Algum de vocês já participou de algum congresso pela liberdade religiosa e se espantou quando seus dirigentes lhe disseram que não deveriam chamar os católicos porque eles veneram Maria e idolatram santos?
Lembra de ter participado de algum encontro entre professores cujo tema era a necessidade de estimular o super-dotado de forma diferenciada para que todo o seu potencial seja desenvolvido e mais bem aproveitado e, mais tarde, em uma outra reunião desses mesmos professores, alguns comentarem que esses alunos metidos a inteligentes devem ser "colocados em seu lugar" para não atrapalhar a aula e não confundir o professor?
Pois é! Isso tudo e muito mais já me aconteceu e, acredito, também a alguns de vocês. É a hipocrisia das pessoas que sentem uma imensa necessidade de encontrar, nos outros, defeitos que não existem, para poder se autoconvencer de seu próprio valor, já que estão totalmente inseguros quanto a isso.
Mas isso não é o que mais me espanta na sociedade em que vivemos, mas sim um outro tipo de discriminação. É a que ocorre dentro das famílias e voltadas para impedir o desenvolvimento de seus próprios filhos. Quando essas famílias acomodam-se a uma situação de inferioridade social e não acreditam que seus filhos podem superar todas essas dificuldades e alcançar níveis profissionais e sociais muito superiores a todos os seus parentes e amigos. Quando essas famílias nem sequer pensam em investir na educação desses filhos, evitando gastos com livros e computadores, mas gastando em celulares de última geração, carros mais novos, festas, bares e diversões, "porque ninguém é de ferro", como já ouvi muito...
Espanta-me quando a discriminação passa a ser uma autodiscriminação! Essa, acredito, é a pior delas! Porque essa não precisa de ninguém de fora. Essa já está dentro de cada um, construída pelo processo de auto-inferiorização, por famílias acomodadas e desesperançadas. Famílias que sequer ouvem o que falamos, para não se convencer de que seus filhos podem ser melhores do que eles.
E para que o nosso espanto passe a ser um verdadeiro estímulo à continuidade desse trabalho, digo que está na hora de quebrarmos essa auto-discriminação e abrir caminho para o sucesso dessas crianças, independente da cor da sua pele, da crença que tenha ou que não tenha, de ter ou não dificuldades ou deficiências, de ter ou não ter pais juntos ou separados, de estar sofrendo ou não abusos, sejam lá quais forem, porque todas elas, mas todas mesmo, têm o direito de estar conosco nessa maravilhosa caminhada para o seu próprio sucesso em todos os campos de suas vidas.
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