quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Felicidade conjugal em "O Livro de uma Sogra"

Amigos,

Sempre que eu reúno professores, a cada início de ano letivo, deixo claro que, para termos sucesso em nossos objetivos precisamos aprender a gostar do aluno e gostar de ensinar.

Mas sempre lembro que nenhum de nós conseguirá fazer isso se não estiver bem resolvido emocionalmente, o que passa obrigatoriamente com estar bem resolvido na relação conjugal.

Mas isso não é apenas para professores. Todos os profissionais estarão melhores em seus objetivos se estiverem bem resolvidos.

Por causa disso, hoje, a nossa conversa é dirigida a nós, adultos, e o tema é:

Como garantir a felicidade conjugal, para sempre!

E não apenas enquanto os corpos estão jovens e cheios de energia!

O assunto é difícil e polêmico, ainda mais em um período em que o amor está sendo confundido com sexo e em que a felicidade tem sido apontada como uma utopia!

Mas nessa abordagem de hoje vamos analisar o que diz Olímpia, na obra de Aluísio Azevedo, “O livro de uma sogra”.

Quem não lembra ou não leu, pode baixa-lo gratuitamente em nossa biblioteca virtual: iupe.webnode.com/biblioteca

Esse é o livro de número 308.

Sabemos que, nos dias atuais, a separação de casais é uma prática tão constante e tão frequente que se tornou tão comum como o desvio de verbas públicas realizados por alguns congressistas. A gente já acha quase uma coisa normal!

Sentir "felicidade conjugal" passou a ser, para muita gente, o momento de uma relação sexual. Mais que isso está sendo visto como uma utopia!

Mas o pior é que essa carência vai afetar todas as demais atividades da pessoa, porque não há como estar bem com as pessoas se não se está bem resolvido em casa!

Então, acho que podemos começar com a análise dos conselhos que Olímpia deixou escrito em seu diário, para ser lido por sua filha Palmira e ao seu genro Leandro.

Olímpia foi bem clara quando disse que a felicidade material, aquela que se funda na vida orgânica da nossa espécie, essa pode ser alcançada em qualquer relacionamento afetivo e sexual. É o que mais se estimula hoje. Sexo pelo sexo! Amor descartável!
Casamento como resultado de simples atração sexual, etc. etc.

Só que essa não garante a continuidade desse sentimento.

Essa é a tal felicidade dos quarenta minutos...

A felicidade mais alta e mais perfeita, a que durará para sempre, e a que ela, Olímpia, só conheceu quando se juntou ao segundo esposo, essa precisa de muito mais do que isso.

Essa, que é, segundo Olímpia, a que se baseia e garante o verdadeiro prazer da vida moral, precisa que cada um dos cônjuges tenha, além do cônjuge, um amigo, um amado de espírito, um eleito da inteligência.

Segundo ela todo homem e toda mulher precisa, não só de um companheiro para sua carne, mas também de um companheiro para sua alma!

Pode parecer estranho, mas o ser humano é um animal social, e precisa satisfazer, também, a sua necessidade de relacionamento afetivo fraternal e intelectual.

Esse é o amor que Olímpia chama de amor da alma, sem relação com o amor conjugal!
“(...)A vida é o amor e o amor não é só a procriação(...)! ”

Olímpia diz que um dos maiores perigos da carne é que ela é egoísta e ainda afirma: “(...)temam o despotismo da carne! A carne é irmã degenerada — é o Caim da alma!
Afastem um do outro, esses dois irmãos irreconciliáveis, para que o ideal não caia assassinado pela besta(...)! ”

Olímpia recomendou aos dois, então, que buscassem o esposo das suas almas, bem longe do leito matrimonial “(...)com os olhos bem limpos de luxúria, com a boca despreocupada de beijos terrenos, com o sangue tranquilo e o corpo deslodado das lubrificações carnais! Minha filha — toma um amante — para teu espírito! Meu filho — elege uma amiga — para o teu coração de homem(...)! ”

E nossa reflexão começa aqui.

Há quem diga que essa neurose da busca pela felicidade estressa muito mais a pessoa do que acomodar-se ao sofrimento.

Realmente! Acomodar-se pode até estressar menos, mas destrói todas as expectativas de vida!

Mas o que pretendo nessa conversa de hoje, é lançar essa reflexão sobre esse pensamento de Olímpia.

