terça-feira, 30 de junho de 2009

Exercícios físicos e a longevidade

Amigos,

Recebemos de Sandra Regina essa mensagem abaixo bastante interessante e que, portanto, retransmito.
Mas para evitar interpretações incorretas, peço que, depois de ler e rir, leiam também o meu comentário logo após:


BARRIGA É BARRIGA...
por Arnaldo Jabour

Barriga é barriga, peito é peito e tudo mais.
Confesso que tive agradável surpresa ao ver Chico Anísio no programa
do Jô, dizendo que o exercício físico é o primeiro passo para a morte.
Depois de chamar a atenção para o fato de que raramente se conhece um
atleta que tenha chegado aos 80 anos e citar personalidades longevas
que nunca fizeram ginástica ou exercício - entre elas o jurista e
jornalista Barbosa Lima Sobrinho - mas chegou à idade centenária, o
humorista arrematou com um exemplo da fauna: A tartaruga com toda
aquela lerdeza, vive 300 anos. Você conhece algum coelho que tenha
vivido 15 anos?

Gostaria de contribuir com outro exemplo, o de Dorival Caymmi. O
letrista compositor e intérprete baiano era conhecido como pai da
preguiça. Passava 4/5 do dia deitado numa rede,bebendo, fumando e
mastigando. Autêntico marcha-lenta, levava 10 segundos para percorrer
um espaço de três metros. Pois mesmo assim e sem jamais ter feito
exercício físico viveu 90 anos.

Conclusão: Esteira, caminhada, aeróbica, musculação, academia? Sai
dessa enquanto você ainda tem saúde.... E viva o sedentarismo ocioso!!!
Não fique chateado se você passar a vida inteira gordo. Você terá toda
a eternidade para ser só osso!!!

Então: NÃO FAÇA MAIS DIETA!! Afinal, a baleia bebe
só água, só come peixe, faz natação o dia inteiro, e é
GORDA!!!
O elefante só come verduras e é GORDOOOOOOOOO! !!

VIVA A BATATA FRITA E O CHOPP!!!
Você, menina bonita, tem pneus? Lógico, todo avião tem!

E nunca se esqueçam: 'Se caminhar fosse saudável, o carteiro seria imortal'


Meus amigos,

Só peço que analisem o seguinte:

O que mata cedo é o excesso de estresse! Grande parte das pessoas que está fazendo caminhadas e exercícios físicos está desesperada para perder peso ou para manter um corpo "sarado" e faz isso, não pelo prazer de se exercitar e se sentir bem, mas pela preocupação em perder peso ou manter uma imagem perfeita! Isso é puro estresse!

Dorival Caymmi, mesmo que fizesse caminhadas, faria para se deleitar com a paisagem, apreciar as belas meninas na praia e encontrar mais uma barraca para tomar cerveja com os amigos... e poderia viver até mais!

Então, gente, o colesterol, o excesso de peso, o sedentarismo não devem ser combatidos com a preocupação de eliminá-los, porque isso sim traz estresse e pode matar!

O ideal é tentar desenvolver o prazer pela alimentação saudável, mas prazer mesmo! O prazer pelas caminhadas com vista para o mar... nunca com vista para a parede em frente à esteira... E, principalmente, curtir muito TODOS os momentos do seu dia e TODAS as pessoas de seu relacionamento. Você viverá muito e será sempre feliz.

Sucesso para todos vocês!

domingo, 28 de junho de 2009

Próximo livro

Informo a meus amigos que as considerações que estamos discutindo nesse BLOG estão já constam do meu próximo livro, já no prelo, devendo ser publicado a partir do próximo mês.
Caso a editora consiga cumprir os prazos acertados, o lançamento do livro será realizado na BIENAL DO LIVRO no Rio de Janeiro.
Assim que eu tiver essa confirmação avisarei por esse canal de comunicação.

Um abraço a todos,

Roberto Andersen
71 9198-5489

Sobre o artigo de hoje no A Tarde: Sono ajuda o cérebro a resolver problemas

Quando o artigo em A Tarde, na página B13 (Ciência e Vida), diz que "(...)o sono estimula a criatividade e a solução de problemas(..)" ele está se referindo ao sono REM (sono paradoxal), como se fosse a única fase em que o processo criativo é estimulado.

