Há todo um estudo em desenvolvimento voltado para o entendimento das meninas, sejam elas crianças ou adolescentes, mas há, entretanto, uma distância muito grande entre as teorias desenvolvidas por tais estudos e a realidade sempre em transformação da nossa sociedade.
A responsabilidade por essa distância (para evitar falarmos de culpa) é a dificuldade dos pais e educadores de praticarem o processo da empatia, ou seja, raciocinar como se fossem elas, com a idade e a maturidade delas, para entender como está a compreensão de mundo delas ao vivenciar:
a) as atuais informações divulgadas por todos os veículos da mídia (radio, televisão, revistas e jornais) mostrando-a como objeto sexual do homem;
b) o descaso que tanto pais como educadores passaram a ter pelas suas filhas em relação ao ensino de jogos, passatempos, diversões e brincadeiras, deixando-as sem qualquer outra opção de lazer;
c) os exemplos que surgem por todos os lados de mulheres submissas ao homem por serem totalmente dependentes deles, achando assim que essa é a sua única opção de futuro;
d) a forma como a mulher está sendo vulgarizada pelas letras das músicas atuais e pelas coreografias preparadas propositadamente para mostrá-la como mulher objeto ou mesmo prostituta e sem qualquer resquício de valor moral;
Como reduzir essa distância e contribuir para a sua melhor formação intelectual e emocional, abrindo para elas as portas do verdadeiro sucesso pessoal, familiar e profissional, se o que estamos vendo é:
- Muitos exemplos de sucesso profissional totalmente desvinculados do sucesso conjugal, como se houvesse um impedimento da mulher ter sucesso e estar feliz em seu casamento.
- Muitos exemplos de mulheres que se dizem satisfeitas com o casamento mostrando submissão ao marido e uma inferioridade intelectual, no mínimo, aparente.
Essa desconstrução da felicidade da mulher está sendo realizada desde a infância da menina, quando ela é impedida de viver todos os estágios da formação de sua personalidade, sendo forçada, pelos próprios pais, a “pular etapas”, vestindo-se e pintando-se como se fosse uma mulher em miniatura, dançando as coreografias preparadas para mostrá-la como uma mulher vulgar…
Precisamos mudar o enfoque na educação das meninas. Sabemos que a melhor eficácia dessa mudança ocorrerá ao realizarmos em conjunto com pais, educadores, sociedade e mídia. Mas não podemos esperar que todos se motivem ao mesmo tempo! Nossa parte deve ser feita já!
Participem de nossos encontros presenciais das tardes de terças feiras no IUPE. Quem desejar participar pela internet pode enviar seus comentários por e-mail. Ou por comentários aqui mesmo no BLOG.
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