Amigos,
Vamos falar novamente
de EDUCAÇÃO INCLUSIVA VERDADEIRA, suas maiores dificuldades e as melhores
soluções.
Hoje sobre o assunto
que traz as dúvidas mais recorrentes nesse processo e mais desentendidas, que
são: TAREFAS, AVALIAÇÕES, BOLETINS E HISTÓRICO ESCOLAR.
Eu sou o professor
Roberto Andersen, educador, psicanalista e pesquisador na área da aprendizagem,
principalmente na elaboração de metodologias que facilitem a educação
inclusiva.
Vamos, então, ao tema
de hoje:
Para deixar bem claro,
existe toda uma legislação, baseada inicialmente da LDB, bem antiga, mas
perfeita, e mais recentemente na Lei 13.146/2015, chamada de Lei Brasileira da
Inclusão da Pessoa com Deficiência, ou também, Estatuto da Pessoa com Deficiência.
A partir dessas leis
surgem as resoluções dos Conselhos Estaduais e Municipais, para regulamentar a
matéria e dar detalhes da sua execução.
Mas mesmo lendo tudo
isso, ainda surgem muitas dúvidas, e por isso é bastante conveniente tomarmos
muito cuidado para não inverter as coisas!
As leis e resoluções
estão sendo feitas para evitar que os alunos com dificuldades de aprendizagem
continuem invisíveis aos professores, às escolas e à sociedade, e assim não
tenham a menor chance de estarem sendo preparados corretamente para a vida
profissional, seja em nível técnico ou superior.
Mas a forma como
muitos professores, coordenadores e dirigentes escolares vêm interpretando
essas leis e resoluções, estão, em vez de desenvolvendo e incluindo socialmente
esses alunos, excluindo-os ainda mais e provocando a eliminação total de sua
autoestima, fazendo com que acabem desistindo de frequentar as aulas.
Então, vamos deixar
bem claro, em primeiro lugar, que quem conhece o aluno, quem sabe lidar com
ele, e quem sabe o que é melhor para ele, é o professor dele, a menos que esse
professor esteja considerando esse aluno apenas uma peça do mobiliário da sala,
como tenho visto muito frequentemente!
Então quem tem que
planejar o que fazer e de que forma fazer, é esse professor desde que esteja
consciente de qual é o seu verdadeiro papel como professor, que eu acredito que
seja:
Garantir a aprendizagem de todos os seus alunos, a partir daquilo que cada um
sabe e respeitando as suas habilidades de entendimento, compreensão e
elaboração.
Se as suas atitudes
didáticas e metodológicas estiverem alcançando esse objetivo, e se as normas
oficiais não estiverem de acordo, o erro está nas normas, e não no método.
Lembrem sempre que as
normas foram feitas para facilitar a aprendizagem e, logo, se elas dificultam,
estão erradas e precisam ser revisadas.
E só poderão ser
revisadas se os Conselhos de Classe apresentarem as razões pelas quais, naquela
escola, percebeu-se que para garantir os verdadeiros objetivos da educação
inclusiva, tais e tais métodos precisaram ser adaptados.
Uma resolução de
Conselho de Classe bem fundamentada é o que vai alimentar todo o sistema
educacional, para que as legislações e resoluções educacionais sejam
aperfeiçoadas.
Então vamos analisar
os fatos:
LEMBREMOS SEMPRE DOS
OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA:
1-Garantir que todos
os dias o aluno especial aprenda mais alguma coisa a partir daquilo que ele já
sabe, explorando suas habilidades, visando sua autossuficiência futura.
2-Preparar o aluno
especial, assim como seus colegas normais, para que consigam ter uma
convivência saudável e respeitosa, independentemente de suas características
físicas ou psíquicas.
Vamos ver hoje TAREFAS
E AVALIAÇÕES.
Antes de preparar
qualquer tarefa, para qualquer aluno, em qualquer turma, ou também, antes de
preparar qualquer avaliação, para qualquer aluno, em qualquer turma, o
professor deve estar bem atento à finalidade daquela tarefa ou daquela
avaliação.
Qual a finalidade da
tarefa e qual a finalidade da avaliação?
Finalidades da tarefa:
Possibilitar ao aluno
que ele exercite o seu aprendizado e se convença de que está realmente
aprendendo alguma coisa daquele assunto e se sinta capaz e produtivo.
