segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Principais objetivos da formação escolar




Para pais e professores

Vamos, nesse momento, fazer uma reflexão sobre o processo de aprendizagem de nossos alunos, para podermos, a partir daí, elaborar soluções que mudem toda essa realidade para melhor.

Todos os nossos estudos e pesquisas de campo estão publicadas em nossos livros.

Assuntos mais imediatos estão publicados no nosso canal do youtube e nos nossos blogs.

Mas vamos, então, ao assunto específico de hoje:

Objetivos principais da formação escolar

Muitos já esqueceram que, os objetivos principais da formação do aluno são:

A preparação do aluno para o entendimento do mundo;

A preparação do aluno para o entendimento sobre si mesmo, das suas relações sociais e do seu papel (ou sua missão) que darão sentido à sua vida;

O desenvolvimento de sua capacidade de questionamentos fundamentados;

O desenvolvimento de sua criatividade, descoberta e inventividade;

A construção do seu caráter.

 E que o ensino de Português, Matemática, Idiomas estrangeiros, História, Geografia, Ciências, Arte, Educação Física, Filosofia, Sociologia e todas as demais, são apenas para criar uma base sólida de conhecimentos, para permitir que esses objetivos sejam mais facilmente alcançados.

Os objetivos não podem ser o ensino de nenhuma dessas matérias. Elas são importantíssimas, mas para criar a sua base de raciocínio e permitir que seu pleno desenvolvimento esteja bem fundamentado.

Mas cada aluno tem a sua dificuldade, algumas vezes causada por bloqueios emocionais, síndromes, transtornos ou até deficiências intelectuais. Nesses casos essa base de raciocínio também precisa ser formada, mas respeitando a sua capacidade de aprendizagem e o seu nível de entendimento.

Mas o que vemos, frequentemente, além do desrespeito à dificuldade do aluno, é a inversão desses valores, tornando cada uma dessas matérias, não como instrumentos para o desenvolvimento de raciocínios setoriais, mas como degraus obrigatórios para sua formação, excluindo do processo de aprendizagem, todo aquele que apresentara alguma dificuldade específica.

Tive a oportunidade de presenciar a angústia de um professor de redes de um curso técnico, ao ser obrigado, pela direção da escola, a reprovar um aluno “expert” em redes (e ainda melhor que o próprio professor, segundo ele), simplesmente por não ter condições de acompanhar o nível da turma em algumas matérias complementares do curso.

Inversão total dos objetivos desse curso técnico!

Papel do professor

Mas como eu, como professor, posso conseguir que minha matéria constitua uma base eficaz para o raciocínio de todos os meus alunos?

Amor pela matéria

Desenvolver o amor por todos os assuntos e aulas da minha matéria, criando a empolgação necessária para estimular todos os meus alunos.

Metodologia

Criar ou seguir metodologias que permitam que os meus alunos sejam os protagonistas da sua aprendizagem, e que seja uma aula participativa, na qual eu possa acompanhar o entendimento e o desempenho de todos eles e fazer as devidas orientações.

A Metodologia Dinâmica Grupal, que ensino no meu livro “Estudos sobre educação: Inclusão responsável”, tem sido utilizada por muitos professores em diversas escolas, e o resultado tem sido: aprendizagem real e facilitada, além de professor sem estresse e satisfeito! Tenho certeza de que vale a pena aplicar e você não vai se arrepender!

E para isso, use uma citação minha que já está se espalhando por aí: “Não precisa tentar! Basta fazer!”.

Tarefas e avaliações

Elaborar tarefas diárias e avaliações frequentes, sempre dentro dos respectivos níveis de entendimento, deixando claro que elas servem para:

- O professor tomar conhecimento se os alunos realmente estão aprendendo;

- Os alunos descobrirem se estão mesmo aprendendo ou se estão com alguma dificuldade;

- Os alunos saberem que seus erros precisam ser mostrados, para que o professor procure outra forma de ensino, e assim perderem o medo de provas, concursos e vestibulares.

O ideal é que não sejam dadas notas classificatórias, como foi determinado agora como Lei em Cingapura, um dos países mais evoluídos em educação no mundo.

Em vez de notas o professor deve se preparar para estimular seus alunos de forma que todos procurem descobrir as razões por não terem acertado, ainda, algumas das questões apresentadas.

Assim sempre haverá aprendizagem, garantindo o desenvolvimento pleno de cada um.

Nem precisa ir à Cingapura para saber como fazer. Se estudarmos a nossa Metodologia Dinâmica Grupal e a da Escola da Ponte, em Portugal, vão surgir todos os elementos criativos para implantarmos Cingapura na nossa escola.

