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quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Devaneios e reflexões 01 Conhecimento com amor



CONHECIMENTO COM AMOR

Quando eu falo que amor e conhecimento são os ingredientes fundamentais da nossa existência, eu não estou exagerando em nada nem, muito menos, limitando nada!

Existe, infelizmente, uma grande incompreensão em relação a ambos, tanto em relação ao verdadeiro significado do amor, quando ao verdadeiro significado do conhecimento.

Hoje eu não vou falar do amor, mas sim do conhecimento, já que em relação ao amor, todos vocês já devem estar cansados de ouvir as minhas ideias.

Quem quiser lembrar um pouco, assista ao vídeo Orientação adolescente 01 – Amor, e ao Orientação adolescente 04-Amor ou amizade, no nosso canal no youtube.

Vamos, então, ao sentido correto do “conhecimento”, coisa que hoje está sendo deixado em segundo plano.

Foi Alvin Toffler, o autor de “A 3ª Onda”, que, previu que o mundo seria dominado por quem tivesse conhecimento, e não mais por quem nascesse em família abastada.

Muitos filhos de ricos não acreditaram nisso e, mais tarde, foram substituídos, nas empresas de sua própria família, por filhos de pobres, mas que demonstraram, para os acionistas, que eram mais inteligentes e mais bem preparados que os “filhinhos do papai”. As empresas mudaram de donos... Alvin Toffler estava certo...

E assim está caminhando o mundo até hoje. Mas ainda tem muita gente acomodada a uma ideologia de nós e eles, como se nós nunca pudéssemos ser eles, ou como se houvesse, de fato, um impedimento para que as pessoas crescessem e prosperassem pelo seu próprio conhecimento.

E muitas pessoas ainda não “se tocam”, mesmo sabendo que o dono da barraca de venda de jornais prosperou ao ponto de dar palestras em Harvard, sobre empreendedorismo!

Nem mesmo sabendo que um conhecido camelô se tornou dono de uma rede de televisão e construiu um verdadeiro império financeiro.

São muitos os exemplos, em toda parte do mundo, mas os acomodados insistem em dizer que são exemplos pontuais. Que são poucos esses casos de sucesso. Acham mais cômodo pensar assim. Não dá trabalho. Não exige esforço...

Afinal, esses ainda estão com a mente travada pelas ideias pessimistas que foram colocadas nas suas cabeças, ou com falta de disposição para lutar.

Continuam parados, continuam reclamando das diferenças sociais, continuam não acreditando nem neles mesmos.

E vemos isso em profissionais de todas as atividades, vemos isso entre colegas nossos, vemos isso em todo lugar!

Para quem acredita em si mesmo e em sua disposição para o sucesso, isso poderia até ser um empecilho a menos, já que não haverá concorrência, mas, na realidade, tira o gosto maravilhoso de crescer vendo seus colegas crescerem também, juntando grupos para criar ideias novas, criando oportunidades maiores ainda, e fazendo toda uma comunidade prosperar, e não apenas um prosperar ao lado de um monte de fracassados.

É a busca pelo conhecimento que pavimenta a estrada do sucesso e da prosperidade, enquanto o desprezo faz surgir obstáculos cada vez maiores, tornando essa estrada intransitável e inatingível.

Estar na busca do conhecimento não significa saber tudo, mas sim, saber o que não sabe, assumir isso, buscar se atualizar e compartilhar o conhecimento adquirido.

Ao longo da minha, já longa, e por sinal muito prazerosa, trajetória de vida, tenho observado exemplos de todo tipo.

Observo colegas professores que amam o que fazem, amam serem responsáveis pelo aprendizado de seus alunos, se dedicam ao conhecimento, produzem seus textos, divulgam o que produzem e, como consequência, constroem uma vida de satisfação e prosperidade. São úteis. São necessários. São procurados e disputados!

E esses ainda encontram tempo para curtir a vida, já que, por amarem o que fazem, não entram em estresse e conseguem fazer o tempo render.

Mas observo, também, professores que apenas toleram seu trabalho, se acomodaram ao que aprenderam nas faculdades, construíram uma rotina estressante de aulas em todos os turnos para poder aumentar sua renda e, com isso, eliminaram a disposição para se atualizar e produzir conhecimento, e não saem disso, reclamando da vida, do salário, da direção, dos alunos...

