo uma receita com berinjela e pimenta. Delícia! É a forma ideal de aguardar o almoço.