domingo, 31 de dezembro de 2017

Intolerância e amizade


Nossa reflexão agora é sobre o atual nível de intolerância, que gera ignorância e que destrói as amizades:


Oi amigos!
Já falamos de sentimentos e emoções, mas faltou falar de intolerância e amizade!
Todos vocês já devem ter lido postagens, nas redes sociais, mostrando “dicas” para que você identifique quais dos seus contatos devem ser excluídos, eliminados de seu grupo de amigos, por terem ideias absurdamente diferentes das suas!
Isso está tão comum que chega a incomodar!
Nas ruas, nas faculdades, nos movimentos sociais percebe-se, claramente, que sempre existe uma opinião dominante, em forma de consciência coletiva imposta, impedindo que qualquer pessoa que pense diferente possa se expressar.
Muitas vezes essas pessoas são até ameaçadas, simplesmente por pensarem diferente!
Vamos enfatizar: Ideias absurdamente diferentes das suas!
Interessante isso! Considerar que todos devem pensar exatamente igual a mim, é a melhor forma de eu me fechar em minha própria ignorância. Sim! Porque uma opinião sem possibilidade de evolução, é ignorância.
Porque é exatamente dessa forma que nunca teremos qualquer oportunidade para evoluir em pensamentos, ideias, opiniões, conhecimentos e tudo o mais!
Vejamos:
Se seu ciclo de amizades ficar restrito apenas as pessoas que conhecem exatamente o que você conhece, que entendem o que leem, exatamente como você entende, que emitem opiniões exatamente iguais às suas, que gostam exatamente das mesmas coisas que você, que torcem pelo mesmo time que você, que professam a mesma religião que você, que são seguidoras do mesmo partido político ou da mesma linha política que você, que acreditam no mesmo sistema de governo que você, e assim por diante, sabe o que vai acontecer com você?
Você estará se fechando, por decisão própria, dentro de uma caverna tão limitadora como a que Platão descreveu em suas obras!
Por isso que eu sempre insisto em relembrar o MITO DA CAVERNA!
Para evitar que as influências dos nossos amigos intolerantes nos levem a agir exatamente igual a eles. 
Essas intolerâncias só nos levam a um caminho: o caminho de entrada na caverna, uma caverna da qual será praticamente impossível sairmos.
Já que não aceitaremos sequer conversar, quanto mais conviver, com amigos que, absurdamente, pensam de forma diferente daquela imposta pela caverna!
Vamos ignorar todos os amigos que, por algum motivo, conseguiram sair da caverna!
Por isso, amigos, peço que reflitam, mais uma vez, agora sobre intolerância e ignorância, já que uma leva à construção da outra!
Agora vamos pensar um pouco, cientificamente!
Cada pessoa tem a sua forma de raciocinar. Para que cada um de nós emita uma opinião, a mente vai buscar todas as informações que estão memorizadas, que são, na realidade, a nossa cultura, a nossa vivência, a nossa experiência de vida.
Tudo isso vai sendo gravado e arquivado em nossa memória, desde o nascimento. Algumas dessas informações já vem até de nascença.
E é claro que cada um de nós tem uma experiência de vida diferente, características culturais e de costumes diferentes, vivências diferentes, e tudo o mais.
Então será sempre muito difícil duas pessoas terem exatamente a mesma opinião ou elaborar o mesmo tipo de pensamento sobre alguma coisa, a menos que um queira agradar ao outro, ou que seja obrigado a concordar com o outro por algum motivo!
As informações que a mente usa para esses raciocínios são específicas para cada pessoa em cada cultura, em cada família e alteradas por influências as mais diversas.
Então o melhor caminho é refletir bastante sobre isso, é respeitar a opinião diferente e, principalmente, a opinião contrária à nossa, porque só procurando entender as razões pelas quais as pessoas têm opiniões diferentes, é que poderemos evoluir em nosso conhecimento, em nossa forma de ver o mundo e, em suma, em nossa sabedoria!
Meus amigos são meus amigos porque são meus amigos, mas não porque pensam igual a mim!
Tenho amigos que gostam do Bolsonaro! Tenho amigos que detestam Bolsonaro! Tenho amigos que acreditam em tudo o que Lula diz! Tenho amigos que consideram Lula o maior corrupto desse país!
Tenho amigos que não estão nem aí para Bolsonaro nem Lula, nem para político algum!
Tenho amigos que professam religiões como a católica, as protestantes, ou as espiritualistas. Tenho amigos que não acreditam em Deus. Tenho amigos que não estão nem aí para a existência ou não de Deus! 
Tenho amigos que são socialistas, outros são capitalistas, outros são monarquistas, outros não estão nem aí para nada disso!
Tenho amigos que acreditam que a Terra é plana! Muitos até!!! Tenho outros amigos que acreditam que ela é redonda...
Tenho amigos que são homofóbicos, tenho amigos que são machistas, tenho amigas feministas, tenho amigos que não gostam de homossexuais, tenho amigos homossexuais e bissexuais.
Então, que fique claro:
Meus amigos têm as suas próprias personalidades, as suas próprias opiniões, as suas próprias formas de ser e de pensar, e nunca, jamais, precisarão fingir que concordam com as minhas.
Mas quem deseja selecionar amigos pela opinião, pode me excluir. Não posso fazer parte de gueto exclusivista.
Gosto de respeitar todas as ideias e formas de ser, por mais divergentes que possam parecer. Sempre aprendo mais com isso.
Mas...
Essa nada mais é do que a minha opinião...

Forte abraço, amigos!

COMPLEMENTO APÓS O RECEBIMENTO DE COMENTÁRIO DE AMIGOS:

Vou acrescentar um detalhe no texto, a partir da maravilhosa intervenção de um amigo:

Realmente somos levados a querer "consertar" opiniões que consideramos ridículas ou inaceitáveis, principalmente aquelas cientificamente incorretas para o nosso conhecimento científico atual.

Poderíamos incluir aí a ideias dos "terraplanistas", por exemplo, e outras tantas, como as polêmicas em relação a ida do homem à Lua, a redução da população mundial pelos "Iluminatis", a existência de um mundo espiritual onde todos estarão após a morte, a própria existência ou não de Deus, o criacionismo versus o evolucionismo e muitas outras.

Mas, por mais absurda que seja (PARA CADA UM DE NÓS) uma dessas idéias, não sou da opinião de que devam ser ridicularizadas, principalmente porque, mesmo em pleno século XXI, não acredito que tenhamos conhecimento suficiente para saber o que é certo nem o que é errado em nada disso! Apenas ACREDITAMOS que nosso modelo científico atual é muito mais correto do que os anteriores. Mas anteriormente todos os cientistas também achavam o mesmo do seu modelo e ridicularizavam os anteriores!

Lembro, por exemplo, que em 1976 participei de um debate numa universidade em Melbourne onde se discutiam ideias absurdas emitidas pelos "visionários" filósofos gregos, entre eles Aristóteles e sua ideia sobre o coração como elemento principal da personalidade humana.

