quarta-feira, 27 de julho de 2016

Educação inclusiva: O ideal e o legal nem sempre são reais

Amigos,

No artigo anterior sobre Educação Inclusiva abordamos alguns detalhes que estão sendo muito mal interpretados. Vamos ver mais alguns hoje.

Sou o professor Roberto Andersen e me dedico ao estudo da forma neuropsíquica de se obter o aprendizado. Tenho alguns livros publicados e que podem ser adquiridos acessando-se nosso portal ou nosso blog e clicando na imagem dos livros.

Nós já falamos sobre:

- A falta de comprometimento de alguns professores em relação ao aluno especial incluído em sua sala;
- A tendência do professor regular de deixar toda a responsabilidade do desenvolvimento do aluno e da inclusão com o professor de AEE (Atendimento Educacional Especializado) ou do cuidador (pior ainda).
- As desculpas dadas por esses professores de que não aprenderam isso na Faculdade;
- O desconhecimento dos objetivos de uma escola e de um professor em relação a cada aluno;
- A falta de preparação de material adequado para os estudos dirigidos de todos os alunos, normais e especiais, para que a aprendizagem e a inclusão sejam reais para todos;

E mostramos como:

- Escolher a turma para incluir o aluno;
- Fazer o acompanhamento e garantir a aprendizagem do aluno especial;
- Fazer o acompanhamento e garantir o interesse do aluno superdotado;
- Fazer as avaliações dos alunos especiais incluídos;
- Como dar uma aula inclusiva e conseguir aprendizagem de todos.

Hoje vamos tratar da Lei de Inclusão (Lei 13.146 de 6 de julho de 2015 – Estatuto da Pessoa com Deficiência), e da Resolução CEE-BA 14/2014 (Atendimento Educacional Especializado) e demais dispositivos legais que determinam o que deve ser feito na escola.

Vamos analisar com bastante atenção!

Temos a sala de aula regular.

Nela estará depositado o aluno deficiente.

Para que ele não esteja apenas depositado, a legislação determina:

- Temos todos a obrigação de oferecer um “(...) sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades, bem como o aprendizado ao longo de toda a vida. (...)” (conforme alínea I, Art. 28, Lei de Inclusão).

Nesse caso a legislação diz que, em vez de depositar o aluno, temos que garantir sua inclusão e sua aprendizagem.

Nessa sala de aula regular, comandada pelo professor regular, o objetivo deverá ser:

- Promover o aprendizado de todos, incluindo o deficiente, e

- Promover a inclusão social do deficiente junto com seus colegas de sala.

Quem vai fazer isso é o professor regular da turma, auxiliado ou orientado pelo professor especializado em AEE (conforme parágrafo único do Art. 7º Resolução AEE).

O mesmo parágrafo único do Art. 7º determina que o professor de AEE deverá “(...) atuar com os educandos público-alvo da educação especial em todas as atividades escolares nas quais se fizerem necessárias (...)”.

Isso faz com que esse professor deva estar também na aula regular, acompanhando esse aluno, para ajudá-lo em seu aprendizado e em sua inclusão, mas a responsabilidade dessa aprendizagem e dessa inclusão continua sendo principalmente do professor regular.

A legislação determina que, havendo necessidade, haverá também o intérprete ou tradutor de LIBRAS e outros códigos, e também o profissional de apoio, para atividades de alimentação, higiene e locomoção.

Então está bem claro que

- Temos o AEE (Atendimento Educacional Especializado) realizado, preferencialmente, em uma sala de recursos multifuncionais, para que o aluno deficiente frequente em turno oposto ao de sua aula regular. Esse professor de AEE terá que acompanhar o aluno no turno regular também, para orientar o professor regular e ajuda-lo na aprendizagem e inclusão.

- Caso haja necessidade, temos também a obrigação de oferecer o Profissional de apoio escolar: “(...) pessoa que exerce atividades de alimentação, higiene e locomoção do estudante com deficiência e atua em todas as atividades escolares nas quais se fizer necessária, em todos os níveis e modalidades de ensino, em instituições públicas e privadas, excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados com profissões legalmente estabelecidas(...)” (conforme alínea XIII, Art. 3º, Lei de Inclusão).

- E havendo necessidade ainda temos que oferecer o tradutor/intérprete de LIBRAS ou outros códigos.

Será que todos estamos fazendo isso tudo corretamente?

Pelo que tenho observado, tem sido muito difícil, para a maioria das escolas, cumprir rigorosamente essas determinações, sejam elas públicas ou particulares.