Juntar em uma mesma pessoa o amor conjugal, o amor fraternal e o amor intelectual pode ser, mesmo, uma carga muito grande, levando a relação a um sufocamento!

Talvez ela tenha exagerado ao dizer que juntar todos esses amores em uma só pessoa possa fazer com que “(...)o ideal caia assassinado pela besta(...)”

Mas, assim como Freud exagerava muito nas suas interpretações das emoções e sentimentos das crianças, Olímpia pode ter exagerado na interpretação do amor da alma.

Mas vemos que muita coisa tem sentido quando analisamos as brigas conjugais provocadas por praticamente nada!

E briga por nada significa que a relação está desgastada.

E esse desgaste pode ter como causa o sufocamento provocado pela sobrecarga de amores em uma só pessoa.

Pelo que pode ser deduzido do pensamento de Olímpia, a dedicação exclusiva ao cônjuge, fazendo dele o representante de todas as satisfações necessárias, da carnal à intelectual e fraternal, mistura emoções incompatíveis e irreconciliáveis, e pode destruir qualquer casamento!

E ainda segundo essa mesma linha de pensamento, essa destruição tanto pode ser emocional, transformando o casamento em um fardo pesado a ser carregado pelos dois, como pode provocar intolerâncias perigosas, transformadas até em atos de violência doméstica.

Vamos refletir sobre isso?  

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Adolescência: mudanças no corpo e na mente

Amigos,

A partir de agora vamos publicar a série ADOLESCENTES, iniciando com esse vídeo onde comento sobre as três mudanças básicas no corpo e na mente.

Nos próximos iremos direto às perguntas que já estou recebendo por E-Mail, WhatsApp e Face.

Fiquem tranquilos porque as perguntas serão consideradas anônimas, ou seja, anotarei as perguntas e apagarei as fontes, para que todos possam perguntar com total privacidade.


Aqui vai o primeiro da série: Adolescência I – mudanças no corpo e na mente

Essa nossa conversa é com você, adolescente!

A cada dúvida recebida tentaremos explicar da melhor forma possível, para que sirva como uma ajuda a quem não está tendo o apoio necessário nessa fase da vida.

Afinal, quando se passa dos doze ou treze anos, ocorre tanta mudança no corpo e na mente, que muitas delas podem trazer uma série de dúvidas e inquietações.

Se você tem a sorte de ter pais atentos, disponíveis e abertos ao diálogo, maravilha!

É a hora de pedir a eles para reservarem um tempo só para ouvi-lo, para que você possa colocar para fora tudo o que sente, tudo o que pensa sobre o que sente, e assim poderem, você e eles, analisarem o que está ocorrendo e, aos poucos, chegarem a alguma conclusão que o ajude a enfrentar tantas mudanças.

Mas se isso não é a sua realidade, vamos analisar com muito cuidado o que está ocorrendo.

Primeira mudança - aprendizagem

Até agora toda a energia sua estava sendo utilizada para o seu crescimento corporal e para a formação de sua inteligência.

A partir de agora uma grande parte dessa energia está dedicada ao desenvolvimento das suas características sexuais, reduzindo bastante a parte que era usada para a inteligência.

Isso não significa que você emburreceu totalmente, mas, na realidade, significa que algumas dificuldades de raciocínio e de aprendizagem podem ocorrer sim!

Então, é o momento de ter alguns cuidados. Vamos a eles:

Primeiro cuidado:

Não se espantar com a dificuldade de entender os assuntos das aulas, já que isso é natural.

Você não perdeu a capacidade de aprender. Você apenas precisa entender quais são as dificuldades que apareceram, para ver se consegue resolver isso sozinho ou se precisa de ajuda.

Para começar a resolver sozinho, vamos ao segundo cuidado:

Segundo cuidado:

Criar estratégias para que essa dificuldade não lhe atrapalhe e você aprenda tão bem como antes.

Então, para evitar que as dificuldades aumentem, basta que você mude sua rotina de estudos, e siga alguns pequenos detalhes, que vamos definir como técnicas que, embora sejam poucos e simples, mudam tudo e só ajudam!

Vamos ver o que fazer durante a aula e no estudo em casa:

Primeira técnica – anotar ao estudar:

Toda vez que você estiver assistindo a uma aula ou estudando em casa ou em qualquer lugar, esteja sempre com um caderno aberto e anotando.

