quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Neurociência: Inteligência Espacial

Dê um tempinho em suas atividades rotineiras, para que possamos discutir um pouco sobre uma das diferenças bem interessantes, entre a inteligência espacial do homem e a da mulher.

Imaginem duas situações bem diversificadas para facilitar a nossa análise.

A primeira observação pode ser realizada nos estacionamentos de grandes shoppings, quando a pessoa volta para o carro. .

A segunda pode ser em sua casa mesmo, quando a pessoa procura uma meia na gaveta de seu próprio armário.

Todos os meus alunos em disciplinas ligadas à neurociência já sabem qual o resultado dessas observações.

O homem, ou pelo menos a pessoa que tem seu cérebro com características predominantemente masculinas, passa com nota dez (10,0) na primeira, achando o carro sem qualquer dificuldade, mas é reprovado com zero (0,0) na segunda, nunca conseguindo achar coisa alguma em sua própria gaveta.

A mulher, ou pelo menos a pessoa que tem seu cérebro predominantemente feminino, acha qualquer coisa em qualquer gaveta ou bolsa, mas no shopping center ela é obrigada a pedir carona no carrinho elétrico da segurança, para procurar seu carro em toda a extensão do estacionamento e em todos os andares.

Qual será a causa dessa diferença fundamental entre os gêneros?  

Tenho discutido muito isso com meus colegas de pesquisa, mas só constatamos o fato sem conseguir, até hoje, encontrar alguma causa mais evidente, que deverá estar na formatação das redes neurais de um e de outro.

Um dos "chutes" que eu dei (podemos chamar de hipótese, para ser mais científico), mostra a possibilidade de, no homem, devido à evidência de um desenvolvimento menos harmônico entre os dois hemisférios cerebrais, permitindo um desenvolvimento maior do hemisfério esquerdo em detrimento do direito, ter desenvolvido, como compensação por essa deficiência, uma espécie de GPS automático, que poderia estar localizado no cerebelo ou no tronco encefálico, que são as áreas da parte automatizada de nossa mente.

Já a mulher, por ter seu cérebro desenvolvido harmonicamente, e  tendo uma elevada potencialidade intelectual associativa, não teria necessidade dessa compensação e, portanto, não teria o tal do GPS.

Esse "chute" explicaria a facilidade do homem em encontrar seu carro e, no caso da mulher, a necessidade dos grandes estacionamentos terem seus carrinhos elétricos de "procurar carro de mulher"...

Já para o segundo caso, a procura de objeto na sua própria gaveta, não consegui desenvolver ainda nenhuma hipótese, mas a partir do momento que basta pedir a esposa para procurar a sua meia, não precisamos perder tempo com essas bobagens... Elas são excelentes nisso!

Até aqui todos os meus alunos já sabem, A novidade começa agora:

Esse assunto começa a entrar, a partir de agora, no "rol" das pesquisas científicas sérias, realizadas pelos mais importantes institutos neurocientíficos do planeta, já tendo rendido, inclusive, um prêmio Nobel em Fisiologia ou Medicina, para os cientistas John O'Keefe, May-Britt Moser e Edvard I. Moser.

Eles descobriram as células cerebrais que trabalham exatamente como um "GPS Interno", exatamente com a função de localização espacial. Os estudos deles, para quem deseja ter mais detalhes, foi publicado nas revistas Hippocampus, EMBO Molecular Medicine, Scandinavian Journal of Neuroscience e Encyclopaedia of Cognitive Science. Fica fácil acessar pelo google.

O caminho dessa pesquisa está aberto a todos os interessados e espero que possamos, a partir disso, conseguir descobrir como essas células funcionam em, principalmente, qual a razão de não funcionarem corretamente no cérebro feminino.

Vou ter que terminar esse artigo aqui, para buscar minha esposa no Salvador Shopping. Ela perdeu o carro dela... Mas vou sem meia, porque não consegui achar nenhuma em minha gaveta...

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

O PERIGO DO FUNDAMENTALISMO

Um parque temático criacionista, com arca de Noé e tudo, não deixa de ser bastante interessante para que as crianças e os adolescentes tomem conhecimento dos conceitos religiosos sobre a vida humana e as origens de nosso universo.

Mas há que se ter muita atenção para o SINAL AMARELO e que pode se tornar SINAL VERMELHO, a qualquer momento, relacionado ao perigo iminente de, mais uma vez, o mundo estar diante de um fanatismo criminoso, gerado pelas exageradas formas de pensar dos fundamentalistas cristãos!

Interrompo aqui para deixar bem claro (e todos os meus amigos e alunos sabem disso) que tenho minhas convicções religiosas e, portanto, não sou contra a religiosidade individual, mas sim, contra qualquer forma de fanatismo, principalmente o fanatismo proveniente do fundamentalismo ortodoxo de alguma religiões.

