Olá amigos,
Hoje, quarta-feira, 18 de setembro, vamos analisar alguns
temas importantes.
O primeiro é sobre um caso real, de aluna com dificuldade de
aprendizagem e que, pelo que parece, vem mostrar uma terrível realidade.
Que grande parte de nossos professores e dirigentes
escolares não quer sequer saber da existência de aluno com dificuldade.
Procuram prejudicá-lo de todas as formas possíveis, até que
seja excluído, e eles fiquem apenas, em sus salas de aula, com os alunos
regulares.
São professores e dirigentes que deveriam estar em qualquer
outro tipo de profissão, menos a mais importante do mundo, que é a de
professor.
E é exatamente por termos colegas desse nível de
descomprometimento com o aluno, que a nossa classe está malvista e desvalorizada!
O segundo é sobre o impacto, que as dificuldades familiares
e violências domésticas podem causar na aprendizagem de uma criança.
O terceiro é para descrevermos o que pretendemos com os
nossos novos cursos sobre o TEA (Transtorno do Espectro Autista).
Já tivemos a primeira fase, quando procuramos mostrar o que
se conhecia sobre o assunto e as diferentes formas de entendê-lo e incluí-lo, e
agora temos essa nova fase, com os mais recentes estudos sobre o transtorno e s
terapias aconselhadas.
Mas vamos ao primeiro tema, o caso real de exclusão escolar:
Avaliação diagnóstica da aluna:
Aluna há dois anos repetindo o 6° ano do Ensino Fundamental,
séries finais, com as seguintes características:
- Entende o que se fala para ela;
- Conversa com muita timidez, mas responde oralmente;
- Não lê nem escreve, mas consegue realizar uma escrita em
formato pre-silábico sonoro, embora sem conseguir ainda decifrar o que escreve;
- Na anamnese verificou-se, por meio da tia, que a perda da mãe
a abalou bastante, emocionalmente, e criou toda essa dificuldade.
Procedimento recomendado aos professores e à escola:
- Ao primeiro sinal de dificuldades, realizar uma avaliação
diagnóstica e comportamental, para identificar como a criança ouve, vê, entende
e sente e se apresenta algum bloqueio.
- Ao identificar problemas de bloqueios emocionais (que
parece ser o caso), recomendar atendimento psicológico.
- Ao identificar dificuldades na leitura e escrita (e essa
menina tem), além de analisar se tem problemas normais de visão e coordenação
motora, pedir um exame de Síndrome de Irlen. Toda escola deve ter uma indicação
de um profissional screener, já que essa síndrome se confunde com dislexia,
discalculia e até esquizofrenia.
- A partir daí verificar o que ela já consegue fazer em
termos de escrita e leitura, para estabelecer um planejamento de
desenvolvimento individual.
- Se ela não consegue ainda escrever nem ler, analisar como
está o entendimento oral e a elaboração do pensamento, também de forma oral.
- No caso dessa menina, os sintomas de ausência de
alfabetização tornam necessário esse desenvolvimento em paralelo (a depender
das condições da escola, pode ser no AEE, em contraturno).
Para o dia-a-dia na sala de aula:
- Enquanto ela não se alfabetiza, os professores realizam o
ensino individualizado de forma oral e avaliam da mesma forma. Essa avaliação
não pode ser para aprovar nem reprovar, mas sim para que cada professor perceba
se o seu método de ensino individual para ela está dando certo, ou se precisa
alterar alguma coisa.
- A todo momento, em todas as aulas, ela tem que sentir que
está aprendendo alguma coisa, sempre a partir do que ela sabe, mas nunca no
mesmo nível de seus colegas, é claro!
- Isso vai elevar a sua autoestima e assim o próprio cérebro
dela vai começar a contribuir para a redução de suas dificuldades.
- Se um professor, em vez de reconhecer cada um de seus
pequenos avanços, mostrar suas dificuldades, isso vai baixar a sua autuoestima
e ela ficará cada vez pior.
- Os colegas dela, na sala, devem ser preparados para inclui-la,
por meio da realização periódica de Assembleias de Classe. Isso porque ela
precisa de elevação da autoestima o tempo todo.
- Essa menina, logicamente, nunca poderá ser reprovada, ou
conservada, como queiram, porque ela precisa estar se sentindo incluída junto
com colegas da mesma faixa etária, caso contrário, a baixa autoestima impedirá
o seu desenvolvimento.
- Para que os professores consigam dar atenção individualizada
a cada aluno com dificuldades e, ao mesmo tempo, dar atenção aos demais alunos
nos seus respectivos níveis intelectuais, a metodologia deve ser INCLUSIVA DE
VERDADE, como as legislações exigem, embora não digam como fazer.
- Para isso basta estudarem as metodologias inclusivas
existentes, entre elas a Metodologia IUPE de Dinâmica Grupal, que está à disposição
de todos os professores e escolas.
- Ela pode ser lida no meu quinto livro “Estudos sobre
educação: Inclusão Responsável”, ou assistida nos nossos vídeos, em nosso canal
no youtube.
