Essas foram as perguntas:
1-Como manter o autocontrole em sala de
aula na Educação Infantil, e como lidar com interferências dos pais no ensino,
no lar e na instituição?
2-Ao longo dos anos da sua profissão, o que
você considera mais difícil em relação à Educação Infantil?
3-O que você diria aos profissionais de
Educação Infantil em relação ao autocontrole?
Eu concentrarei as respostas às perguntas, por
meio de uma análise dos desafios da Educação Infantil.
Acredito que todas
estarão respondidas, exceto a que se refere à interferência dos pais, que
responderei no final:
DESAFIOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL:
1.AMOR PRÓPRIO
O professor de uma turma de Educação
Infantil só logrará êxito verdadeiro em seu relacionamento professor-aluno se,
inicialmente, estiver bem resolvido emocionalmente em sua vida pessoal e
conjugal.
Só estando bem resolvido esse professor
terá a energia do amor imprescindível para criar a empatia professor-aluno
desde o seu primeiro dia de relacionamento.
Então, o primeiro desafio do professor de
Educação Infantil é com ele mesmo e com seu cônjuge.
A função de professor de Educação Infantil não
é uma função automática, mecânica ou organizacional, onde o peso da emoção
pouco importa.
Essa função é primordialmente emocional e afetiva.
O professor de Educação Infantil que não
está disposto a resolver sua vida pessoal e conjugal não deve sequer pensar em
ser professor, mas sim em procurar outra função onde a estabilidade emocional
não seja uma necessidade primordial.
2.AMOR AO ALUNO
Solucionado o primeiro desafio, vamos ao
segundo, também ligado ao AMOR.
Desde o primeiro contato com seus alunos, o
professor deve estar preparado para amá-los incondicionalmente, ou seja,
independentemente de suas características comportamentais, características
emocionais, psíquicas, ou de qualquer anomalia, principalmente as que provocam
natural rejeição por parte da sociedade, como defeitos físicos aparentes.
Estratégias como lançar um segundo ou
terceiro olhar para uma criança cuja primeira impressão nos provocou um
sentimento de rejeição, sempre funcionam. Um segundo olhar com amor faz com que
os defeitos sejam camuflados.
3.ENTENDER AS NECESSIDADES DA FASE EM QUE CADA
CRIANÇA ESTÁ
O terceiro desafio é identificar, na
criança, a sua fase de desenvolvimento, para poder satisfazer as suas reais
necessidades.
Cada uma dessas fases aponta para uma
necessidade básica que, se não estiver sendo corretamente satisfeita, provocará
inquietação, irritabilidade ou apatia, prejudicando seu relacionamento em grupo
e atrasando seu desenvolvimento.
Mesmo que essas fases sejam bem descritas
nos manuais de entendimento infantil, cada criança poderá estar adiantada ou
atrasada em relação ao padrão, o que deve ser observado pelo professor, para
seu planejamento de atividades.
4.ENTRAR NO UNIVERSO DA CRIANÇA
O quarto desafio é conseguir entrar no
universo da criança.
Para se conseguir isso com alguns autistas
que apresentam o olhar perdido como se estivesse desligado do mundo, por
exemplo, é se colocar em sua frente, imitando sutilmente suas atitudes, sempre
com olhar paciente e transmitindo muito amor.
Para cada criança o processo pode ser
diferente. Cada professor deverá estar preparado para aprender com a própria
criança, por meio de observação atenta, a entrar no seu universo.
Algumas vezes esse “entrar no universo” é
facilitado pelos próprios colegas em uma mesma turma, mas toda atenção deve ser
dada para se descobrir se alguma das crianças está fora do universo grupal.
5.CONQUISTA DA TURMA
O quinto desafio é a conquista da turma,
que é básico para se conseguir o domínio de classe tão desejado pelos
professores.
Uma vez descoberto o assunto, a atividade,
o jogo ou a brincadeira que seja do interesse de toda a turma, esse desafio
será vencido criando-se atividades a partir desse interesse comum.
Todos os objetivos da Educação Infantil,
principalmente coordenação motora, estímulo aos elementos sensores, estímulos
motores e desenvolvimentos em geral, podem ser planejados a partir desse
interesse comum.
6.CONQUISTA DO ALUNO ISOLADO
O sexto desafio é a conquista emocional e
afetiva do aluno que não se sente bem no grupo. Esse aluno deve ser conquistado
individualmente para, aos poucos, ir acostumando ele a um ou dois colegas, até
que ele se sinta bem com todo o grupo.
7.AUTOCONTROLE – NÃO CRIAR EXPECTATIVAS
O sétimo desafio para o professor é evitar
criar expectativas de resultados em qualquer dos passos anteriores.
Tudo deve ser feito por amor ao que se está
fazendo, sem que se crie a necessidade de retorno, ou seja, sem que exista a
necessidade de se perceber os resultados positivos de suas atitudes lúdicas,
didáticas e pedagógicas.
Quando se cria expectativa de resultados
positivos, resultados não satisfatórios podem ser recebidos como
decepcionantes, criando uma energia de insatisfação que será facilmente
transmitida para seus alunos.
Vamos, agora ao que não foi ainda
respondido, que é:
INTERFERÊNCIA DOS PAIS
A única forma de se conseguir evitar
interferência negativas dos pais em relação ao desenvolvimento dos seus filhos
é por meio de um trabalho de Treinamento Parental, com palestras e debates
sobre o tema, para ensiná-los a entender seus próprios filhos e evitar que
prejudiquem o seu desenvolvimento.
Nesses treinamentos deve ser dado ênfase ao
entendimento de cada fase da criança, a partir da oral, passando pela fase
anal, fálica e latente, para permitir que a criança cresça sem traumas e
insatisfações prejudiciais ao seu desenvolvimento saudável.
A maioria dos pais não faz a menor ideia do
que significam as diferentes fases de desenvolvimento de seus filhos e
frequentemente tomam atitudes que criam neuroses comportamentais inadequadas
que poderiam ter sido evitadas.
Sem um momento de Treinamento Parental não
há como evitar influências destrutivas e prejudiciais à própria criança.
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