Nos testes que realizaram os voluntários eram apresentados pela manhã e ao final da tarde a múltiplos grupos de três palavras, tendo que falar uma quarta palavra que poderia estar associada as demais.
Entre um teste e outro os grupos de voluntários foram divididos entre:

Grupo A) dormir a tarde o suficiente para alcançar o sono REM;

Grupo B) dormir a tarde sem alcançar o sono REM (apenas cochilar);

Grupo C) não dormir à tarde.

Segundo os pesquisadores o único grupo que apresentou melhora considerável em sua performance foi o Grupo A. Isso foi suficiente para que chegassem à conclusão de que é o sono REM quem ajuda a criatividade e a memória.

Não vou entrar no mérito da conclusão ter sido ou não precipitada, conforme um comentário que acabei de receber de colegas da Inglaterra, nem tampouco se a forma de elaboração do teste foi ou não simplória, conforme acabei de discutir via MSN com outros colegas.

A pesquisa, mesmo que possa ter sido realizada de forma simplória ou mesmo que a conclusão tenha sido precipitada, TEM SENTIDO!

Estudando um pouco de neurociência sabemos que toda informação recebida durante o dia fica sendo processada pelas ligações neuronais do hipocampo, que faz parte do sistema límbico cerebral e cuja memória é caracterizada como memória de curta duração.

Se ainda durante esse mesmo dia precisarmos utilizar esse conhecimento adquirido, ele estará pronto, mas não com a mesma eficácia que teremos após uma noite completa de sono.

Uma noite completa de sono significa: primeiro o sono inicial, onde todas as informações são enviadas do hipocampo para o córtex cerebral (onde está a memória de longa duração); depois o sono paradoxal (REM), quando todas as informações são comparadas e arquivadas já nos lobos correspondentes do córtex cerebral, deixando tudo pronto para utilização no dia seguinte; e por último o sono final, quando são preparados os índices que direcionarão corretamente as solicitações do dia seguinte para as memórias correspondentes.

No teste realizado as pessoas não tiveram o sono noturno, que seria o mais eficaz, mas o grupo que teve um sono mais prolongado e alcançou o sono REM  foi o único que melhorou sua performance e não poderia deixar de ser, já que foi o único que já pode trabalhar a memória de longa duração, utilizando o conhecimento adquirido já transferido para o córtex cerebral, ou seja, já em condições de realizar asssociações e comparações que muito ajudam a criatividade e a própria memória em si.

Conclusão sobre o assunto e que o artigo vem reforçar:

Todo conhecimento adquirido precisa de uma noite completa de sono para ser transferido para a sua área correta de arquivamento e processamento e que fica no córtex cerebral.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Anomalia cognitiva

Relato recebido:


"Tenho dois alunos (irmãos) com dificuldade na aprendizagem, principalmente na memorização e na captação dos sons das letras iniciais das palavras. Quando pergunto qual a letra inicial da palavra "elefante", eles dizem: letra "o" ou outra letra qualquer. Até mesmo em relação ao próprio nome eles não conseguem diferenciar o som da letra inicial. Essas crianças, seis e oito anos, são de família muito carente, com mais cinco irmãos e com diferença de um ano entre eles. Quando eram bebes, na fase de começar a caminhar, não tiveram o estímulo dos pais para iniciar o processo. Eles ficavam o tempo todo sentados e sofriam de desnutrição. Só começaram a andar a partir dos três anos, depois de serem levadas ao médico. Gostaria de saber se esse desenvolvimento tardio pode ter tido alguma influência na aprendizagem deles. Estou muito preocupada com ambos e quero buscar todas as alternativas para descobrir um meio mais fácil de ajudá-los a construir o aprendizado. Eram alunos matriculados na 1ª série. Voltaram para a pré-escola porque não conseguiam acompanhar os colegas."

Resposta:

O cérebro de uma criança em desenvolvimento normal já apresenta, aos seis anos, 95% de seu peso final e praticamente já utiliza, para seu funcionamento, a maior parte da energia do organismo. A criança precisa desse desenvolvimento e da utilização dessa energia para aplicação do raciocínio lógico e elaborar seus pensamentos de forma adequada. Lógico que tudo vai sofrer mudança, novamente, ao iniciar a adolescência, mas as compensações necessárias dever ser efetuadas agora.