Hoje, mais de 40 anos depois, o HearthMath Institute e mais alguns ouotros Centros de Neurociências estão no caminho de comprovar Aristóteles e, além disso, dar um verdadeiro nó na mente das pessoas que precisam de transplante de coração! Já que o coração parece ser a pessoa, e não o corpo e o cérebro! Ou seja: onde está a ideia ridícula aí? Em Aristóteles ou nos cientistas do HearthMath Institute e demais institutos de neurociência?

Por isso, minha opinião (MINHA, QUE PODE SER COMBATIDA À VONTADE) é a seguinte:
Se uma elaboração de uma opinião contraria completamente a minha forma de ver aquele assunto, eu não só respeito a pessoa que a elabora, mas também procuro respeitar a própria opinião, no sentido de entender e compreender todas as premissas que levaram aquela pessoa a elaborar tal ideia que, para mim, pode ser ridícula.

Assim fazendo, em vez de simplesmente ignorar por achar absurda, eu poderei tentar encontrar as premissas incorretas utilizadas por esse indivíduo e, assim, poderei tentar convencê-lo a achar as premissas certas e mudar sua opinião.

Mas, mais importante ainda: Eu poderei encontrar, em seus argumentos, premissas que eu nem sequer sabia da sua existência, e com isso poderei atualizar meus conceitos em relação aquele opinião.

Ou seja: Para mim todas as opiniões, por mais absurdas que seja, foram elaboradas em premissas que podem estar incorretas ou não, e assim, analisando e consertando as premissas (educando o pensador), poderemos convencê-lo mais facilmente de seus erros.

Mas para isso temos que compreender a sua forma de pensar e isso, para mim, só se consegue, respeitando as opiniões até que sejam encontrados os erros de argumentação.

FORTE ABRAÇO!

sábado, 30 de dezembro de 2017

É hora de refletir sobre sentimentos e emoções


Oi amigos!
Vim falar hoje de sentimentos e emoções. É rápido! E tem que ser mesmo, para que dê tempo de todos aproveitarem esse momento para refletir sobre a responsabilidade que temos, mesmo que de forma inconsciente, de gerar algum tipo de sentimento ou emoção que baixe a autoestima de alguma pessoa querida, uma pessoa amada, ou simplesmente um amigo!
É muito mais fácil, para qualquer um de nós, ficar triste ou sentido com uma palavra ou uma atitude de um amigo, ou até mesmo pela falta de uma palavra ou de uma atitude desse amigo.
Mas não é tão fácil percebermos quando essa palavra ou atitude ou, como eu disse, até mesmo a falta de uma palavra ou atitude, for de nossa parte!
E há momentos, como na passagem de ano, por exemplo, em que nossa mente insiste em fazer um retrospecto e, quando esses sentimentos estão presentes, sua influência emocional passa a ser muito mais forte do que em qualquer outra época do ano.
São os perigosos momentos provocadores de estados depressivos que, se não forem combatidos, poderão se transformar em depressão mesmo!
Vamos primeiro ver como geramos essas emoções depressivas, para depois ver como consertar o estrago feito?
A forma de gerarmos, no outro, o sentimento de tristeza, abandono ou decepção, é muito simples: basta não sermos totalmente sinceros em nossos relacionamentos afetivos.
Em um relacionamento afetivo, seja de namorados, ou mesmo, simplesmente entre amigos, é comum o receio de confessar que o seu sentimento não é tão forte como o que você recebe.
Mas pior ainda é quando você simula reciprocidade, forçando uma aparência emocional que não existe, pelo menos não no mesmo nível do outro.
Nesse caso você alimenta a esperança de uma relação mais profunda, mas que na realidade só existe, de verdade, na mente do outro, e não na sua.
O exercício da sinceridade em qualquer tipo de relacionamento deve ser treinado, não ao ponto de ser indelicado ou grosseiro, mas de uma forma equilibrada, para que a amizade continue forte e sincera, mas evitando a alimentação de expectativas maiores que não serão verdadeiras de uma das partes.
Bem! Essa é a forma como, mesmo inconscientemente, podemos gerar esse sentimento de tristeza, decepção ou até estado depressivo, em uma pessoa muito amiga.
E como consertar o estrago feito?
A forma mais eficaz é o encontro pessoal, a conversa presencial ou, se a distância impedir, uma ligação telefônica, em um momento em que ambos possam estar livres para conversar abertamente e, aos poucos, irem demonstrando o nível de afeto verdadeiro e assim evitar um mal maior.
O momento é esse! É agora! Não devemos deixar para depois. A falta de uma atitude nesse sentido provocará ressentimentos.
E o ressentimento é um dos maiores venenos para a nossa mente e, consequentemente, para nosso organismo.
Pense bastante. Reflita sobre suas atitudes e, principalmente, sobre a falta delas! Coloque-se no lugar do outro e imagine o que o outro pode estar sentindo.
Ligue e converse.
Elimine qualquer possibilidade de ressentimentos futuros!

Forte abraço, amigos! Sejam muito felizes! 

Vale do Capão - Conversa de fim de tarde


quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

LIVE 06 DEZ 2017 Formação da personalidade até 12 anos e outros assuntos

Amigos:
Aqui está a gravação da nossa "live" do dia 06/12, sobre Formação da Personalidade até 12 anos e alguns outros assuntos polêmicos relacionados a medicação, vacinas, TDAH e autismo.

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

terça-feira, 7 de novembro de 2017

sábado, 28 de outubro de 2017

A Família como resgate dos verdadeiros valores humanos

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Amigos,

Da tragédia em Goiás à reflexão sobre o bullying nas escolas e o tipo de caráter que estamos formando em nossos filhos.

Quarta-feira, 1º de novembro, às 20 horas (hora da Bahia), 21 horas (hora de Brasília): Como resgatar a Cultura do Caráter na Família, e evitar que sejamos alcançados pelo movimento mundial pela sua destruição.

Até lá reflitam sobre as seguintes citações:

"O filho superprotegido será o criminoso do futuro"

"Acredito no relato de meu filho, por isso não preciso apurar se houve omissão de informações nem, muito menos, inverdades no que ele me disse”

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Bullying, carência afetiva e violência escolar

No ataque ao bullying precisamos identificar, tanto as origens do comportamento do agressor, como as origens do comportamento da vítima, para eliminarmos, pela raiz, a construção desse clima de intolerância e violência que tem se transformado em tragédia!

domingo, 22 de outubro de 2017

Roberto Andersen em IUPE Educação

Vamos discutir sobre esse sério assunto na próxima quarta-feira, dia 25 de outubro, dessa vez às oito horas da noite (hora da Bahia) e nove horas da noite (hora de Brasília).

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

terça-feira, 12 de setembro de 2017

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

O início da vida de uma criança - FASE ORAL


Hoje vamos conversar sobre a primeira fase de desenvolvimento da criança, que Freud chamou de fase oral, para que os pais não cometam erros que possam comprometer a saúde psíquica e emocional da criança.

No meu livro, Afetividade na Educação, essa fase está analisada da página 77 até a página 81.

Primeiramente vamos ver o desenvolvimento cerebral da criança

Durante muito tempo as crianças não eram consideradas como seres diferentes nem com características específicas da sua idade.

