O comentário que recebi da Psicanalista e Psicopedagoga Dra Maria da Penha Rocha veio levantar pontos que devem ser analisados com bastante atenção, principalmente para aqueles profissionais que, ligados à educação, perseguem verdadeiros objetivos ligados à transformação social.
Em seus estudos Penha defendeu a LIBIDO como sendo a ENERGIA VITAL mantenedora das funções orgânicas.
Quando o assunto é criança "...a palavra já nos fala de ingenuidade, brincadeira, ludicidade; um ser cuja formação fica norteada por adultos, na grande maioria com má formação e conflitos não resolvidos..." (Penha, outubro/2008)
Vejam o imenso desafio encontrado por esse pequeno ser em formação! Os responsáveis pelo direcionamento de seus caminhos estão perdidos em seus próprios caminhos, se é que alguma vez souberam que existem caminhos a definir. Muitos acham que é só deixar-se levar... embalados pela musicalidade ambiente pornorepetitiva, eliminadora de qualquer possibilidade raciocínica (sem querer enfatizar a parte cínica do raciocínio...)
Esses elementos adultos "...esqueceram ou esquecem que o adulto tem uma criança esquecida dentro de si mesmo, uma criança interior, um ser que precisa continuar se externalizando para que ele se permita ter um melhor relacionamento com os pequenos que estão sob sua responsabilidade." (Penha, idem)
O mundo exterior repleto de propagandas consumistas e inversoras dos verdadeiros valores humanos responsáveis pela construção da felicidade elimina do adulto a possibilidade dele se lembrar que um dia foi criança.
Ao impossibilitar que pense um mundo sem maldades ou sem segundas intenções (as letras das músicas estão aí para enfatizar essa manipulação negativa da mente adulta) o adulto esquece seu lado ingênuo e infantil.
E todos sabemos que "Um adulto que conhece seu lado criança, sabe lidar bem e melhor com crianças." e que "É óbvio que essa ludicidade deve acompanhar todo o desenvolvimento do ser humano." (Penha, idem)
Embora seja difícil saber exatamente onde estão os pontos básicos para o correto desenvolvimento do caráter da criança, a não ser que seja feito um estudo profundo das fases de desenvolvimento analisadas por Freud, Wallon, Erikson e outros pensadores da área, a naturalidade e o amor (lembre de incluir limites) ajudam no acerto.
Mas essa naturalidade, amor e limites só acontecem se estamos desligados de nossas possessividades, sendo pais, e de nossos orgulhos de competência, se somos professores, trazendo a criança para o primeiro plano de nossas atenções e dando a ela o amor verdadeiro que ela precisa desde o nascimento até o final da adolescência. Sim! Até o final da adolescência, porque a fase mais carente é exatamente a fase que inicia aos 12 ou 13 e só termina após o ciclo da puberdade completo!
Rousseau já dizia embora haja controposições de outros pensadores, que a
criança nasce e se desenvolve perfeita e a sociedade é que a destrói. Mais do que isso ela "...cresce e se desenvolve naturalmente sem conflitos e com integridade psicofísica, num desenvolvimento intelecto-emocional equilibrado e correto, com o foco fora da energia libidinal retirada do sexual para a energização vital, orgânica, promovendo um desenvolvimento à criança como um ser integrado e cuja consciência desperta à medida que recebe estímulos, informações e conhecimentos adequados, elaborados e passados por ensinantes pacientes, flexíveis, mas firmes: formadores de personalidades e de caráter." (Penha, idem)
Quando Penha toca nesse "ensinantes pacientes, flexíveis, mas firmes: formadores de personalidades e de caráter" eu tremo nas bases!!!!! Esse é o nosso maior desafio! Como convencer aos pais e aos professores que eles têm a obrigação de serem esses ensinantes que Penha evidencia em seu texto? Alguns até são pacientes, mas pecam pela falta de firmeza. Outros são excessivamente firmes, mas intolerantes e sem paciência. Uma parte é totalmente inflexível, com medo de estar sendo fraco ou estar demonstrando incompetência!