No nosso próximo livro: “Estudos sobre educação: Construção da inteligência”, isso estará bem claro, em todos os seus aspectos.

O vício de nossos alunos, professores e pais em NOTAS, tiram todo o necessário foco à obtenção do conhecimento e provocam, em nosso país, esse tão reconhecido fracasso em aprendizagem.

Papel dos pais

Da mesma forma que para o professor, os pais precisam mudar seu foco em relação aos estudos dos filhos.

Enquanto a pergunta única, entre pais e filhos, for “Como estão as suas notas”, os filhos só estarão preocupados com elas, mas nunca com sua própria aprendizagem, afinal, todos sabem que basta passar a véspera de uma prova decorando o assunto para garantir uma boa nota. 

Mais fácil ainda será sentar-se em uma carteira próxima a um estudioso contumaz, e copias suas respostas.

E se tudo der errado, ainda pode convencer os pais a pagarem seu período de recuperação, onde a maioria das escolas fingem recuperar o conhecimento perdido do aluno durante um ano inteiro, em apenas duas semanas, e ele é promovido ao ano escolar seguinte.

Em todos os casos que eu citei o aluno continua sem saber nada de coisa alguma...

Para quem deseja o desenvolvimento verdadeiro do filho, com conhecimento, inteligência, criatividade e autonomia, a pergunta frequente deve mudar de “Como estão suas notas”, para “O que você aprendeu hoje? Me diga e vamos conversar sobre isso.”

Essa conversa diária, além de mostrar ao aluno que os pais se interessam pela sua aprendizagem e seu pleno desenvolvimento, ainda criam uma relação afetiva extremamente positiva, e que servirá como verdadeira vacina, contra todas as influências negativas que rondam nossos adolescentes.

É isso, amigos.

Agora vou responder à pergunta de alguns amigos, sobre quais os meus livros que estão disponíveis para venda e quais os assuntos tratados neles.

Primeiro quais são os títulos e quais seus assuntos:

O primeiro livro é o romance “Vira Volta”, de 2006, que é um estudo de caso envolvendo personagens que retratam relacionamentos em processo de neurose.

O segundo, “Afetividade na educação – psicopedagogia”, 2009, traz dicas importantes, principalmente para os pais, ajudando-os a entenderem cada fase da formação de seus filhos, e assim evitar carências prejudiciais ao seu desenvolvimento pleno.

O terceiro, “Estudos sobre educação: Sexualidade humana”, 2014, com sua 1ª edição nomeada “Sexo: a escolha é sua”, analisa diversos aspectos psicológicos nos relacionamentos interpessoais. Entre diversos temas, alguns bastante polêmicos, como a construção da personalidade sexual, inclui os desafios enfrentados por pais e professores, com a sexualidade precoce e sem controle de crianças ou adolescentes com transtornos ou deficiências diversas.

O quarto livro “O menino dos jornais e outros contos”, 2017, é um livro típico de literatura brasileira, mas tem, na sua segunda parte, uma série de reflexões, ajudando, tanto na elevação da autoestima de pessoas com conflitos pessoais, como orientação de adolescentes na forma de pensar e de decidir sobre sua missão na vida e sobre sua futura profissão.

O quinto livro “Estudos sobre educação: Inclusão responsável”, 2019, ensina as metodologias ideais para que a aprendizagem de qualquer aluno, seja ele um aluno neurotípico ou não, seja a mais eficaz possível.  E essas metodologias, ainda por cima, mostram ao professor uma forma de dar todas as suas aulas do dia sem qualquer tipo de estresse, o que hoje parece para muitos uma coisa impossível!

Estou finalizando o sexto livro: “Estudos sobre educação: Construção da inteligência”, com lançamento previsto para janeiro/2020, com a análise de todo o desenvolvimento intelectual, a partir da fecundação, seguida da formação neurofisiológica dos elementos básicos, que vão permitir o pleno controle do equilíbrio orgânico-psíquico, fundamental para a construção da inteligência.

Por enquanto só estão disponíveis para venda o “O menino dos jornais e outros contos”, e “Estudos sobre educação: Inclusão responsável”. A partir da próxima semana teremos disponíveis novas edições do “Afetividade na educação – psicopedagogia” e do “Estudos sobre educação: Sexualidade humana”.

Quem desejar adquirir algum deles e não quiser esperar por eu estar na sua cidade, mande mensagem para mim, para que envie o LINK de compra pelo Mercado Livre.

