terça-feira, 23 de dezembro de 2014

domingo, 21 de dezembro de 2014

Afetividade Adolescente (reedição)

Em dezembro de 2008, ao  ler um artigo de Márcio Ferrari na Revista Nova Escola, onde ele lembrava idéias de Winnicott sobre a brincadeira e a criatividade, lembrei-me que essas duas necessidades, brincar e criar, estavam, e ainda estão, desprezados pelos pais e pelos professores.

Pais e professores andam tão ocupados com o seu dia-a-dia que esquecem que são eles os responsáveis pelo ensino dos jogos, dos passatempos e das diversões sadias para seus filhos e alunos.

Já não se ensina praticamente nada à criança, deixando essa função ao encargo da televisão e dos jogos no computador.

Para o adolescente, então, é que esses ensinamentos mais fracassam, pois é o momento em que essa criança, já alcançando a puberdade, passa a ser encarada como um quase adulto! Eles passam a ter nas redes sociais os seus professores e mestres.
Sempre soubemos que é primordial o afeto, o controle e o respeito durante a educação da criança, mas isso passa a ser mais importante ainda no momento em que essa criança se torna um adolescente, que é o período em que as mudanças naturais trazem conflitos dificílimos e, para piorar as coisas,  sua capacidade intelectual cai a níveis baixíssimos.
Exatamente nesse momento os pais começam a abandoná-los, alguns com a desculpa de que eles não admitem mais controle e não gostam de muita afetividade. Mas, na realidade, eles querem e precisam tanto da afetividade como do controle, mas não têm escolha, já que a mãe perde a coragem de ouvir os segredos da filha e o pai acha que o filho, sendo homem, já sabe tudo da vida e não precisa de sua ajuda.
Professores e pais transformam esses adolescentes em adultos antes do tempo, induzindo-os a largar as brincadeiras juvenis e a pensar como eles, em família, em trabalho e em sexualidade, sem que estejam no momento certo para assumir tais responsabilidades.
A mídia enfatiza apenas o namoro e a prevaricação, abandonando qualquer referência a jogos e brincadeiras para essa idade, eliminando totalmente as opções de lazer e atividades lúdicas. Sobram apenas os jogos nos computadores e videogames, elementos que ajudam no desenvolvimento da velocidade de raciocínio, se limitado em uma hora por dia, mas que trazem danos graves e definitivos na capacidade de raciocínio futura, quando excedido esse limite.
Esses adolescentes "precocemente adultecidos" criam um "self" totalmente falso, construindo uma personalidade ansiosa e angustiada, cujas consequências podem ser desastrosas para eles e para seus pais. A falta da criatividade proveniente da falta de brincadeiras, jogos e diversões, somada a ausência de afetividade e controle, provoca o nascimento de distúrbios emocionais graves e a consequente procura por "tribos" que os acolham.
Surgem, então, as drogas, a banalização da sexualidade, a revolta social e a agressividade, que são apenas algumas dessas consequências, fruto da busca por alguém ou algum grupo que o ampare nesse período de necessidade afetiva insatisfeita.
A solução está no oferecimento de opções prazerosas e construtivas: opções de jogos ao ar livre, preferencialmente vôlei, basquete e natação, que alongam, satisfazem a liberação de energia e acalmam; opções de jogos de mesa e tabuleiro, preferencialmente xadrez, que junta o lúdico com o estímulo ao desenvolvimento do raciocínio lógico (hemisfério esquerdo cerebral); opções de passeios por parques, zoológicos e campos, provocando o contato com a natureza e o despertar da mentalidade social e ecológica; opções de idas a teatros, exposições de arte, apresentações de orquestras e espetáculos de dança, estimulando o hemisfério direito cerebral e facilitando a harmonia intelecto-emocional e criativa.
Tudo isso é possível e eu digo mais: é nossa obrigação, como pais e professores. Afinal ninguém, além de nós (nem governo, nem mídia, nem ninguém), está interessado em formar cidadãos verdadeiramente felizes e satisfeitos consigo mesmos e, conseqüentemente, livres de ansiedades e angústias.

Não há esse interesse porque esse tipo sadio de gente não dá lucro consumista, já que estão satisfeitos e felizes em suas brincadeiras, seus jogos ao ar livre e suas diversões em passeios aos parques, sem necessidade de completar suas angústias por meio de excesso de consumo.


quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Science: Talking about some challenges