Dar oportunidade ao
aluno de descobrir a parte do assunto que ele ainda não entendeu corretamente,
a partir da dificuldade que ele vai sentir durante a realização dessa tarefa.
PROFESSOR
Ao observar a
realização das tarefas, identificar pontos do assunto que devem ser explicados
novamente ou de forma diferente.
Facilitar, para o
professor, a identificação de alunos com dificuldades de aprendizagem em sua
matéria, para fundamentar alterações em seu plano de trabalho, de forma a
quebrar possíveis bloqueios emocionais e garantir, para tais alunos, algum tipo
de aprendizagem.
Finalidade da
avaliação:
Verificar, com
registro de pontuação, se houve aprendizagem real dentro daquilo que foi
ensinado nas aulas e treinado nas tarefas realizadas anteriormente.
OK?
Se nós entendemos as
finalidades, vamos, então, à prática:
Tarefa em classe –
reflexão sobre as tarefas:
Se você entregar ao
aluno especial a mesma tarefa que entregou aos alunos regulares, na hora que
ele olhar a tarefa e verificar que nada entende, você acredita mesmo que ele
vai se sentir um aluno normal como os colegas?
Ou será que ele vai se
sentir inferiorizado e excluído, ficando cada vez mais triste e sofrendo isso
como mais uma violência simbólica em sua vida?
Então:
A tarefa feita em
classe deve ser elaborada dentro do nível de entendimento do aluno de forma que
ele consiga resolvê-la, mesmo que, para isso, precise do apoio do professor ou
de algum colega.
O mais importante é
que, mesmo ajudado, ele perceba que conseguiu realiza-la, para que seja
alcançado o ponto principal de toda a sua evolução, que é a elevação de sua
autoestima.
O aumento da
dificuldade das tarefas deve ser feito com muito cuidado, para evitar que
surjam dificuldades além das que o aluno está preparado para enfrentar,
evitando assim o seu desânimo ou sentimento de incapacidade, reduzindo sua
autoestima.
Os professores deverão
elaborar as tarefas com muita criatividade, para que o tema seja o mesmo e a
aparência seja semelhante às tarefas dos demais alunos, embora o conteúdo seja
específico.
Vamos a um exemplo:
Uma aula de matemática
em que esteja sendo ensinado seno e cosseno de ângulos, a figura ilustrativa de
um observador, a uma distância conhecida de uma grande árvore, olhando para o
seu topo, pode muito bem ser exatamente a mesma figura do aluno em nível de
alfabetização, só que esse estará colorindo as figuras, registrando os nomes da
árvore e os números correspondentes à distância, etc., enquanto aquele estará
calculando a altura da árvore utilizando senos e cossenos.
Observação:
Importante sempre
analisar a possibilidade de uma questão da tarefa de classe ser no nível dos
alunos especiais, mas para todos resolverem em conjunto. Serve como ludicidade
para o aluno normal e como estímulo e elevação da autoestima para os alunos
especiais.
Tarefa para casa -
reflexão:
Se você mandar, como
dever de casa, para o aluno especial, o mesmo dever que mandou para os demais
alunos, quando os pais perceberem que seu filho não sabe nem do que trata o
dever, você acha mesmo que esses pais vão ficar satisfeitos, felizes e alegres
sabendo que seu filho, mesmo nada entendendo, está sendo incluído naquela
escola?
Ou será que esses pais
vão achar que você, como professor, é um fracasso, e que não consegue ensinar
nada ao filho deles?
Então:
Cada dever de casa
deve ser elaborado de forma que você, como professor dele, tenha certeza de que
esse aluno conseguirá realiza-lo sozinho em casa!
Assim você estará
colaborando para elevar a autoestima do aluno e também satisfazendo a
expectativa dos pais, que verão o filho avançando pouco a pouco.
Grande parte dos
bloqueios emocionais que prejudicam ainda mais a evolução dos alunos especiais
está na forma como sua família o trata, principalmente na comparação que
naturalmente é feita entre os irmãos, primos, etc.
Por esse motivo que a
tarefa para casa desses alunos acaba tendo dupla finalidade, uma para o próprio
aluno, que deve se sentir capaz de resolver a tarefa sozinho, e outra para a
sua família, que deve perceber que seu filho está evoluindo.
Essa tarefa, então,
deve ser preparada com questões que o professor tenha absoluta certeza de que
esse aluno consegue entender e resolver sozinho, mesmo que, para isso, ela
tenha que ser quase a cópia das tarefas realizadas por ele em classe.