Vamos ficar atentos ao que está ocorrendo e fazer um paralelo com o que pode vir a ocorrer se ficarmos aceitando o crescimento do fundamentalismo cristão:

Quando as pessoas leem as notícias sobre as barbaridades cometidas “em nome de Alá” pelos radicais islâmicos autodenominados Estado Islâmico do Iraque e Síria (ISIS), podem ser levados a acreditar que a cultura islâmica sempre esteve nesse patamar de radicalismo fundamentalista, negando toda a evolução científica e abominando a construção do conhecimento.

Não é nada disso!

Quando Maomé, o profeta, fez surgir a religião muçulmana na Península Arábica no século VII, além de não ir contra a ciência já desenvolvida pelos Egípcios dos Ptolomeus e os Persas dos Sassânidas, ainda estimulou o seu desenvolvimento.

O próprio Alcorão, utilizado incorretamente hoje para justificar o assassinato daqueles que tentam evoluir culturalmente, é claro na valorização que faz da ciência, principalmente da ciência médica, considerando-a como arte próxima de Deus.

A evolução do conhecimento pelo mundo islâmico foi tal que, não só absorveu o pensamento grego, traduzindo para o árabe os escritos de Platão e Aristóteles, como partiram para o questionamento das especulações filosóficas gregas, enveredando para a observação dos fatos e a experimentação científica.

Assim surgiu a álgebra, assim surgiu o zero na numeração e a consequente evolução da matemática, assim evoluiu o estudo da trigonometria e com isso houve grande avanço nas aplicações práticas desses estudos, como ocorreu na geografia, na cartografia e na astronomia.

Esse avanço cultural foi obra de diversos cientistas, como: Al-Biruni (973-1050), que já havia concluído, de forma empírica, que o universo todo está sujeito às mesmas leis naturais, seiscentos anos antes de Galileu Galilei dizer isso; Al Hayzam (965-1040), que foi precursor nos estudos de ótica, observando, experimentando e concluindo a forma da propagação dos raios de luz, muitos séculos antes dos físicos reconhecidos pela ciência atual; Al-Khwarizmi (780-850), que foi um dos cientistas mais famosos nos estudos da álgebra; Omar Khayyam (1048-1131), poeta e matemático encontrando soluções geométricas para todas as formas de equações cúbicas; e muito mais.

Mas houve o declínio rápido de tudo isso, no final do século XI, e esse é o ponto importante de nossa questão.

Houve as invasões mongóis que, de certa forma, provocaram um certo desânimo entre os sábios da época.

Mas o elemento mais importante para que fosse iniciado um verdadeiro retrocesso na produção intelectual islâmica foi, sem dúvida alguma, a ascensão, ao poder, das dinastias islâmicas conservadoras, fundamentalistas e radicais.

Elas começaram a conseguir mudar a própria forma de pensar de grande parte do povo e, uma das “chaves” para provocar o rápido declínio do pensamento científico, foi a interpretação que esses ortodoxos deram ao Alcorão, considerando a ciência como inimiga da crença em Alá!

Hoje acompanhamos as notícias de crianças sendo assassinadas nas escolas pelo simples fato de estarem ali para aprender! Aprender é pecado contra Deus!

E o que tem o cristianismo e os Estados Unidos com tudo isso?

A ciência está evoluindo bastante nos países ocidentais cuja predominância religiosa é o cristianismo.

A ciência nesses países não evolui devido ao cristianismo, nem do budismo, nem do espiritismo, nem do bramanismo, mas sim de forma independente, sem sofrer limitações de nenhuma delas.

Há cientistas de todas as religiões, assim como há os materialistas, os ateus, os agnósticos, os panteístas e mais uma série infindável de crenças e descrenças, mas todos produzindo conhecimento, sem qualquer interferência religiosa.

O respeito entre ciência e religião se dá quando:

1. A sociedade compreende que crença é produto do sentimento e da emoção interior de cada pessoa;

2. O desenvolvimento científico é uma necessidade da humanidade para fazer frente aos desafios enfrentados a todo momento;

Um parque temático desses é maravilhoso, para mostrar às crianças, a forma religiosa de entender a evolução da humanidade.

O perigo é não permitir o ensino das origens do ser humano nem do universo segundo as demais linhas do pensamento científico, como assim fizeram os fundamentalistas do Islã.

Se esse radicalismo fundamentalista cristão sair vencedor, o que lemos hoje sobre as barbaridades cometidas pelo Estado Islâmico, leremos amanhã com outros personagens, dessa vez, os Estados Unidos Fundamentalistas Cristãos...

http://noticias.gospelprime.com.br/parque-tematico-do-cria…/