Elas eram consideradas adultos em crescimento. Ainda há quem pense assim.

Mas estudando o desenvolvimento de seu cérebro, constatamos que suas redes neurais vão sendo formadas e programadas aos poucos, na medida em que seu corpo se desenvolve.

Esse desenvolvimento e a programação dessas redes neurais, embora sigam uma certa sequência lógica, diferem, de criança para criança, devido as diferenças no ambiente em que se encontram.

Importante dizer que chamamos de ambiente, além do espaço físico, as atitudes das pessoas em relação a elas, os sentimentos e emoções nas relações interpessoais e os fatos ocorrendo ao seu redor.

Tudo isso captado pelos elementos sensores, que são: visão, audição, tato, paladar, olfato e mais todos os que não conhecemos ainda.

Tudo isso vai interferir na formação da sua personalidade.

Quando essa relação da criança com o ambiente não é satisfatória, isso interfere também nas futuras neuroses.

Por isso que é imprescindível que pais e educadores conheçam cada fase desse desenvolvimento.

Só assim todos poderão contribuir para que a criança tenha uma vida saudável, tanto na sua parte física, como na sua parte psíquica e emocional.

Sói assim haverá reflexos positivos na formação da sua personalidade.

Vamos ao instinto de imitação

A imitação é a única forma do ser humano construir as suas características comportamentais.

Embora a maioria das outras espécies desenvolva suas características próprias sem precisar imitar seu semelhante, no ser humano isso é parte fundamental do processo de desenvolvimento.

Basta analisarmos os casos históricos de crianças criadas por animais, como os meninos lobo da Índia, para percebermos o ponto a que chega a imitação.

A criança, nessa fase, tem muita dificuldade para entender, tanto o adulto, como o ambiente. Afinal, tudo é novo!

Mas, mesmo não sabendo o que significa nem o ambiente e nem as pessoas, ela observa, tenta imitar gestos, sons e tudo o mais, para se sentir integrada ao meio.

Em relação à fala, ela vai tentando reproduzir o que ouve, se esforçando para chegar a perfeição.

O adulto fala e a criança ouve o som das palavras.

A criança tenta imitar, mas como a musculatura da fala ainda está em desenvolvimento, a reprodução tem muitas falhas, mas ela continua tentando se aperfeiçoar cada vez que o adulto repete o que disse.

É aí que acontece um dos erros dos adultos, que é falar com a criança infantilizando a sua pronúncia, ou seja, imitando a forma da criança falar!

Esse erro só atrapalha a criança, fazendo com que ela demore muito mais a falar de forma correta.

Mas, ainda em relação à imitação, é bom saber que, além de imitar, elas podem, também, pensar de forma própria e agirem de maneira criativa.

Precisamos observar com muito cuidado sua fala e suas atitudes, para procurar perceber se ela está errando, entendendo incorretamente ou criando uma forma diferente de realizar a mesma atividade.

Agora, o instinto de sobrevivência

Voltando aos primeiros dias da vida da criança, para que ela sobreviva, a sua mente programa seu instinto de necessidade de satisfação oral.

Assim ela tentará se satisfazer pela boca, mamando e se alimentando.

Essa satisfação foi a primeira que Freud identificou como resultado da força impulsionadora da libido!

Esse instinto é muito forte!

Se o simples ato de mamar a satisfaz, ótimo! Essa satisfação será a primeira de uma série de satisfações que vão construir, na criança, um equilíbrio emocional fundamental para toda a sua saúde física e psíquica futura!

Mas, se por acaso, o ato de mamar não for suficiente para essa satisfação, a criança vai demonstrar necessidade de continuar sugando ou mordendo.

Nesse caso é importante satisfazer essa necessidade por meio de chupetas e mordedores, já que a insatisfação não compensada, serve como um dos primeiros elementos geradores de neuroses, com reflexos para toda a vida adulta.

A polêmica em relação à chupeta e mordedor deve-se a possibilidade de ambo concorrerem para a má formação da arcada dentária.

Verdade, mesmo que sejam as ortodônticas, etc...

Mas o cuidado com a satisfação oral deve prevalecer nesse caso, ainda mais que isso só será necessário até o final dessa fase, o que vai ocorrer entre um ano e um ano e meio de idade.

Lembro que isso não significa sair enfiando chupeta na boca das crianças, mas sim oferecer apenas àquelas que demonstram não estarem satisfeitas com o simples ato de mamar.

E agora, o instinto exploratório – mãe ser supremo

A criança, nova no mundo, tenta explorá-lo ao máximo!

Ela não pediu para vir ao mundo, como bem disse Heidegger na parte de seu “SER E TEMPO” chamada de Existência Inautêntica do Ser.

Mas, já que ela está, ela quer conhecer tudo e se apoderar de tudo!

Ela tenta se identificar com o mundo e se apropriar dele.

Em seu raciocínio ela, ao se apropriar de tudo, se identifica como centro do universo e, ao mesmo tempo, entende o universo como parte de seu corpo.

Nessa linha de pensamento, sua mãe também está incluída. Ela também faz parte de seu corpo.

Essa criança se sente totalmente dependente da sua mãe.

Lembrem que a criança considera como mãe aquela que provê o seu conforto e a amamenta.

Estando junto dessa mãe, a criança tem certeza de que não está abandonada à própria sorte no mundo.

Quando há essa identificação com a mãe, a ideia absorvida é a que sua mãe é um ser supremo, luminoso, iluminado! Essa identificação é necessária.

Podemos comparar essa necessidade com aquela que leva todos os povos primitivos a criar seus mitos, seus deuses, ou seus super-heróis.

Essa é a primeira “aventura” intelectual do ser humano.

A presença dessa mãe, com a qual ela se identifica, “resolve” o enigma dos mistérios do conhecimento nessa fase.

Essa sensação estabiliza suas possíveis angústias.

E ela cria um bom conceito de si mesma e do mundo. Ela percebe que sua existência é autêntica. Ela faz parte do mundo.

Mas, se não houver essa identificação, como por exemplo, ausência afetiva da mãe, o que acontece?

Esse é o primeiro sinal de uma angústia, já sendo construída na criança, antes mesmo de ela ter completado seu primeiro ano de vida.

Vão surgir dúvidas sobre o mundo e começarão a aparecer as angústias sobre o próprio ato de conhecer.

Essa angústia infantil transforma o mundo, onde a criança acabou de chegar, em um mistério inalcançável e um grande desconhecido.

É a primeira vez que essa criança começa a achar que tem algo errado na sua existência.

Ela começa a desconfiar da mãe e do ambiente.

E, como quase tudo o que ocorre nessa fase, esse sentimento tende a ser projetado em relação à sociedade e ao mundo.

Essa criança tende a se tornar agressiva, perde o entusiasmo e não consegue desenvolver suas competências.

Vamos à imposição de limites

No momento anterior, quando a criança se apropria de tudo, incluindo sobre sua mãe, ela tende a querer mais do que tem e ser mais do que é.