Mas temos a obrigação de buscar essa competência a cada dia e ajustar nossos procedimentos na medida em que descobrimos mais uma nossa falha. Exatemente por isso que a humildade deve ser o nosso ponto de partida. Ouvir muito. Procurar lembrar de nossos encontros com nossos educandos. Procurar opiniões de quem possa assistir nossas aulas. Procurar usar toda tecnologia existente para observarmos nossos defeitos.
A humildade é a base maior de todo esse caminho na direção do acerto. Sei bem disso porque necessito dela a todo momento. É comum para mim, depois de passar anos e anos estudando e pesquisando um determinado assunto muito complexo, discutindo esse assunto com outros cientistas da mesma área e chegando a conclusões que me pareceram brilhantes, encontrar uma pessoa comum, sem qualquer tipo de formação acadêmica, apenas um curioso, que me traz uma informação muito mais importante e muito mais correta do que muitas das conclusões a que eu havia chegado com meus estudos e pesquisas! Isso é fantástico quando estamos abertos ao diálogo e, principalmente quando estamos abertos a ouvir ativamente alguém.
Em um outro momento lembro-me do dia em que, depois de ter desenvolvido todo um planejamento de exercícios de valores humanos para o meu projeto educacional, alguém me apresentoou a Diane Tillman, em Nova Iorque! Ao tomar conhecimento de seu trabalho praticamente "joguei fora" tudo o que eu havia preparado e adotei suas obras, hoje utilizadas em todo o sistema IUPE, na parte de valores humanos.
Mas voltando ao comentário sob libido e ludicidade concordo completamente com Penha quando ela diz que: "o que leva as meninas manter a atenção no seu oposto, é o fato de que as informações recebidas na escola, não encontram ressonância em suas casas. Infelizmente não estou nem me referindo em seus lares, porque a maioria não considera sua casa, um lar. Um pouco de conversa com elas, nota-se que o outro lado da ponte lúdica não existe em seus lares ou nunca existiu. É como se elas, existissem em dois universos diferentes." (Penha, idem)
Essa realidade é terrível, mas é um fato! A evolução biológica está se dando mais rápida e por isso os pais estão abandonando a criança e vendo a filha como uma mulher miniatura ou é exatamente essa visão deturpada dos pais que está apressando a evolução biológica sem qualquer preparo amocional?
O desafio lançado por Penha é muito interessante: "...quantas meninas brincam ou brincaram de casinha de bonecas. (?)Quantas foram incentivadas pelos pais a buscar o seu lado lúdico naturalmente. (?)" (Penha, idem)
Comentei que Freud abandonou a fase de latência porque para ele quando não há sexo, não há interesse de estudo... uma licenciosidade psicanalítica minha, é claro, já que não posso deixar de assumir que não existe ainda maior gênio que Freud no entendimento humano!
Muito embora sua tia, em uma conversa íntima depois que ele se queixava do abandono de seus amigos (Jung e outros) disse-lhe: Sigmund, seu mal é você não saber entender as pessoas! Uma declaração dessas dirigida a Freud parece piada!!!! Mas a tia tinha lá suas razões...
Pesquisando a fundo as entrelinhas freudianas encontramos exatamente o que Penha alerta: "...nessa fase pode-se transformar INSTINTOS E MÁS FORMAÇÕES INFANTIS, JUSTAMENTE POR ESTAR A ENERGIA LIBIDINOSA SUSPESA." (Penha, idem)
Infelizmente, como também Penha concorda, essa fase não é mais LATENTE... A mídia consumista e incentivadora de antivalores transformou essa fase em FASE DA SENSUALIDADE, transformando momentos que deveriam estar dedicados exclusivamente ao lúdico e ao intelecto, quando a criança está em seu momento máximo de potencialidade intelectual, em momentos de sensualidade no vestir, no dançar, no expressar-se, no oferecer-se, estimulando, inclusive, a proliferação de personalidades pedófilas de oportunidade.