Essas anotações podem ser de palavras importantes que estão sendo faladas, ou pequenos resumos, ou até uma espécie de fichamento.

O importante é estar escrevendo e, se possível, com uma letra que seja fácil para você mesmo ler depois, para fazer um estudo mais detalhado.

Esse caderno, que serve para anotar durante a aula e serve para anotar durante o estudo, vai ser a base do seu aprendizado.

Por que escrever sempre? Porque o nosso cérebro precisa ser programado para levar para a memória definitiva apenas os assuntos mais importantes do dia.

E a forma de programarmos isso é estarmos ativando a musculatura das mãos durante a escrita ao mesmo tempo em que ouvimos e procuramos entender o assunto dado pelo professor ou lido em um livro.

Segunda técnica – ler o assunto da aula na véspera:

A segunda técnica é a que os países mais adiantados do mundo estão fazendo atualmente, e que se chama de escola invertida.

A coisa é muito simples. Basta ler, na véspera da aula, o assunto que será dado no dia seguinte.

Se, além de ler, você conseguir arranjar tempo para assistir a uma vídeo-aula sobre esse assunto, melhor ainda!

Isso faz com que, na aula do dia seguinte, além de você entender tudo com muito mais facilidade, ainda poderá tirar dúvidas sobre o assunto que, se você não tivesse feito isso, nem saberia que teria tais dúvidas!

Resultado:

Com esses dois cuidados e com essas duas técnicas, você nem perceberá qualquer redução na sua capacidade de entendimento e terá uma adolescência muito mais tranquila e sem estresses.

Em um outro momento nós vamos falar mais detalhes sobre aprendizagem e, principalmente, sobre a forma de desenvolver a inteligência.

Segunda mudança – amor e paixão

Nessa idade a forma de se gostar dos amigos e amigas começa a mudar um pouco. Surgem emoções mais fortes ligadas a alguns deles, e uns passam a ser mais importantes que outros.

E quando essas emoções e os sentimentos começam a ter algum significado, isso pode confundir muito a sua cabeça.

Isso é por causa do desenvolvimento das suas características sexuais. Surgem atrações afetivas mais bem definidas, fazendo com que a presença de algumas pessoas faça o seu coração bater mais forte.

Você tem que estar preparado para saber que isso vai começar a acontecer agora, mas vai continuar acontecendo cada vez mais, para que seu cérebro continue construindo a sua capacidade de relacionamento afetivo.

Quando o adolescente tem alguma carência afetiva em casa é comum ele confundir esses sentimentos com paixão ou amor!

Não é nada disso ainda! Por mais forte que o coração bata, ainda é cedo para isso poder ser visto como paixão ou amor!

Então, para evitar que você sofra à toa, nada deve ser considerado definitivo ainda!

Se você se jogar a um relacionamento desses, pode ter certeza de que poderá se arrepender mais tarde.

Agora o momento é para se dedicar a muitas brincadeiras, atividades físicas, jogos, passatempos e diversões, procurando sempre estar mais ao vivo, ao ar livre, do que mergulhado na virtualidade de um computador ou smartphone.

É o momento de se divertir, brincar, passear, conhecer pessoas novas, mas nada de se prender a alguém, já que tudo está em mudança dentro de sua mente.

Se você tem um hobby, como por exemplo, jogos eletrônicos ou desenvolvimento de programas de computador ou outra coisa qualquer, lembre-se sempre de incluir muita atividade física e muito estudo, para garantir seu desenvolvimento mais equilibrado e sem estresse.

Resultado:

Fazendo isso você terá um desenvolvimento físico e emocional perfeito, estará sempre se sentindo muito bem consigo mesmo e estará livre de um monte de complicações, preocupações e estresses que surgem com as pessoas que se lançam muito cedo em relacionamentos afetivos como namoro, por exemplo.

Terceira mudança – heterossexualidade, homossexualidade ou bissexualidade

Nessa fase, como as atrações afetivas estão em pleno despertar e desenvolvimento, é muito comum haver uma grande confusão nesses sentimentos.

E essa confusão, se não for bem esclarecida, pode causar grandes sofrimentos e estragar toda a vida afetiva de uma pessoa.

Se a primeira pessoa a despertar essa batida do coração for um colega do sexo oposto, nenhum espanto ocorrerá, apenas aquela confusão que já falamos, de achar que essa é a única e verdadeira paixão se sua vida, o que já é um grande perigo para a sua felicidade futura, já que é hora de se divertir, mas nunca de se amarrar a alguém!