Precisamos, então, urgentemente, preparar os professores regulares e os de AEE, que são os personagens mais importantes nesse desafio, para que:

- Aprendam a gostar do que precisam fazer;

- Entendam que cada criança, mesmo as normais, percebem as informações de forma diferente, processam de forma diferente, memorizam e aprendem de forma diferente, e elaboram suas conclusões e suas respostas de forma diferente;

- Percebam que o único manual de instruções que ensina a entender essas diferenças está contido na mente de cada uma dessas crianças, ou seja, cada uma delas tem o seu próprio manual interno;

- Tenham toda paciência do mundo para repetir os ensinamentos já realizados, alterando os métodos, criando estratégias diferentes, e sempre mostrando a essas crianças que você está alegre com o progresso dela, mesmo que não tenha havido progresso algum, já que a elevação da autoestima é um a das mais importantes alavancas para a redução dos sintomas e o início do processo de aprendizagem;

- Se atualizem frequentemente, sobre as características das dificuldades e dos transtornos, as formas de cooperar para que seus sintomas sejam reduzidos, os profissionais para os quais algumas crianças devam ser encaminhadas para tratamento ou acompanhamento, e tudo o mais.

É por aí, amigos!

Espero não ouvir nunca mais em minha vida, a declaração de uma professora em uma de minhas palestras, quando ela disse em alto e bom som:

“Quem tem filhos deficientes que cuidem deles. Estou aqui para dar aula aos normais. ”

O final dessa história vocês já podem imaginar. O castigo chegou, mas não foi nem a cavalo, como diziam as avós, foi de jato mesmo...

Estou sempre à disposição para esses treinamentos. Basta entrar em contato com nosso instituto,
pelo e-mail:
robertoandersen@gmail.com
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Responderei as demais perguntas no próximo vídeo.
Prazer estar com vocês.

Forte abraço e até o próximo encontro.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Fase fálica (3 aos 7 anos) na formação da personalidade da criança


Conversamos sobre as duas primeiras fases, oral e anal, e agora vamos a terceira, que vai aproximadamente dos 3 aos 7 anos, a fase fálica.

Vamos à fase fálica. Essa fase é entendida, de forma incorreta, como a fase onde as variações nas orientações sexuais são definidas.

Vamos logo entender que não é isso! Aquilo que hoje chamamos de definição sexual, orientação sexual e opção sexual, não tem relação direta com essa fase.

A definição, que é a estrutura do menino ou da menina, obviamente já foi definida entre o primeiro e trigésimo dia após a fecundação. Veremos no vídeo “Sexualidade na Formação da Personalidade”, que virá a seguir.

A orientação sexual, que é o que define a atração sexual que a pessoa terá ao alcançar a adolescência, também já tem suas bases principais definidas durante a gestação, entre 30 e 60 dias após a fecundação.

Tudo isso veremos no próximo vídeo, conforme eu disse.

E a opção sexual será trabalhada a partir da fase da adolescência, conforme veremos também.

Nessa fase, a fálica, haverá influências, conforme relatou Freud, mas não será a origem daquilo que chamamos de orientação sexual.

Na fase fálica, a criança começa a ter um melhor entendimento do que seja o outro. Ela vai agora iniciar a criação da sua própria personalidade, começa o desenvolvimento de características de sua personalidade, começa a sentir a necessidade de ter iniciativas e surge o sentimento de culpa.

A criança entra em seu mundo virtual, aprende a imaginar e a brincar no mundo imaginário e aparecem as fantasias. Isso é necessário para o desenvolvimento do senso de cooperação. Como as crianças isoladas de outras crianças conseguiriam passar por isso? Mas é aí que entra, mais uma vez, a estratégia de nossa mente! Se não tivermos amigos, devemos criar amigos imaginários...

Ela aprende, assim, a dar e receber ordens e a fazer um equilíbrio entre os momentos de diversão e os de responsabilidade. Nessa mesma época, ela começa a perceber que existe diferença entre o papel do homem e o da mulher na sociedade.

Segundo Freud, essa observação causará os conflitos de identificação de gênero, que ele chamou de conflitos edipianos (Complexo de Édipo), baseado na tragédia “Édipo Rei”, escrita por Sófocles, quatro séculos antes de Cristo. Nessa peça, um clássico da mitologia grega, Édipo matou seu pai, Laio, sem saber que era seu pai e, em seguida, casou-se com sua própria mãe, Jocasta, sem saber que ela era sua mãe. Ao descobrir que ela era sua mãe, Édipo fura seus próprios olhos e Jocasta se suicida.

Freud baseia seu entendimento da criança nessa fase para mostrar a tentativa de entendimento de seu próprio gênero, tomando atitudes de aproximação afetiva da mãe como sua preferida e desprezando o pai, que considera seu concorrente nesse amor.

Sófocles, em sua peça, remete a uma reflexão sobre a questão da culpa em relação a comportamentos fora das normas éticas e dos tabus estabelecidos pelos grupos sociais em suas culturas.

Freud pretende mostrar que existe uma necessidade de satisfação da curiosidade sexual e intelectual, pela criança, principalmente por causa de sua “fixação” na libido como elemento impulsionador da psique humana.

Nessa faixa etária, segundo Freud, a libido está diretamente ligada à sexualidade e é assim que ele entende a busca da mãe pela criança. Essa sexualidade vai aflorar durante a busca do amor da mãe. 

Se essa necessidade não for satisfeita e se a criança entender que está sendo reprimida ou castigada, ela poderá desenvolver um forte sentimento de culpa que vai diminuir seu estímulo para tomar iniciativas e poderá reduzir sua vontade de explorar novas situações ou de buscar novos conhecimentos.