Na cultura bem representada por Thomas Mann em seu clássico "Morte em Veneza", transcrito para o cinema por Luchino Visconti, a paixão pedófila irresistível evidenciava um transtorno sexual bem claro no personagem, uma vez que o menino, embora muito bonito, evidenciava uma beleza infanto-juvenil transbordando de ingenuidade.
Hoje o comportamento, a forma de se vestir (ou de se despir) e as atitudes dos meninos e meninas, influenciados pela sociedade repleta de antivalores, dispensa a necessidade de um elevado grau de transtorno psíquico, estimulando o interesse sexual onde ele não deveria existir.
Nosso trabalho, então é estimular a ludicidade e apresentar todas as opções possíveis para que ocorra, naturalmente e no momento certo, o correto desenvolvimento intelecto-emocional da criança, eliminando os apelos sensualizantes que deturpam toda a construção do caráter nessa fase de latência assim como nas demais.
terça-feira, 14 de outubro de 2008
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Crianças e sexualidade
Tenho percebido, por meio dos resultados de nossas pesquisas "in loco" (ou seja, diretamente com as crianças em sala de aula e a partir dos relatos dos professores e psicopedagogos responsáveis pelos grupos), que respeitando as fases de desenvolvimento da criança e do adolescente em função não exatamente da metodologia freudiana, mas mesclando suas observações libidinosas com as observações de Wallon e de Erikson, teremos resultados maravilhosos em termos de desenvolvimento harmônico intelecto-emocional.
Isso nos leva a perceber que nas escolas em que o lúdico é enfatizado em todas as aulas e intervalos, transformando pesquisas em prazer e, inclusive usando metodologia científica adequada aos primeiros anos escolares, provoca a criação uma mentalidade científica prazeiroza nas crianças, fazendo com que as percepções de diferenças sexuais passem a ser muito mais naturais e bem incorporadas.
Estar em estado de ludicidade traz benefícios espetaculares para a harmonia intelecto-emocional e elimina a necessidade da mente estar buscando a libido para satisfações inadequadas e de forma muito precoce.
Antes viamos nossos professores e coordenadores preocupados com a sexualização precoce das meninas, principalmente elas. Sugeri, então, aos professores de educação física, que estudassem em livros antigos, brincadeiras juvenis e de quadra etc... para ensinar em suas aulas.
De início muitas meninas não queriam por acharem bobagem. Mas na medida em que viam o prazer estampado na cara das que estavam nas brincadeiras, todas passaram a se integrar ao movimento.
Na escola do Largo do Tanque quem fez isso foi o professor Jader, a partir de um livro que a sua namorada possuia, descrevendo tais brincadeiras. O resultado foi também muito bom, embora tenhamos encerrado essa experiência devido a sua tranferência para uma escola do interior do estado.
A partir dessa atividade a atenção das meninas, que atualmente está totalmente direcionada a meninos, passasse a ter um universo mais abrangente. Também as aulas de educação sexual passaram a ser mais tranquilas e com menos ansiedades.
Outra coisa muito importante que percebemos na observação das aulas voltadas para a sexualidade em Educação Infantil foi que os meninos nas fases iniciais estão procurando respostas muito mais ingênuas do que as que os adultos pensam que eles necessitam.
Por isso passamos a orientar os professores a escutar muito mais do que falar. Perguntar muito mais do que responder. E, inclusive, quando uma pergunta durante uma reunião em grupo, aparecer, passamos a orientar o mediador a repassar a pergunta ao grupo antes de elaborar a sua resposta.
Na maioria dos casos a resposta apresentada por um dos componentes do grupo infantil só precisa de uma melhorada "de leve" para satisfazer a curiosidade de todos. E na maioria das vezes não há necessidade nenhuma de se adiantar respostas diretamente ligadas ao sexo.