Mas as coisas ficam ainda piores se essa primeira pessoa é um colega do mesmo sexo!

E como existe uma propaganda muito forte, embora de forma disfarçada, em relação à homossexualidade, é fácil, para o adolescente, ser influenciado.

A confusão na cabeça estará formada, porque isso vai dar oportunidade a você se rotular de homossexual ou bissexual, sem que, na realidade, isso seja obrigatoriamente verdadeiro.

Sabemos todos que a discriminação em relação a isso existe e é muito forte. Não adianta querer “tapar o sol com a peneira”. Sentimentos assim exigem muito cuidado e muita reflexão.

Para começar, caso isso ocorra com você, nunca se rotule disso nem daquilo! Primeiro porque isso vai bloquear a sua própria mente em relação aos outros sentimentos que virão e que, muitas vezes, poderão ser completamente diferentes desses.

A atitude a tomar é exatamente a mesma que comentamos antes, ou seja, o momento é o de se dedicar a muitas atividades físicas e aos seus estudos visando uma profissão que lhe dê futuro e:

Se divertir, brincar, passear, conhecer pessoas novas, mas nada de se prender a alguém, já que tudo está em mudança dentro de sua mente.

Logo de cara saiba que você não tem que se definir heterossexual, homossexual nem bissexual!

Além de ser muito cedo para saber exatamente qual é a sua verdadeira orientação, você não tem obrigação de dar satisfação alguma disso para ninguém!

Aos poucos você vai amadurecer seus sentimentos e perceber qual a sua verdadeira orientação sexual, mas nada disso é definitivo agora.

E no caso de, após o amadurecimento, você chegar a conclusão de que sua orientação não é heterossexual, lembre-se sempre que sua vida afetiva só interessa a você!

O que você deve mostrar para o mundo é a qualidade de seus trabalhos, a qualidade de sua profissão e o valor daquilo que você faz!

A melhor recomendação para se ter uma vida tranquila e feliz, sem interferências externas, é manter em sigilo absoluto três coisas:

- Como é a sua vida afetiva

- Quanto você ganha

- Quais são os seus próximos passos

Divulgar essas três coisas significa dar oportunidade a que todos deem palpites e atrapalharem a sua felicidade.

Para dar continuidade a nosso assunto, mandem seus relatos, suas dúvidas e seus questionamentos para mim, pelo meu e-mail, ou pelo whatsapp.

O texto desse vídeo vai ser digitado e logo em seguida será publicado no nosso blog:

robertoandersen.blogspot.com

Um forte abraço,


Até nosso próximo encontro.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Educação Inclusiva - detalhe importante! Não pode ser exigido LAUDO MÉDICO para que o aluno especial frequente o AEE (Atendimento Educacional Especializado)!

Tenho comentado isso em todas as minhas palestras, mas até os fiscais das Secretarias de Educação parecem não saber disso!

Tenham sempre em mãos a NOTA TÉCNICA Nº 04/ 2014/ MEC/ SECADI/DPEE de 23/01/2014, que diz claramente:

"(...)Neste liame não se pode considerar imprescindível a apresentação de laudo médico (diagnóstico clínico) por parte do aluno com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento ou altas habilidades/superdotação, uma vez que o AEE caracteriza-se por atendimento pedagógico e não clínico.

Durante o estudo de caso, primeira etapa da elaboração do Plano de AEE, se for necessário, o professor do AEE, poderá articular-se com profissionais da área da saúde, tornando-se o laudo médico, neste caso, um documento anexo ao Plano de AEE.

Por isso, não se trata de documento obrigatório, mas, complementar, quando a escola julgar necessário.

O importante é que o direito das pessoas com deficiência à educação não poderá ser cerceado pela exigência de laudo médico.


A exigência de diagnóstico clínico dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades/superdotação, para declará-lo, no Censo Escolar, público alvo da educação especial e, por conseguinte, garantir-lhes o atendimento de suas especificidades educacionais, denotaria imposição de barreiras ao seu acesso aos sistemas de ensino, configurando-se em discriminação e cerceamento de direito(...)"

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Família e escola - dicas importantes para pais e professores


Família e escola

Educar nunca foi fácil!

Se a criança fosse uma máquina cibernética, como os robôs produzidos pelos laboratórios de inteligência artificial, bastaria implantar uma boa programação no seu cérebro e ligar a chave.

