sexta-feira, 22 de abril de 2016

IUPE Educação - Para que serve o professor e a avaliação

Assunto de hoje:

Avaliação – Para que servem professor e avaliação?

Amigos,

As dúvidas em relação ao processo educacional são muitas. Em relação aos procedimentos de avaliação, as dúvidas são maiores ainda.

Em relação à Educação Inclusiva então, muitos tentam acertar, mas alguns nem querem se dar ao trabalho de se capacitar para isso!

Quem sofre com isso são os alunos e, mais tarde, a própria sociedade, que acaba sendo composta por pessoas malformadas, mal-educadas e mal preparadas em todos os seus aspectos.

Hoje vamos voltar a falar de avaliação, mas vamos focar nossa conversa em duas perguntas básicas: 

Para que serve o professor e para que serve a avaliação?

Vamos à primeira: Para que serve um professor?

Professor serve para elaborar estratégias de ensino que garantam, a cada um de seus alunos, a aprendizagem de todo o conhecimento necessário para o exercício de uma profissão ou para desenvolver uma habilidade, sempre visando a independência e autossuficiência futura desse aluno.

Já que é para elaborar essas estratégias, como ele vai conseguir fazer isso, para que o ensino se transforme em aprendizagem real?

Simples, embora trabalhoso:

Basta fazer o que é nossa obrigação como professor, que é sempre estar lendo, estudando, analisando, discutindo e, principalmente, experimentando, as maravilhosas teorias desenvolvidas por Piaget, Vygotsky, Wallon, Erikson, Freud, Pichon Riviere e todos os outros.

Mas tem que estudar, tem que se dedicar, tem que pesquisar... E nunca dar uma de professor sabotador, dizendo que teorias são teorias, mas na prática não funcionam! Só para não se dar ao trabalho de estudar!

Essa fuga é característica de quem escolheu a profissão, não porque gosta, mas somente por não ter competência para ser mais nada na vida!

Só que esse não percebeu que, para ser professor mesmo, precisa muito mais do que fazer um concurso ou se formar em licenciatura ou pedagogia...

Quando dizemos que as teorias devem ser estudadas a fundo, não é para seguir rigorosamente cada um daqueles ensinamentos, como se fosse um Manual de Serviços, mas sim para adaptar cada um deles ao seu perfil como educador e ao perfil da turma que ele vai assumir.

Então o professor vai criar estratégias para que o seu ensino, devido à metodologia que ele vai desenvolver, se transforme em aprendizagem para todos os seus alunos, sem excluir nenhum deles, ou seja, tenham eles as características cognitivas que tiverem.

Agora vamos à segunda pergunta, que é: Para que serve a avaliação?

A avaliação mede, em primeiro lugar, se houve eficácia no processo ensino-aprendizagem.

Ou seja, ela vai servir, principalmente, para que o professor analise se a sua estratégia de ensino está correta ou se precisa ser alterada, para que seu objetivo, como professor, seja alcançado.

Podemos, então, concluir dessas duas definições que, o resultado insuficiente alcançado pelo aluno em uma avaliação significa, normalmente, que a estratégia de ensino aplicada não está dando certo!

Então, é importante que o professor tenha a necessária humildade para reconhecer que notas baixas de seus alunos são alarmes importantes para que ele analise o que deve ser mudado em sua estratégia, para que esses alunos consigam aprender aquilo ele pretendia ensinar.

E para o aluno especial, quando a elevação da sua autoestima é o objetivo mais importante de todo o processo, o professor, ao elaborar as perguntas e questões, deve estar certo de que seu aluno as entenderá e as responderá corretamente. Qualquer erro do aluno, nesse caso, deve ser considerado erro de elaboração das questões ou erro no processo de ensino-aprendizagem.

Nesse momento é sempre bom lembrar que Comenius escreveu, em pleno século XVII, que “Idiota é aquele que quer ensinar ao aluno, não o que ele pode aprender, mas sim o que ele próprio deseja”.

Acho que essa frase de Comenius diz tudo sobre ensino e aprendizagem, principalmente se falarmos de educação inclusiva.

Mas, então por que as avaliações parecem ter mudado completamente de objetivo?

Vejo professores dizerem claramente que precisam utilizar notas como arma para que consigam manter o domínio de classe.

Vejo escolas se utilizarem das notas para excluir alunos que estejam fora do padrão desejado e que, por isso, não permitirão que a escola se promova como escola que aprova no vestibular.

E dificilmente vejo professores preocupados em mudar sua forma de ensino para garantir melhor aprendizagem de todos os alunos, embora essa seja a forma correta de um professor, que esteja ciente dos objetivos da avaliação, proceder.

Agora vamos às dificuldades encontradas para se levar adiante um processo de avaliação que seja eficaz e produtivo, ajudando os alunos a progredirem na aquisição do conhecimento:

Primeira dificuldade:

O professor acomodado!