Percebemos que nós fomos influenciados por Freud para achar que tudo o que move a criança, desde o nascimento, é a libido. Pode ser que ele tenha razão, mas para isso temos que dar uma interpretação mais light a essa libido infantil.
A fase, por exemplo, que Freud chamou de latente, é uma das mais importantes, segundo a minha visão depois de todas essas pesquisas, para o futuro sexual da criança. Mas foi a fase em que Freud menos deu importância, exatamente porque ele não viu a libido como ele desejaria ver... O cara só pensava em sexo mesmo... embora um gênio!
Aguardo comentários e relatos de casos para que possamos estudar e debater. Vamos lá?
Isso nos leva a perceber que nas escolas em que o lúdico é enfatizado em todas as aulas e intervalos, transformando pesquisas em prazer e, inclusive usando metodologia científica adequada aos primeiros anos escolares, provoca a criação uma mentalidade científica prazeiroza nas crianças, fazendo com que as percepções de diferenças sexuais passem a ser muito mais naturais e bem incorporadas.
Estar em estado de ludicidade traz benefícios espetaculares para a harmonia intelecto-emocional e elimina a necessidade da mente estar buscando a libido para satisfações inadequadas e de forma muito precoce.
Antes viamos nossos professores e coordenadores preocupados com a sexualização precoce das meninas, principalmente elas. Sugeri, então, aos professores de educação física, que estudassem em livros antigos, brincadeiras juvenis e de quadra etc... para ensinar em suas aulas.
De início muitas meninas não queriam por acharem bobagem. Mas na medida em que viam o prazer estampado na cara das que estavam nas brincadeiras, todas passaram a se integrar ao movimento.
Na escola do Largo do Tanque quem fez isso foi o professor Jader, a partir de um livro que a sua namorada possuia, descrevendo tais brincadeiras. O resultado foi também muito bom, embora tenhamos encerrado essa experiência devido a sua tranferência para uma escola do interior do estado.
A partir dessa atividade a atenção das meninas, que atualmente está totalmente direcionada a meninos, passasse a ter um universo mais abrangente. Também as aulas de educação sexual passaram a ser mais tranquilas e com menos ansiedades.
Outra coisa muito importante que percebemos na observação das aulas voltadas para a sexualidade em Educação Infantil foi que os meninos nas fases iniciais estão procurando respostas muito mais ingênuas do que as que os adultos pensam que eles necessitam.
Por isso passamos a orientar os professores a escutar muito mais do que falar. Perguntar muito mais do que responder. E, inclusive, quando uma pergunta durante uma reunião em grupo, aparecer, passamos a orientar o mediador a repassar a pergunta ao grupo antes de elaborar a sua resposta.
Na maioria dos casos a resposta apresentada por um dos componentes do grupo infantil só precisa de uma melhorada "de leve" para satisfazer a curiosidade de todos. E na maioria das vezes não há necessidade nenhuma de se adiantar respostas diretamente ligadas ao sexo.
Percebemos que nós fomos influenciados por Freud para achar que tudo o que move a criança, desde o nascimento, é a libido. Pode ser que ele tenha razão, mas para isso temos que dar uma interpretação mais light a essa libido infantil.
A fase, por exemplo, que Freud chamou de latente, é uma das mais importantes, segundo a minha visão depois de todas essas pesquisas, para o futuro sexual da criança. Mas foi a fase em que Freud menos deu importância, exatamente porque ele não viu a libido como ele desejaria ver... O cara só pensava em sexo mesmo... embora um gênio!
Aguardo comentários e relatos de casos para que possamos estudar e debater. Vamos lá?
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quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Câmeras nas salas - aulas show
Alguns professores, quando souberam que todas as escolas estão envidando seus esforços para a instalação de câmeras em suas salas de aula, entraram em verdadeiro "desespero", chegando a ensaiar movimentos de contestação. Alguns chegaram a considerar um verdadeiro absurdo esse procedimento.
