Implantação de uma metodologia transformadora – parte dos
pais
Olá, amigos,
Na educação nada deve ser implantado “por decreto”, já que estamos
trabalhando com pessoas, emoções, culturas pré-estabelecidas, etc.
Mas há pressa!
Todos sabemos disso!
Afinal, por algum motivo, nosso país é o pior do mundo em
nível de aprendizagem!
Podemos até já saber que existe a Metodologia IUPE de
Dinâmica Grupal, e que ela é eficaz, para que o professor consiga garantir a
aprendizagem real de todos os seus alunos, em uma sala regular, mesmo quando os
alunos estiverem em diferentes níveis de compreensão e intelectualidade.
Podemos até saber que essa Metodologia leva à construção, de
forma sutil e natural, do Sistema de Sala de Aula Invertida, método tão
propagado em países nórdicos com resultados educacionais exemplares.
Mas as pessoas, ou sejam: professores, alunos e pais de
alunos, precisam sentir a realidade e perceber que é esse o caminho para quem
quer, não a aprendizagem enganosa, onde, apesar de haver notas ótimas, o
assunto aprendido tem data de validade, mas sim aprendizagem real, onde o
conhecimento é construído com segurança e de forma definitiva, na mente de cada
aluno.
Por isso que, para a implantação foi necessária uma
experiência real, em sala de aula, para mostrar que a aprendizagem não existe
no sistema tradicional.
Parte 1: A experiência metodológica e o resultado alcançado
Começamos antes do início do ano letivo, quando mostramos
aos professores que o sistema de prova marcada, ou seja, qualquer tipo de
avaliação com data marcada, cria no aluno uma programação cerebral totalmente negativa
para sua aprendizagem e, como consequência, destrutiva para a formação da sua
inteligência.
Explicação que dei, na época:
O aluno se esforça como pode, ou até mais que isso, por
vezes “varando a noite”, para que consiga, no dia seguinte, “tirar uma boa nota”
na prova, e assim “se livrar” daquele assunto para sempre!
Algumas escolas fazem isso todo sábado, criando uma
ansiedade estressante, já que o aluno faz esse tipo de “estudo” toda sexta-feira,
para que, após as provas, se sinta “livre” daqueles assuntos para sempre.
O estresse desses alunos deve-se ao fato de eles, por não
seguirem um método correto, estarem utilizando apenas a sua memória temporária,
numa área do cérebro chamada de hipocampo, e que não comporta muita informação.
Já atendi muitos alunos desses colégios, todos em nível
perigoso de estresse, alguns já tendo desistido de estudar e outros ainda em
estado depressivo.
Naquele momento todos os professores ouviram a explicação,
mas poucos acreditaram, já que todos passaram pelo mesmo tipo de ensino no seu
tempo de Educação Básica e sempre acharam que era assim mesmo e não tinha o que
mudar.
Iniciado o ano letivo tivemos, no primeiro dia, uma
avaliação diagnóstica, em forma de prova surpresa, para todos os alunos, onde pude
constatar quem estava realmente “estudando para aprender” e quem estava no
padrão brasileiro de “decorar para a prova”.
Arquivei os resultados comigo, para fazer a comparação mais
tarde. Os que realmente “estudam para aprender” obtiveram bons resultados e sempre
os terão, independentemente da escola, dos professores, etc.
Iniciado o ano letivo expliquei a todos os alunos, de sala
em sala, em todas as turmas, como estudar com método, diariamente, sem se
estressar, para conseguir aprender de verdade e para sempre, em vez de apenas decorar
para a prova.
Dei exemplos vivos, e os resultados que esses ex-alunos
alcançaram.
Nessas explicações em sala dei as seguintes dicas básicas:
Assista às aulas escrevendo, em seu caderno da matéria, tópicos,
resumos, palavras-chave, ou seja, aquilo que der para escrever enquanto assiste
à aula;
Após as aulas do dia, estude escrevendo, no caderno da
matéria, ou a tarefa passada para casa (caso o professor tenha passado), ou o resumo
do assunto dado, ou um texto com o que o aluno entendeu de cada ponto do
assunto, sempre acrescentando algo a mais pesquisado pela internet ou outros
livros;
Após esse estudo, leia os assuntos que serão dados nas aulas
do dia seguinte. Só leia! Não precisa estudar! A menos que sobre tempo para
isso.
