sábado, 6 de outubro de 2018

Orientação adolescente - parte 1 - Amor





Orientação adolescente – parte 1 - AMOR

Insisto na ideia de que não há nada mais importante para mossas vidas do que SAÚDE, AMOR e CONHECIMENTO.

Todo o restante pode ser considerado como complemento dessa estrutura, dando mais valor ainda a cada um desses alicerces, garantindo, assim, a FELICIDADE, que muitos acreditam não existir!

Vamos, então, falar do AMOR, talvez a mais importante base da estrutura de nossa vida.

Erramos muito no entendimento do amor. Não temos culpa, pois é a sociedade, ou o senso comum, que nos passa a ideia de que amar é o encontrar da outra metade da nossa maçã!

E é a partir desse raciocínio que as pessoas acabam procurando, no outro, a outra metade, o complemento que falta, algo externo para dar sentido à vida.

Esse caminho leva ao nada! Afinal, são duas metades tentando se completar, mas são duas metades diferentes.

São metades que ainda não se entendem direito, já que são apenas metades!

São duas pessoas incompletas e que, ao se juntarem, criarão uma dependência, uma da outra, sem que uma tenha a completude de um amor bem construído em seu interior.

Uma, em vez de compartilhar amor com a outra, faz a outra de refém!

Refém porque essa dependência mútua produz a necessidade, cada vez mais forte, da presença do outro, já que, sozinho, cada um se sente mais incompleto ainda.

Por mais que exista uma paixão, a necessidade de estar com o outro, ou de ter o outro, traz uma sensação de sufocamento, uma sensação de aprisionamento, embora continuando a existir a vontade de ainda estar junto.

Tudo devido a dependência que foi criada, e que, aos poucos, acaba desgastando a relação.

Surgem, então as dúvidas! Embora um ainda goste do outro, aparecem ansiedades e, por vezes, até sentimentos de angústia, como se faltasse alguma coisa!

Mas um ainda tem o outro! Sim! Um tem o outro, mas em uma relação de posse e de dependência, cada dia mais angustiante.

Isso pode nos levar até a imaginar que estamos com o outro errado! E podemos ser levados a buscar outros complementos. E assim destruímos o caminho que deveria estar nos levando à felicidade.

Mas, na realidade, estamos apenas incompletos em nós mesmos, e nos juntamos com outra pessoa também incompleta em si mesma.

Afinal, é uma relação entre duas pessoas pela metade!

Por isso temos que rever o conceito do amor, para construirmos, com segurança, essa base tão importante da estrutura de nossa felicidade.

Precisamos ser inteiros! Nunca pela metade!

Precisamos ser uma maçã inteira, nada de maçã pela metade!

Precisamos construir, dentro de nós, a inteireza do amor por nós mesmos! Um amor completo, seguro de nossas qualidades, seguro de nossos valores e seguro de nossas virtudes!

Para isso temos que dar espaço para um momento de egoísmo e narcisismo, mas de egoísmo e narcisismo construtivo, até que estejamos prontos e completos, e só a partir daí, compartilharmos a energia do nosso amor interior, com todos os que convivem conosco.

Aí sim, estaremos prontos para aguardar a chegada de uma maçã tão inteira como a nossa, quando poderemos compartilhar amor verdadeiro, sem falhas, sem carências, sem a necessidade do outro, mas só com a sensação de prazer completo, por estar compartilhando inteirezas com o outro também completo.

Mas como construir isso tudo?

Vamos começar!

Tudo começa no planejamento de um dia de sua vida. Um dia só! Na realidade, um dia de cada vez! 
Pense apenas no primeiro que, como qualquer dia de sua vida a partir de hoje, será um dia especial.

Só amanhã pense, de novo, em mais um dia especial, e assim por diante!

Esse dia deve ser planejado, entendido, e sentido, como se toda a sua vida se passasse nele, do momento em que você acordar, ao momento em que você vai dormir.

Programe-se para acordar uns vinte minutos antes da hora normal, para que dê tempo para aquilo que eu chamo de “vibração das células”.

Ainda deitado, com a musculatura relaxada, concentre-se em todo o seu corpo, até sentir todas suas células vibrarem.

No início só conseguimos sentir vibração ao nos concentrarmos nos pés. Então comece por eles, até que sinta uma espécie de formigamento.

Aos poucos, no decorrer da semana, você vai conseguir sentir o mesmo em mais partes do corpo, até que, depois de uns dias, essa sensação ocorre no corpo todo.

Esse momento de vibração vai trazer uma verdadeira sensação de prazer, e cada dia ela será mais intensa.

Durante essa sensação de vibração das células imagine que você está se comunicando com elas e elas estão respondendo ao seu comando.

Você, afinal, passou a se integrar com esses seres vivos que constituem seu organismo. Isso é o começo de tudo!

Até então você não dava a elas, as células, a importância que elas merecem.

Agora vamos a segunda parte: o café da manhã.

Em vez de, simplesmente, tomar café para sair, mude o foco, e passe a curtir o momento do seu café. 
Faça algo diferente, ou apenas curta, mesmo, cada momento dessa refeição, sentindo o prazer de cada alimento.

Essa transformação de uma refeição em prazer e curtição deve ser feita em todas as demais durante seu dia. Nunca mais “coma” para não ter fome, mas passe a ter prazer em se alimentar.

E, a partir de agora, comece a planejar a transformação de cada momento de seu dia em momento de prazer, seja no trabalho, seja no estudo, seja no relacionamento com as pessoas, seja no momento de lazer ou até no momento de “nada fazer”!

Não vá, automaticamente, ao trabalho ou à escola! Curta cada um dos trajetos, sentindo o prazer de observar cada parte da caminhada.

Não fale, simplesmente, com as pessoas, mas sim dedique-se, nem que seja por alguns segundos, ao diálogo com cada uma das pessoas conhecidas que encontrar.

Quebre os bloqueios aos poucos, para evitar as auto sabotagens, quando temos a tendência de justificar que algumas coisas são impossíveis de se fazer com prazer.

Tudo pode ser transformado sim e, algumas vezes, precisamos apenas mudar a nossa forma de ver o fato, ou de compreender a situação.

Trabalhe nisso durante todo o seu dia e, no final, antes de dormir, pergunte a si mesmo:

“Valeu meu dia? Consegui cumprir minhas obrigações com prazer? Fui ético durante todo o meu dia, ou seja, consegui fazer coisas boas para meus objetivos de vida, ou também boa para outros, e que não foram ruins para ninguém? Estou satisfeito com o meu dia?”

Se alguma resposta não for SIM, replaneje o amanhã, para que cada um dos seus dias seja de prazer, do início ao fim e que sempre, ao final do dia, você sinta que seu dia valeu!

Faça isso tudo em um dia, como se fosse o único dia de sua vida. E faça de novo a cada dia. Um dia de cada vez...

Você estará construindo o que há de mais valioso na sua vida, que é o seu amor por você mesmo e que, a partir de agora, você poderá compartilhar com todos os seus amigos e com todo o mundo à sua volta.

Esse é o AMOR VERDADEIRO, e ele é seu, todo seu!

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