No que diz respeito ao entendimento psicopedagógico da criança, é nessa fase que ela consegue adquirir confiança no contato inicial com a mãe. Também nessa fase é desenvolvida a sua autonomia, já que surge a expansão motora e o autocontrole. Se essa relação da criança com sua mãe ocorrer sem transtornos, ela vai, a partir daí, estar apta a desenvolver a iniciativa, por causa do aumento de sua intelectualidade.

Essa ideia sexualizada de Freud, embora pareça meio exagerada, ajuda bastante no entendimento do desenvolvimento infantil. As crianças já sentem confiança e autonomia. Mas pela sua compreensão de mundo percebem que a razão de sua existência, sua mãe, também dedica um pouco de seu tempo a alguém, seu pai. Isso começa a ser visto como um perigo nessa relação. É uma concorrência!

A criança, então, precisa provar a si mesma que não existe o perigo de uma perda, ou seja, o amor de sua mãe é seu e assim continuará. Ela, então, em uma determinada noite, acorda e resolve tomar a iniciativa de apossar-se do que é seu. Assim sendo, vai para a cama da mãe com a intenção de abraçá-la, marcando sua presença e, se houver alguém por lá, mesmo que seja seu pai, a intenção é empurrá-lo para fora da cama.

Segundo Freud, a criança deseja transar com a mãe e matar o pai. E durante essa tentativa, ela passa por diversos estágios de satisfação e culpa que vão construir toda uma personalidade neurótica, quando mal satisfeita, ou de saúde psíquica, quando tudo dá certo.

É comum nessa idade a criança que, passados alguns minutos, a criança deve ser levada de volta para sua própria cama em seu próprio quarto. A não observância desse detalhe pode provocar o aparecimento, mais tarde, de neuroses típicas de insegurança.

Alguns casos especiais devem ser considerados, como por exemplo, as mães solteiras criando seus filhos.

O medo de perder a mãe continua valendo! Ou seja: a necessidade de ter certeza de que a mãe é sua ainda ocorrerá.

A criança pode ter a mesma necessidade e tomar a mesma atitude, de ir para a cama da mãe e querer ficar abraçada com ela.

Apenas ela não terá que disputar com um concorrente, já que não há pai presente.

A falta do amor do pai, seja pai “existente, mas ausente”, ou pai falecido, separado ou desconhecido, colabora para a formação de uma carência afetiva masculina prejudicial ao seu desenvolvimento.

As crianças precisam, para sua formação plena e emocionalmente equilibrada, de participação afetiva masculina e feminina.

A falta afetiva de um deles pode fazer surgir algum tipo de neurose futura.

O que se deve tomar muito cuidado, em ambos os casos, principalmente no da mãe solteira, é não deixar os filhos dormirem em sua cama.

Essa prática, que é comum em mães sozinhas, contribui fortemente para que essa criança, no futuro, desenvolva um senso de insegurança muito forte.

Outro caso especial importante é o casal homo afetivo adotando crianças e que precisam saber como funciona essa fase nessa situação.

Nessa relação homo afetiva, sejam dois homens ou duas mulheres, o que vai importar mesmo é a qualidade do afeto passado por cada um.

A qualidade masculina de afeto preenche algumas necessidades emocionais e psíquicas da criança, enquanto que a feminina preenche outras.

Então, para a formação psíquica e emocional equilibrada, não depende exatamente dos pais serem um casal heterossexual (isso para desespero dos que lutam contra casais homo afetivos...), mas sim de que seja garantido à criança a afetividade característica feminina e a afetividade característica masculina, completando o par formador de sua personalidade afeto-psíquica equilibrada.

Em muitas famílias com pais tradicionais existe a falta do afeto característico masculino, mesmo havendo pai e sendo pai heterossexual.

E o resultado, na formação da personalidade dessa criança é que, na adolescência, se for uma menina, ela terá grandes chances de confundir suas paixões com falta de afeto paternal.

A consequência mais comum é apaixonar-se por alguém que, inconscientemente, significa o pai que estava ausente.

O erro nesse relacionamento só trará consequências mais tarde, quando a mente dela rejeitará o relacionamento, criando um complexo de culpa que, sem esse entendimento, parecerá injustificado.

Então, os problemas emocionais e psíquicos futuros nada têm a ver com pais heterossexuais ou casais homo afetivos, mas sim com a falta de afeto com características masculinas e femininas.

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Fase anal na formação da personalidade da criança


Na conversa anterior conversamos sobre a primeira fase do desenvolvimento, a fase oral. Hoje vamos enfocar a fase anal da criança, que vai de um ano e meio a três anos, aproximadamente.

Sou o professor Roberto Andersen, pesquisador, educador e psicanalista. Minha área de pesquisa é a neuropsicoeducação. Tenho três livros publicados e que podem ser adquiridos acessando-se nosso portal ou nosso blog e clicando na minha foto com os livros.