Forte abraço a todos!



sexta-feira, 27 de setembro de 2019

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Autismo Seletividade Alimentar



Seletividade alimentar do autista

A seletividade alimentar do autista pode estar ligada a, no mínimo, dois fatores:

1° Hipersensibilidade gustativa ou olfativa ou ambas;

2° Dependência de algum alimento que seu organismo não tolera;

Vamos ao primeiro:

Essa hipersensibilidade funciona da mesma forma que as demais hipersensibilidades dele.

A mais comum e, por isso, mais observada, é a hipersensibilidade auditiva, quando o autista, ao ouvir sons acima de sua tolerância, tapa os ouvidos. Ele faz isso porque toda hipersensibilidade provoca dores fortes em sua cabeça, nesse caso.

No caso da seletividade alimentar o problema pode estar na hipersensibilidade gustativa ou olfativa, que amplia enormemente os sabores ou os cheiros dos alimentos.

Imagine você comendo uma comida sem sal e achando sem graça. Aí alguém coloca um pouco de sal e ela fica mais agradável. Mas veja o que acontece quando se coloca sal demais! Não dá mais para comer!

O efeito desses sabores, no autista com hipersensibilidade gustativa ou olfativa é o mesmo. Os sabores específicos dessa comida que ele não quer, estão muito amplificados, ou pelos seus sensores químicos, na própria língua ou nariz, ou pelos processadores cerebrais.

Por que existe essa amplificação exagerada desses sabores ou cheiros?

Todas essas hipersensibilidades podem estar relacionadas ao excesso de neurônios nas redes neurais desses processadores.

Nossos neurônios nascem e se replicam, desde a fecundação, e começam a se juntar fazendo as conexões que chamamos de sinapses, para que tudo nosso funcione, desde o pensamento, o raciocínio, a capacidade de percepção e elaboração, os movimentos do corpo, e os comandos automáticos, como respiração, batimentos cardíacos e tudo o mais.

Começamos com 50 trilhões de conexões, aumentamos elas para 1000 trilhões, mas aos poucos as próprias redes neurais vão se dando conta de que não precisam mais de muitos neurônios.

Esses estão vão ser eliminados, para não atrapalharem o funcionamento das redes já em funcionamento. Isso significa apoda neural.

Após a pode ficamos com aproximadamente 100 trilhões de conexões, que são consideradas suficientes para todas as atividades de nosso cérebro encefálico.

Cada processador está numa localização diferente e uns podem ter tido a poda neural e outros não, por isso o autista não tem hipersensibilidade em tudo, mas apenas a alguma dessas percepções.

Os neurônios que sobram e que, na criança neurotípica, seriam eliminados, no autista continuam atuando e provocando excesso de informações para os processadores ou excesso de amplificação de sinais nos próprios processadores.

A segunda hipótese para essa seletividade é a dependência a algum alimento

Todo nutriente que o autista tem intolerância, pode estar sendo levado para a corrente sanguínea como um opiáceo, ou seja, ele vai fazer o mesmo efeito de qualquer droga, como maconha, cocaína, etc.

O autista, então, começa a criar uma dependência a essa comida, da mesma forma que o usuário de droga cria.

Nesse caso a eliminação do alimento, na dieta do autista, deve ser feita com parcimônia, da mesma forma que os médicos realizam o tal “desmame” dos medicamentos controlados.

Isso para evitar o aparecimento da síndrome de abstinência.

Como tratar a seletividade, então?

Os terapeutas ocupacionais e os fonoaudiólogos, com a ajuda de nutricionista e uma cozinheira que aprenda a fazer a comida que o autista tolera, mas sem o sabor ou cheiro que ele está amplificando e, por isso rejeitando, são os profissionais adequados para irem realizando esse tratamento.

Assim como para todas as demais hipersensibilidades, nós sempre recomendamos ir, de forma lúdica, mas com bastante cuidado, estimulando os elementos sensoriais correspondentes àquela hipersensibilidade, para tentar provocar o ajuste desses processadores, mas nunca criando expectativas de resultados imediatos, já que  isso significa uma reorganização de diversas redes neurais com excesso de neurônios.

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Live 18 09 2019 Dificuldades de aprendizagem



Olá amigos,
Hoje, quarta-feira, 18 de setembro, vamos analisar alguns temas importantes.
O primeiro é sobre um caso real, de aluna com dificuldade de aprendizagem e que, pelo que parece, vem mostrar uma terrível realidade.
Que grande parte de nossos professores e dirigentes escolares não quer sequer saber da existência de aluno com dificuldade.
Procuram prejudicá-lo de todas as formas possíveis, até que seja excluído, e eles fiquem apenas, em sus salas de aula, com os alunos regulares.
São professores e dirigentes que deveriam estar em qualquer outro tipo de profissão, menos a mais importante do mundo, que é a de professor.
E é exatamente por termos colegas desse nível de descomprometimento com o aluno, que a nossa classe está malvista e desvalorizada!