Só assim não haverá
interferência negativa da família na autoestima desse aluno e ele se sentirá
capaz e com estímulo para evoluir ainda mais.
Avaliações – reflexão:
Se você entregar para
o aluno especial a mesma avaliação que entregou aos alunos regulares, você acha
mesmo que ele vai ficar satisfeito e animado por ter tirado zero por não ter
entendido nada das questões?
Ou será que ele vai
desanimar, baixar a sua autoestima e nunca mais querer voltar para a escola por
se sentir inferior e excluído?
Então:
A avaliação do aluno
especial incluído deve ter a mesma aparência, os mesmos desenhos e o mesmo tema
da dos demais alunos, mas as questões devem ser elaboradas dentro daquilo que o
professor está certo de que conseguiu durante seu processo de acompanhamento.
O professor prepara
uma prova estando seguro de que, se sua expectativa estiver correta, o aluno
terá nota 10,0!
Qualquer nota abaixo
disso mostrará ao professor que houve erro na sua expectativa e que sua forma
de ensinar a esse aluno deverá ser alterada.
Vamos analisar com
mais detalhes?
A finalidade da
avaliação para esses alunos é sempre garantir, para o professor, que a forma e
a metodologia que ele está utilizando para garantir a aprendizagem desse aluno
está dando certo.
Assim sendo, as
questões dessa avaliação deverão estar todas exatamente dentro do nível de
aprendizagem que o professor acredita que o aluno tenha alcançado.
Se a nota do aluno for
boa significa que o professor conseguiu o seu objetivo principal, que é fazer o
aluno aprender algo a mais do que já sabia e está evoluindo rumo à sua futura
autossuficiência.
Se a nota do aluno for
baixa significa que o professor deverá analisar seus métodos e rever sua forma
de ensino. O mais importante, entretanto, é que ele deve elaborar outra prova,
urgentemente, essa já no nível mais baixo, para que o aluno a consiga resolver
a contento e assim evite baixar a sua autoestima.
Boletins e históricos
– reflexão:
Se as avaliações foram
feitas iguais às dos alunos regulares e, naturalmente, os resultados dos alunos
especiais foram todos ZERADOS, e você colocar no HISTÓRICO ESCOLAR todas as
notas ZERO e na observação:
ALUNO PROMOVIDO À
SERIE SEGUINTE POR SER ESPECIAL
Você acha mesmo que o
aluno e seus pais vão ficar alegres e felizes com o HISTÓRICO ZERADO e com essa
observação?
Ou vão achar que ele
está apenas sendo ACOLHIDO por que a escola é boazinha, mas não tem nenhuma
possibilidade de se desenvolver na vida?
Então:
No histórico serão lançadas exatamente as
notas obtidas de acordo com as avaliações realizadas da forma correta, dentro
de seu nível de entendimento, compreensão e elaboração, e, agora sim, nas
observações:
Aluno especial incluído: “Aluno em
acompanhamento especial: O conteúdo aprendido em cada matéria, assim como as
metodologias utilizadas, estão descritas no relatório em anexo a esse
documento”
Ou seja:
Dessa forma o aluno especial, quando bem
desenvolvido pelo professor, terá sempre notas boas em seu histórico e, ao ler
isso, todos, aluno e pais, estarão conscientes de que a criança está em
desenvolvimento, independentemente do seu nível de entendimento, compreensão e
elaboração.
As próximas escolas que o receberem terão
todos os dados necessários para darem continuidade ao processo de
desenvolvimento e inclusão.
Conclusão importante:
Para o aluno especial tanto as tarefas,
como as avaliações, e até o seu boletim e histórico escolar, devem servir para:
Em primeiro lugar, para mostrar ao próprio
aluno de que ele é capaz e que está evoluindo em seu aprendizado.
Em segundo lugar, para mostrar ao professor
se seu método de ensino voltado para esse aluno está correto ou se deve ser
modificado.
Fazendo tudo dessa forma estaremos
realmente cumprindo os objetivos principais da educação inclusiva verdadeira.
É isso, amigos.
Qualquer questionamento, dúvidas ou
sugestões, entrem em contato pelo e-mail
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É sempre um prazer poder conversar com
vocês sobre esses assuntos.
Um forte abraço e até nosso próximo encontro
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