E, para evitar que tais necessidades exploratórias e de apropriação se tornem exageradas e venham a se tornar mais um elemento causador de angústias geradoras de neuroses, começa, agora, a necessidade de que toda a afetividade seja completada com limites.

Havendo imposição de limites, a criança passa a perceber que alguém está se preocupando com ela. 
Isso constrói o sentimento de segurança.

Afetividade sem limites gera uma desconfiança em relação a todos. Isso porque falta de limites significa falta de cuidado e de atenção, ou seja, sentimento de desprezo e de abandono!

Como exemplo na imposição de limites está a mania de ficar com a criança no colo, principalmente quando ela chora.

Se ao chorar alguém a pega no colo, logico que ela vai querer chorar sempre, para se sentir abraçada em todo seu corpo pelo corpo de um adulto, e isso significa construir total insegurança para com o mundo.

O certo é ir afaga-la, acaricia-la, e tudo o mais, mas com ela no berço ou no carrinho.

Dessa forma ela incorpora o ato de carinho do adulto com a sensação de estar acomodada no colchão.

Assim a criança sente o afago, a carícia, o amor, mas sente, ao mesmo tempo, a proteção física do colchão, significando que aquela segurança afetiva também está ligada ao mundo, representado pelo colchão de seu berço ou carrinho.

Resumindo o que vimos hoje:

Desenvolvimento cerebral da criança:

A criança vai programando seu cérebro, suas redes neurais, sob a influência do meio, ou seja: espaço físico, pessoas, emoções, sentimentos e fatos.

O instinto de imitação

A criança imita, mas não é para ser imitada pelo adulto, principalmente na forma de falar as primeiras palavras. Fala infantilizada de adulto só prejudica o desenvolvimento correto da fala da criança.

O instinto de sobrevivência

A criança precisa satisfazer o prazer de sugar e, para isso, pode haver necessidade de se oferecer chupeta e mordedor. Mas isso somente até o final dessa fase, que vai ocorrer entre os 12 e 18 meses de vida.

O instinto exploratório – mãe ser supremo

A criança inicia a exploração do mundo e tenta se apropriar de tudo. Ao se identificar com a mãe percebe que sua existência é autêntica. Se não se identificar, surge a angústia. Sua existência é inautêntica.

Imposição de limites


Só com o cuidado de ao dar afeto, esse afeto estar sempre acompanhado de uma clara imposição de limites, é que será construído, nessa criança, a segurança afetiva que ela necessita para o seu equilíbrio emocional e, consequentemente, a sua felicidade.

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Angústia e reconstrução da vida


Um dos sentimentos mais presentes na vida moderna é a angústia, levando as pessoas a frequentes estados de tristeza e, muitas vezes, ao mergulho depressivo.

Quais serão os motivos que levam as pessoas a caírem nesse estado?

Como evitar essa queda?

E, melhor ainda: como reverter esse estado negativo em estado positivo de reconstrução da própria vida, e descoberta do sentido da sua existência?

Vamos procurar analisar a partir de um pensador meio polêmico, que foi Heidegger.

Esse cara, embora seja muito contestado pelas suas atitudes ligadas ao regime nazista, pode nos ajudar muito devido as suas reflexões publicadas em “Ser e Tempo”.

Quem leu essa obra poderá recordar esses trechos que vou utilizar nas nossas análises.

Vamos à primeira parte da obra, que ele define como sendo o estudo da “Existência Inautêntica” do ser, e que nos explica muita coisa relacionada às nossas tristezas, ansiedades e angústias.

Quando ele analisa a vida cotidiana, o que mais vem à tona são três momentos muito interessantes, na visão dele, que são a FACTICIDADE, a EXISTENCIALIDADE e a RUÍNA:

Vamos à Facticidade

A facticidade pode ser entendida como a surpresa nossa ao chegar a um mundo que não escolhemos e sem que tenhamos, sequer, expressado vontade alguma de estar aqui.

Essa é a visão particular de Heidegger, contrariando algumas crenças espiritualistas.

Mas, cientificamente, pelo menos por enquanto, a realidade é que viemos para cá sem que alguém nos desse qualquer outra opção.

A facticidade já seria um elemento de existência inautêntica, podendo ser incompatível com nosso EU interior.

Depois vem a Existencialidade

Essa, diferente do existencialismo de Sartre, pode ser entendida como a necessidade permanente do homem de conquistar, ou de “se apropriar” das coisas do mundo, desejando incorporar, à sua existência, algo a mais, algo além dele mesmo.

Essa necessidade o leva a precisar ter mais do que tem, ser mais do que é, o que acaba refletindo na necessidade de precisar ser reconhecido no que faz, ter reciprocidade em seus sentimentos pelos outros, ou seja, se sentir importante para o mundo, podendo chegar ao estado de narcisismo ou ao egocentrismo.

O homem constrói, como objetivo principal, a apropriação de todas essas coisas e sentimentos, o que justificaria a sua existência nesse mundo. 

E, por fim, a ruína

A ruína é um processo decorrente da acomodação à vida cotidiana, tornando o homem um escravo da rotina, da consciência coletiva e do envolvimento com problemas e preocupações decorrentes do fato de sua vida ter sido reduzida à vida com os outros e para os outros.

O ser humano se torna promiscuamente público e se desvia do seu projeto essencial, que deveria ser a tarefa de se tornar ele mesmo!

Ele! O conquistador do mundo à sua volta e senhor da sua existencialidade! Tudo isso é perdido devido a esse desvio provocado pelo cotidiano.

A ruína é, então, a demonstração clara de que há toda uma existência inautêntica do ser, construindo o sentimento natural de angústia!

A Angústia

Mas é a partir da angústia que o homem se volta para dentro dele mesmo, observando os “cacos”, ou pedaços que sobraram da sua existência equivocada.

Nesse mergulho interior, provocado pela falta total de ânimo e de motivação, resultante da constatação de que ele se perdeu de sua essência, é que surge a oportunidade de ele começar a juntar seus pedaços e se encontrar com a totalidade do seu ser.

No encontro dessa totalidade ele começa a construir a sua existência autêntica, independentemente do mundo à sua volta, das obrigações sociais, das rotinas, das acomodações e de preocupações criadas por uma cultura de massa.

A angústia, então, que poderia ser um sinal fatalista, passa a ser um elemento impulsionador de sua reconstrução, agora, entretanto, a partir da sua própria verdade interior, uma verdade descoberta a partir da destruição da máscara social que tomava conta de todo o seu EU anterior.

Sua reconstrução, o mergulho interior

A prática da reconstrução tem início na constatação de que, não é o elemento externo que importa, mas sim o elemento interno - a sua verdade interior - e o fortalecimento de tudo o que significa o seu ser autêntico.

Esse mergulho precisa ser de identificação das suas verdades mais profundas, de seus sentimentos mais verdadeiros, de constatação de seus valores e suas virtudes pessoais, da construção de um amor por você mesmo, da satisfação de ser, de estar vivo, se se sentir autêntico, pelo menos com você mesmo!