Esses só encontram tempo para buscar prescrição médica para seu Rivotril, sua fluoxetina, ou medicamento semelhante, já que vivem em processo de estresse.

E por falar em prescrição médica, observo também, entre esses profissionais, os que amam entender o organismo e a psiquê dos pacientes, amam serem os responsáveis pelo bem-estar de cada um deles, se atualizam constantemente para saber ainda mais e, com isso, constroem fama e garantem o seu próprio sucesso e prosperidade na medicina.

Ao mesmo tempo observo também os que se acomodaram a uma rotina de atendimentos padrões automatizados, seguros de que o que aprenderam na faculdade é conhecimento eterno, que só se atualizam com a informação passada pelos representantes dos laboratórios farmacêuticos, e que, por causa disso, não tratam do paciente, mas sim da doença, seguindo rigorosamente o que foi escrito nos compêndios e tratados da sua especialidade, ou seja, o conhecimento restrito à relação entre sintomas e medicamentos.

E assim continuam eternamente nos inúmeros plantões da vida, alimentando seu próprio estresse e esquecendo que a vida existe lá fora...

Podemos listar inúmeras profissões com essas mesmas características, porque o problema não está na profissão, mas na forma como cada pessoa resolve construir a sua vida profissional.

Falamos do conhecimento, mas, como deu para perceber, a disposição para adquirir e produzir conhecimento ocorre quando aliamos ele à construção, em paralelo, do amor.

Como fazer isso

Vamos, agora, então, a mais uma dica de vida, para que todos nós, a partir de agora, estejamos no rumo certo:

Procure encontrar uma atividade profissional que você saiba fazer bem e que você tenha condição de amar. Se for completamente diferente daquilo que você faz hoje, tenha a coragem de mudar!

Ame essa atividade. Dedique seu tempo em se atualizar mais ainda nessa profissão e, com isso, você estará desenvolvendo a paixão pelo que faz.

Procure encontrar meios de o resultado desse seu trabalho ser bom para o mundo à sua volta, para a sua comunidade, para a sua família.

Conseguindo isso você estará aliando a paixão pelo que você faz a uma verdadeira missão de vida.

Você encontrou sus missão e a aliou à sua paixão!

Você estará, a partir daí, alcançando a estrada da verdadeira felicidade!

É esse o caminho.

Vá em frente e seja, também, muito feliz!

Forte abraço!



sábado, 12 de janeiro de 2019

Orientação adolescente 04 Amor ou amizade



P: Fui demonstrar meus sentimentos e perdi a amizade forte que eu alimentava como sendo a mais importante de toda a minha vida. Por que isso acontece? Perdi a vontade de viver. Perdi toda a minha motivação.

Vamos refletir sobre isso e recuperar a estabilidade emocional perdida?

Há dias em que nada deve ser lido nem respondido. Hoje é esse dia. Não se deve ler mensagens, nem responder a ninguém. Hoje é um dia importante para refletir sobre a verdade, mas sem interferências emocionais nem afetivas.

Sempre há muita dúvida no ar. São frequentes as indefinições e a confusão nos sentimentos. Emoções palpitam sem parecer ter sentido. Há vazios no coração. Há palpitações no meio do vazio. Há, por vezes, uma mistura de tristeza pela falta do que não havia, mas que montamos em nossa mente como se tudo fosse real.

Há sensações de alegria pelas recordações de momentos que podem ter sido verdadeiros, ou apenas parecerem verdadeiros. Há um momento em que se descobre que muitas dessas coisas não foram reais. 
Foram ilusões convenientemente programadas por nós mesmos.

Temos sempre certeza de que provocamos algo bom no coração do outro, mas será verdade? Há corações duros. Há corações insensíveis. Há sempre uma dúvida no ar. Há dúvida sobre a verdade na emoção demonstrada. Há, por vezes, a constatação de que não havia reciprocidade na emoção demonstrada. E as pessoas sentem necessidade de sentir reciprocidade. Cria-se a sensação de que está havendo reciprocidade. Autoengano criando uma alegria artificial. Uma alegria artificial e superficial, frágil, pronta para trazer auto decepções.

O outro, como objeto da emoção, pode, mesmo sem saber que está fazendo isso, demonstrar, artificialmente, um retorno, um reconhecimento, uma aceitação. Mas isso pode ser apenas uma acomodação aos sentimentos recebidos, mas não absorvidos completamente.

