domingo, 23 de agosto de 2009

Terapia IUPE básica... para tudo!

Fala-se muito em psicossomática, força do pensamento, energia positiva, mas na prática vejo as pessoas cada vez mais descrentes de tudo! Está na hora de mudar um pouco essa "acomodação ao nada" e fazer com que a vida tenha mais sentido, contribuindo assim para eliminar todas as doenças de ocasião... a maioria de fundo totalmente emocional!

Vamos começar o tratamento? Esse tratamento de hoje é a TERAPIA IUPE BÁSICA. Depois tem mais...

Para começar vamos ao início do dia, ou seja, o momento do acordar!

1) CARETAS:

O primeiro passo é a sessão de caretas e massagens faciais. O mais que puder! Ajude sua musculatura facial com os dedos, massageando todo o rosto, orelhas, nariz, bochechas e todo o mais. Você estará enviando, nesse momento, um sinal para o cérebro, provocando a liberação do neurotransmissor da felicidade: a serotonina! E isso provoca um fluxo de satisfação e felicidade por todo o seu corpo. É uma verdadeira VACINA contra tristezas e estados depressivos. É o PROZAC natural, sem efeitos colaterais e na dose certa para o melhor rendimento de seu organismo.

2) COÇAR O CHIFRE:

Cuidado com a interpretação que você pode querer dar a esse segundo passo! Você não precisa, de forma alguma tê-los (os chifres), mas precisa coçá-los... Vou explicar, calma! Leia com cuidado... Esse passo é uma GINÁSTICA CEREBRAL muito conhecida e que consiste em fazer uma massagem circular com dois dedos de cada mão, ao mesmo tempo, em sentidos inversos, na testa. São círculos na testa, subindo por fora e descendo por dentro. Esse movimento também deve ser feito durante um bom tempo, preferencialmente enquanto estiver no chuveiro, para que as atividades dos neurônios sejam estimuladas a fazerem uma interligação entre os dois hemisférios. Isso, além distribui toda uma possível

3) ELIMINAR ROTINAS SUPÉRFLUAS

Fazer um levantamento de toda a sua rotina diária e identificar o que poderá ser eliminado, por ser apenas um costume supérfluo. Elimine mesmo! Vai sobrar tempo para coisas mais úteis! Há coisas que fazemos apenas por costume e achamos que não podemos ficar sem elas! Que bobagem! analise friamente e elimine-as!

4) TRANSFORMAR TUDO EM PRAZER

Liste as atividades que sobraram em sua rotina. Analise agora se todas elas são atividades prazerosas ou se alguma delas é estressante ou considerada como uma obrigação. Procure descobrir novas formas de cumprir essas atividades. Essas novas formas devem ser planejadas para que alguma parte delas seja um novo desafio, uma forma de criar algo novo, ou seja, algo que lhe dê a sensação de produtiviodade, utilidade e prazer! PRAZER é a palavra certa! Tudo o que você fizer deve ter o PRAZER envolvido! Muda tudo!

Essa é a terapia básica! Ela, sozinha, já resolve a maioria dos problemas, já que grande parte deles é de origem emocional, principalmente devido ao estresse.

Coloquem em prática e vamos comentar os resultados, comentando aqui mesmo, no BLOG, ou enviando uma mensagem para mim:

robertoandersen@gmail.com e colocando em assunto: TERAPIA IUPE BÁSICA

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Novas crianças e a alteração no DNA

Numa mensagem recebida pelo FACEBOOK, de meu amigo Enéias, psicanalista em formação, ele comentava que leu algo sobre as mudanças nas novas gerações estarem relacionadas ao aumento do n° de hélices no DNA. E me pergunta: Será possível?

Confesso que não li a respeito dessa alteração no DNA, mas acredito que possa ter relação sim, embora essa confirmação possa demorar um pouco. Mas antes disso, porém, precisamos verificar as formas de lidar com essa diferença.