Vamos à fase anal, mas lembrem que, na conversa sobre fase oral, eu comentei que há estudos de economia, mostrando que cada dólar investido da educação representa um retorno de sete dólares na vida dessa criança quando for um adulto. Isso é importante!

A fase anal é quando os pais mais erram! Meu esforço com essa nossa conversa é para que vocês não errem! E não é difícil, como vocês vão ver, a partir de agora.

Freud a chamou de fase anal e é a fase em que ela começa a aprender a pensar. Enfim, essa fase não tem o problema da chupeta, mas, em compensação, como ela sente necessidade de mexer sempre com as mãos para agarrar coisas que se amoldem, se transformem ao seu toque, se modele ao seu comando, ela faz isso com argila, com massa de modelar, com barro, lama e, se nada disso estiver à sua disposição, com as próprias fezes.

A própria criança mostra que mudou de fase. Mas nem sempre de uma forma tranquila, já que o mais comum é dando um verdadeiro susto nos pais ao levar as fezes à boca! E é nesse momento que são cometidos todos os maiores erros de quem está junto às crianças! E, mais grave ainda, esses erros trarão consequências terríveis para toda a vida dessa criança que está sendo formada!

Os erros dos adultos ocorrem de diversas formas. Uma delas é o tradicional: “Que fedor!”. Outra forma é dando um “tapa” na mão da criança quando ela pega nas fezes. Também existe o célebre: “Vamos limpar toda essa sujeira!” E assim por diante! Eles sempre deixam claro para a criança que o que ela fez não foi uma boa coisa...

A mente dessa criança analisa o ocorrido e conclui que “se o que ela está fazendo é errado, feio, sujo e fedorento, devo parar de fazer!” E surge, inicialmente, a prisão de ventre!

Agora, são os pais que, desesperados, correm com a criança para o médico, exigindo que ele conserte um mal provocado por eles mesmos! E começam os supositórios de glicerina e laxantes infantis, totalmente inadequados a essa tenra idade e que poderia ter sido evitado com o simples entendimento dessa fase. É claro que nenhum pai quer ver seu filho comendo as fezes... Mas um pouco de criatividade soluciona totalmente esses instintos necessários ao bom desenvolvimento de seu sistema digestivo, sem que seja necessário proibir a criança de se sujar.

Uma dessas soluções é a massa de modelar da cor das fezes, para que a criança possa manipulá-la em substituição. A criança substitui com a maior naturalidade. Outro substituto perfeitamente à altura é a argila. Uma caixa de argila para que a criança possa brincar e se lambuzar é um excelente artifício. 

Mas temos que entender que ela precisa se lambuzar, se sujar, se divertir... Mais tarde dá-se um banho, ora! O importante é ser feliz!

Por que será que a criança gosta tanto de brincar com as fezes? É mais uma maravilhosa programação mental! Seu sistema digestivo está em franco desenvolvimento e ela já tem algum domínio de seus movimentos musculares, achando interessante o autocontrole do ato de defecar.

É um momento de raro prazer o da produção das fezes. Por isso, elas são tão importantes e exercem sobre a criança uma grande atração. Porém, se no momento desse namoro entre a criança e suas fezes aparece um adulto “estragando” o prazer, a criança nada entende e um forte sentimento de dúvida substitui o necessário sentimento de autonomia.

É nessa fase que ela direciona sua energia para experiências exploratórias. Ela precisa desenvolver o seu senso de autonomia. E como ela vai perceber que não pode usar sua energia exploratória de forma totalmente livre, mas que existem regras sociais para serem respeitadas e que devem fazer parte de seu raciocínio, ela começa a construir sua autonomia entendendo os limites.

O aprendizado social começa aí. Surge o entendimento relacionado ao que os adultos e as outras crianças esperam dela. Surgem os conceitos de limitações, de obrigações e de direitos, e aparece a sua capacidade de realizar certos julgamentos.

Os adultos atrapalham muito, como podemos observar, mas também podem ajudar de vez em quando! O problema é que não existe uma escola para ensinar pais a serem pais, pelo menos não as conheço ainda. Eu soube que existia na Alemanha ou na Suíça, mas não aqui... Mas, dentro de nossas possibilidades e limitações, tenho tentado fazer exatamente isso, em todas as oportunidades em que me reúno com pais e professores.

Depois que li, em um trabalho de psiquiatria, a recomendação de treinamento parental como elemento redutor de sintomas patológicos, passei a recomendar às escolas uma total mudança nas reuniões de pais e mestres, conforme já relatei no capítulo ESCOLA.

Minha ideia é enfatizar nessas reuniões o treinamento parental, com vivência de valores humanos, debate sobre relacionamento familiar e tudo o mais. Afinal, para que serve falar mal de seus filhos se esses são o reflexo de uma educação equivocada em casa? Melhor então é fazer o treinamento dos pais! Os filhos melhorarão naturalmente na medida em que os pais melhorarem o entendimento da criança, o entendimento das necessidades de cada fase e o relacionamento familiar.

