Hoje estou aqui para
conversar com vocês sobre a criança em sua primeira fase de desenvolvimento.
Acabo de ler mais um
estudo de especialistas em economia, mostrando que cada dólar investido no
ensino e na educação correta de uma criança significa um retorno positivo sete
vezes maior no resultado alcançado por essa criança quando for um adulto!
Mas não é só no ensino
e na educação que esse investimento é lucrativo. Há também complementos que
contribuem significativamente para que esse resultado seja mais lucrativo
ainda, como, por exemplo, na nutrição adequada, na afetividade responsável, na
imposição de limites e no entendimento correto de todas as necessidades reais
da criança em cada uma das suas fases de desenvolvimento.
Então, amigos, vamos
investir corretamente, com vontade e com responsabilidade, porque os resultados
serão, certamente, espetaculares, podem estar certos disso!
E para que possamos estar
investindo de maneira correta, procurando errar cada vez menos, vamos iniciar
um bate-papo sobre o entendimento dessa criança, as características de cada
fase de seu desenvolvimento, e as mudanças que estão ocorrendo nessas novas
gerações.
Afinal sempre há
mudanças, tanto na criança, como na sociedade, e por isso precisamos tentar entender
todas elas, para que tenhamos uma sociedade melhor.
Nossa conversa vai
estar baseada, tanto em alguns teóricos, como Freud, Wallon, Erik Erikson,
Piaget, Wygotsky entre outros, como também nas nossas próprias pesquisas e,
principalmente, no exercício prático de tudo isso.
Vamos levar em
consideração os resultados de mudanças na criança de hoje, nas ausências
afetivas provocadas pela vida profissional dos pais, nas formas diferenciadas
de se criar uma criança, criança sem um dos pais, criança com pais homo
afetivos, crianças criadas pelos avós, ou seja, todas as situações que já estão
surgindo como dúvidas, nos questionamentos que estou recebendo.
Para começar essa
conversa eu tive a ajuda de Reginaldo Neto, matemático e filósofo, e de Ruan
Vieira, futuro engenheiro mecânico, ambos meus amigos.
Ambos me ajudaram
enviando alguns questionamentos muito importantes e fundamentais para o
entendimento da criança atual e do que podemos fazer para reduzir os problemas
futuros em seu desenvolvimento.
Os questionamentos que
eles mandaram foram tão abrangentes que vou ter que responder aos poucos.
Hoje vamos enfocar os
relacionados à fase oral, aquela que vai do nascimento até aproximadamente um
ano e meio, ou seja, antes de a criança começar a andar.
FASE ORAL
Nessa primeira fase
aparece uma das grandes diferenças entre o ser humano e os outros animais.
O ser humano, ao
nascer, estará totalmente dependente de quem o cria.
Só isso já constitui
um mistério!
Afinal, esse ser já
traz toda uma formação de hábitos que aparecerão no futuro, incluindo
temperamento, emotividade, intelectualidade, tendências comportamentais e até
orientação sexual pré-definida, mas, ao nascer, está totalmente impotente
fisicamente, ou seja, dependente do outro para sobreviver!
E a criança precisa
sobreviver! Mas só sobreviverá se houver alimentação adequada.
E é aí que nos
espantamos com as estratégias dessa fabulosa máquina cerebral, toda programada
para que nada lhe falte, em cada momento do seu desenvolvimento.
Essa máquina cerebral
cria o instinto de satisfação oral!
Segundo Freud é um
impulso da libido (para Freud tudo provém da libido).
A criança precisa
satisfazer esse instinto, que é a necessidade de sentir prazer pela boca, e
assim a leva a consumir o leite materno.
Esse leite, além de
alimentá-la, vai defende-la, com todos os anticorpos nele contidos, de centenas
de problemas de saúde.
Essa fase traz
diversas necessidades fundamentais. Vamos ver as mais importantes, que são:
SUGAR – Satisfazer o prazer
pela boca;
ANTICORPOS – Proteção
do organismo por meio do leite materno;
SEGURANÇA e CONFIANÇA
– Segurança pessoal e confiança no mundo por meio do afeto dos pais.
SUGAR
Se a criança mama no peito
e fica satisfeita, ótimo! Essa não precisará de chupeta, para alegria dos
fonoaudiólogos!
Se ela mama no peito,
mas demonstra necessidade de estar sugando o tempo todo, como se o peito não
fosse suficiente, a chupeta passa a ser indicada. Chupeta, mordedor etc. Mas
isso só enquanto ela estiver nessa fase. Ao passar para a fase seguinte a
necessidade acaba e a chupeta deve ser eliminada.