O que temos observado, por enquanto, funciona como se houvesse mais ligações neuronais por quantidade de neurônios, ou seja, uma espécie de aumento da capacidade de diversificação das ligações para o mesmo conjunto.

Isso poderá forçar o aumento da neurogênese, o que pode estar sendo a causa do aumento, em paralelo, da inquietação dessas crianças e a consequente confusão diagnóstica, levando os médicos a rotulá-las de hiperativas.

As pesquisas, então, devem continuar, para que essas crianças não tenham o seu potencial desperdiçado.

E o que mais recomendo é a educação direcionada, com apresentação de desafios crescentes e entusiasmantes, sempre sem deixar de lado o exercício dos limites.

Mas esse é outro assunto. Um assunto para os psicopedagogos, para os educadores de pais e para os professores.

Por falar em professores, estaremos em mais uma reunião de educadores no IUPE, no próximo sábado, a partir das duas da tarde. O assunto é:

1) Treinamento de auto-estima e auto-valorização individual e profissional;
2) A importância da família;
3) Nova visão da avaliação e do calendário acadêmico;
4) A adaptação do conteúdo programático às diferenças individuais;
5) O exercício dos limites comsigo mesmo e com os alunos em sala.

O encontro é para os educadores do colégio,mas está aberto a todos os educadores que desejarem participar. Basta comparecer.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Dia do Estudante: a chave para mudar o mundo

O dia de hoje é dedicado ao ser mais importante para a humanidade! Sim! Não se espantem! O ESTUDANTE é o único ser que poderá, um dia, interferir positivamente em todas as áreas do conhecimento humano de forma a possibilitar uma verdadeira transformação social e permitir ao mundo que seja dada uma definitiva guinada em direção a paz social, a prosperidade dos povos e a felicidade das pessoas.

É com esse estudante de agora, com a potencialidade intelecto-emocional que lhe foi dada de presente ao nascer, que está a chave para construir tudo isso, por meio de seu entusiasmo, de sua dedicação e da transformação de sua potencialidade em capacidade adquirida.

A chave está com ele! Não está mais com os adultos! A nossa chave já não resolve os desafios que a vida está nos apresentando. Os desafios crescem e tornam-se mais complexos a cada dia! As descobertas científicas espantam os próprios cientistas que não foram preparados para tomar conhecimento de tanta coisa diferente.

O mundo multidimensional, por exemplo, que nunca foi corretamente entendido por nenhum dos grandes pesquisadores, já faz parte do universo infanto-juvenil inserido em seus jogos de computador e video-game. Eles já trafegam em universos paralelos, sem sequer se dar conta de que estão imitando uma realidade mal compreendida pela própria ciência de hoje!

Nesse ponto eu dou uma pausa para parabenizar todos os estudantes de hoje e, mais ainda, todos aqueles que me permitem (ou permitiram), que eu tenha (ou tenha tido) o imenso prazer de ser (ou de ter sido) o seu professor!

Está na mão de vocês a construção do seu próprio futuro e também o da própria humanidade. É com a dedicação ao seu próprio crescimento intelecto-emocional e a correta utilização desse conhecimento e dessa capacidade adquirida que vocês vão determinar o seu futuro, o futuro de sua família, de sua comunidade e, inclusive, contribuir para o futuro da humanidade.

Mas a nossa chave, a dos adultos, embora já arcaica, é a única que vai resolver o maior de todos os desafios da humanidade! Só a nossa chave, dos adultos de hoje, resolverá o grande desafio de entusiasmar os donos da chave do futuro, os estudantes de agora, para que adquiram, pela sua própria capacidade inata, todo o conhecimento e toda a determinação necessários ao exercício dessa necessária mudança social.

É a nossa chave que deve ser muito bem utilizada, por meio de exemplo de vida, por meio de compreensão e carinho, por meio de determinação e imposição de limites, por meio de confiança e controle, para que os estudantes que estão sob a nossa responsabilidade (pais e professores), para que eles encontrem a melhor forma de utilizar as suas chaves.