O segundo é sobre o impacto, que as dificuldades familiares e violências domésticas podem causar na aprendizagem de uma criança.

O terceiro é para descrevermos o que pretendemos com os nossos novos cursos sobre o TEA (Transtorno do Espectro Autista).
Já tivemos a primeira fase, quando procuramos mostrar o que se conhecia sobre o assunto e as diferentes formas de entendê-lo e incluí-lo, e agora temos essa nova fase, com os mais recentes estudos sobre o transtorno e s terapias aconselhadas.

Mas vamos ao primeiro tema, o caso real de exclusão escolar:
Avaliação diagnóstica da aluna:
Aluna há dois anos repetindo o 6° ano do Ensino Fundamental, séries finais, com as seguintes características:
- Entende o que se fala para ela;
- Conversa com muita timidez, mas responde oralmente;
- Não lê nem escreve, mas consegue realizar uma escrita em formato pre-silábico sonoro, embora sem conseguir ainda decifrar o que escreve;
- Na anamnese verificou-se, por meio da tia, que a perda da mãe a abalou bastante, emocionalmente, e criou toda essa dificuldade.
Procedimento recomendado aos professores e à escola:
- Ao primeiro sinal de dificuldades, realizar uma avaliação diagnóstica e comportamental, para identificar como a criança ouve, vê, entende e sente e se apresenta algum bloqueio.
- Ao identificar problemas de bloqueios emocionais (que parece ser o caso), recomendar atendimento psicológico.
- Ao identificar dificuldades na leitura e escrita (e essa menina tem), além de analisar se tem problemas normais de visão e coordenação motora, pedir um exame de Síndrome de Irlen. Toda escola deve ter uma indicação de um profissional screener, já que essa síndrome se confunde com dislexia, discalculia e até esquizofrenia.
- A partir daí verificar o que ela já consegue fazer em termos de escrita e leitura, para estabelecer um planejamento de desenvolvimento individual.
- Se ela não consegue ainda escrever nem ler, analisar como está o entendimento oral e a elaboração do pensamento, também de forma oral.
- No caso dessa menina, os sintomas de ausência de alfabetização tornam necessário esse desenvolvimento em paralelo (a depender das condições da escola, pode ser no AEE, em contraturno).
Para o dia-a-dia na sala de aula:
- Enquanto ela não se alfabetiza, os professores realizam o ensino individualizado de forma oral e avaliam da mesma forma. Essa avaliação não pode ser para aprovar nem reprovar, mas sim para que cada professor perceba se o seu método de ensino individual para ela está dando certo, ou se precisa alterar alguma coisa.
- A todo momento, em todas as aulas, ela tem que sentir que está aprendendo alguma coisa, sempre a partir do que ela sabe, mas nunca no mesmo nível de seus colegas, é claro!
- Isso vai elevar a sua autoestima e assim o próprio cérebro dela vai começar a contribuir para a redução de suas dificuldades.
- Se um professor, em vez de reconhecer cada um de seus pequenos avanços, mostrar suas dificuldades, isso vai baixar a sua autuoestima e ela ficará cada vez pior.
- Os colegas dela, na sala, devem ser preparados para inclui-la, por meio da realização periódica de Assembleias de Classe. Isso porque ela precisa de elevação da autoestima o tempo todo.
- Essa menina, logicamente, nunca poderá ser reprovada, ou conservada, como queiram, porque ela precisa estar se sentindo incluída junto com colegas da mesma faixa etária, caso contrário, a baixa autoestima impedirá o seu desenvolvimento.
- Para que os professores consigam dar atenção individualizada a cada aluno com dificuldades e, ao mesmo tempo, dar atenção aos demais alunos nos seus respectivos níveis intelectuais, a metodologia deve ser INCLUSIVA DE VERDADE, como as legislações exigem, embora não digam como fazer.
- Para isso basta estudarem as metodologias inclusivas existentes, entre elas a Metodologia IUPE de Dinâmica Grupal, que está à disposição de todos os professores e escolas.
- Ela pode ser lida no meu quinto livro “Estudos sobre educação: Inclusão Responsável”, ou assistida nos nossos vídeos, em nosso canal no youtube.
Legislação inclusiva
Tudo o que falei faz parte de nossa obrigação moral, como professor, já que deveríamos ter como objetivo de vida, o entendimento, o acompanhamento e o desenvolvimento de todos os nossos alunos.
O professor que reprova essa aluna, se baseando no fato de que ela não aprende, ELE é quem estaria REPROVADO E SUMARIAMENTE DEMITIDO, se fosse de escolas ligada ao IUPE.
Qualquer dúvida sobre a legislação pode ser lida, também, nesse meu livro sobre inclusão, ou também no nosso canal, no youtube.