Mas nesse mergulho esteja sob total controle de sua angústia, agora positiva, realizando exercícios com a musculatura zigomática, que é fazer caretas e massagens faciais de vez em quando, ou sempre que a angústia tentar desviar para a tristeza profunda.

Assim, soma e psique, ou seja, seu corpo e sua mente, começam a ser construídos e fortalecidos a partir da junção dos pedaços que sobraram da existência anterior.

A reconstrução – o soma (corpo)

O soma, o corpo, a estrutura orgânica, precisa estar nutrido corretamente, tanto para o fortalecimento dele mesmo, como para dar suporte ao funcionamento da estrutura neuronal que desenvolve a psique.

Vem, então, o consumo frequente de água, a alimentação balanceada, o cuidado com as intolerâncias e alergias alimentares, e o prazer de saber que a escolha correta do que consumimos, resulta na garantia de uma estrutura saudável. Somos aquilo que comemos.

A reconstrução – a psique (a mente)

Essa nutrição correta estimula o funcionamento perfeito do sistema nervoso como um todo, especialmente as redes neurais controladoras da psique, permitindo a geração e liberação equilibrada, de todos os neurotransmissores, principalmente os responsáveis pelo equilíbrio emocional, disposição, motivação e entusiasmo, que são a serotonina, a dopamina e a noradrenalina.

Mas para que a psique esteja perfeita, além da nutrição adequada, há necessidade de se libertar dos estresses sociais e pessoais.

Os maiores motivadores desses estresses são os problemas pessoais e profissionais a serem enfrentados, o excesso de tempo em qualquer atividade, mesmo prazerosa, e o atual carro chefe de todos eles, que é o excesso de exposição às redes sociais e jogos pela internet.

Jogos e redes sociais, basta limitar tempo e horários.

Atividades diversas basta controlar tempo máximo para cada uma delas.

Problemas, analise se pode resolvê-los. Se puder, resolva logo. Se não puder, respeite-o, mas deixe-o do lado de fora da sua mente.

Já ouvi essa frase algumas vezes, e ela é muito válida: “Um barco não afunda devido a água que está do lado de fora, mas sim devido a água que deixamos que entre nele. ”

No mais, respeite os sinais do organismo.

Sinais do corpo mostram a necessidade de dormir, descansar e reduzir atividades. Respeite-os. Nada de forçar a natureza.

Sinais da psique surgem em sonhos frequentes com temas repetitivos. É sinal de que há algum sinal de neurose que deve ser verificado. Se não houver meios de procurar um analista, escreva seus sonhos, com todos os seus detalhes, todos os dias, e leia-os sempre. Sua própria mente estará trabalhando para reduzir a energia dessa possível neurose.

E pronto!


Vá em frente, transformado a angústia, que antes era negativa, em um elemento positivo de reconstrução de vida e entendimento mais profundo do verdadeiro sentido da sua existência.

sábado, 15 de julho de 2017

Avaliação como instrumento de igualdade social


Amigos:

Que bom estarmos aqui de novo!

Hoje vamos falar sobre AVALIAÇÃO COMO INSTRUMENTO DE IGUALDADE SOCIAL!

E vamos iniciar identificando os maiores desafios de hoje, em nosso país, que são:

- A criminalidade comum: o bandido que assalta o povo, com a arma na mão; e
- A criminalidade dos poderosos: os corruptos, em todos os poderes da república, que assaltam o povo, com o poder na mão.

A análise que faremos será a do criminoso comum, com arma na mão:

– Por que e como estão sendo criados esses criminosos?

Primeiro passo para criar esse criminoso: ódio à elite!

Desde criança que esses “futuros criminosos” são levados a criar um sentimento muito forte de “ódio à elite”, independentemente de quem seja elite.

Esse ódio generalizado é dirigido a todos aqueles que possuem alguma coisa a mais que eles, mesmo que essa pessoa tenha tido a mesma origem de baixa renda, mas que tenha, por algum motivo, prosperado por seu próprio esforço.

O ódio passa a ser cego! É melhor que eu, é meu inimigo! Tem mais que eu, é meu inimigo!

O que eles não percebem é que esse ódio está sendo fomentado pela própria elite corrupta, se utilizando de líderes “sabotadores”, estrategicamente preparados para isso.

Muitos desses líderes nem sabem que estão sendo utilizados pela própria elite corrupta...

Por que?

Porque dessa forma as crianças e os adolescentes de classe baixa criam, em suas mentes, que ser elite é ser “do mal”, o que os afasta imediatamente de qualquer esforço para melhorarem de vida, já que, se melhorarem, passarão a ser “elite” e, então, serão “do mal”...

Segundo passo para criar esse criminoso: baixa autoestima!

Para reforçar ainda mais a certeza de que a maioria dos adolescentes oriundos de famílias de baixa renda prosperem na vida, essa mesma liderança sabotadora, inconscientemente manipulada pelo poder corrupto, tenta implantar na mente desses jovens a convicção de que quem nasceu pobre será pobre a vida toda – oportunidades são apenas para a elite...

E grande parte desses adolescentes acredita mesmo nisso e desiste de lutar para reverter a situação de sua família.

Terceiro passo para criar esse criminoso: escola como garantia de bolsa família e diploma para qualquer empreguinho!

Essas crianças e esses adolescentes são matriculados nas escolas. Mas uma parte considerável dessas famílias “sabotadas” matriculam seus filhos única e exclusivamente para garantirem o recebimento do “bolsa família”.

Não há intenção de estimular o filho a se desenvolver intelectualmente, já que se isso ocorrer ele será da elite “do mal”.

Escola apenas para “bolsa família” e para ter um diploma qualquer que garanta algum tipo de emprego...

Muitos desses jovens, sabendo disso, estarão na escola sem qualquer estímulo, e muitas vezes odiando os seus próprios professores, considerados por eles como membros da elite...

Na escola, muitos serão reprovados até serem excluídos ou a abandonarem.

Outros serão “passados” por professores ameaçados, até com armas, ou por promessa de serem assaltados na rua...

É aí que entra a AVALIAÇÃO COMO INSTRUMENTO DE IGUALDADE SOCIAL:

Ao analisarmos a escola atual e o seu processo avaliativo tradicional, verificamos que tudo o que vem sendo feito tem os seguintes objetivos:

1º selecionar os mais capazes e mais inteligentes;
2º excluir os menos capazes, menos inteligentes, mais desinteressados, incluindo os que apresentam dificuldades de aprendizagem, sejam alunos especiais ou não (mas essa parte deixaremos para comentar em outra oportunidade).

Sabemos que em todas as escolas encontramos alunos interessados e estudiosos, estimulados pelas suas famílias e, portanto, com autoestima elevada, que serão selecionados nesse processo;

Mas enfocaremos apenas aqueles outros, os desinteressados, revoltados com a desigualdade social, e com baixa autoestima, acreditando que nunca vencerão na vida pelo crescimento intelectual.

Se esse aluno é reprovado, devido ao seu baixo rendimento, ele acaba sendo excluído, ou ele mesmo abandona a escola, o que significa que não terá qualquer diploma que facilite encontrar emprego formal.