Na hora de dormir, em vez de tentar convencê-lo a desligar o celular, ou a parar de jogar no computador, bastaria desligar a chave.

Mas nossos filhos ainda são biológicos, com cérebros que se desenvolvem sozinhos, embora sejam tão programáveis como os robôs, mas com diferenças fundamentais:

Uma delas é o componente emocional, que não existe no robô;

Outro é o fato de sua programação ser realizada o tempo todo, durante toda a vida, e por uma infinidade de programadores!

Podemos comparar dizendo que o robô é o sistema Windows e nosso filho é o Linux.

O Windows já vem com programação de fábrica e ninguém altera.

O Linux é de programação livre e todo mundo mete a mão.

Essa programação é realizada, ao mesmo tempo, pelas informações genéticas e biológicas, mas, principalmente, pela forma como ele percebe e sente todo o mundo que está à sua volta.

Isso significa que a programação do nosso filho é feita tanto pelos genes recebidos por herança biológica, como também por:

- A forma como ele percebe e sente o relacionamento conosco;
- A forma como ele percebe e sente o mundo à sua volta;
- A forma como ele se relaciona com o resto da família e amigos;
- A forma como ele percebe e sente a relação com os professores e colegas;
- A forma como ele se emociona com os programas de TV, com os jogos pelo computador, com as conversas pelas redes sociais;
- A forma como ele se entusiasma ou despreza os livros que lê, os conteúdos das aulas as quais assiste, e tudo o mais.

E como os cérebros são diferentes, isso significa que a forma de eles perceberem, sentirem, se emocionarem, se entusiasmarem ou desprezarem varia muito, de um para outro.

Não existe um padrão de comportamento emocional.

Isso a gente percebe ao analisar a diferença de comportamento entre irmãos, mesmo vivendo na mesma casa e sujeitos à mesma educação.

Mas nem tudo é desesperador, já que sempre existe algo em comum em todos eles.

E é esse algo em comum que devemos buscar para interferirmos, de forma positiva, nessa programação, para que seja construído nele um equilíbrio emocional e uma segurança afetiva que vai defende-lo de quaisquer sentimentos ruins, emoções negativas, tristezas, ansiedades e angústias.

Como fazer isso?

Primeiramente fazer uma aliança entre a família e a escola.

Sabemos que a parte da educação em casa é diferente da parte da educação na escola, mas são áreas complementares. Uma não funciona sem a outra.

Sabemos também que pais não aprenderam a serem pais nem a educar seus filhos.

Pais tentam fazer sua parte por intuição. Essa educação doméstica visa formar pessoas equilibradas emocionalmente e com a segurança afetiva necessária para estar de bem com a vida.

Professores aprenderam, nas faculdades, a educar, mas essa educação visa desenvolver o conhecimento e a intelectualidade visando o sucesso profissional.

E agora?

Primeiro de tudo, a família deve entender que muitas das características de seus filhos só serão percebidos pelos professores, na escola.

Então é importantíssimo ouvir o que cada professor pode dizer do filho, sem aquela de “quem conhece muito bem meu filho sou eu! ”

Nada disso!

Nós conhecemos as características que nossos filhos apresentam em nossa casa e na nossa frente, mas não as que ele só apresentará ao se ver livre e solto entre colegas de sua turma e sem a observação dos pais.

E para que possamos garantir seu desenvolvimento correto precisamos ouvir os professores e buscar dicas para a nossa parte da educação.

Lembrem que a nossa, em casa, é a que garante a felicidade, desde que sejam construídos o equilíbrio emocional e a segurança afetiva que só nós, em casa podemos dar.

Nesse nosso encontro de hoje vamos apresentar algumas dicas que podem ajudar na parte da construção de equilíbrio emocional e segurança afetiva.

Vamos a elas:

Dica 1 - Escuta ativa

Pare tudo para ouvir o filho, quando você perceber que ele precisa dizer algo.

Nem sempre será fácil ele conseguir dizer algo, mesmo que ele sinta que você não vai criticá-lo nem o punir.

Há assuntos, principalmente na adolescência, como sentimentos, emoções e atrações, que nem ele mesmo está entendendo e que precisa de apoio emocional e afetivo para isso.

Então a ESCUTA ATIVA significa escutar e estimulá-lo a falar ainda mais e com mais liberdade, tudo o que ele está sentindo, sem que precise medir as palavras nem esconder seus verdadeiros sentimentos ou emoções.

