Quando o artigo em A Tarde, na página B13 (Ciência e Vida), diz que "(...)o sono estimula a criatividade e a solução de problemas(..)" ele está se referindo ao sono REM (sono paradoxal), como se fosse a única fase em que o processo criativo é estimulado.
Nos testes que realizaram os voluntários eram apresentados pela manhã e ao final da tarde a múltiplos grupos de três palavras, tendo que falar uma quarta palavra que poderia estar associada as demais.
Entre um teste e outro os grupos de voluntários foram divididos entre:
Grupo A) dormir a tarde o suficiente para alcançar o sono REM;
Grupo B) dormir a tarde sem alcançar o sono REM (apenas cochilar);
Grupo C) não dormir à tarde.
Segundo os pesquisadores o único grupo que apresentou melhora considerável em sua performance foi o Grupo A. Isso foi suficiente para que chegassem à conclusão de que é o sono REM quem ajuda a criatividade e a memória.
Não vou entrar no mérito da conclusão ter sido ou não precipitada, conforme um comentário que acabei de receber de colegas da Inglaterra, nem tampouco se a forma de elaboração do teste foi ou não simplória, conforme acabei de discutir via MSN com outros colegas.
A pesquisa, mesmo que possa ter sido realizada de forma simplória ou mesmo que a conclusão tenha sido precipitada, TEM SENTIDO!
Estudando um pouco de neurociência sabemos que toda informação recebida durante o dia fica sendo processada pelas ligações neuronais do hipocampo, que faz parte do sistema límbico cerebral e cuja memória é caracterizada como memória de curta duração.
Se ainda durante esse mesmo dia precisarmos utilizar esse conhecimento adquirido, ele estará pronto, mas não com a mesma eficácia que teremos após uma noite completa de sono.
Uma noite completa de sono significa: primeiro o sono inicial, onde todas as informações são enviadas do hipocampo para o córtex cerebral (onde está a memória de longa duração); depois o sono paradoxal (REM), quando todas as informações são comparadas e arquivadas já nos lobos correspondentes do córtex cerebral, deixando tudo pronto para utilização no dia seguinte; e por último o sono final, quando são preparados os índices que direcionarão corretamente as solicitações do dia seguinte para as memórias correspondentes.
No teste realizado as pessoas não tiveram o sono noturno, que seria o mais eficaz, mas o grupo que teve um sono mais prolongado e alcançou o sono REM foi o único que melhorou sua performance e não poderia deixar de ser, já que foi o único que já pode trabalhar a memória de longa duração, utilizando o conhecimento adquirido já transferido para o córtex cerebral, ou seja, já em condições de realizar asssociações e comparações que muito ajudam a criatividade e a própria memória em si.
Conclusão sobre o assunto e que o artigo vem reforçar:
Todo conhecimento adquirido precisa de uma noite completa de sono para ser transferido para a sua área correta de arquivamento e processamento e que fica no córtex cerebral.
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