Segundo assunto de hoje:
Qual o impacto que as dificuldades familiares e violências domésticas podem causar na aprendizagem de uma criança?
Podemos até aproveitar o relato do caso da menina anterior, embora não seja um caso de violência doméstica, mas a perda da mãe, que foi o caso da menina do relato inicial, pode trazer, também, consequências semelhantes, criando dificuldades de aprendizagem por bloqueios emocionais.
Cada criança tem uma forma de reagir aos eventos externos, mas em todas elas aparece algum tipo de consequência.
Já observei, em uma mesma família com violência doméstica, um dos filhos reagir de forma positiva, se dedicando ao seu desenvolvimento intelectual e vencendo tranquilamente, enquanto os outros dois entraram em processo negativo: um com perda de estímulo para estudos e sendo levado às drogas e depois ao crime; e outro criando um bloqueio emocional tão grave que seus sintomas eram semelhantes aos de dislexia e discalculia juntos.
A recomendação, como é um caso comportamental, é tratamento psicológico imediato, para evitar que as consequências se agravem.
Mas, vamos que essas crianças, devido ao processo de violência doméstica, sejam adotadas por outra família.
Nesse caso, embora os tratamentos psicológicos continuem sendo necessários, existe outra terapia extremamente importante, que vai construir toda uma estrutura interna, na mente dessas crianças, e pode evitar os possíveis danos muito comuns, em comportamento e desequilíbrio emocional.
É a terapia interna da própria família.
O que é isso?
São as famosas reuniões familiares, que eu tanto recomendo a todas as famílias, quando pais e filhos se reúnem à volta de uma mesa, sem celular, sem computador, sem TV, e conversam abertamente sobre tudo, principalmente sobre sentimentos e emoções, já que esses temas são os que mais  tumultuam as cabeças das crianças ao se tornarem adolescentes.
Se elas forem acostumadas a relatarem tudo o que sentem, sem precisarem esconder nada, elas estarão praticamente VACINADAS contra todas as influências externas, sejam da mídia, dos colegas ou da própria sociedade.
Isso deve ser feito frequentemente, no mínimo uma vez por semana, e pode ser em um momento de refeição, lanche ou, seja lá o que for.
O importante é haver o momento e que ele seja frequente.
Mas se, apesar disso, aparecerem sintomas de dificuldades de aprendizagem, o procedimento deve ser o mesmo que recomendamos no caso anterior, para a menina que está sendo forçada a repetir o 6° ano, por professores completamente despreparados para a função.

Terceiro tema:
Autismo
O curso atual sobre autismo, que será dado na UNIP (Universidade Paulista), em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, nos dias 19 e 20 de outubro.
Nesse curso sobre autismo, em dois dias, passarei as informações mais importantes e mais recentes sobre o entendimento, o tratamento e o desenvolvimento do autista, visando sua aprendizagem, sua autonomia e sua socialização.

Nosso foco é, além de mostrar os resultados das mais recentes pesquisas sobre o TEA, discutir os diversos níveis de tratamento atuais, para identificarmos quais deles nos ajudam a desenvolver o autista como qualquer criança neurotípica, enquanto a cura definitiva não chega.

E mostraremos as três linhas diferentes:

A da cura, perseguida principalmente por Alisson Muotri e Karina Griese Oliveira, que é a ponta principal das terapias, mas ainda em estudo e sem resultado conclusivo;

A dos tratamentos comportamentais visando o desenvolvimento, como os métodos ABA, TEACHH e outros;

E o intermediário, que considero atualmente o mais importante, que é o da identificação das causas dos sintomas e tratamento delas, para reduzi-los ou até eliminá-los, para permitir que os métodos ABA e demais, possam ter maior eficácia, já que o autista fica completamente escolarizável, sem os sintomas que dificultam a sua socialização.