Vamos, então, analisar o fato segundo alguns aspectos:
Primeiramente a segurança do próprio professor e dos alunos, em relação aos fatos que estão ocorrendo com freqüência em diversas salas de aula por todo o mundo, a começar pelos Estados Unidos.
Muitos pais já procuram, para seus filhos, escolas que estejam com câmeras instaladas e, preferencialmente, ligadas à NET, para que, de casa, possam ver seu filho em sala.
Em segundo lugar para a constatação de que o mau resultado do aluno A ou B deve-se, não à falta de competência do professor, mas sim ao comportamento inadequado e incorrigível desses alunos A e B em sala.
Para o primeiro caso basta lermos os jornais diários ou assistirmos aos telejornais. Os crimes em sala não estão ocorrendo apenas em escolas de baixíssimo nível social, mas em qualquer escola, sejam elas públicas ou privadas. Mas se, ao invés de esperarmos para ler os crimes pelos jornais, nos detivermos para ler os relatórios de ocorrências disciplinares das escolas, veremos que é freqüente o encontro de alunos portanto armas brancas e até armas de fogo com intenções de revidar ameaças sofridas no ambiente escolar. A sorte dessas escolas têm sido a descoberta das armas e das intenções antes dos eventos ocorrerem! Câmeras de segurança ajudam nessa prevenção.
Embora o primeiro caso seja mais do que evidente em sua importância em aspectos de segurança dos alunos e dos professores, o segundo caso também é muito sério, embora mais ligado ao aspecto educacional propriamente dito.
Todos sabemos que muitos pais estão completamente "perdidos" em matéria de educação dos filhos. Essa realidade está fazendo com que tentem encontrar um outro "culpado" pelo mau resultado de seus filhos na escola e no mundo. Os "eleitos" são: a) professores e escolas; b) mídia; e c) sociedade.
Analisando friamente todos os três "eleitos" concluimos que todos têm sua parcela de responsabilidade, mas a principal é a dos pais, que é a mais forte e mais decisiva em todo processo educacional.
A realidade, entretanto, nos mostra que não há escola de formação de pais, pelo menos não nos moldes das antidas escolas de formação de pais da Alemanha, para onde eram enviados adolescentes que pretendiam se casar, como foi o caso, por exemplo, da mãe de Norberto Odebrecht e de outros tantos ilustres personagens de nosso país, cujo resultado educacional está acima de qualquer "má influência"...
Já que inexistem essas escolas, os únicos profissionais que teoricamente estão recebendo formação de educador são os professores. Isso faz com que a responsabilidade de suas funções acabe extrapolando os limites da sala de aula, entrando fundo na necessária interferência na educação doméstica das famílias dos alunos.
Nossos esforços educacionais passam a ser, então, muito mais abrangentes do que simplesmente ensinar o aluno a entender a nossa matéria. Temos que entrar pelo campo da educação doméstica, pelo ensino dos valores humanos que muitas vezes inexistem em casa, e assim por diante.
Mas mesmo com todo esse esforço precisamos que, pelo menos, as famílias não atrapalhem o processo! Constantemente observo que, para alguns alunos nossos esforços só dariam resultado em um regime de semi-internato, quando eles deixariam de sofrer a má influência de seus pais...
Esses pais, não sei se por coincidência ou se por qualquer outro fator, são os que mais reclamam da péssima qualidade dos professores atuais! Insistem em dizer que seu filho é perfeito e que os professores é que não sabem ensinar e não lhe dão a atenção devida ou até que seu filho está sofrendo "perseguição" de algum docente.
Essa é a hora em que as câmeras em sala de aula nos servem para tirar todas as dúvidas e colocarmos tais pais de frente com a realidade de seus filhos! Não que eles não saibam, mas para que tirem, definitivamente o véu que colocaram em suas próprias mentes para não enxergar o resultado da falta de educação e de presença em casa.
