"Teve um dia aí" que completei sessenta anos... Nem me lembro direito quando, mas isso é o que menos me interessa... Afinal nunca consegui me sentir inserido num rótulo restrito, seja ele faixa etária, círculo social, nacionalidade, regionalismo, meio cultural ou qualquer outro.
Quando viajo para a Inglaterra, Coréia do Sul, Estados Unidos ou qualquer outro país me sinto como se estivesse em Niterói ou em Salvador, ou seja: em casa!
Quando converso com meus empregados sinto-me como se vivesse em seu próprio meio cultural, compartilho das suas idéias, vivencio suas histórias.
Quando faço um debate com meus alunos sinto-me como se fosse da sua idade, sentindo as mesmas emoções e compartilhando os mesmos sentimentos.
Mas há momentos em que surgem as reflexões, principalmente aquelas referentes ao "passar do tempo".
É nesses momentos que minha auto-estima se eleva tanto que nem tenho como evitar e exagero da felicidade!
Há pessoas que comentam: "Eu era feliz e não sabia". Eu já digo o inverso: "Nunca fui tão feliz como agora".
Depois de certa idade passei a ser exatamente como sempre eu desejei ser! Passei a perceber as maravilhas que me cercavam e que, antes, nem tempo eu tinha para percebê-las! Passei a poder curtir com muito mais intensidade detalhes que sempre estiveram à minha disposição, mas que passavam despercebidos.
Passei a admirar meus cabelos brancos, minha experiência de vida, minha força para enfrentar dificuldades e desafios, meu entusiasmo pelos novos desafios e pelas novas conquistas, minha capacidade de amar e de transmitir o amor que trago dentro de mim.
Sofri muito, é claro! Perda de parentes e amigos, decepções, acidentes, desentendimentos em relacionamentos afetivos... Mas foram momentos de sofrimento dos quais sempre aproveitei algum tipo de ensinamento.
Doenças? sim: de gripe a infartos, com direito a hepatites e muito mais... Tudo superado pela energia do querer viver produtivamente, do querer fazer o melhor para o outro, do querer convencer o outro a também querer experimentar a energia do amor, a força do pensar positivo e a realidade do "ser feliz"...
Percebi que vivo como se fosse eterno. Planejo a vida como se fosse viver trezentos anos! Isso me deixa tranquilo e livre para pensar e agir produtivamente, passando segurança para meus amigos, dando orientação para quem precisa e compartilhando amor com quem me ama.
Nunca me arrependi de meus erros, nem do que fiz ou deixei de fazer. Afinal sempre aprendi com tudo isso. Hoje sinto o prazer de perceber que não dou a menor importância a atitudes agressivas ou ofensivas porventura dirigidas a mim. A compreensão do outro me fez alcançar esse estágio emocional.
E me reservo o direito de ser como quero ser sem precisar dar explicações a ninguém. Isso é fantástico! Algumas pessoas até se espantam... Meus alunos já se acostumaram e aprendem muito com isso... Meus filhos convivem diariamente com essa realidade e gostam. Minha mulher nem sempre...
Qual a fórmula para tudo isso? Ela está dentro de cada um de nós. Basta querer resgatá-la de dentro de sua mente.
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