Embora sentimento forçado sempre dê pistas, essas pistas só são percebidas por quem as quer ver. 
Muitas vezes somos cegos por conveniência. A mente pode nos enganar, e ela faz isso com muita propriedade, com muita técnica.

As neuroses são fruto exatamente dessa técnica que, escondendo de nós mesmos, os motivos que nos levariam ao sofrimento, provocam a explosão das neuroses, trazendo sofrimentos ainda maiores.

Esse ponto é mais um desentendimento entre o aparelho psíquico e a minha compreensão do todo psicanalítico.

A verdade escondida não afasta o sofrimento, mas o transfere para mais tarde, quando a energia do escondido se alimenta das emoções e toma corpo, procurando extravasar de alguma forma.

Relatar o que sente é a válvula de escape para reduzir a intensidade dessa energia catexizada. Mas não a elimina. A eliminação da energia só se dá quando ela é extravasada completamente, e isso significa chegar a verdade.

Mas a verdade nem sempre é bem aceita! Muitas vezes o outro tem conhecimento da verdade na relação e nos sentimentos, mas não quer aceitar como sendo real. Prefere alimentar uma relação pela metade, sem grandes envolvimentos sentimentais, talvez pelo medo de um envolvimento mais forte.

Mas a mente não para e, a cada momento vivido, intensifica a energia da emoção escondida, sendo contida, a duras penas, pelo Ego.

Um dia a mente decide extravasar! A verdade surge clara e límpida! A energia é liberada! É um momento de forte emoção, mas de verdadeiro alívio. É um UFA! Falei!

Aliviou uma mente, mas mostrou uma verdade que pode ser bem recebida ou mal recebida, a depender do estado da emoção e dos sentimentos do outro.

Se o outro estiver apenas acomodado a um relacionamento intermediário, haverá um choque! Haverá uma sensação de perplexidade, espanto, talvez até irritação, confusão de ideias e pensamentos, necessidade de afastamento, de solidão, de mergulho profundo na mente. É o momento do AFFF!!

Na realidade não há engano. Há a construção de uma ideia inexistente de um amor pela metade, mas que, a partir da declaração do outro, cai a ficha! A metade só existe na mente de um. Na do outro o amor é real e ilimitado. Um conseguiu declarar. O outro sentiu como ato perverso, como se houvesse um desejo incorreto, perverso, maldoso, malicioso e mal-intencionado, ao ponto de surgir um trauma muito forte! Um trauma com consequências psicológicas muito fortes.

Pode surgir, então, um verdadeiro choque emocional, acabando com toda uma ilusão de amizade. Pode ser interpretado como se a amizade tivesse sido traída por um desejo inconveniente. Mesmo que tenha havido, durante todo o relacionamento, a confissão de amor.

Mas a palavra amor está sendo tão mal utilizada que não se sabe mais qual o seu significado verdadeiro. Ao dizer amor, as pessoas sentem afeição simples ou apenas atração física ou até sexual, mas nada completo nem real. Não se sabe mais o que é amor de verdade. Não se conhece mais amor sem limites, o amor em que tudo é permitido, porque tudo faz parte da totalidade do ser, como um ser de emoções e sentimentos.

Um ser que foi criado para gerar amor, adquirir conhecimento e compartilhar tudo isso pelo verbo. 
Nada há de mais importante na nossa vida.

Mas esses momentos são bons para dar um alerta aos sentimentos enganados. É sempre bom estar “na real” para não ter que “cair na real”.

A lição começa com o amar a si mesmo. O amor que sentimos tem que ser considerado como nosso, mesmo que sintamos a sensação do amor mirando uma imagem que não a nossa. Essa imagem tem que ser absorvida como um alimento para nosso próprio EU, em forma de admiração pelo perfeito, em forma de admiração pela obra, em forma de admiração pela natureza, mesmo que essa natureza seja uma outra pessoa.

A emoção que surge como uma atração física ou sexual deve ser encarada como uma forma de nos manter vivos na alimentação do amor interior. Uma forma de nos manter ativos na capacidade de criar e desenvolver o amor que devemos sentir por nós mesmos, mesmo que usando a imagem do outro, mas como parte de nós mesmos.