Nosso roteiro dessa semana e da próxima:
Segunda e terça-feira: Estaremos em Xique-Xique, em palestra sobre:
A neurociência no entendimento, acompanhamento e desenvolvimento das crianças com dificuldades, síndromes e transtornos.
Qualquer sugestão, dúvida ou relato de caso para análise, entrem em contato pelo nosso EMAIL
ou pelo nosso whatsapp
(71) 9-9624-1011
Inscrevam-se em nosso canal no youtube, para receber os vídeos em primeira mão.
Nosso colégio, em Salvador, na Liberdade, já está com matrículas abertas para 2020

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Autismo-Relato de caso-09-set-2019



Quando eu vejo um profissional dar uma entrevista relatando as terapias que dão certo e as que não dão, para o autista, eu imagino que essa pessoa deve ser um verdadeiro gênio!

Afinal, se as pessoas neurotípicas (ou seja: as pessoas que, antes do politicamente correto, podiam ser chamadas de normais) reagem aos medicamentos e tratamentos de forma diferente, entre os autistas isso é mais evidente ainda!

Essas declarações acabam afastando mães, de terapias que poderiam reduzir os sintomas mais agressivos de seus filhos e, assim, reduzir, ou até acabar, com o sofrimento da família.

Ontem recebi mais dois pedidos de socorro de mães de autistas que receberam, do profissional que atende seu filho, o relato de que ela terá que se conformar que seu filho é autista e assim será por toda a vida.

E que a única coisa que ela terá que fazer é manter seus sintomas sob controle médico, por meio das drogas psiquiátricas que ele já receitou.

Absurdo, mas isso é muito comum, infelizmente.

Hoje vou apenas relatar dois casos que deram a volta por cima, mesmo já com certa idade!   

É um caso real, aliás, dois semelhantes, tanto que posso fazer um só relato, que serve para os dois.

Por mais de 25 anos duas mães não conseguiam, sequer, deixar seus filhos saírem de casa.

Os meninos, autistas severos, não falavam, não reconheciam seus pais, eram agressivos, sempre irritados, viviam dando berros sem motivação.

Os médicos diziam que era assim mesmo porque, afinal, eram autistas, e os pais teriam que se conformar com isso, e que a única coisa a fazer era mantê-los com Risperidona, Aripiprazol, Rivotril, Fluoxetina, Metilfenidato e outras tantas drogas, revezando uma com outra e modificando a dosagem a cada relato de mudança comportamental.

Tenho recebido esse mesmo relato de dezenas de mães por todo esse país.

Algumas, com filhos ainda bem jovens, já conseguiram mudar toda a realidade deles.

Tenho recebido suas visitas em cada cidade que passo, e fico cada vez mais feliz com isso!

Esses conseguiram dar uma guinada total no seu desenvolvimento, mas outros já adultos, ainda lutam por uma recuperação mais lenta e mais difícil.

Uma delas, inclusive, já com o seu filho ultrapassando os quarenta anos de idade, chegou a meu dizer: “Professor Roberto: Eu quero enterrar meu filho!” “Não sei o que será dele se eu morrer antes!”

O que mais me deixa indignado é que nada disso seria necessário, já que o que está ocorrendo com esses autistas é um grande erro no acompanhamento!

Alguém tem culpa nesse erro?

Fica difícil e, por vezes, até perigoso, dizer que sim. Ainda mais que não sou médico. Sou apenas professor.

Mas acompanho todos os alunos autistas dos colégios que damos apoio, e com esse acompanhamento temos como avaliar cada tratamento e cada resultado.  

Por isso prefiro dizer (e até tentar me convencer) que é por falta de conhecimento.

Afinal temos alguns caminhos nessa luta pela recuperação e desenvolvimento do autista e do TDAH.

Um deles é o caminho da cura definitiva! Essa é a ponta principal da ciência atual em relação ao autismo, trilhado por Alisson Muotri, Karina Griese Oliveira e diversos outros.

Outro caminho é o terapêutico comportamental, que procura desenvolver o autista por meio de métodos fantásticos como o ABA e outros.

Mas falta darem crédito ao meio do caminho, que existe e tem feito maravilhas, para reduzir todos os seus sintomas e fazer com que o autista consiga ter uma vida totalmente normal, embora não esteja curado, mas sem a inflamação cerebral, que causa tanta irritabilidade, agressividade, confusão no processamento de imagens, hipersensibilidade auditiva, e tudo o mais.

Profissionais famosos e competentes não dão a menor importância a esse caminho, mas é esse que está salvando muitas dessas crianças, e até adultos, da exclusão social total, devido ao excesso de agressividade, irritabilidade, etc.

Foi assim que esses dois autistas, já com idade acima dos 25 anos, começaram a se recuperar.

A vida toda seus cérebros foram destruídos pelos medicamentos, sem que, em momento algum, fossem realizados exames clínicos completos, para verificar se havia alguma causa extra para seus sintomas e que pudessem ser eliminadas.