Esse é um forte candidato a ser empregado pelo crime organizado, onde não se exige diploma, mas sim revolta social.

Se, por outro lado, esse aluno é “passado” pelo professor ameaçado, ele consegue se formar, recebe diploma, mas não adquire qualquer conhecimento que garanta um emprego formal.

Esse, com mais razão ainda, é mais um forte candidato ao crime organizado, se já estiver nele desde a infância.

A AVALIAÇÃO QUE REPROVOU O ALUNO SEM CONHECIMENTO OU QUE O APROVOU POR ALGUMA IMPOSIÇÃO, ACABA DE AJUDAR A AMPLIAR A DESIGUALDADE SOCIAL, AUMENTANDO O NÚMERO DE CRIMINOSOS COMUNS, QUE ESTARÃO, COM ARMA NA MÃO, ASSALTANDO EM TODAS AS ESQUINAS.

Como interferir para eliminar a geração desses criminosos e garantir a igualdade social?

O único ponto de convergência de todos é a escola.

Mas a escola tradicional, como sabemos, não está dando conta desse desafio.

Mas por que razão?

Todos dirão que é pela falta total de educação doméstica, que esses alunos já chegam revoltados na escola, e que muitos já estão desde cedo, envolvidos com o crime.

Ou seja: a família, ou a ausência dela, é a razão de tudo isso!

Sim! É verdade! Essa parte já sabemos!

Mas eles entraram na escola, e a partir daí surge a grande oportunidade de se mudar toda essa realidade!

Mas vamos conseguir isso apesar desse tipo de família?

Realmente é um enorme desafio, mas é um desafio a ser enfrentado, e nunca abandonado!

Mas não é só “1” desafio. Na realidade são “3”!

Primeiro: o aluno.

Segundo: a família.

Terceiro: o líder sabotador, que agora ataca na própria escola, como um dos professores, normalmente revoltado com ele mesmo, com a vida e com a sociedade, e que vai tentar, a todo custo, baixar a autoestima de todos os alunos e criar em suas mentes o tal ódio à elite, generalizando como elite, todos os que têm algo a mais do que ele...

A família terá que ser trabalhada com um PROGRAMA DE TREINAMENTO PARENTAL.

Os líderes sabotadores devem ser reconstruídos com um PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA.

E a formação dos alunos deverá ser realizada a partir de uma mudança total na FILOSOFIA DA AVALIAÇÃO ESCOLAR.

Vamos enfocar essa parte: A AVALIAÇÃO ESCOLAR

Com muitas exceções, é claro, muitos professores estão na profissão apenas porque não conseguiram encontrar outra forma de sustentar sua família!

Exatamente por não terem o verdadeiro “dom” da profissão, esses enfrentam o seu dia-a-dia como se estivesse indo para uma batalha, onde sua arma se chama AVALIAÇÃO – NOTA – AMEAÇA DE REPROVAÇÃO – etc...

Seus alunos são seus inimigos.

Seus aliados são apenas os “nerds”, aqueles bem-educados e estimulados pelas suas famílias, com elevada autoestima, mas esses, na realidade, nem precisam de professor...

Um simples computador ajuda muito mais esses alunos do que um professor...

Então, a AVALIAÇÃO ESCOLAR é uma ARMA para esse tipo de prática docente.

Como mudar isso?

PRECISAMOS APRENDER A PRATICAR A AVALIAÇÃO, NUNCA COMO ARMA, MAS COMO INSTRUMENTO DE IGUALDADE SOCIAL, ou seja:

Usar a avaliação para avaliar DE VERDADE cada aluno, descobrindo a dificuldade de cada um, e nunca para excluir ou selecionar;

Resultados das avaliações são alarmes para que nós, professores, identifiquemos quais são os alunos que precisam de toda uma alteração na nossa metodologia, ou alguma ajuda externa, como apoio psicopedagógico, psicológico, ou até AEE, por exemplo.

Estimular cada aluno proveniente de famílias em situação de risco social, para que se livrem do efeito pernicioso das propagandas negativas que os deixam na certeza de que nunca competirão com os filhos dos ricos;

Isso pode ser feito por meio de palestras específicas, elevando a autoestima desses alunos e mostrando casos reais de evolução intelectual ou financeira, de pessoas provenientes das classes menos favorecidas.

Criar metodologias educacionais que façam com que o aluno se sinta responsável e no controle do seu processo de aprendizagem, estimulando a criatividade, a descoberta e a inventividade, sempre com a orientação docente, e de forma que ele mesmo possa estar participando do seu próprio processo de avaliação.

O método mais apropriado que encontrei até hoje, depois de tentar muitos outros, foi o de aula por meio de grupos operativos, quando adaptei a técnica desenvolvida por Pichon Riviere.

Tem vídeos meus mostrando isso.

É FÁCIL?

Fácil até que é! Mas dá, realmente, muito trabalho e precisa de muita criatividade e dedicação.

E, para isso, temos que mudar toda a filosofia da educação em sala de aula e, mais ainda, precisamos que as famílias sejam orientadas a, no mínimo, não atrapalharem todo o processo.

Para ajudar, assistam ao filme ESCRITORES DA LIBERDADE.

É um caso real. É apenas um exemplo de criatividade para reverter toda uma realidade social.

Outro filme a ser assistido: COMO ESTRELAS NA TERRA.

Para mudar não precisa eliminar carteiras escolares, não precisa ter aula fora da sala, não precisa não ter professor artista, embora tudo isso possa ajudar muito!

Precisa apenas que cada professor se dedique a entender cada aluno, e que todos os professores se convençam de que cada um deles é uma experiência profissional, ou seja, é um projeto para sua evolução na prática docente!

Mas, lembre:

Sempre é bom estarmos atentos aos sabotadores que, muitas vezes, estão do nosso lado, dizendo que nada disso vai dar certo, que, na teoria, tudo isso é lindo, mas, na prática, nada funciona...

Pois é, amigos...


Garanto que funciona!

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Síndrome amotivacional com Roberto Andersen em IUPE Educação

Pode parecer que estar sem disposição para fazer as coisas é algo normal, mas, na realidade, pode ser um indício de algo que precise de uma atenção especial.

Pode estar havendo uma alteração no equilíbrio dos neurotransmissores, por exemplo. Esse equilíbrio é básico para nosso estado emocional como um todo!

Os neurotransmissores mais ligados à motivação são a dopamina e a noradrenalina.

A dopamina, por sua vez, além da motivação em conjunto com a noradrenalina, se liga também ao prazer e a iniciativa, logo, nossa preocupação mais imediata passa a ser a elevação dos níveis de dopamina.

Então, se o que sentimos é falta de disposição, falta de ânimo ou falta de motivação, vamos partir para a elevação dos níveis de dopamina, até que nosso estado emocional esteja todo equilibrado novamente.

O que precisamos, então, é saber quais as dicas para provocar a elevação desses níveis.

Há muitos estudos sobre isso, mas como nossa preocupação não é com trabalho acadêmico, e sim com a prática do dia-a-dia, vamos a síntese de tudo o que já chegou a nós sobre isso, envolvendo cinco áreas principais, que são:

Alimentação, atividade física, meditação, uso do sistema de recompensa cerebral e redução do estresse.