Professor acomodado é aquele que não quer sair da sua “zona de conforto”, e que dá sua aula sem qualquer preocupação com os diferentes níveis de entendimento de seus alunos, que aplica provas tradicionais e que as corrige apenas para saber quais dos seus alunos foi aprovado e quais foram reprovados.

Esse professor, que já não dá certo para alunos regulares, será pior ainda para alunos de inclusão que estejam em suas salas de aula.

Normalmente eles “aceitam” o aluno em sala, mas não acham que seja sua obrigação a adaptação dos conteúdos da aula à capacidade cognitiva deles.

Os alunos com qualquer dificuldade de aprendizagem ficam abandonados à sua própria sorte e os especiais ficam entregue ao profissional de apoio escolar que foi designado para ajudá-lo.

Segunda dificuldade:

O professor sabotador!

Professor sabotador é aquele que, ao ser solicitado a alterar seu processo de aulas e de avaliações para atender aos diferentes níveis cognitivos de seus alunos, reclama que isso não funciona.

E diz ainda “Isso, na teoria, é maravilhoso, mas na prática, nunca dará certo. ”

E ainda insiste em dizer que quem fala isso não sabe o que é uma sala de aula e nunca conseguiria fazer nada disso numa turma igual a dele.

Precisamos, então, entender que professores acomodados e sabotadores são os que mais contribuem para a má fama dessa profissão;

Esses, mesmo sem se dar conta disso, estão contribuindo com o sistema vigente, mesmo que inconscientemente, para destruir a educação de nosso país.


Se conseguirmos nos livrar da péssima influência vinda do acomodado e do sabotador, poderemos adaptar nossas aulas e avaliações para que sejam realmente eficazes, estimulantes e produtivas, conseguindo assim alcançar o objetivo desejado.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

IUPE Educação - Vacina com Timerosal - polêmica


Para quem ainda tem alguma dúvida se o TIMEROSAL nas vacinas faz mal ou não, aqui vai a pesquisa de Diego Agnelo, um dos nossos brilhantes ex-alunos, hoje na UFBa:

Publico aqui a sua pesquisa rápida sobre o TIMEROSAL:

Ok, vamos para uma revisão simples da literatura, iniciaremos com dois fatos:

1 - o timerosal é de fato uma substância presente em diversas vacinas brasileira incluindo a do H1N1.

2 - o timerosal de fato é um composto orgânico que consiste num anel aromático com ramificações contendo uma carbonila, uma ligação iônica entre um oxigênio e íon de sódio, um átomo de enxofre e outro de mercúrio.

Porque o timerosal é utilizado nessas vacinas?

O timerosal nessas vacinas funciona como um conservante, impedindo a degradação do material pela ação microbiana.

Minha pesquisa foi feita através do sistema de busca "Google Scholar" que seleciona apenas artigos acadêmicos, baseados nas palavras chaves, ano de busca e dos operadores booleanos (AND, OR, NOT). Como não quis ser tendencioso na minha pesquisa apenas utilizei a palavra chave "Timerosal" e selecionei os artigos desde 2014, ou seja, o que há de publicações mais recentes sobre esse composto. Foram encontrados 553 artigos escritos dentro desse período, sobre essa substância. Cada página do Google Scholar fornece uma lista de 10 artigos para revisão, os 100 primeiros artigos que observei, foram publicados em inglês, em revistas internacionais, algumas de renome. Vamos ver o que algumas delas diz:

A Biological Trace Element Research no artigo: “A Case-Control Study Evaluating the Relationship Between Thimerosal-ContainingHaemophilus influenzae Type b Vaccine Administration and the Risk for a Pervasive Developmental Disorder Diagnosis in the United States” de 2015:
“ Routine childhood vaccination is an important public health tool to reduce the morbidity and mortality associated with infectious diseases, but the present study provides new epidemiological evidence of a significant relationship between increasing organic Hg exposure from Thimerosal-containing vaccines and the subsequent risk of PDD diagnosis in males and females.”

Traduzindo:

A vacinação de rotina na infância é uma importante ferramenta de saúde pública para reduzir a morbidade e mortalidade associada a doenças infecciosas, mas o presente estudo fornece novas evidências epidemiológicas de uma significativa relação entre o aumento da exposição orgânica ao Hg a partir de vacinas contendo timerosal e o subsequente risco de diagnóstico de PDD em machos e fêmeas.

Hg é a sigla para o elemento químico “mercúrio”.

PDD é uma sigla para “pervasive developmental disorder” ou seria o equivalente ao português 
“Transtorno Global do Desenvolvimento”, para simplificar é uma categoria que envolve um conjunto de doenças como: Autismo, Síndrome de Rett, Síndrome de Heller e Síndrome de Asperger.

