RELATO DO CASO:
"Estou constantemente triste, sem ânimo para nada, acreditando que minha vida não tem nenhum valor nem para mim mesmo nem para a minha família e menos ainda para a sociedade. Sinto-me totalmente desprezível! Não vejo objetivos em nada que faço. Nem sei se tenho algum objetivo de vida. Por causa disso tenho tido pensamentos negativos todo o tempo. Já pensei em abandonar tudo e abandonar até a própria vida. Tenho até medo do que posso vir a fazer por causa desse sentimento tão negativo. Não consigo nem dizer o que se passa comigo para ninguém. Não tenho sequer em quem confiar. Me ajude, por favor!"
Tal relato é uma síntese de diversos relatos que tenho recebido. A impressão que me dá é que está havendo uma certa contaminação de estados depressivos, como se a gripe A estivesse tomando uma forma psíquica. Peço a todos os que me escreveram que analisem minha resposta com cuidado e atenção. Cada passo é importante para recuperar a auto-estima e possibilitar o alcance do estado de felicidade.
RESPOSTA:
1. Análise do fato:
Pensamentos negativos recorrentes são considerados neuroses, assim como toda insatisfação, ansiedade e angústia sentida de forma repetitiva. O pensamento negativo, ao aumentar, dá espaço para a criação de estado depressivo perigoso podendo, logicamente, levar à depressão, o que já passa a ser uma doença psiquiátrica.
Existe sempre uma causa para os pensamentos negativos e normalmente essa causa nada tem a ver com as idéias que passam pela cabeça nos momentos de angústia e tristeza. Essas idéia e fatos são as "desculpas" que nossa mente encontra para justificar nosso estado.
2. Formas de tratamento:
Para eliminar a causa da neurose existe a terapia psicanalítica. Ela consiste em deixar a pessoa falar à vontade sobre si mesma, o que deve ser feito sem nenhuma restrição e nenhum bloqueio. Quando a pessoa consegue ficar falando o que vem à cabeça, durante as sessões de análise, sem medo de ser mal entendida, já que quem está ouvindo é um profissional que não deve ser de sua intimidade, a mente vai liberando tudo o que estava anteriormente preso, causando desconforto psíquico e construindo neuroses.
Psicanálise, entretanto, embora seja a única forma de cura definitiva da neurose, não é um terapia rápida nem barata. Além de estender-se por anos a fio, a depender do profissional ela é bastante cara e não está incluida em planos de saúde, já que essa profissão não é aceita oficialmente pelo nosso sistema.
O tratamento por meio de terapias psicológicas (psicoterapias) é mais rápido, os custos são mais amenos, além de estarem incluidos em planos de saúde. A dificuldade é que essas terapias não curam a neurose. Elas apenas ajudam o paciente a conviver com elas em harmonia, criando compensações emocionais e psíquicas que disfarçam a tristeza e a ansiedade. O paciente passa a viver harmonicamente e acomodado, mas não alcança o estado ideal de felicidade, passando a confundir alegrias com felicidade. Mas escapa do estado depressivo e pode passar a ter mais momentos de alegria do que de tristeza.
3. Enfocando especificamente o CASO RELATADO:
Vamos agora exatamente para o seu caso. Deixo claro que aqui estarão duas opções de atitudes técnicas a tomar. A primeira é a mais acertada. A segunda é a opção mais fácil de encontrar. Mas em seguida estão duas atitudes que devem ser tomadas obrigatoriamente por você desde agora. Não são opcionais. São necessidades diarias importantes e devem ser respeitadas como essenciais para o seu bem estar e a sua plena recuperação, independente da atitude anterior escolhida.
Primeira opção: TERAPIA PSICANALÍTICA
Procurar fazer uma terapia psicanalítica. Essa terapia a levará ao autoconhecimento verdadeiro, sem interferências externas. Todas as demais terapias são interferentes, exceto a analítica. Esse autoconhecimento vai levá-la a encontrar, por si mesma, as causas do desconforto psíquico causador das neuroses. Essa descoberto elimina a razão dessas neuroses e, consequentemente, acabam os motivos das ansiedades, angústias, tristezas e estados depressivos. O estado pleno de felicidade em sua vida passa a ser uma possibilidade real. Os motivos de insatisfações e tristezas passam a gerar apenas estados temporários de tristezas dentro de um clima de felicidade natural.
Segunda opção: PSICOTERAPIA
Procurar um tratamento psicoterápico com profissional da área de psicologia, preferencialmente algum que também esteja ligado a terapias holísticas. O terapeuta holístico sem formação psicológica pode estar atuando sem conhecimento de alguns detalhes importantes da mente humana, podendo até prejudicar o paciente. Por sua vez o psicólogo sem conhecimento de terapias holísticas pode estar deixando de lado estratégias de tratamento que facilitam em muito a eficácia do tratamento. Por isso o ideal nessa segunda opção é um profissional que reúna ambos conhecimentos.
Primeira atitude essencial: PRONTO SOCORRO DA TRISTEZA
Realizar todos os dias, preferencialmente ao acordar, as massagens faciais (caretas, etc.) que costumo ensinar em todas as minhas palestras. Essas massagens provocam a geração do neurotransmissor serotonina e aliviam qualquer estado depressivo, aumentando a potencialidade da alegria e do estado de felicidade.
Segunda atitude essencial: MERGULHO ORACIONAL OU MEDITATIVO
Esse mergulho oracional ou meditativo vai depender de sua crença ou não crença. Não faz a menor diferença se você é ateu ou crente em alguma coisa. Para cada realidade de crença existe uma variante dessa atitude. O importante é que ela é essencial para a felicidade. Ela reforça as bases psíquicas da mente humana de uma forma bastante segura e confiante.
Mas essa opção deve ser muito bem pensada porque não adianta querer seguir uma determinada linha religiosa ou meditativa apenas como opção de tratamento, sem que a pessoa esteja realmente consciente de que aquilo é verdadeiro, ou seja, se não houver verdadeira fé no que se irá fazer.
Nessa opção basta reservar momentos de dedicação exclusiva a tais mergulhos oracionais ou meditativos, estando confiante que estão sendo geradaas ondas de pensamento positivo que irão, certamente, interferir internamente e externamente, transformando sua realidade para uma realidade ideal de paz, conforto, sucesso, prosperidade e aumento de auto-estima.
Tudo o que eu disse acima já está publicado no livro que lancei na Bienal do Livro do Rio de Janeiro e que estará sendo lançado nesse final de ano em Salvador:
Andersen, Roberto. Afetividade na Educação: Psicopedagogia. São Paulo: All Print Editora, 2009.
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