A todo momento que estivermos buscando cumprir cada uma das dicas, é importante estarmos atentos à elevação da autoestima!

E isso deve ser feito tanto pelo reconhecimento positivo de tudo o que você tem, como também de tudo o que você é, iniciando pela satisfação de estar vivo.

Essa parte é importante porque o efeito psicossomático é primordial para a saúde do nosso corpo e da nossa mente.

Mas vamos às dicas:

Alimentação

A nutrição correta é primordial para possibilitar a produção equilibrada de todos os neurotransmissores.

Mas, além disso, vamos dar importância a alguns que são mais ligados à dopamina e aos melhores métodos para a absorção dos nutrientes.

Coma frutas entre as refeições. Há uma divulgação pela internet que o ideal é comer frutas de estômago vazio. Não sei se é verdade. Sei que frutas são importantes. Se comer entre as refeições estará se alimentando corretamente e, se essa história de estômago vazio tiver algum sentido, estaremos cumprindo essa parte também.

Após as refeições só bebida quente, tipo chá, por exemplo. Nunca bebida gelada. Isso já é um conhecimento antigo na Rússia. Eles também recomendam nunca beber água gelada, mas essa parte ainda é muito polêmica. Eu não bebo água gelada. Me acostumei assim e acho a água natural deliciosa!

E, inclua em sua dieta, sempre que possível:

Chá verde
Gérmen de trigo
Farinha de aveia
Ovos
Beterraba
Iogurtes, coalhadas e outros probióticos

Atividade Física

Sempre se soube que as atividades físicas provocam a neurogênese, melhorando o fluxo de nutrientes para o cérebro.

Mas, além disso, essas atividades provocam o aumento dos níveis basais de dopamina, provocando o crescimento de novos receptores nos neurônios.

Novos receptores significam maior tráfego sináptico, ou seja, maior intercomunicação entre todos os nossos neurônios, o que significa muito mais eficácia nas nossas atividades cerebrais.

Além da dopamina, os exercícios aumentam também os níveis da serotonina e noradrenalina, que são exatamente os três mais importantes neurotransmissores responsáveis pelo equilíbrio emocional.

Então, o recomendado é que se faça meia hora diária de atividade física, que pode ser uma caminhada com alongamento, por exemplo. Eu faço mais do que isso, mas em dias alternados. Todos os dias faço apenas um alongamento completo.

Meditação

A meditação regular aumenta os níveis de dopamina e, por isso, melhora a atenção e a capacidade de concentração.

Use qualquer processo de meditação ou mentalização ou concentração de forma que você esteja ligado a você mesmo.

Quem for religioso, como eu, pode aproveitar para juntar a meditação, ou mentalização, às suas orações de rotina.

Alguns efeitos desse processo, como o acréscimo considerável na espessura da massa cinzenta cerebral, foram observados por meio de ressonância magnética.

Ou seja: funciona mesmo!

Eu faço isso diariamente assim que acordo. Levo mais ou menos uma meia hora. E me sinto muito bem o dia todo!

Uso do sistema de recompensa cerebral

Nosso sistema de recompensa cerebral atua no sentido de provocar sentimentos de muita satisfação emocional, aumentando os níveis da dopamina.

Para isso ocorrer precisamos planejar, buscar e realizar coisas que provoquem satisfações, por menores que sejam, já que são elas que ativam os circuitos dopaminérgicos.

Esse planejamento pode ser, por exemplo:

Criar metas diárias, de curto prazo, que você possa realizar e ficar satisfeito com isso.

Transformar suas metas de longo prazo em várias metas intermediárias de curto prazo, para ter a dopamina estimulada todo o tempo.

E essas metas podem ser:

Uma aventura diferente, encontrar uma especiaria para comer, provocar um abraço amoroso em um amigo, criar um programa de atividades físicas, etc.

Para quem já assistiu ao filme “Sociedade dos Poetas Mortos”, a recomendação do professor para seus alunos foi uma forma bastante interessante de se cumprir essa parte.

Ele disse “Carpe Diem”!

No fundo esse termo mostra que devemos aproveitar cada momento da nossa vida como se ele fosse o mais importante de toda a nossa existência, focando apenas no momento presente e sentindo o prazer daquele instante, aproveitando cada segundo dessa relação entre nós e o ambiente, as pessoas presentes, o momento, o espaço e o tempo!

É a criação instantânea de uma meta imediata! A de sentir prazer naquele momento, naquela relação com o mundo, naquela sensação de estar presente em nossa própria vida!

Faço isso sempre!

Redução do estresse

Planeje seu dia e sua noite sem estresses, da seguinte forma:

Redes sociais – o ideal é planejar horários fixos para acessar as redes e respeitar tal planejamento. 

Seus amigos dirão que você os deixou no vácuo...

Acostume seus amigos a respeitar seus “vácuos”! Mostre que não são vácuos! São momentos em que você está se tornando melhor ainda e fazendo crescer seu amor interior, para poder compartilhar, depois, com eles!

Jogos eletrônicos, exposição ao computador, jogos pelo celular, etc. – planejar horário para isso, com limitação de tempo (uma hora de cada vez).

E planeje seus intervalos para fazer algo mecânico, crie algum hobbie, alguma pintura para fazer, algum desenho, alguma poesia a escrever com papel e caneta, ou um passeio lá fora...

Sono – planeje seu sono para estar dormindo antes da meia noite, sempre que possível, e programe a sua hora de acordar.

O momento do sono é o momento mais importante para a nossa mente, já que é o momento em que ela vai trabalhar, incessantemente, para reorganizar todas as nossas redes neurais e recuperar a energia de todas as células do corpo!

Prepare-se, antes, para esse período tão importante para a vida!

Elimine as interferências externas ao sono desligando todos os equipamentos (TV, computador, etc.) pelo menos meia hora antes de dormir. O processo de sono é um processo eletromagnético que, se sofrer interferências, nunca será tão perfeito.

Deixe o celular em outro cômodo da casa. A proximidade dele prejudica seu processo de recuperação cerebral. O celular é um grande vilão! Acredito que ele seja um dos principais responsáveis pela intolerância social tão comum hoje nas ruas! Ele estressa nossas redes neurais!

Pronto!

Vimos a alimentação, atividade física, meditação, uso do sistema de recompensa cerebral e redução do estresse.E vimos também que todas as dicas devem sempre estar acompanhadas da elevação da nossa autoestima! Tudo deve ser feito visando o prazer de fazer, o prazer do momento, o prazer da relação para com o ambiente, as pessoas e as atitudes, ou seja, o prazer de ser você mesmo!

sábado, 1 de julho de 2017

Alergia Alimentar com Roberto Andersen em IUPE Educação


Amigos,

A Alergia Alimentar, embora ainda seja desprezada por muitos profissionais de medicina, é hoje um dos problemas que mais cresce no mundo!

Essas alergias afetam, principalmente, crianças e adolescentes com T.E.A. (Transtorno de Espectro Autista) e com T.D.A.H (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade).