Legislação inclusiva
Tudo o que falei faz parte de nossa obrigação moral, como
professor, já que deveríamos ter como objetivo de vida, o entendimento, o
acompanhamento e o desenvolvimento de todos os nossos alunos.
O professor que reprova essa aluna, se baseando no fato de
que ela não aprende, ELE é quem estaria REPROVADO E SUMARIAMENTE DEMITIDO, se
fosse de escolas ligada ao IUPE.
Qualquer dúvida sobre a legislação pode ser lida, também, nesse
meu livro sobre inclusão, ou também no nosso canal, no youtube.
Segundo assunto de hoje:
Qual o impacto que as dificuldades familiares e violências
domésticas podem causar na aprendizagem de uma criança?
Podemos até aproveitar o relato do caso da menina anterior,
embora não seja um caso de violência doméstica, mas a perda da mãe, que foi o
caso da menina do relato inicial, pode trazer, também, consequências
semelhantes, criando dificuldades de aprendizagem por bloqueios emocionais.
Cada criança tem uma forma de reagir aos eventos externos,
mas em todas elas aparece algum tipo de consequência.
Já observei, em uma mesma família com violência doméstica,
um dos filhos reagir de forma positiva, se dedicando ao seu desenvolvimento
intelectual e vencendo tranquilamente, enquanto os outros dois entraram em
processo negativo: um com perda de estímulo para estudos e sendo levado às
drogas e depois ao crime; e outro criando um bloqueio emocional tão grave que seus
sintomas eram semelhantes aos de dislexia e discalculia juntos.
A recomendação, como é um caso comportamental, é tratamento
psicológico imediato, para evitar que as consequências se agravem.
Mas, vamos que essas crianças, devido ao processo de
violência doméstica, sejam adotadas por outra família.
Nesse caso, embora os tratamentos psicológicos continuem
sendo necessários, existe outra terapia extremamente importante, que vai construir
toda uma estrutura interna, na mente dessas crianças, e pode evitar os possíveis
danos muito comuns, em comportamento e desequilíbrio emocional.
É a terapia interna da própria família.
O que é isso?
São as famosas reuniões familiares, que eu tanto recomendo a
todas as famílias, quando pais e filhos se reúnem à volta de uma mesa, sem celular,
sem computador, sem TV, e conversam abertamente sobre tudo, principalmente sobre
sentimentos e emoções, já que esses temas são os que mais tumultuam as cabeças das crianças ao se
tornarem adolescentes.
Se elas forem acostumadas a relatarem tudo o que sentem, sem
precisarem esconder nada, elas estarão praticamente VACINADAS contra todas as
influências externas, sejam da mídia, dos colegas ou da própria sociedade.
Isso deve ser feito frequentemente, no mínimo uma vez por
semana, e pode ser em um momento de refeição, lanche ou, seja lá o que for.
O importante é haver o momento e que ele seja frequente.
Mas se, apesar disso, aparecerem sintomas de dificuldades de
aprendizagem, o procedimento deve ser o mesmo que recomendamos no caso
anterior, para a menina que está sendo forçada a repetir o 6° ano, por professores
completamente despreparados para a função.
Terceiro tema:
Autismo
O curso atual sobre autismo, que será dado na UNIP
(Universidade Paulista), em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, nos dias 19 e 20
de outubro.
Nesse curso sobre autismo, em dois dias, passarei as
informações mais importantes e mais recentes sobre o entendimento, o tratamento
e o desenvolvimento do autista, visando sua aprendizagem, sua autonomia e sua
socialização.
Nosso foco é, além de mostrar os resultados das mais
recentes pesquisas sobre o TEA, discutir os diversos níveis de tratamento
atuais, para identificarmos quais deles nos ajudam a desenvolver o autista como
qualquer criança neurotípica, enquanto a cura definitiva não chega.
E mostraremos as três linhas diferentes:
A da cura, perseguida principalmente por Alisson Muotri e
Karina Griese Oliveira, que é a ponta principal das terapias, mas ainda em
estudo e sem resultado conclusivo;
A dos tratamentos comportamentais visando o desenvolvimento,
como os métodos ABA, TEACHH e outros;
E o intermediário, que considero atualmente o mais
importante, que é o da identificação das causas dos sintomas e tratamento
delas, para reduzi-los ou até eliminá-los, para permitir que os métodos ABA e
demais, possam ter maior eficácia, já que o autista fica completamente
escolarizável, sem os sintomas que dificultam a sua socialização.
Nosso roteiro dessa semana e da próxima:
Segunda e terça-feira: Estaremos em Xique-Xique, em palestra
sobre:
A neurociência no entendimento, acompanhamento e
desenvolvimento das crianças com dificuldades, síndromes e transtornos.
Qualquer sugestão, dúvida ou relato de caso para análise, entrem
em contato pelo nosso EMAIL
ou pelo nosso whatsapp
(71) 9-9624-1011
Inscrevam-se em nosso canal no youtube, para receber os vídeos
em primeira mão.
Nosso colégio, em Salvador, na Liberdade, já
está com matrículas abertas para 2020
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