ESCUTA ATIVA significa não interromper sua frase no meio, mesmo que já saibamos o que ele vai dizer.

ESCUTA ATIVA significa procurar entender o que ele está sentindo, mesmo que ele não consiga se expressar, e dar todo o apoio emocional que ele precisa nesse momento.

Dica 2 - Afeto paternal e maternal e limites

Os pais costumam abraçar, beijar, dar carinho e afagar seus filhos e ir mostrando o que é certo e o que é errado, enquanto são bebês.

Isso reduz um pouco na fase da infância.

E, infelizmente reduz mais ainda e quase se anula, a partir da adolescência.

Dar amor verdadeiro significa dar afeto e impor limites o tempo toda e para toda a vida!

Afeto preenche a necessidade de satisfação emocional.

Limites preenche a necessidade de segurança emocional.

Não é por acaso que o consumo de maconha e a procura de atitudes de risco ou de autopunição aumentam na mesma proporção em que o afeto paternal e maternal e a imposição de limites são reduzidos.

Mas é muito clara essa relação! Qualquer pesquisa séria nesses campos mostra isso!

O ser humano, como falemos no início, difere muito do robô, exatamente por ser constituído de uma parte emocional dominante!

Sem o preenchimento dessa parte emocional surge a carência afetiva e a falta de segurança.

E na medida que essa carência afetiva e essa insegurança emocional aumentam, surgem ansiedades, angústias e até estados depressivos que podem ser muito graves!

Então a afetividade e os limites no relacionamento entre pais e filhos devem ser constantemente praticados, para que não sejam deixados espaços em branco, mal preenchidos, e que acabarão dando margem a serem preenchidos por influências negativas destruidoras!

Dedique sempre algum tempo para estar com ele, mesmo sem falar nada, só estar junto dele, observando o que ele faz, mostrando que está à sua disposição e que sele sempre terá momentos como esse, por mais ocupado que você seja não resto todo da semana.

Um abraço em cada um desses momentos é uma troca de afeto que só constrói toda essa segurança emocional que ele precisa.

Dida 3 - Sobre a escola e os estudos

Não pergunte de aulas, provas, notas, nada disso! Se ele falar, tudo bem.

A conversa diária após as aulas deve incluir apenas um tipo de pergunta:

Me diga o que você tem aprendido!
Me mostre o que você tem descoberto nos estudos.
Me mostre o que você está conseguindo produzir nos trabalhos.
Me ensine algo interessante que você aprendeu! Afinal, tem muita coisa nova que eu não sei ainda...

E sempre que perceber algum erro ou que ele lhe mostrar que errou alguma coisa, o comentário deve ser estimulante, ou seja:

É, mas você quase acertou! Daqui a pouco você vai estar dominando o assunto! Errar é parte importante do processo de aprender.

Se você perguntar por notas ele só vai se interessar por elas, e nunca pela aprendizagem dos assuntos.

E a cada fracasso virá a ansiedade, que pode levar a angústias e em seguida a todas as atitudes destruidoras buscando uma compensação pelo seu erro ou uma autopunição por ter fracassado.

Observação importante - Pais separados

Se os pais forem separados, tudo isso tem que ser feito por cada um dos dois.

E, o mais importante de tudo, no caso de pais separados é que cada um SÓ DEVE FALAR SOBRE AS QUALIDADES DO OUTRO!

O filho precisa gostar e sentir amor pelos dois, nunca apenas por um e jamais ser levado a desprezar o outro.

Concluindo nosso encontro de hoje:

Dedique tempo para ouvir seu filho e mostre que ele pode dizer tudo o que sente, sempre que desejar, e sem ter receio de ser mal-entendido nem criticado.

Abrace-o sempre e mostre sua preocupação com sua segurança, sua saúde e sua felicidade. Por isso você quer saber onde ele vai com quem anda e o que faz. Porque você sente amor por ele, de verdade!

Estimule-o a querer aprender cada vez mais, independentemente de notas, provas, resultados, etc. 

Erros fazem parte do aprendizado e ajudam a construir o sucesso com mais segurança.


E podem ter certeza de que, agindo assim, resgataremos para nosso filho o amor que ele precisa sentir por ele mesmo, a autoconfiança e a satisfação e a segurança emocional que vão resultar em felicidade, para ele e para você.