Use o tempo que resta para fazer algo que goste, tipo
brincar, jogar um jogo, conversar com colegas e, principalmente, conversar com
os pais sobre o assunto que aprendeu naquele dia;
Se prepare para dormir o mais cedo possível, de forma que
tenha a possibilidade de ter 8 horas de sono, no mínimo, até a hora de acordar
no dia seguinte.
Pronto!
Estavam dadas as instruções aos professores e aos alunos.
Estavam dadas as instruções aos professores e aos alunos.
Mas, para garantir que não haveria prova marcada, já que
isso atrapalharia toda a experiência e permitiria que houvesse notas altas sem
aprendizagem, determinei que todas as avaliações seriam aplicadas por mim
mesmo, ou pela coordenação, em momento surpresa.
Ou seja: tudo continuou como sempre foi, exceto pelas provas
que não mais seriam aplicadas pelos professores, mas sim por mim, e de
surpresa!
O resultado alcançado foi exatamente o que eu esperava, ou
seja, só conseguiram bons resultados nas avaliações aqueles alunos que, desde a
avaliação diagnóstica, mostraram que seguiam o método correto de estudo.
Houve, na realidade, alguns casos novos, de alunos que
seguiram todas as orientações que eu havia ensinado. Os demais, como é comum,
apenas me ouviram, mas continuaram apenas brincando de estudar...
Todas as notas, com as exceções que comentei, foram péssimas,
o que não me surpreendeu!
Alguns alunos novos, vindo de outros colégios, acostumados a
só terem notas excelentes, ficaram surpresos quando viram que nunca aprenderam
nada em momento algum! Só estavam “se enganando” todo o tempo, mas mostrando
notas ótimas em casa!
Terminado o teste e constatada a realidade da aprendizagem
enganosa, todas as provas e testes foram entregues aos alunos para que
começassem, a partir de agora, a construir a sua aprendizagem, começando por
estudar, de verdade, todos os assuntos das questões que erraram nas avaliações.
Parte 2: A participação dos pais para garantir a
aprendizagem e o sucesso de seus filhos
Na reunião de pais, logo após o final da experiência,
traçamos os planos a serem seguidos pelos pais, para que tenhamos a garantia
absoluta de que todos os nossos alunos estarão no caminho do sucesso, e que nenhum
deles vá, sequer, ao período de recuperação nem, muito menos, seja reprovado.
Os pais precisam, então, observar três pontos básicos, que
são:
-ESTIMULAR, DE FORMA CORRETA, O FILHO
-ACOMPANHAR E CONTROLAR O MÉTODO DE ESTUDO ATIVO EM CASA
-PROPORCIONAR A ORGANIZAÇÃO DE SEUS CADERNOS PARA O ESTUDO
ATIVO
Vamos ao primeiro:
Estimular, de forma correta, seu filho:
Ação 1: Aprendizagem X Notas
Nunca pergunte ao seu filho que nota ele tirou, mas sempre “o
que ele aprendeu hoje”, e se interesse, de verdade, pelo que ele disser sobre
os assuntos aprendidos.
Isso vai fazer ele ter, cada dia, mais interesse em seu
aprendizado, para poder compartilhar com você em casa.
Ação 2: Exemplo
Sempre que possível esteja lendo ou escrevendo perto de seu
filho, nos momentos de estudo dele. Isso o estimula.
Estar assistindo à TV ou fazendo qualquer outra coisa, no
momento do estudo do filho, só serve para desanimá-lo.
Acompanhar e controlar o método de estudo ativo em casa:
Ação 3: Controle
Peça, todos os dias, para ele lhe mostrar as páginas que ele
escreveu, durante o “estudo ativo” do dia. Rubrique no final de cada estudo de
cada matéria do dia. Assim ele se sentirá importante para você! Caso você não
faça isso ele sente, mesmo que inconscientemente, que o futuro dele não faz a
menor diferença para você.
Perceba que eu não disse “dever de casa”, mas sim “estudo
ativo”, que poderá ser o dever de casa, se passado pelo professor, como resumo,
textos, etc., como eu comentei nas explicações para os alunos.
Ação 4: Conhecimento geral
Esteja sempre se atualizando com os acontecimentos
importantes locais ou até mundiais, para conversar com seu filho e analisarem,
juntos, com qual matéria o acontecimento se relaciona.
Pergunte se a escola tocou nessa relação ou se não deu
importância.
Caso negativo peça a ele que leve a sugestão ao professor.
