Amigos,
Por que, por vezes, surge um forte sentimento de angústia no
meio de um relacionamento amoroso?
O que há de errado nessa relação? Qual o
motivo dessa sensação de infelicidade que, algumas vezes, chega a ser
insuportável?
Vamos analisar uma das razões pelas quais essa angústia pode
surgir, para que esse mal seja evitado.
Nas reflexões sobre o Sentido da Vida percebe-se que o
objetivo diário de alguém que pretende ser feliz, é a construção do seu amor
interior.
E essa construção do amor interior, deve ser feita de uma
forma quase que egoísta, para que seja garantido o mais perfeito equilíbrio
emocional.
Uma vez construído esse amor interior, surgem as
oportunidades de compartilhá-lo. Não há sentido na construção do amor sem que
seja para compartilhá-lo.
Isso é muito bom, mas é exatamente a partir desse
compartilhamento que podem surgir os perigos do desequilíbrio.
Não, exatamente, por compartilhar, mas sim por criar,
inconscientemente, a necessidade de ser correspondido, ou seja, de receber de
volta o mesmo amor e com a mesma intensidade!
Ao criar essa necessidade surge uma dependência afetiva
séria e perigosa, fazendo com que a satisfação pessoal que havia sido
conquistada por meio da construção do amor interior, seja substituída pela
necessidade de receber amor externo, amor recíproco, com a mesma intensidade do
que foi transmitido.
Aos poucos, essa dependência se transforma em sentimento de
posse, quando surge o sentimento de ciúme, que pode alcançar níveis quase
doentios.
Isso ocorre porque a simples constatação de que seu amor não
é correspondido traz o sentimento de insegurança afetiva, fazendo surgir o
estado depressivo característico de um desequilíbrio emocional.
Essa é uma das causas da angústia em pleno relacionamento
amoroso.
A constatação dessa angústia é o alarme para voltarmos ao
início de tudo, refazer todo o planejamento da vida afetiva e emocional, para
consertar tudo de novo!
Sim!
Voltar ao início da construção do amor interior! Tudo de
novo! Começando com a energização de todas as células, e uma revisão completa
no planejamento dos objetivos do seu dia.
Afinal, tudo estava dando certo até que, ao compartilhar seu
amor você sentiu necessidade de receber esse amor de volta e com a mesma
intensidade.
Você, na realidade, não compartilhou!
Você estava vendendo o amor que construiu, e quem vende quer
receber o pagamento.
O pagamento é o recebimento da mesma intensidade do amor
entregue.
Isso é comércio de afetos. Não é amor!
E esse é um dos maiores erros do ser humano. Um erro que
impede, a maioria das pessoas, de alcançar a felicidade.
Seu estado de felicidade depende sempre da complementação do
amor recebido do outro!
Fragilidade total de sentimentos. Instabilidade nas emoções.
Falta de segurança em si mesmo!
Ausência de amor próprio!
As pessoas são levadas a esse erro de tanto ouvirem falar
que cada um de nós precisa achar a outra metade da nossa maçã.
Que precisamos, para nossa satisfação interior, encontrar o
complemento de nossa alma!
Nada disso, amigos!
A construção do amor é individual e é uma coisa muito séria.
Para isso precisamos, antes de tudo, entender quem somos,
como somos, como sentimos, sem esconder nada de nós mesmos.
Ter consciência da nossa verdadeira identidade nos permite
amar essa nossa identidade!
Ninguém tem o direito de interferir na nossa forma de gostar
de nós mesmos como somos.
Nada de querer que os outros nos aceitem, nem que gostem de
nós como somos! Nós é que temos que gostar de nós mesmo e de como somos!
E para isso não precisamos aparecer, criar imagens
diferentes, chamar a atenção de ninguém, chocar o outro, impressionar o mundo!
Precisamos, apenas, conhecer nossa real identidade interior
e criar o amor por nós mesmos.
E, a partir disso, estaremos prontos para transmitir esse
amor ao outro, pelo simples prazer de dar amor ao outro, sem necessidade alguma
de receber algo em troca!
Mas para isso precisamos nos libertar do grande erro humano,
que é a necessidade do reconhecimento e do agradecimento por aquilo que
fazemos.
Enquanto estivermos nesses níveis de necessidade, nunca
seremos felizes de verdade!
Como fazer isso?
Vamos a uma técnica que aprendo com meu avô, que sempre foi
a pessoa mais feliz que já vi em minha vida.
Escolha alguma pessoa que esteja em uma situação de
dificuldades e que você, se fizer um pequeno esforço, poderá ajudá-la a sair
dessa.
Analise de que forma você, de forma totalmente anônima,
poderá dar essa ajuda.
Importante planejar essa ajuda de forma que essa pessoa
nunca saiba que foi você quem a ajudou.
Mas nunca mesmo!
Isso significa que sua ajuda vai ser entendida como uma
graça recebida, mas sem nenhuma relação com você.
Nunca essa pessoa terá condições de ligar a ajuda a você. Mas
ela estará feliz por ter recebido essa graça.
Você acompanhará a mudança no estado emocional dela, mas de
longe! Analisará se suas atitudes foram suficientes para melhorar a vida dela,
ou se precisa continuar a ajuda ou mudar a forma da ajuda, sem poder, jamais,
receber algum agradecimento nem reconhecimento, já que você faz isso de forma
totalmente anônima.
Sua satisfação por ter tido sucesso nessa empreitada é o que
você precisa para se livrar desse grande erro humano.
Conseguindo isso você realmente evoluiu.
Essa evolução mental é a que permitirá alcançar os maiores
níveis de felicidade real.
Conseguimos melhorar a vida do outro, sem que o outro sequer
saiba quem somos nós e, por vezes, nem nos conheça.
Isso é amor verdadeiro. Amor que nos liberta da necessidade
de ser correspondido! Amor que nos liberta das angústias, das tristezas, dos
estados depressivos e de tudo o mais que tanto aflige o ser humano normal...
Não seja um ser humano normal...
Dê oportunidade à sua felicidade, dela existir de verdade!
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