Se a criança não tem
mãe, nem ama de leite, ou por falecimento, ou por ser filha de uma relação homo
afetiva, essa necessidade do prazer de sugar deverá ser muito bem observada.
Inicialmente tenta-se
só a mamadeira, mas se for insuficiente, vem a necessidade da chupeta, mordedor
etc.
Satisfazendo
corretamente essa necessidade, a criança estará livre de diversos problemas
neuróticos e psicossomáticos no futuro.
ANTICORPOS
O leite materno é o
alimento perfeito para criar os anticorpos necessários à proteção dessa criança
contra doenças de oportunidade.
Além disso é ele que
elimina a tendência natural de algumas crianças em desenvolver algum tipo de
intolerância ou alergia alimentar, segundo os estudos de Aderbal Sabrá.
Então, caso a criança
não tenha a presença da mãe por algum dos motivos que já comentamos, a
mamadeira de leite materno é a solução.
Nenhum outro tipo de
leite substitui o materno. Mesmo que muita gente faça propaganda do leite de
cabra ou leite em pó com todas as características do leite materno, não
acredite!
E já existe,
atualmente, banco de leite materno para suprir essa necessidade.
SEGURANÇA e CONFIANÇA
Henri Wallon deixa
claro que a criança precisa se sentir protegida por quem a recebe no mundo,
para que se sinta segura.
Erik Erikson mostra
que, além dessa dependência afetiva, o fato da criança sentir que a mãe se
afasta mas volta, cria nela a força básica dessa fase, que ele chamou de
esperança.
E quando a criança
percebe que, sempre que precisa, a mãe está por perto, surge a confiança
básica, que é fundamental para sua felicidade futura, sem neuroses.
Quando ela não percebe
essa presença vem a desconfiança básica, com resultados futuros muito ruins
para sua formação, tornando-se desconfiada e, por vezes, até agressiva.
Nossas observações, e
nossa prática, mostram um caminho simples e muito eficaz para superar esses
problemas nessa fase.
Precisamos entender
que, para a criança, tudo é novidade. Então ela precisa entender que está
segura e que pode confiar no ambiente e nas pessoas à sua volta.
Mas ela tem que se
sentir segura e confiante tanto em relação às pessoas quanto em relação ao
mundo, e nunca apenas às pessoas.
Se seguirmos as
orientações que uma reportagem da Globo apresentou, de que nessa fase a criança
deve ficar todo o tempo no colo da mãe, porque precisa do afeto materno,
estaremos criando uma criança problemática, insegura e desconfiada do mundo!
Cuidado, muito
cuidado, com essas reportagens...
Por esse motivo
procuro enfatizar para todos os pais que entendam a função do “colo” como
função de transporte! Colo é transporte!
Se a criança se sente
o tempo todo envolvida pelo corpo da mãe, significa que nunca terá confiança no
mundo, sua confiança será construída apenas em relação ao corpo da mãe.
Como a mãe não pode
viver grudada nela, quando houver qualquer afastamento, mesmo que por pouco
tempo, a criança se sentirá abandonada!
Ela vai chorar,
berrar, espernear e tudo o mais, mostrando sua insatisfação com a ausência do
ambiente acolhedor ao qual ela se acostumou.
Como evitar isso?
Simples: Acostumar-se e
acostumar os parentes, a dar afeto, dar amor, dar carinho, dar massagens
afetivas, dar todo dengo que quiser, mas sempre com a criança no berço ou no
carrinho, de forma que ela sinta toda a afetividade do adulto, mas esteja, ao
mesmo tempo, sentindo-se apoiada no seu colchão, que é o que representa o
mundo.
Na mente dessa criança
as duas coisas se combinam e se completam, ao ponto de que, na ausência da mãe
o simples contato com seu colchão já lembra o afeto da mãe e já a satisfaz.
Essa criança não se
sentirá abandonada durante ausências da mãe e construirá uma sensação de
confiança no mundo, que vai significar segurança emocional para toda a vida.
O que nós vimos,
então, foi a primeira fase de desenvolvimento, que é a fase oral, que vai do
nascimento até aproximadamente um ano e meio.
A partir daí terá
início a fase anal, com outras necessidades, outras características e que vai
necessitar de tanta atenção como a da fase oral.
Nós vamos ver essa
outra fase em detalhes no próximo vídeo.
Havendo mais
questionamentos, dúvidas ou comentários, mande para mim por e-mail – robertoandersen@gmail.com ou pelo
whatsapp 71 9-9913-5956 ou no espaço de comentários, aqui mesmo.
Saibam que é sempre um
imenso prazer poder conversar com vocês sobre esses assuntos tão importantes
para todos nós.
Um forte abraço e até
o nosso próximo encontro!
Nenhum comentário:
Postar um comentário