O relato mostra que essas crianças, possivelmente devido aos acontecimentos também ali narrados, podem estar com sua capacidade cognitiva alterada. Mas o que nos interessa nesse caso (e na maioria dos casos semelhantes) não é bem a razão do surgimento da anomalia, mas a forma de as encaramos para planejar a realização de nosso trabalho, que deve estar todo voltado para o seu desenvolvimento.

As razões do surgimento da anomalia são importantes, não para essas crianças, mas sim para evitarmos outras com as mesmas dificuldades. Esse estudo, então, deve ser feito também, em paralelo com o dessas crianças. Mas agora vamos dar atenção apenas ao tratamento dessas duas crianças.

Primeiro passo: laudo médico

Para evitar atrasos em tratamentos que possam ajudar possíveis anomalias é conveniente solicitarmos aos responsáveis laudos avaliativos realizados por um neuropediatra ou um pediatra, ou um psiquiatra especialista em crianças.

Segundo passo: entendimento do laudo médico

O laudo médico deve ser analisado para encontramos, não as deficiências, mas sim as suas capacidades, as suas possibilidades e as suas habilidades. O que precisamos saber não são suas deficiências, mas sim suas capacidades. Não precisamos saber o que a criança não pode fazer ou não consegue, mas sim aquilo que ela pode fazer e já consegue. Se o laudo só contiver impossibilidades e anomalias solicite outro apenas com possibilidades, capacidades e habilidades.

Terceiro passo: planejar atividades

A partir dessas capacidades e habilidades devem ser planejadas as atividades cognitivas, emocionais e comportamentais. Esse planejamento deve introduzir a afetividade, o lúdico, o prazer e o reconhecimento.

Os professores, terapeutas e familiares dessa criança deverão trabalhar a partir da descoberta dessas capacidades e habilidades, independente se são ínfimas ou se são importantes. As incapacidades e os erros não devem jamais ser levados em consideração, mas sempre os acertos e as habilidades.

Os exercícios, os jogos e os ensinamentos devem ser todos lúdicos e prazerosos, sempre num ambiente de descontração e liberdade, embora sempre com determinação e limites.

Quarto passo: reconhecimento e satisfação

Todas as atividades apresentadas devem estar dentro da habilidade da criança, mesmo que isso seja muito pouco! Ou seja: se ela só consegue desenhar uma linha, que sejam dadas muitas linhas para ela desenhar e que cada desenho seja motivo de VERDADEIRA ALEGRIA do professor, terapeuta ou familiar dessa criança.

Quinto passo: acompanhar a turma

Não nos interessa, para esses casos, se a criança está acompanhando ou não a sua turma. O que interessa é se ela está conseguindo ou não uma melhoria no seu desenvolvimento, mas em relação a ela mesma em um momento anterior, ou seja, a comparação será realizada com ela mesma e nunca com os demais colegas.

Quanto a estarem ou não no 1º ano ou na Educação Infantil, isso deve ser tema de discussão com o Conselho Escolar, a partir da análise da verdadeira função da escola, ou seja: a escola tem como função desenvolver o cognitivo e o emocional da criança ou sua função é selecionar os melhores e reprovar os piores?

Se a resposta é a primeira opção então temos que ignorar o acompanhamento da turma e enfocar cada aluno como um caso especial a ser desenvolvido de seu ponto inicial para um ponto mais além, objetivando lucro cognitivo, emocional e comportamental.

Sexto passo: quebra do bloqueio emocional

Esse trabalho terapêutico, pedagógico e psicopedagógico deve ser realizado todo o tempo pelo simples prazer de realizá-lo! E isso é muito importante! Não podemos criar expectativas de resultados maiores porque isso só atrapalhará a nossa performance nesse acompanhamento. Todo trabalho deve ser feito pelo simples prazer de realizá-lo e cada progresso alcançado deve ser comemorado com uma verdadeira satisfação, para assim acelerar a quebra de algum bloqueio psicológico nessas crianças.

Isso é importante porque muitas das anomalias apresentadas por crianças e adolescentes nada mais são do que anomalias de oportunidade, ou seja, resultantes de bloqueios emocionais indefinidos, trazendo uma sintomatologia muito semelhante a anomalias psíquicas, neurológicas ou orgânicas existentes.