Vamos para a próxima revista:

A Brain Science no artigo “Thimerosal-Preserved Hepatitis B Vaccine and Hyperkinetic Syndrome of Childhood”, 2016 diz:
“…Hyperkinetic syndrome of childhood (HKSoC) is an International Classification of Diseases…”
“…Some studies have implicated mercury (Hg) exposure as a risk factor…”
“…This hypothesis testing study; using the Vaccine Safety Datalink; assessed the toxicological effects of bolus exposure to organic-Hg from Thimerosal-containing vaccines (TCVs) by examining the relationship between Thimerosal-preserved hepatitis B vaccines…”
“The results indicate that increasing organic-Hg exposure from TCVs heightens the risk of a HKSoC diagnosis.”

Traduzindo:

...Alguns estudos têm implicado a exposição ao (Hg) como um factor de risco...
...Esse estudo testa essa hipótese; usando o Banco de dados Vaccine Safety; avaliando os efeitos toxicológicos de exposição a pílulas de Hg-orgânico a partir de vacinas contendo Timerosal (TCVs), examinando a relação entre a vacina contra a hepatite B Timerosal preservadas...
...Os resultados indicam que o aumento da exposição Hg-orgânico de TSVC aumenta o risco de um diagnóstico de HKSoC...

Só mais uma revista para não cansar vocês:

“…Few studies have addressed co-occurring methylmercury (MeHg) from maternal origin and ethylmercury (EtHg) from Thimerosal-containing vaccines (TCVs) during infant's neurodevelopment. We studied children (n=1139) from the Western Amazon based on combined (low, intermediate, and high) exposure to chronic MeHg from fish consumption and acute TCV- EtHg…”
“…We found a statistically significant increase in neurodevelopmental (BSID) delays related to the combined exposure to Hg (MeHg>EtHg). Neurodevelopment delays due to low-doses of organic mercury (albeit undiscernible) are not predictable but can be avoided by choosing low-Hg fish and providing Thimerosal-free vaccines…”

Traduzindo:

Poucos estudos têm abordado co-ocorrência de metil-mercúrio (MeHg) de origem e etil-mercúrio (EtHg) de vacinas contendo Timerosal (TVCs) durante o desenvolvimento neurológico da criança. Foram estudadas crianças (n = 1.139) da Amazônia Ocidental com base em exposição combinada (baixo, intermediário e alto) para MeHg crônica no consumo de peixe e aguda em TCV- EtHg.
Encontramos um aumento estatisticamente significativo na (BSID) atrasos do desenvolvimento neurológico relacionados com a exposição combinada a Hg (MeHg> EtHg). atrasos do desenvolvimento neurológico devido a baixas doses de mercúrio orgânico (embora indiscernível) não são previsíveis, mas pode ser evitado escolhendo low-Hg peixes e fornecendo vacinas livre de Timerosal

Conclusão:

As três revistas analisadas demonstram que existe uma inter-relação entre o Hg encontrado em moléculas como o Timerosal e problemas no desenvolvimento neurológico. Vale ressaltar que tudo é tóxico a depender da concentração, no entanto, tais estudos como foi relatado nos mesmos foram realizados com concentrações de Timerosal comumente encontradas em vacinas que usam o Timerosal como um conservante para evitar a degradação do material pela ação microbiana.

Diego Francisco de Agnelo Silva

Graduando em Farmácia pela Universidade Federal da Bahia
Currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do...

quinta-feira, 7 de abril de 2016

IUPE Educação Infantil - desafios a enfrentar

Essas foram as perguntas:

1-Como manter o autocontrole em sala de aula na Educação Infantil, e como lidar com interferências dos pais no ensino, no lar e na instituição?

2-Ao longo dos anos da sua profissão, o que você considera mais difícil em relação à Educação Infantil?

3-O que você diria aos profissionais de Educação Infantil em relação ao autocontrole?

Eu concentrarei as respostas às perguntas, por meio de uma análise dos desafios da Educação Infantil. 
Acredito que todas estarão respondidas, exceto a que se refere à interferência dos pais, que responderei no final:

DESAFIOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL:

1.AMOR PRÓPRIO

O professor de uma turma de Educação Infantil só logrará êxito verdadeiro em seu relacionamento professor-aluno se, inicialmente, estiver bem resolvido emocionalmente em sua vida pessoal e conjugal.

Só estando bem resolvido esse professor terá a energia do amor imprescindível para criar a empatia professor-aluno desde o seu primeiro dia de relacionamento.

Então, o primeiro desafio do professor de Educação Infantil é com ele mesmo e com seu cônjuge.

A função de professor de Educação Infantil não é uma função automática, mecânica ou organizacional, onde o peso da emoção pouco importa.