Ambos foram levados a médicos nutrólogos que, imediatamente, mandaram realizar rodo tipo de exame clínico, exatamente como nós temos recomendado.

Ambos iniciaram tratamento de parasitas, complementação vitamínica, um deles precisou tratar tireoide, e começaram uma dieta rigorosa substituindo glúten caseína soja, açúcares, conservantes e corantes.

Ambos estão em plena recuperação, embora seus cérebros tenham sido destruídos por tanta droga ao longo de tantos anos!

Hoje mesmo assisti a um vídeo de um deles, enviado pela sua mãe, quando se percebe que está surgindo, agora, com mais de trinta anos, um filho que havia sido perdido desde criança, não por ser autista, mas por não ter tido o devido tratamento.

Precisamos mudar essa realidade!

Precisamos salvar nossas crianças!

Vamos estudar cada um dos passos que podemos dar, tanto na família, como na escola ou na clínica, enquanto a cura definitiva não chega.

Quem tiver interesse em levar nossos cursos e palestras de formação e atualização para suas cidades entre em contato pelo meu email (robertoandersen@gmail.com) ou pelo telefone/whatsapp (71) 9-9624-1011.

Forte abraço!


quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Atividades adaptadas para alunos com necessidades educacionais específicas




Olá amigos!

O que significa uma atividade adaptada, na sala de aula regular, para alunos com Necessidades Educacionais Específicas?

Antes de responder, eu devo agradecer a Professora Laudízia Maria de Araújo, a sugestão do tema.

E me dirijo aos professores da Escola Municipal de 1° Grau José Araujo Neto, de Seabra-BA, mas também a todos os professores das outras escolas que, porventura, tenham alguma dúvida sobre o assunto.

Então vamos lá!

Temos dois caminhos a seguir, para entender o que determinam as leis sobre isso.

O primeiro é estar ciente de que os objetivos das Leis de Inclusão (LDB, LBI Lei de Proteção ao Autista e Diretrizes Estaduais e Municipais) são:

Garantir que cada aluno, independentemente de suas características e dificuldades, estejam sempre evoluindo no seu aprendizado, a partir daquilo que sabem, dentro de seu nível de entendimento.

Estimular as habilidades e competências dos alunos, independentemente de suas características e dificuldades, para que desenvolvam a sua autonomia futura.

Promover a socialização entre todos, independentemente de suas características e dificuldades, preparando-os para a verdadeira inclusão social.

Esses três objetivos são, não só objetivos legais, como objetivos morais da sociedade como um todo.

Infelizmente nós temos que ser obrigados por lei a fazer coisas que, na realidade, deveriam ser atitudes naturais nossas, já que nossa missão, como educador, deve ser focada no desenvolvimento de cada aluno, individualmente, analisando suas dificuldades e ajudando-o no seu desenvolvimento como um todo.

E o pior é que, mesmo havendo Leis, ainda há pessoas que tentam interpretá-las no sentido de prejudicar o aluno, em vez de ajudá-lo em seu desenvolvimento.

Então vamos à prática, com um exemplo real:

Temos em uma sala de aula, do 9° ano, 27 alunos neurotípicos e 3 alunos com deficiência intelectual, um deles no nível do 6° ano, e os outros dois no nível do 7° ano.

Opção 1)

Se nossa escola adotar o sistema de EXCLUSÃO ESCOLAR, basta dar a aula para o nível do 9° ano, ignorando a diferença de nível entre eles e os deficientes, e passar para esses três alunos as mesmas tarefas e avaliações, SEM NENHUMA ADAPTAÇÃO.

Lógico que o aluno, ao receber uma tarefa FORA DE SEU NÍVEL DE ENTENDIMENTO, não entenderá nada e, além de tirar ZERO (se for uma avaliação), terá a sua autoestima reduzida e poderá piorar todos os seus sintomas. Logico que uma das consequências pode ser “abandonar” a escola.

Para esses alunos os professores colocarão nos boletins, e no histórico de final de ano, ZERO em todas as notas e, nas observações, anotarão: aprovado por ser aluno de inclusão.

Não só o aluno se sentirá excluído o tempo todo, e terá sua autoestima totalmente anulada, e nunca mais conseguirá se desenvolver, como os pais entrarão em desespero, sem saber o que fazer.

Opção 2)

Se nossa escola adotar o sistema de INCLUSÃO ESCOLAR, temos que ter em mente que nossos alunos com NEE têm que se sentir aprendendo, todos os dias, em todas as aulas, principalmente porque é dessa forma que a autoestima deles se mantém elevada, e as suas dificuldades, e os seus sintomas, acabam sendo reduzidos.

