Assunto de hoje:
Avaliação – Para que servem professor e
avaliação?
Amigos,
As dúvidas em relação ao processo
educacional são muitas. Em relação aos procedimentos de avaliação, as dúvidas
são maiores ainda.
Em relação à Educação Inclusiva então,
muitos tentam acertar, mas alguns nem querem se dar ao trabalho de se capacitar
para isso!
Quem sofre com isso são os alunos e, mais
tarde, a própria sociedade, que acaba sendo composta por pessoas malformadas,
mal-educadas e mal preparadas em todos os seus aspectos.
Hoje vamos voltar a falar de avaliação, mas
vamos focar nossa conversa em duas perguntas básicas:
Para que serve o
professor e para que serve a avaliação?
Vamos à primeira: Para que serve um
professor?
Professor serve para elaborar estratégias
de ensino que garantam, a cada um de seus alunos, a aprendizagem de todo o
conhecimento necessário para o exercício de uma profissão ou para desenvolver
uma habilidade, sempre visando a independência e autossuficiência futura desse
aluno.
Já que é para elaborar essas estratégias, como
ele vai conseguir fazer isso, para que o ensino se transforme em aprendizagem
real?
Simples, embora trabalhoso:
Basta fazer o que é nossa obrigação como
professor, que é sempre estar lendo, estudando, analisando, discutindo e,
principalmente, experimentando, as maravilhosas teorias desenvolvidas por Piaget,
Vygotsky, Wallon, Erikson, Freud, Pichon Riviere e todos os outros.
Mas tem que estudar, tem que se dedicar,
tem que pesquisar... E nunca dar uma de professor sabotador, dizendo que
teorias são teorias, mas na prática não funcionam! Só para não se dar ao
trabalho de estudar!
Essa fuga é característica de quem escolheu
a profissão, não porque gosta, mas somente por não ter competência para ser
mais nada na vida!
Só que esse não percebeu que, para ser
professor mesmo, precisa muito mais do que fazer um concurso ou se formar em
licenciatura ou pedagogia...
Quando dizemos que as teorias devem ser
estudadas a fundo, não é para seguir rigorosamente cada um daqueles
ensinamentos, como se fosse um Manual de Serviços, mas sim para adaptar cada um
deles ao seu perfil como educador e ao perfil da turma que ele vai assumir.
Então o professor vai criar estratégias
para que o seu ensino, devido à metodologia que ele vai desenvolver, se
transforme em aprendizagem para todos os seus alunos, sem excluir nenhum deles,
ou seja, tenham eles as características cognitivas que tiverem.
Agora vamos à segunda pergunta, que é: Para
que serve a avaliação?
A avaliação mede, em primeiro lugar, se
houve eficácia no processo ensino-aprendizagem.
Ou seja, ela vai servir, principalmente, para
que o professor analise se a sua estratégia de ensino está correta ou se
precisa ser alterada, para que seu objetivo, como professor, seja alcançado.
Podemos, então, concluir dessas duas
definições que, o resultado insuficiente alcançado pelo aluno em uma avaliação significa,
normalmente, que a estratégia de ensino aplicada não está dando certo!
Então, é importante que o professor tenha a
necessária humildade para reconhecer que notas baixas de seus alunos são alarmes
importantes para que ele analise o que deve ser mudado em sua estratégia, para
que esses alunos consigam aprender aquilo ele pretendia ensinar.
E para o aluno especial, quando a elevação
da sua autoestima é o objetivo mais importante de todo o processo, o professor,
ao elaborar as perguntas e questões, deve estar certo de que seu aluno as
entenderá e as responderá corretamente. Qualquer erro do aluno, nesse caso,
deve ser considerado erro de elaboração das questões ou erro no processo de
ensino-aprendizagem.
Nesse momento é sempre bom lembrar que
Comenius escreveu, em pleno século XVII, que “Idiota é aquele que quer ensinar
ao aluno, não o que ele pode aprender, mas sim o que ele próprio deseja”.
Acho que essa frase de Comenius diz tudo
sobre ensino e aprendizagem, principalmente se falarmos de educação inclusiva.
Mas, então por que as avaliações parecem
ter mudado completamente de objetivo?
Vejo professores dizerem claramente que precisam
utilizar notas como arma para que consigam manter o domínio de classe.
Vejo escolas se utilizarem das notas para
excluir alunos que estejam fora do padrão desejado e que, por isso, não
permitirão que a escola se promova como escola que aprova no vestibular.
E dificilmente vejo professores preocupados
em mudar sua forma de ensino para garantir melhor aprendizagem de todos os
alunos, embora essa seja a forma correta de um professor, que esteja ciente dos
objetivos da avaliação, proceder.
Agora vamos às dificuldades encontradas
para se levar adiante um processo de avaliação que seja eficaz e produtivo,
ajudando os alunos a progredirem na aquisição do conhecimento:
Primeira dificuldade:
O professor acomodado!
Professor acomodado é aquele que não quer
sair da sua “zona de conforto”, e que dá sua aula sem qualquer preocupação com
os diferentes níveis de entendimento de seus alunos, que aplica provas
tradicionais e que as corrige apenas para saber quais dos seus alunos foi
aprovado e quais foram reprovados.
Esse professor, que já não dá certo para
alunos regulares, será pior ainda para alunos de inclusão que estejam em suas
salas de aula.
Normalmente eles “aceitam” o aluno em sala,
mas não acham que seja sua obrigação a adaptação dos conteúdos da aula à
capacidade cognitiva deles.
Os alunos com qualquer dificuldade de
aprendizagem ficam abandonados à sua própria sorte e os especiais ficam
entregue ao profissional de apoio escolar que foi designado para ajudá-lo.
Segunda dificuldade:
O professor sabotador!
Professor sabotador é aquele que, ao ser
solicitado a alterar seu processo de aulas e de avaliações para atender aos
diferentes níveis cognitivos de seus alunos, reclama que isso não funciona.
E diz ainda “Isso, na teoria, é maravilhoso,
mas na prática, nunca dará certo. ”
E ainda insiste em dizer que quem fala isso
não sabe o que é uma sala de aula e nunca conseguiria fazer nada disso numa
turma igual a dele.
Precisamos, então, entender que professores
acomodados e sabotadores são os que mais contribuem para a má fama dessa
profissão;
Esses, mesmo sem se dar conta disso, estão
contribuindo com o sistema vigente, mesmo que inconscientemente, para destruir
a educação de nosso país.
Se conseguirmos nos livrar da péssima
influência vinda do acomodado e do sabotador, poderemos adaptar nossas aulas e
avaliações para que sejam realmente eficazes, estimulantes e produtivas,
conseguindo assim alcançar o objetivo desejado.
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