O profissional médico mais preparado para o entendimento desse assunto em crianças e em adolescentes é o pediatra com especialização em gastrenterologista, imunopatologia e nutrição, significando uma preparação de aproximadamente nove anos de estudos, que é um investimento difícil de ser realizado.

Para tratar dessa alergia no TEA e no TDAH há necessidade de, inicialmente, realizar exames de intolerância alimentar para, depois dos resultados, elaborar dietas específicas, sem os elementos considerados “não toleráveis” pelo organismo daquele paciente.

Mas como o tratamento inicial consiste, basicamente, em dietas específicas, sem a necessidade imediata de prescrição de medicamentos, surge uma grande dificuldade:

Não há qualquer interesse, por parte da indústria farmacêutica, em financiar tais pesquisas, nem de apresentar tais trabalhos em seus congressos, já que o tratamento não inclui prescrição de medicamentos, não trazendo, para ela, qualquer retorno financeiro;

Devido a isso as fontes de financiamento ficam mais escassas e a divulgação dos resultados das pesquisas ficam restritos a congressos financiados exclusivamente por universidades e poder público, mesmo assim, se não estiverem influenciados pela indústria farmacêutica.

Devido a essa característica de tratamento sem medicamentos, percebemos que as próprias universidades sofrem pressão das indústrias farmacêuticas, claramente contrárias a tais divulgações, para que tais estudos sejam considerados irrelevantes ou sem comprovação científica confiável.

Para combater essas alegações da máfia dos medicamentos, eu alerto que, só o cientista médico Aderbal Sabrá, brasileiro livre-docente e doutor em pediatria, pós-doutor em gastrenterologia e pós-doutor em imunologia, só ele, já tem mais de vinte trabalhos sobre o assunto, que são comprovações científicas sérias, publicadas nas principais revistas científicas mundiais.

Seu livro “Manual de Alergia Alimentar”, ensina aos demais médicos cada detalhe de seus estudos. A obra foi publicada pela Editora Rubio.

E para reforçar mais ainda o caminho das comprovações, William Shaw, cientista médico americano, reuniu, para cada assunto de seus estudos, vinte a trinta comprovações científicas já publicadas nas principais revistas de divulgação científica do mundo.

Sua obra, Tratamentos Biológicos do Autismo e TDAH mostra todos esses detalhes.

Dizer, então, que o tratamento biológico do TEA e do TDAH é terapia não comprovada cientificamente é, no mínimo, uma prova de analfabetismo científico provocado pela falta total de estudos sobre o assunto, ou tem alguma outra intenção ainda menos nobre.

Vamos ver, então, de que forma poderemos tentar reduzir esse crescente avanço na alergia alimentar em todo o mundo.

Aleitamento materno exclusivo

O ponto básico para que se tente reduzir essa incidência alarmante é pelo incentivo ao aleitamento materno exclusivo, até que a criança alcance seus oito meses de idade, pelo menos.

Toda criança nasce com predisposição a ser alérgica. É durante o aleitamento materno exclusivo, nesses oito meses, que ocorre a conversão dessa predisposição, reduzindo bastante essa tendência, ou até a eliminando.

Excesso de higiene

Outra situação que estimula a alergia é a higiene exagerada, iniciando pelo parto cesariana, que elimina o primeiro contato do bebê com os líquidos do tubo vaginal, que formariam a primeira flora intestinal rica em probióticos.

Sendo cesariana não há essa formação da maneira natural. E ainda pode piorar mais, quando os pais começam a dar, ao bebê, fórmulas esterilizadas, sob recomendações de amigos, parentes, etc...

Antibióticos e antiácidos

O uso indiscriminado de antibióticos, para tratamento de todo tipo de infecção respiratória, assim como de antiácidos, para problemas no trato digestivo, também colabora, negativamente, para a formação da flora intestinal, ou seja, a criança perde toda a proteção natural que a flora bem formada daria.


Para concluir recomendo que os pais, ao suspeitarem de alguma característica do filho que possa ser confundida com autismo ou TDAH, que procure um pediatra que esteja atualizado no conhecimento gastrenterológico, imunopatológico e nutricional, ou que, pelo menos, tenha conhecimento do trabalho de Aderbal Sabrá, cujo livro foi escrito exatamente para orientar os médicos que não completaram seu ciclo de formação completo em relação ao autismo e TDAH.

sexta-feira, 30 de junho de 2017

Andragogia com Roberto Andersen em IUPE Educação

Para entrar mais em detalhes sobre o assunto, eu recomendo a leitura dos livros de Erik Erikson, que foi o teórico que mais colaborou para o entendimento das necessidades básicas de satisfação do adulto e do idoso, enquanto os demais focaram mais no desenvolvimento do ser humano até os seus dezoito anos de idade.


Em meu livro AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO – PSICOPEDAGOGIA eu sintetizo os ensinamentos de Erik Erikson, fazendo um paralelo com Wallon, Freud, Piaget e Vygotsky.

Momento de Educação - aluno não aprende e não tem laudo médico

Amigos,

Assistam ao vídeo, mas é importante deixar claro alguns pontos que parecem não terem sido corretamente entendidos ou foram mal explicados por mim no vídeo:

Importante deixar claro que a escola ou os professores podem exigir um laudo médico à família, com a finalidade de tomar conhecimento de alguma doença, transtorno ou síndrome que precise de atenção especial em relação à sua saúde, como por exemplo: saber se o aluno toma remédio controlado para evitar estado agressivo ou descontrole psíquico, se costuma apresentar problemas de convulsão ou outros, que possam trazer perigo a ele mesmo ou aos seus colegas.

Quanto a necessidade de o aluno precisar ser acompanhado de forma especial para fins de aprendizagem, o que constitui o AEE, essa análise e essa decisão, ficam exclusivamente por conta da escola e de seus profissionais ligados à educação, sem necessidade de qualquer laudo médico.


Segue a Nota Técnica do MEC sobre o assunto:

NOTA TÉCNICA Nº 04/ 2014/ MEC/ SECADI/ DPEE de 23/01/2014:

(...)Neste liame não se pode considerar imprescindível a apresentação de laudo médico (diagnóstico clínico) por parte do aluno com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento ou altas habilidades/superdotação, uma vez que o AEE caracteriza-se por atendimento pedagógico e não clínico. Durante o estudo de caso, primeira etapa da elaboração do Plano de AEE, se for necessário, o professor do AEE, poderá articular-se com profissionais da área da saúde, tornando-se o laudo médico, neste caso, um documento anexo ao Plano de AEE.

Por isso, não se trata de documento obrigatório, mas, complementar, quando a escola julgar necessário.

O importante é que o direito das pessoas com deficiência à educação não poderá ser cerceado pela exigência de laudo médico.

A exigência de diagnóstico clínico dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades/superdotação, para declará-lo, no Censo Escolar, público alvo da educação especial e, por conseguinte, garantir-lhes o atendimento de suas especificidades educacionais, denotaria imposição de barreiras ao seu acesso aos sistemas de ensino, configurando-se em discriminação e cerceamento de direito(...)