Mas agora vem a parte boa para os profissionais de fonoaudiologia. É nessa fase que podemos, sem qualquer medo, afastar a criança da chupeta, caso ela esteja fazendo uso. Mesmo que isso provoque choro e manha, a necessidade vital já não é o sugar, logo, qualquer imposição de limites no que diz respeito à chupeta é perfeitamente aceitável e não vai provocar qualquer neurose futura.

Mais do que isso, eu insisto que nessa fase DEVEMOS afastar a chupeta da criança. O que antes era uma necessidade, agora passa a ser um grande erro. Isso porque a partir do início dessa fase ela abandona o instinto da satisfação oral e o desloca para o ânus. Esse deslocamento vai facilitar, no momento certo, a formação correta de todo o processo digestivo. Essa fase coincide com o início da mudança alimentar, que faz com que o sistema digestivo (ou digestório como querem os filólogos) e o intestino comecem a ser mais exigidos. Não existe mais a necessidade do prazer oral e, por isso mesmo, da chupeta.

Então, se a fase anterior era a da chupeta, do mordedor, da presença afetiva e do exercício dos limites, nessa fase a chupeta deve ser eliminada. O mordedor nem tanto. A presença afetiva continua muito necessária, contudo, já se deve dar mais liberdade, mas com controle. Os limites continuam sendo uma grande necessidade por toda a vida. Mas o mais importante é entender que existe o prazer de defecar e que esse prazer constitui a base do correto desenvolvimento psico-emocional-cognitivo.

Mandem seus questionamentos, perguntas, comentários e sugestões para meu e-mail:
robertoandersen@gmail.com
Ou para meu whatsapp 71 9-9913-5956
Responderei as demais perguntas no próximo vídeo.
Prazer estar com vocês.

Forte abraço e até o próximo encontro.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Educação Inclusiva 01

Amigos,

Vamos tentar deixar bem claro como devemos lidar, na escola regular, com a Educação Inclusiva, já que ela está determinada como obrigatória, por lei.

Sou o professor Roberto Andersen e me dedico ao estudo da forma neuropsíquica de se obter o aprendizado. Tenho alguns livros publicados e que podem ser adquiridos acessando-se nosso portal ou nosso blog e clicando na imagem dos livros.

As dúvidas que tenho recebido mostram, bem claramente, que há, na maioria dos professores regulares, nenhum comprometimento em relação à aprendizagem do aluno especial que está em sua classe, e nem, muito menos, comprometimento com a sua inclusão social entre seus colegas.

Os professores estão simplesmente ignorando a presença em sala desses alunos e, quando existe um cuidador, desligam-se totalmente dele, como se existissem dois ambientes distintos na sala: o dos alunos regulares, com ele, professor regular, e o dos alunos especiais, com seus cuidadores.

Para facilitar a compreensão, vamos organizar esse tema aproveitando as perguntas, os questionamentos e as reclamações feitas pelos professores, que estão se sentindo obrigados a fazer algo para o qual, eles acham, que não foram contratados.

A célebre declaração de que “Não aprendi a lidar com educação inclusiva na faculdade! ”, é falsa, porque aprendeu sim! Todos os teóricos estudados em pedagogia ou nas matérias de licenciatura disseram que o ensino-aprendizagem tem como base o aluno.

E você aprendeu isso e deve ter respondido dessa forma nas provas. Mas depois de se formar e entrar em uma sala, pode ter esquecido desse pressuposto básico e fundamental para que exista, de fato, o processo verdadeiro do ensino-aprendizagem.

Para começar, então, tenha sempre em mente quais são os principais objetivos da escola, das aulas e seus, como professor, que são:

Garantir a evolução intelectual do aluno por meio da aprendizagem real, visando a sua autossuficiência futura;

Criar a cultura do respeito mútuo e da interação e cooperação social entre os alunos, visando a construção da cidadania.  

Analise a sua prática em uma sala de aula, mesmo que lá só existam alunos regulares, sem nenhum aluno autista, nem disléxico, nem discalcúlico, nem com retardo mental.

Pergunte a você mesmo como você preparou a aula daquele dia: De acordo com o tema e o conteúdo do livro texto, mas com base nas características de aprendizagem de seus alunos? Ou com base no que você quer ensinar a eles?

Se foi com base no que você acha que tem que ensinar a eles, é muito bom lembrar de Comenius, na sua Didática Magna, quando ele disse: “Idiota é aquele que quer ensinar ao aluno, não o que ele pode aprender, mas aquilo que ele próprio deseja. ”

Seria bom que essa frase estivesse bem grande em todas as salas de professores de todas as escolas a partir de hoje.

Então, para você saber se está no caminho certo ou se precisa mudar alguma coisa, pergunte-se, primeiro, se durante a sua aula você tem certeza de que todos os alunos estão entendendo o assunto.

Pergunte-se, também, se ao final de sua aula você tem certeza de que todos tiveram proveito do que você acredita ter ensinado e que todos evoluíram da forma que você planejou, no conhecimento daquele assunto de sua matéria.

Se suas respostas forem SIM, você está realmente fazendo o papel do professor de verdade. Se a resposta for qualquer outra, você não está cumprindo o que aprendeu de educação, na faculdade.