Embora isso faça surgir o narcisismo e o egoísmo, considerados como negativos por muitos, são ambos sentimentos necessários à construção do caráter altruísta. Não há como ser altruísta sem que se tenha um forte alicerce de felicidade, de amor interior, de alegria interior, de capacidade de compartilhar. Só se compartilha aquilo que se tem.

É sempre bom “estar na real” para estarmos preparados para amar a nós mesmos antes de compartilhar esse amor com outra pessoa.

Fazer planejamentos de vida com total dedicação ao outro, como se só a felicidade do outro lhes interessasse, e como se a sua felicidade dependesse de fazer a felicidade do outro, pode ser o caminho para nossa anulação total, como pessoa.

Estaríamos desperdiçando toda a nossa capacidade de sentir prazer por estar vivo, em primeiro lugar, por ser quem somos, em segundo lugar, e de ter o que temos, em terceiro lugar.

Afinal, todos nós somos um ser, cuja missão principal é gerar amor dentro de nós mesmos e de adquirir conhecimento, a cada dia, para podermos compartilhar, com todos os que convivem conosco, construindo uma onda de felicidade que, aos poucos, transformará esse nosso mundo, a começar pelo nosso grupo social.

Pode parecer exagero, mas não é! Nosso poder começa individualmente, mas aos poucos se multiplica. 
Não podemos parar.

O amor é o alimento. O conhecimento é a estrutura mental. A felicidade é o resultado elaborado de todo esse processo.

Para quem tem o meu quarto livro “O Menino dos Jornais”, leia as seguintes reflexões:

Angústia e reconstrução da vida – pg 163
Reflexões sobre o sentido da vida – pg 171
Reflexões sobre a angústia no relacionamento amoroso – pg 179
Amor adolescente: mistérios da atração afetiva – pg 185

Leiam, reflitam, e vamos conversar...

Forte abraço!

sábado, 5 de janeiro de 2019

Treinamento Parental 04 Carência Afetiva Paterna




Nosso tema de hoje: Carência afetiva paterna

Vamos começar pelo entendimento, de forma bem rápida, de nossa mente e nosso estado emocional.

Nossa mente, que envolve, no mínimo, cérebro e coração, é responsável pelo equilíbrio de nosso estado emocional.

Toda essa estrutura vai sendo formada, desde o nascimento, de acordo com uma programação original, determinada pelo DNA, mas alterada e complementada pela programação social e familiar.

Todo ser humano precisa, durante essa formação, da presença efetiva e afetiva do pai e da mãe, já que, biologicamente, essas duas influências interferem na formação de programações específicas.

A mãe, na construção do funcionamento associativo do cérebro, e o pai no seu funcionamento lógico.

A ausência afetiva da mãe traz grandes prejuízos para todos os filhos, mas a do pai tem sido identificada como a que mais desestrutura o emocional do menino, chegando ao ponto de ele não conseguir suportar brincadeiras inconvenientes, como por exemplo, o bullying.

Numa entrevista recente um psicólogo americano comentou que encontrou um único ponto comum em todos os adolescentes assassinos em escolas, ou seja, os tais “school killers”: todos tinham carência afetiva paterna!

A carência afetiva paterna, que durante muito tempo, não era vista como tão perigosa, tem sido observada, hoje, como origem de fortes desequilíbrios emocionais do menino.

Isso fica muito evidente em vários tipos de comportamentos, como os de agressividade, revolta, apatia, ansiedade, estado depressivo etc.

É hora, então, de refletir bastante sobre a participação afetiva do homem, como pai, na educação de seus filhos.

O trabalho, as obrigações, os compromissos, etc., não pode limitar a presença do homem, como pai, na relação afetiva com seus filhos, principalmente com o menino!

Momentos a sós são importantes, para que ele se sinta encorajado para perguntar suas dúvidas, falar sobre seus sentimentos e emoções, contar suas aventuras, iniciando com a demonstração de interesse até pelas suas brincadeiras com seus carrinhos e tudo o mais.

Planejar esses momentos, para que sejam frequentes, é a mesma coisa que vacinar o filho contra toda e qualquer influência externa.

E nunca é tarde para começar essa relação. Lembre que agora é ele quem precisa desse seu apoio emocional.

Mas, mais tarde somos nós que precisamos do apoio deles.

Vamos pensar sobre isso?

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019