Quando uma escola estadual localizada num bairro popular de Salvador convocou os pais dos alunos para assistirem ao filme "estrelado" por seus filhos no interior da escola, todos ficaram chocados!
Pais que reclamavam insistentemente da escola viram que eram seus filhos que já entravam na instituição trazendo, da rua, drogas, armas brancas e, inclusive de fogo em dois casos, e comportavam-se na escola como verdadeiros marginais, arregimentando colegas para a formação de suas futuras "gangues" de rua...
Só o filme, produto das gravações das câmeras de segurança, conseguiu fazer com que esses pais "caissem na real" e entendessem as razões da direção da escola estar insistindo em sua presença na instituição, para que, juntos, tentassem encontrar uma solução educativa eficaz para seus próprios filhos.
O aspecto final é o da qualidade da aula dada!
Se precisamos "esconder" de uma câmera ou de algum publico, seja ele qual for, a forma como "damos nossas aulas", precisamos urgentemente rever nossa forma de trabalhar.
Uma aula, para ser eficaz, precisa ser envolvente, empolgante e entusiasmadora. Isso significa que o professor é um verdadeiro ator social, atuando no palco da sala, apresentando um show de entusiasmo para a platéia, que são seus alunos.
Isso não é para ser escondido de ninguém, muito menos de uma câmera, já que servirá, inclusive, como comprovação da excelente performance que todos os professores buscam ter em sua sublime tarefa de ensinar.
As gravações servem, inclusive, para que analisemos nossos próprios erros e omissões, para buscarmos a cada dia a melhoria de nossa performance em sala. Afinal, precisamos entender que um momento de aula é um momento que poucos profissionais têm para conseguir influenciar pessoas.
É pela análise das gravações que poderemos tentar encontrar incorreções na nossa forma de tratar os alunos que mais necessitam de nossa atenção especial. E é a forma de verificarmos se algo nos passou despercebido!
Vamos, então, analisar o fato segundo alguns aspectos:
Primeiramente a segurança do próprio professor e dos alunos, em relação aos fatos que estão ocorrendo com freqüência em diversas salas de aula por todo o mundo, a começar pelos Estados Unidos.
Muitos pais já procuram, para seus filhos, escolas que estejam com câmeras instaladas e, preferencialmente, ligadas à NET, para que, de casa, possam ver seu filho em sala.
Em segundo lugar para a constatação de que o mau resultado do aluno A ou B deve-se, não à falta de competência do professor, mas sim ao comportamento inadequado e incorrigível desses alunos A e B em sala.
Para o primeiro caso basta lermos os jornais diários ou assistirmos aos telejornais. Os crimes em sala não estão ocorrendo apenas em escolas de baixíssimo nível social, mas em qualquer escola, sejam elas públicas ou privadas. Mas se, ao invés de esperarmos para ler os crimes pelos jornais, nos detivermos para ler os relatórios de ocorrências disciplinares das escolas, veremos que é freqüente o encontro de alunos portanto armas brancas e até armas de fogo com intenções de revidar ameaças sofridas no ambiente escolar. A sorte dessas escolas têm sido a descoberta das armas e das intenções antes dos eventos ocorrerem! Câmeras de segurança ajudam nessa prevenção.
Embora o primeiro caso seja mais do que evidente em sua importância em aspectos de segurança dos alunos e dos professores, o segundo caso também é muito sério, embora mais ligado ao aspecto educacional propriamente dito.
Todos sabemos que muitos pais estão completamente "perdidos" em matéria de educação dos filhos. Essa realidade está fazendo com que tentem encontrar um outro "culpado" pelo mau resultado de seus filhos na escola e no mundo. Os "eleitos" são: a) professores e escolas; b) mídia; e c) sociedade.