Vamos ver como fazer, então, em qualquer sala de aula regular, com ou sem qualquer aluno considerado “de inclusão”, porque a existência do aluno de inclusão, apenas evidencia, com muito mais clareza, as diferenças no nível de entendimento que já existem em qualquer sala de aula.

Infelizmente grande parte dos professores entram e saem das suas salas de aula sem conseguirem perceber que, naquela sala, há alunos que entendem o que ele fala, mas que há alunos que não conseguem acompanhar seu raciocínio ao explicar os assuntos.

Nessas análises o foco tem que estar sempre em TODOS os alunos! Quem são esses todos?

Os alunos regulares que estão verdadeiramente no nível intelectual daquela série escolar.

Os alunos regulares que estão naquela série, mas com dificuldades imensas de entendimento, como se tivessem sido passados “na marra”.

Os alunos de inclusão com nível de entendimento muito abaixo do nível da série.

Os alunos superdotados ou de altas habilidades, principalmente aqueles que ficam rapidamente entediados em ter que acompanhar explicações que são totalmente desnecessárias para eles.

Para ter certeza disso, se a sua observação não for suficiente, basta você fazer pequenas avaliações frequentes, sejam orais ou escritas, preferencialmente ao final de cada aula, ou a cada duas aulas, ou até durante as próprias aulas.

Essas avaliações servem para mensurar a eficácia do seu processo de ensino-aprendizagem, e não para classificar os alunos. Aliás é assim que toda a avaliação deveria ser.

Ou seja, se o aluno não obtiver bom resultado significa que o seu método de ensino está precisando ser alterado, ou seja, muda-se o método, em vez de fazer o que os professores desejam, que é mudar de aluno.

Lembre-se que há diferenças imensas na capacidade de aprender dos alunos. Meninos, por exemplo, entendem de forma diferente das meninas. Isso sem contar com as dificuldades específicas de cada menino e de cada menina.

Sejamos muito sinceros então. Se não estivermos alcançando aprendizagem total, temos que experimentar algum outro método para o nosso ensino.

Agora vamos dar a primeira sugestão para socorrer o professor que percebeu que não está alcançando sucesso com a aprendizagem de todos os seus alunos.

Planejar sua aula em duas ou três etapas. Na primeira você apresenta o tema da aula, de forma que chame a atenção e desperte a curiosidade de todos os seus alunos.

Para isso precisa apenas que você ligue o assunto da aula a algum assunto de interesse de todos os alunos. Isso vai exigir de você, tanto o pleno conhecimento do assunto a ser dado, como a sua dedicação ao conhecimento geral, ouvindo ou assistindo aos noticiários e lendo jornais e revistas.

Embora eu goste, tanto de assistir aos noticiários, como ler revistas e jornais, eu uso, para isso, diariamente, o twitter, onde acompanho todas as agências de notícias de todos os assuntos que leciono e que me interessam. Economiza muito o meu tempo.

Lá mesmo surgem os links que me trazem os artigos completos para meu estudo diário, com as referências oficiais para consultas, permitindo que eu entre em contato com os pesquisadores autores dos respectivos estudos para dirimir algumas dúvidas.

Isso que eu estou dizendo é apenas para preparar a primeira parte da aula, que á a mais importante, já que é a que precisa despertar o interesse, a curiosidade, a empolgação de todos os alunos em relação ao assunto da aula.

Durante essa parte da aula, que serve praticamente como um MARKETING do assunto, você deve estar atento a todos os alunos, para que todos se sintam “alvo” de seu interesse pessoal, ou seja, todos sintam que são importantes para você, em sua aula.

Nesse momento temos que tomar cuidado com a presença do “aluno ímã”, que é aquele aluno que, por algum motivo, prende seu olhar nele, e você, sem sentir, acaba dando essa parte da aula como se só existisse ele em sala.

O “aluno ímã” é frequentemente, o que mais participa e o que mais pergunta, provocando, no professor, essa tendência de exclusividade que é prejudicial ao resto da turma.

Segunda parte da aula:

Colocar o aluno para trabalhar no assunto.

A maioria dos alunos prefere ficar passivamente na carteira assistindo à fala do professor, alguns até estão acompanhando mesmo, outros estão desligados e outros dormindo.

Coloque, então, todos para trabalharem o assunto, por meio de estudo dirigido, que pode ser individual ou em grupos.

Os questionários para esse estudo devem ser elaborados respeitando-se sempre aqueles objetivos que comentamos anteriormente.

Nada, na aula, pode fugir daqueles dois objetivos principais.

Se alguma atividade não atender a eles, ela deve ser adaptada.

Então haverá tantos tipos de questionários quantos forem os diferentes níveis de entendimento daquela turma. Numa turma regular do 8º ano em que não exista qualquer discrepância em níveis de entendimento, o questionário será o padrão do 8º ano.

Se nessa turma houver um aluno autista no nível de 2º ano, seu questionário será sobre o mesmo tema da aula, mas com atividades adaptadas ao seu nível de entendimento atual, visando sempre o seu desenvolvimento, do ponto em que ele está para mais além.

