Ensaios e crônicas de Roberto Andersen, presidente do Instituto Univérsico de Pesquisa e Educação - Educador e Psicanalista dedicado à pesquisa neuro-psico-cognitiva e voltado para o desenvolvimento de metodologias educacionais transformadoras.
Para entrar mais em detalhes sobre o assunto, eu recomendo a
leitura dos livros de Erik Erikson, que foi o teórico que mais colaborou para o
entendimento das necessidades básicas de satisfação do adulto e do idoso,
enquanto os demais focaram mais no desenvolvimento do ser humano até os seus
dezoito anos de idade.
Em meu livro AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO – PSICOPEDAGOGIA eu
sintetizo os ensinamentos de Erik Erikson, fazendo um paralelo com Wallon,
Freud, Piaget e Vygotsky.
Assistam ao vídeo, mas é importante deixar claro alguns
pontos que parecem não terem sido corretamente entendidos ou foram mal
explicados por mim no vídeo:
Importante deixar claro que a escola ou os professores podem
exigir um laudo médico à família, com a finalidade de tomar conhecimento de
alguma doença, transtorno ou síndrome que precise de atenção especial em
relação à sua saúde, como por exemplo: saber se o aluno toma remédio controlado
para evitar estado agressivo ou descontrole psíquico, se costuma apresentar
problemas de convulsão ou outros, que possam trazer perigo a ele mesmo ou aos
seus colegas.
Quanto a necessidade de o aluno precisar ser acompanhado de
forma especial para fins de aprendizagem, o que constitui o AEE, essa análise e
essa decisão, ficam exclusivamente por conta da escola e de seus profissionais
ligados à educação, sem necessidade de qualquer laudo médico.
Segue a Nota Técnica do MEC sobre o assunto:
NOTA TÉCNICA Nº 04/ 2014/ MEC/ SECADI/ DPEE de 23/01/2014:
(...)Neste liame não se pode considerar imprescindível a apresentação de laudo
médico (diagnóstico clínico) por parte do aluno com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento ou altas habilidades/superdotação, uma vez que o AEE
caracteriza-se por atendimento pedagógico e não clínico. Durante o estudo de
caso, primeira etapa da elaboração do Plano de AEE, se for necessário, o
professor do AEE, poderá articular-se com profissionais da área da saúde,
tornando-se o laudo médico, neste caso, um documento anexo ao Plano de AEE.
Por isso, não se trata de documento obrigatório, mas,
complementar, quando a escola julgar necessário.
O importante é que o direito das pessoas com deficiência à
educação não poderá ser cerceado pela exigência de laudo médico.
A exigência de diagnóstico clínico dos
estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, altas
habilidades/superdotação, para declará-lo, no Censo Escolar, público alvo da
educação especial e, por conseguinte, garantir-lhes o atendimento de suas especificidades
educacionais, denotaria imposição de barreiras ao seu acesso aos sistemas de
ensino, configurando-se em discriminação e cerceamento de direito(...)
Depois de assistir a uma entrevista com um neurocientista
brasileiro, onde ele recomenda o uso da maconha com fins recreativos, afirmando
que a droga não faz mal algum, me sinto na obrigação de alertar meus amigos,
mais uma vez, para a realidade do problema!
A OMS divulgou recentemente que mais de 12% das mortes no
planeta estão ligadas ao consumo de cigarro, álcool e demais drogas. Essa
revelação surpreendeu os próprios pesquisadores.
Uma das observações mostra que o vício provoca mais danos do
que a intoxicação em si.
Para a intoxicação existe o processo de desintoxicação, que
é realizada, frequentemente, com internação hospitalar ou em clínica especializada.
Muitos artistas passam por essa desintoxicação
frequentemente.
Esse tratamento, entretanto, apenas reduz o efeito das
drogas no organismo, mas não trata o paciente.
E, ainda por cima, aumenta o risco de possíveis overdoses
futuras, já que o organismo perde a tolerância natural, chamada de plasticidade
sináptica.
O correto seria uma intervenção de longo prazo, como é feito
pelos grupos de alcoólicos anônimos.
Foi constatado que o uso continuado provoca alterações duradouras,
o que não significa que sejam definitivas, nos circuitos motivacionais e de
recompensa do cérebro e também na capacidade do córtex pré-frontal de
influenciar as vias neurais ligadas à tomada de decisões.
Os danos no circuito motivacionais e de recompensa levam a
pessoa a perder, aos poucos, a vontade de fazer qualquer coisa que não seja o
uso da droga. Isso significa, inclusive, a perda de todos os seus estímulos
emocionais e sensoriais, inclusive o apetite sexual.
O caso extremo pode ser visto em comunidades de uso do crack,
onde se formam massas humanas vagando como verdadeiros zumbis.
Nos nossos vídeos anteriores já falamos de uma série de outras
consequências do uso de todas as drogas, incluindo as que são lícitas, com
álcool, cigarro e medicamentos prescritos pelos médicos.
A boa notícia hoje é que estão sendo alcançados resultados
positivos visando mexer nos circuitos motivacionais da pessoa para que ela
possa se livrar da submissão à droga, isso nos casos em que o uso continuado
tenha levado a pessoa a um estado de grande submissão.
Nesses casos o tratamento se alia a alguns conceitos da
psicologia científica, desenvolvendo programas de contingenciamento.
Nesses programas são oferecidas pequenas, mas imediatas, recompensas,
em um ambiente clínico adequado, para que o indivíduo prefira aquela recompensa
imediata ao consumo da droga e assim vá se controlando até que sua submissão seja
vencida.
O mesmo resultado tem sido alcançado por meio de processos
punitivos, para que a pessoa prefira não consumir a droga para evitar a punição.
A preocupação maior é a de que tais programas são lentos e
onerosos, já que demandam internação, além do fato de que o estímulo ao consumo
está cada vez mais intenso.
Há muito dinheiro envolvido nesse comércio, e nesse caso, a
correnteza é muito mais forte no sentido do consumo do que no sentido da vida
saudável.
Mas, façamos a nossa parte, alertando todos os nossos
amigos...
É pelo correto entendimento dos objetivos da educação que vão surgir as metodologias mais eficazes e todos os demais processos necessários à construção da igualdade social.