Analisando friamente todos os três "eleitos" concluimos que todos têm sua parcela de responsabilidade, mas a principal é a dos pais, que é a mais forte e mais decisiva em todo processo educacional.
A realidade, entretanto, nos mostra que não há escola de formação de pais, pelo menos não nos moldes das antidas escolas de formação de pais da Alemanha, para onde eram enviados adolescentes que pretendiam se casar, como foi o caso, por exemplo, da mãe de Norberto Odebrecht e de outros tantos ilustres personagens de nosso país, cujo resultado educacional está acima de qualquer "má influência"...
Já que inexistem essas escolas, os únicos profissionais que teoricamente estão recebendo formação de educador são os professores. Isso faz com que a responsabilidade de suas funções acabe extrapolando os limites da sala de aula, entrando fundo na necessária interferência na educação doméstica das famílias dos alunos.
Nossos esforços educacionais passam a ser, então, muito mais abrangentes do que simplesmente ensinar o aluno a entender a nossa matéria. Temos que entrar pelo campo da educação doméstica, pelo ensino dos valores humanos que muitas vezes inexistem em casa, e assim por diante.
Mas mesmo com todo esse esforço precisamos que, pelo menos, as famílias não atrapalhem o processo! Constantemente observo que, para alguns alunos nossos esforços só dariam resultado em um regime de semi-internato, quando eles deixariam de sofrer a má influência de seus pais...
Esses pais, não sei se por coincidência ou se por qualquer outro fator, são os que mais reclamam da péssima qualidade dos professores atuais! Insistem em dizer que seu filho é perfeito e que os professores é que não sabem ensinar e não lhe dão a atenção devida ou até que seu filho está sofrendo "perseguição" de algum docente.
Essa é a hora em que as câmeras em sala de aula nos servem para tirar todas as dúvidas e colocarmos tais pais de frente com a realidade de seus filhos! Não que eles não saibam, mas para que tirem, definitivamente o véu que colocaram em suas próprias mentes para não enxergar o resultado da falta de educação e de presença em casa.
Quando uma escola estadual localizada num bairro popular de Salvador convocou os pais dos alunos para assistirem ao filme "estrelado" por seus filhos no interior da escola, todos ficaram chocados!
Pais que reclamavam insistentemente da escola viram que eram seus filhos que já entravam na instituição trazendo, da rua, drogas, armas brancas e, inclusive de fogo em dois casos, e comportavam-se na escola como verdadeiros marginais, arregimentando colegas para a formação de suas futuras "gangues" de rua...
Só o filme, produto das gravações das câmeras de segurança, conseguiu fazer com que esses pais "caissem na real" e entendessem as razões da direção da escola estar insistindo em sua presença na instituição, para que, juntos, tentassem encontrar uma solução educativa eficaz para seus próprios filhos.
O aspecto final é o da qualidade da aula dada!
Se precisamos "esconder" de uma câmera ou de algum publico, seja ele qual for, a forma como "damos nossas aulas", precisamos urgentemente rever nossa forma de trabalhar.
Uma aula, para ser eficaz, precisa ser envolvente, empolgante e entusiasmadora. Isso significa que o professor é um verdadeiro ator social, atuando no palco da sala, apresentando um show de entusiasmo para a platéia, que são seus alunos.
Isso não é para ser escondido de ninguém, muito menos de uma câmera, já que servirá, inclusive, como comprovação da excelente performance que todos os professores buscam ter em sua sublime tarefa de ensinar.
As gravações servem, inclusive, para que analisemos nossos próprios erros e omissões, para buscarmos a cada dia a melhoria de nossa performance em sala. Afinal, precisamos entender que um momento de aula é um momento que poucos profissionais têm para conseguir influenciar pessoas.
É pela análise das gravações que poderemos tentar encontrar incorreções na nossa forma de tratar os alunos que mais necessitam de nossa atenção especial. E é a forma de verificarmos se algo nos passou despercebido!
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