terça-feira, 30 de agosto de 2011

Devaneios de Andersen: Moralidade e Religiosidade - Existe alguma relação?

MORALIDADE E RELIGIOSIDADE: Existe alguma relação?
Temos ouvido muito falar que o nível de moralidade na sociedade caiu muito como consequência da redução do ensino religioso nas escolas. Muitos acreditam que devemos analisar essa questão a fundo, para rever as decisões dessa eliminação. Eu não condeno essa ideia, mas acredito que precisamos fazer uma pesquisa um pouco diferente antes de tomarmos qualquer decisão a respeito. E essa pesquisa deve ser iniciada com a conduta moral dos religiosos, principalmente os ministros religiosos, em sua vida prática, tanto em relação à sua família, como em relação ao seu relacionamento social, afetivo, político, profissional e comercial, já que o exemplo é o verdadeiro caminho para uma melhor educação em todos os níveis.
Numa entrevista no Emory University em 2010, Dalai Lama disse que, para ele, a moralidade tem tudo a ver com a compaixão, com o altruísmo. Já Richard Dawkins diz que nós, humanos, somos melhores do que os nossos “genes egoístas” gostariam que fossemos, já que a nossa evolução está ligada a essa natureza egoísta. Dalai Lama é um dos grandes símbolos da religiosidade mundial não cristã. Richard Dawkins, por sua vez, é um dos grandes símbolos do ateísmo mundial e prega a eliminação de todas as formas de religiosidade, tentando provar que é a religião quem estraga a sociedade! Seu livro: “Deus: um delírio” diz tudo!
Logo após darmos início às nossas pesquisas verificamos que, na teoria, todas as religiões pregam o altruísmo, independente da denominação, incluindo todas as ramificações, desde as monoteístas, representadas principalmente pelos judeus, cristãos e muçulmanos, com entre as politeístas, representadas principalmente pelos budistas.
Mas nossa dúvida é a parte prática desses religiosos, principalmente a prática daqueles que representam suas denominações e pregam tais valores em público. Como entender o comportamento egoísta, corrupto e amoral, muitas vezes até imoral, de pessoas em posições tão influentes em suas comunidades religiosas, não no momento em que estão em púlpito, mas em sua prática diária, fora das suas igrejas?
Tenho observado comportamentos perversos, atitudes intolerantes, práticas imorais, declarações levianas e muito mais, por parte de representantes de algumas comunidades religiosas que se dizem cristãs, fazendo com que toda a pregação teórica se torne uma grande mentira!
Será que Dawkins tinha razão, ou seja, será que o homem nasce com características egoísta e amoral, por força do tal “gene egoísta” e só evolui por causa disso? Será que não há lugar para a compaixão para uma mente em evolução?
Será que a religiosidade tentaria reverter esse processo, tentando transformar o ser humano em um ser altruísta e moral, mas a força de seus genes seria tão forte que nem os líderes dessas religiosidades conseguiriam vencer seus genes durante as vinte e quatro horas de seus dias, explicando assim as atitudes contrárias ao que pregam? Mandem suas observações. Vamos discutir o assunto?
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1. Dalai Lama na Emory University: (http://dalailama.emory.edu/2010/compassion.html)
2. Dawkins, Richard. O Gene Egoísta. Companhia das Letras, 2007.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Indice do INEP afixado nas escolas


POLÊMICA DA DIVULGAÇÃO DO ÍNDICE DO INEP
Amigos, todos sabemos que divulgar resultados baixos das escolas pode fazer com que os gestores tomem providências para melhorar a prática do ensino daquela sua instituição, mas há um problema imenso que parece estar sendo esquecido pela mídia e pela maioria dos educadores: O IMENSO PREJUÍZO QUE ISSO CAUSARÁ NA PRÁTICA DA INCLUSÃO SOCIAL!
A partir do momento em que for obrigatório colocar a placa com o índice do INEP na porta da escola, nenhum gestor escolar vai querer ver seu índice mais baixo do que a outra escola do mesmo bairro, porque nenhum pai vai querer matricular seu filho naquela escola.
Para isso ele precisará tomar dois tipos de providências:
1ª) Estudar uma forma de melhorar, junto com seus professores, a prática educacional da escola. Essa é realmente a parte positiva!
2ª) Ele vai ser obrigado a fazer exatamente o que todas as escolas particulares fazem em relação aos alunos ditos “não normais”, ou seja: SELECIONÁ-LOS NA ENTRADA, OU EXCLUÍ-LOS SUTILMENTE POR MEIO DE REPROVAÇÕES, DURANTE O PROCESSO DA APRENDIZAGEM, AUMENTANDO O NÍVEL DE SUAS PROVAS.
Resultado:
Não teremos NUNCA MAIS qualquer possibilidade de exercer a INCLUSÃO SOCIAL de alunos com deficiência cognitiva, bloqueios emocionais que causam dispersão e sintomas semelhantes aos de déficit de atenção, e de nenhum outro aluno que não seja perfeitamente NORMAL e com entusiasmo pelo aprendizado!
Será que ninguém percebe que classificar escolas pelo rendimento de seus alunos pode trazer essa terrível consequência? Ou será que ninguém está percebendo a realidade que ocorre dentro das salas de aula das escolas particulares “ditas de excelência”??????
Será que as famílias nunca observaram que os seus filhos menos capazes cognitivamente foram EXCLUÍDOS dessas escolas, não por “burrice” de seu filho, mas pela GANÂNCIA desses gestores?
E será que ninguém percebe que isso DESTRÓI DEFINITIVAMENTE  a possibilidade dessas crianças virem a se entusiasmar por qualquer tipo de estudo?
 Amigos! Só existe uma solução para melhorar o nível REAL das escolas nacionais e isso não passa por divulgação de índices. Divulgar índices só traz a impressão que o sistema está trabalhando, o que é um grande engano nacional!
Trabalhar para melhorar a educação e, consequentemente, a sociedade, é trabalhar exaustivamente a capacitação verdadeira dos professores e gestores.
Mas não da forma corrupta que está sendo desenvolvida, ou seja, impingindo-se teorias sem a discussão das verdadeiras práticas.
Há necessidade de apoio muito presente e constante em reuniões de professores, com o objetivo de tirar as suas constantes dúvidas em relação ao exercício da docência séria e competente e em relação a desenvolver o seu conhecimento em relação a todos os tipos de alunos.
Há necessidade de se treinar, de forma intensa e presente, as famílias, já que elas estão totalmente “perdidas” em relação a forma correta de educar seus filhos.
Isso sim é que precisa ser feito, mas isso dá muito trabalho e não aparece na mídia nem dá “pontos no IBOPE”.
Se não tomarmos esse caminho, não há índice que sirva para melhorar nada realmente nesse país.