Essa função é primordialmente emocional e afetiva.

O professor de Educação Infantil que não está disposto a resolver sua vida pessoal e conjugal não deve sequer pensar em ser professor, mas sim em procurar outra função onde a estabilidade emocional não seja uma necessidade primordial.

2.AMOR AO ALUNO

Solucionado o primeiro desafio, vamos ao segundo, também ligado ao AMOR.

Desde o primeiro contato com seus alunos, o professor deve estar preparado para amá-los incondicionalmente, ou seja, independentemente de suas características comportamentais, características emocionais, psíquicas, ou de qualquer anomalia, principalmente as que provocam natural rejeição por parte da sociedade, como defeitos físicos aparentes.

Estratégias como lançar um segundo ou terceiro olhar para uma criança cuja primeira impressão nos provocou um sentimento de rejeição, sempre funcionam. Um segundo olhar com amor faz com que os defeitos sejam camuflados.

3.ENTENDER AS NECESSIDADES DA FASE EM QUE CADA CRIANÇA ESTÁ

O terceiro desafio é identificar, na criança, a sua fase de desenvolvimento, para poder satisfazer as suas reais necessidades.

Cada uma dessas fases aponta para uma necessidade básica que, se não estiver sendo corretamente satisfeita, provocará inquietação, irritabilidade ou apatia, prejudicando seu relacionamento em grupo e atrasando seu desenvolvimento.

Mesmo que essas fases sejam bem descritas nos manuais de entendimento infantil, cada criança poderá estar adiantada ou atrasada em relação ao padrão, o que deve ser observado pelo professor, para seu planejamento de atividades.

4.ENTRAR NO UNIVERSO DA CRIANÇA

O quarto desafio é conseguir entrar no universo da criança.

Para se conseguir isso com alguns autistas que apresentam o olhar perdido como se estivesse desligado do mundo, por exemplo, é se colocar em sua frente, imitando sutilmente suas atitudes, sempre com olhar paciente e transmitindo muito amor.

Para cada criança o processo pode ser diferente. Cada professor deverá estar preparado para aprender com a própria criança, por meio de observação atenta, a entrar no seu universo.

Algumas vezes esse “entrar no universo” é facilitado pelos próprios colegas em uma mesma turma, mas toda atenção deve ser dada para se descobrir se alguma das crianças está fora do universo grupal.

5.CONQUISTA DA TURMA

O quinto desafio é a conquista da turma, que é básico para se conseguir o domínio de classe tão desejado pelos professores.

Uma vez descoberto o assunto, a atividade, o jogo ou a brincadeira que seja do interesse de toda a turma, esse desafio será vencido criando-se atividades a partir desse interesse comum.

Todos os objetivos da Educação Infantil, principalmente coordenação motora, estímulo aos elementos sensores, estímulos motores e desenvolvimentos em geral, podem ser planejados a partir desse interesse comum.

6.CONQUISTA DO ALUNO ISOLADO

O sexto desafio é a conquista emocional e afetiva do aluno que não se sente bem no grupo. Esse aluno deve ser conquistado individualmente para, aos poucos, ir acostumando ele a um ou dois colegas, até que ele se sinta bem com todo o grupo.

7.AUTOCONTROLE – NÃO CRIAR EXPECTATIVAS

O sétimo desafio para o professor é evitar criar expectativas de resultados em qualquer dos passos anteriores.

Tudo deve ser feito por amor ao que se está fazendo, sem que se crie a necessidade de retorno, ou seja, sem que exista a necessidade de se perceber os resultados positivos de suas atitudes lúdicas, didáticas e pedagógicas.

Quando se cria expectativa de resultados positivos, resultados não satisfatórios podem ser recebidos como decepcionantes, criando uma energia de insatisfação que será facilmente transmitida para seus alunos.

Vamos, agora ao que não foi ainda respondido, que é:

INTERFERÊNCIA DOS PAIS

A única forma de se conseguir evitar interferência negativas dos pais em relação ao desenvolvimento dos seus filhos é por meio de um trabalho de Treinamento Parental, com palestras e debates sobre o tema, para ensiná-los a entender seus próprios filhos e evitar que prejudiquem o seu desenvolvimento.

Nesses treinamentos deve ser dado ênfase ao entendimento de cada fase da criança, a partir da oral, passando pela fase anal, fálica e latente, para permitir que a criança cresça sem traumas e insatisfações prejudiciais ao seu desenvolvimento saudável.

A maioria dos pais não faz a menor ideia do que significam as diferentes fases de desenvolvimento de seus filhos e frequentemente tomam atitudes que criam neuroses comportamentais inadequadas que poderiam ter sido evitadas.


Sem um momento de Treinamento Parental não há como evitar influências destrutivas e prejudiciais à própria criança.