Havendo aluno superdotado, seu questionário deve exigir pesquisa na biblioteca ou na sala de informática, que sirvam para ele como desafio. Essa é a sua forma de se satisfazer com o assunto dado. A forma de fazer isso dependerá das condições da escola.

Durante essa parte da aula o professor estará visitando cada grupo (se o estudo dirigido for em grupo) ou cada carteira, para observar as dificuldades e analisar em que momentos precisa chamar a atenção de todos para uma explicação específica e de interesse geral.

Esse passeio do professor pelos grupos já serve como uma forma de avaliar quais os pontos que precisam ser alterados, sempre visando garantir a aprendizagem de todos e, em paralelo, construir a cultura do respeito, interação social e cooperação.

Mandem seus questionamentos, perguntas, comentários e sugestões para meu e-mail.

Ou para meu whatsapp.

Responderei as demais perguntas no próximo vídeo.

Prazer estar com vocês.


Forte abraço e até o próximo encontro.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Formação da personalidade da criança atual - fase oral

Hoje estou aqui para conversar com vocês sobre a criança em sua primeira fase de desenvolvimento.
Acabo de ler mais um estudo de especialistas em economia, mostrando que cada dólar investido no ensino e na educação correta de uma criança significa um retorno positivo sete vezes maior no resultado alcançado por essa criança quando for um adulto!
Mas não é só no ensino e na educação que esse investimento é lucrativo. Há também complementos que contribuem significativamente para que esse resultado seja mais lucrativo ainda, como, por exemplo, na nutrição adequada, na afetividade responsável, na imposição de limites e no entendimento correto de todas as necessidades reais da criança em cada uma das suas fases de desenvolvimento.
Então, amigos, vamos investir corretamente, com vontade e com responsabilidade, porque os resultados serão, certamente, espetaculares, podem estar certos disso!
E para que possamos estar investindo de maneira correta, procurando errar cada vez menos, vamos iniciar um bate-papo sobre o entendimento dessa criança, as características de cada fase de seu desenvolvimento, e as mudanças que estão ocorrendo nessas novas gerações.
Afinal sempre há mudanças, tanto na criança, como na sociedade, e por isso precisamos tentar entender todas elas, para que tenhamos uma sociedade melhor.
Nossa conversa vai estar baseada, tanto em alguns teóricos, como Freud, Wallon, Erik Erikson, Piaget, Wygotsky entre outros, como também nas nossas próprias pesquisas e, principalmente, no exercício prático de tudo isso.
Vamos levar em consideração os resultados de mudanças na criança de hoje, nas ausências afetivas provocadas pela vida profissional dos pais, nas formas diferenciadas de se criar uma criança, criança sem um dos pais, criança com pais homo afetivos, crianças criadas pelos avós, ou seja, todas as situações que já estão surgindo como dúvidas, nos questionamentos que estou recebendo.
Para começar essa conversa eu tive a ajuda de Reginaldo Neto, matemático e filósofo, e de Ruan Vieira, futuro engenheiro mecânico, ambos meus amigos.
Ambos me ajudaram enviando alguns questionamentos muito importantes e fundamentais para o entendimento da criança atual e do que podemos fazer para reduzir os problemas futuros em seu desenvolvimento.
Os questionamentos que eles mandaram foram tão abrangentes que vou ter que responder aos poucos.
Hoje vamos enfocar os relacionados à fase oral, aquela que vai do nascimento até aproximadamente um ano e meio, ou seja, antes de a criança começar a andar.
FASE ORAL
Nessa primeira fase aparece uma das grandes diferenças entre o ser humano e os outros animais.
O ser humano, ao nascer, estará totalmente dependente de quem o cria.
Só isso já constitui um mistério!
Afinal, esse ser já traz toda uma formação de hábitos que aparecerão no futuro, incluindo temperamento, emotividade, intelectualidade, tendências comportamentais e até orientação sexual pré-definida, mas, ao nascer, está totalmente impotente fisicamente, ou seja, dependente do outro para sobreviver!
E a criança precisa sobreviver! Mas só sobreviverá se houver alimentação adequada.
E é aí que nos espantamos com as estratégias dessa fabulosa máquina cerebral, toda programada para que nada lhe falte, em cada momento do seu desenvolvimento.
Essa máquina cerebral cria o instinto de satisfação oral!
Segundo Freud é um impulso da libido (para Freud tudo provém da libido).
A criança precisa satisfazer esse instinto, que é a necessidade de sentir prazer pela boca, e assim a leva a consumir o leite materno.
Esse leite, além de alimentá-la, vai defende-la, com todos os anticorpos nele contidos, de centenas de problemas de saúde.
Essa fase traz diversas necessidades fundamentais. Vamos ver as mais importantes, que são:
SUGAR – Satisfazer o prazer pela boca;
ANTICORPOS – Proteção do organismo por meio do leite materno;