Então nossas aulas devem garantir que eles estejam se sentindo muito bem e incluídos entre seus colegas.

Mas como fazer isso?

Esse é o papel principal das ADAPTAÇÕES de tarefas e avalições.

Vamos ver um exemplo real:

Vamos dar uma aula de matemática para a turma do 9° ano.

Analisamos o tema da aula, como está no livro, ou módulo, como por exemplo, POTENCIAÇÃO E RADICIAÇÃO (1° capítulo da 1ª Unidade Letiva) e:

A partir dessa análise vamos preparar os roteiros (ou estudos dirigidos, já que a aula tem que seguir essa nova metodologia) para os alunos que estiverem no nível do 9° ano. Esses roteiros são fáceis de preparar, porque já vem no próprio livro ou módulo.

Agora vamos preparar o roteiro do aluno com diferença no nível intelectual (6° ano). Usaremos a mesma figura do tema da aula, o mesmo colorido, os mesmos desenhos e, inclusive, o mesmo nome, que no caso é: POTENCIAÇÃO E RADICIAÇÃO. Mas vamos preparar um roteiro de estudo dirigido exatamente no nível do aluno do 6° ano, onde ele aprenderá as bases para a potenciação e radiciação, fazendo cálculos com os números naturais, que é o que eles devem aprender agora. Só precisa ter criatividade.

Agora faremos a mesma coisa para os dois alunos no nível do 7°ano, onde eles aprenderão as bases para a potenciação e radiciação, fazendo cálculos com os números inteiros, que é exatamente o que devem aprender agora.

Agora vem a aula, que deve seguir a orientação da Metodologia IUPE de Dinâmica Grupal, ou qualquer outra que permita alcançar os mesmos objetivos.

Todos se sentirão aprendendo alguma coisa relacionada ao tema POTENCIAÇÃO E RADICIAÇÃO, mas cada um trabalhará dentro do seu nível de entendimento.

Na nossa experiência, o fato desses três alunos estarem aprendendo cálculos com números inteiros ou naturais, em uma aula de potenciação e radiciação, faz com que, em seu cérebro, o tema fique gravado de tal forma que, mais tarde, eles acabam tendo muito mais facilidade, ao chegarem ao nível do nono ano.

Isso é, na realidade, a ADAPTAÇÃO DE ATIVIDADES, ADAPTAÇÃO DE AVALIAÇÕES, e ADAPTAÇÃO DE DEVER DE CASA.

Logicamente, como vocês podem ver, o professor terá que dará essa aula por meio de roteiros de estudo dirigido, organizando os alunos em grupos, para que ele tenha a possibilidade de dar explicações específicas a cada grupo.

Se o professor quiser dar uma aula inclusiva utilizando o método tradicional de aula totalmente expositiva e alunos em fileiras, acredito que ele vá entrar em estresse e necessitar de apoio psiquiátrico muito em breve.  

O método de aula em Grupos Operativos é o único que eu considero eficiente, para garantir a aprendizagem real de todos, usando as adaptações direcionadas ao nível de cada um.

Então, como nós podemos ver:

Se não adaptarmos o conteúdo do tema da aula, para o nível de cada aluno, promoveremos a sua exclusão, em vez de inclusão. Os alunos com NEE não entenderá nada e se sentirá abandonado.

Se o tema da aula do aluno com NEE for diferente do resto da turma, promoveremos a sua exclusão, em vez de inclusão, já que ele perceberá que sua aula é uma e a dos colegas é outra.

Isso se aplica, como vimos, a tarefas em sala, tarefas para casa e para todos os tipos de avaliações.

E no processo de avaliação ainda vamos mais adiante:

As questões das avaliações para os alunos com NEE devem ser elaboradas pelo professor, tendo ele certeza de que o aluno já entende aquelas questões e que saberá respondê-las.

Isso é importante porque o aluno com NEE, mais que qualquer aluno neurotípico, precisa se sentir vitorioso na aprendizagem, para que a sua autoestima estimule seu cérebro a melhorar sua capacidade de entendimento e aprendizagem.

A partir de agora peço que analisem o que eu disse para trazerem as dúvidas que surgirem.

Vou digitar o que eu disse nessa conversa e publicar no nosso BLOG, que é o: robertoandersen.blogspot.com

Assim, quem preferir ler em complemento ao vídeo, o texto estará publicado.

Tudo isso, e muito mais, claro, está nesse meu último livro: Estudos sobre educação: Inclusão Responsável.




LIVE 04 09 2019 Autismo duvidas