Isso estimula o conhecimento como um todo.
Proporcionar a organização de seus cadernos para o estudo
ativo.
Ação 5: Cadernos e apetrechos escolares
Verifique, sempre, se ele está com todos os apetrechos
necessários ao estudo, e se os cadernos estão bem organizados.
Um caderno bem organizado significa uma mente bem organizada
e proporciona aprendizagem para sempre.
Parte 3: Avaliações
A partir da implantação definitiva da metodologia, a
avaliação no IUPE segue os ensinamentos de Cipriano Luckesi, ou seja, os
processos avaliativos são diários e processuais, realizados pelos professores,
em todas as suas aulas, ao observarem o trabalho de cada aluno durante a
realização das tarefas em dinâmica grupal.
Essas avaliações, assim como as tarefas e demais provas e
testes de oportunidade, são feitas estritamente dentro do nível intelectual e
de conhecimento de cada aluno, principalmente os que possuem NEE (Necessidades
Educacionais Específicas), como os autistas e demais síndromes e transtornos.
Essas avaliações vão sendo registradas nas observações das
cadernetas, para que haja a possibilidade de serem corrigidos os rumos daqueles
que estiverem com dificuldades, ou até aqueles que estiverem com resistência
por preguiça ou qualquer outro motivo.
Em momentos não divulgados serão aplicadas avaliações do
tipo de simulados, para que os próprios alunos percebam se o seu método de
estudo está correto ou se precisa mudar.
Todas as avaliações, após a correção feita pelos
professores, são devolvidas aos alunos, para que estudem os erros cometidos, e
apresentem, ao professor, a comprovação de que já aprenderam o assunto, ou
então, apresentem a dúvida que ficou, para que seja recuperada toda a aprendizagem
perdida.
Durante cada unidade letiva não serão divulgadas, aos alunos,
notas nem pontuações, para que sejam eliminadas todas as possibilidades de
comparações entre colegas, o que tem servido para baixar a autoestima de muitos
e desanimá-los para o estudo.
Em relação ao registro de notas e médias, para poder cumprir
o tradicionalismo, ainda presente, de histórico e boletins com notas, o
registro é feito dessa forma:
Notas e médias acima de 7,0, são registradas normalmente.
Alunos que não obtiveram essa nota mínima, terão essa
aproximação assim que comprovarem, aos professores, a aprendizagem do assunto que
errou.
Os pais dos alunos que insistirem em não querer recuperar a
aprendizagem perdida serão chamados para que, juntos, escola e pais, encontremos
uma solução para o estímulo do filho.
Conclusão
A partir dessa implantação temos absoluta convicção de que a
aprendizagem real estará sendo desenvolvida em todos os nossos alunos, fazendo
com que, pelo menos de nossa parte, não exista mais a tradicional aprendizagem
enganosa tão comum em nosso país.
Outros assuntos importantes
Para que tudo dê certo é preciso ambiente afetivo em casa,
eliminando a carência afetiva.
A carência afetiva é um mal que se alastra por todo o mundo
e que tem provocado, inclusive, as automutilações, a busca das drogas, e tudo o
mais que não presta.
Para evitar essa carência, a dica é muito simples:
Crie o momento de diálogo aberto, amplo e livre, em casa,
sem a presença de celulares, computadores, TVs, etc.
Nesse momento a conversa inicia com “o que você aprendeu
hoje” ou o debate sobre um acontecimento atual qualquer.
Os filhos devem ser encorajados, aos poucos, a confiar nos
pais e sentirem segurança para estender essa conversa para contarem seus
sentimentos e emoções.
Essa conversa sendo bem frequente elimina, também, a tendência
dos filhos, de esconderem coisa erradas que fizeram, e também de mentir sobre algum
assunto importante ou mesmo sobre assuntos da escola, o que tem sido muito
comum atualmente.
E, para terminar, vamos falar sobre carência afetiva
paterna!
Sim! Essa é perigosíssima para os filhos do sexo masculino.
Para as meninas, a carência afetiva paterna é ruim, mas para
os meninos ela é muito perigosa, porque pode construir uma personalidade
psicopata no menino, coisa que está sendo estudada agora, depois que se
constatou que o único ponto em comum entre todos os school shooters, que são
aqueles adolescentes que entraram atirando nas escolas, é a carência afetiva
paterna!
Aqui, então terminamos esse nosso encontro.
Qualquer dúvida, entrem em contato
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