SEGURANÇA e CONFIANÇA – Segurança pessoal e confiança no mundo por meio do afeto dos pais.
SUGAR
Se a criança mama no peito e fica satisfeita, ótimo! Essa não precisará de chupeta, para alegria dos fonoaudiólogos!
Se ela mama no peito, mas demonstra necessidade de estar sugando o tempo todo, como se o peito não fosse suficiente, a chupeta passa a ser indicada. Chupeta, mordedor etc. Mas isso só enquanto ela estiver nessa fase. Ao passar para a fase seguinte a necessidade acaba e a chupeta deve ser eliminada.
Se a criança não tem mãe, nem ama de leite, ou por falecimento, ou por ser filha de uma relação homo afetiva, essa necessidade do prazer de sugar deverá ser muito bem observada.
Inicialmente tenta-se só a mamadeira, mas se for insuficiente, vem a necessidade da chupeta, mordedor etc.
Satisfazendo corretamente essa necessidade, a criança estará livre de diversos problemas neuróticos e psicossomáticos no futuro.
ANTICORPOS
O leite materno é o alimento perfeito para criar os anticorpos necessários à proteção dessa criança contra doenças de oportunidade.
Além disso é ele que elimina a tendência natural de algumas crianças em desenvolver algum tipo de intolerância ou alergia alimentar, segundo os estudos de Aderbal Sabrá.
Então, caso a criança não tenha a presença da mãe por algum dos motivos que já comentamos, a mamadeira de leite materno é a solução.
Nenhum outro tipo de leite substitui o materno. Mesmo que muita gente faça propaganda do leite de cabra ou leite em pó com todas as características do leite materno, não acredite!
E já existe, atualmente, banco de leite materno para suprir essa necessidade.
SEGURANÇA e CONFIANÇA
Henri Wallon deixa claro que a criança precisa se sentir protegida por quem a recebe no mundo, para que se sinta segura.
Erik Erikson mostra que, além dessa dependência afetiva, o fato da criança sentir que a mãe se afasta mas volta, cria nela a força básica dessa fase, que ele chamou de esperança.
E quando a criança percebe que, sempre que precisa, a mãe está por perto, surge a confiança básica, que é fundamental para sua felicidade futura, sem neuroses.
Quando ela não percebe essa presença vem a desconfiança básica, com resultados futuros muito ruins para sua formação, tornando-se desconfiada e, por vezes, até agressiva.
Nossas observações, e nossa prática, mostram um caminho simples e muito eficaz para superar esses problemas nessa fase.
Precisamos entender que, para a criança, tudo é novidade. Então ela precisa entender que está segura e que pode confiar no ambiente e nas pessoas à sua volta.
Mas ela tem que se sentir segura e confiante tanto em relação às pessoas quanto em relação ao mundo, e nunca apenas às pessoas.
Se seguirmos as orientações que uma reportagem da Globo apresentou, de que nessa fase a criança deve ficar todo o tempo no colo da mãe, porque precisa do afeto materno, estaremos criando uma criança problemática, insegura e desconfiada do mundo!
Cuidado, muito cuidado, com essas reportagens...
Por esse motivo procuro enfatizar para todos os pais que entendam a função do “colo” como função de transporte! Colo é transporte!
Se a criança se sente o tempo todo envolvida pelo corpo da mãe, significa que nunca terá confiança no mundo, sua confiança será construída apenas em relação ao corpo da mãe.
Como a mãe não pode viver grudada nela, quando houver qualquer afastamento, mesmo que por pouco tempo, a criança se sentirá abandonada!
Ela vai chorar, berrar, espernear e tudo o mais, mostrando sua insatisfação com a ausência do ambiente acolhedor ao qual ela se acostumou.
Como evitar isso?
Simples: Acostumar-se e acostumar os parentes, a dar afeto, dar amor, dar carinho, dar massagens afetivas, dar todo dengo que quiser, mas sempre com a criança no berço ou no carrinho, de forma que ela sinta toda a afetividade do adulto, mas esteja, ao mesmo tempo, sentindo-se apoiada no seu colchão, que é o que representa o mundo.
Na mente dessa criança as duas coisas se combinam e se completam, ao ponto de que, na ausência da mãe o simples contato com seu colchão já lembra o afeto da mãe e já a satisfaz.
Essa criança não se sentirá abandonada durante ausências da mãe e construirá uma sensação de confiança no mundo, que vai significar segurança emocional para toda a vida.
O que nós vimos, então, foi a primeira fase de desenvolvimento, que é a fase oral, que vai do nascimento até aproximadamente um ano e meio.
A partir daí terá início a fase anal, com outras necessidades, outras características e que vai necessitar de tanta atenção como a da fase oral.
Nós vamos ver essa outra fase em detalhes no próximo vídeo.
Havendo mais questionamentos, dúvidas ou comentários, mande para mim por e-mail – robertoandersen@gmail.com  ou pelo whatsapp 71 9-9913-5956 ou no espaço de comentários, aqui mesmo.
Saibam que é sempre um imenso prazer poder conversar com vocês sobre esses assuntos tão importantes para todos nós.

Um forte abraço e até o nosso próximo encontro!