Lembrem, a todo tempo, que se não utilizarmos corretamente nossas chaves, outros estarão direcionando a vida de nossos filhos para a destruição de toda a sua potencialidade nata, por meio da incitação ao lazer fora de hora, do desânimo para com o conhecimento, levando-os ao desperdício de sua potencialidade e à construção de uma total incapacidade, não conseguindo sequer saber para que serve essa tal de chave...

Está em nossas mãos o futuro de nossos estudantes e está nas mãos deles o nossa própria felicidade atual e, principalmente, futura!

Pensem nisso!

sábado, 8 de agosto de 2009

Discriminações destruidoras

Você já conviveu com amigos e parentes brancos que juram não ter preconceito racial e se espantou quando perceberam, em sua casa, seus filhos brancos brincando animadamente com seus colegas negros?

Algum de vocês já participou de algum congresso pela liberdade religiosa e se espantou quando seus dirigentes lhe disseram que não deveriam chamar os católicos porque eles veneram Maria e idolatram santos?

Lembra de ter participado de algum encontro entre professores cujo tema era a necessidade de estimular o super-dotado de forma diferenciada para que todo o seu potencial seja desenvolvido e mais bem aproveitado e, mais tarde, em uma outra reunião desses mesmos professores, alguns comentarem que esses alunos metidos a inteligentes devem ser "colocados em seu lugar" para não atrapalhar a aula e não confundir o professor?

Pois é! Isso tudo e muito mais já me aconteceu e, acredito, também a alguns de vocês. É a hipocrisia das pessoas que sentem uma imensa necessidade de encontrar, nos outros, defeitos que não existem, para poder se autoconvencer de seu próprio valor, já que estão totalmente inseguros quanto a isso.

Mas isso não é o que mais me espanta na sociedade em que vivemos, mas sim um outro tipo de discriminação. É a que ocorre dentro das famílias e voltadas para impedir o desenvolvimento de seus próprios filhos. Quando essas famílias acomodam-se a uma situação de inferioridade social e não acreditam que seus filhos podem superar todas essas dificuldades e alcançar níveis profissionais e sociais muito superiores a todos os seus parentes e amigos. Quando essas famílias nem sequer pensam em investir na educação desses filhos, evitando gastos com livros e computadores, mas gastando em celulares de última geração, carros mais novos, festas, bares e diversões, "porque ninguém é de ferro", como já ouvi muito...

Espanta-me quando a discriminação passa a ser uma autodiscriminação! Essa, acredito, é a pior delas! Porque essa não precisa de ninguém de fora. Essa já está dentro de cada um, construída pelo processo de auto-inferiorização, por famílias acomodadas e desesperançadas. Famílias que sequer ouvem o que falamos, para não se convencer de que seus filhos podem ser melhores do que eles.

E para que o nosso espanto passe a ser um verdadeiro estímulo à continuidade desse trabalho, digo que está na hora de quebrarmos essa auto-discriminação e abrir caminho para o sucesso dessas crianças, independente da cor da sua pele, da crença que tenha ou que não tenha, de ter ou não dificuldades ou deficiências, de ter ou não ter pais juntos ou separados, de estar sofrendo ou não abusos, sejam lá quais forem, porque todas elas, mas todas mesmo, têm o direito de estar conosco nessa maravilhosa caminhada para o seu próprio sucesso em todos os campos de suas vidas.

sábado, 1 de agosto de 2009

Adolescente não quer estudar...

Amigos,

A dúvida recebida foi:

Professor Roberto: meu filho adolescente, apesar de exemplo de estudo, incentivo e cobrança... não gosta de estudar. O que devo fazer?

RESPOSTA:

Todas as possibilidades devem ser estudadas nesses casos. Conforme comentei no artigo publicado no BLOG, o fator mais importante de todos é o exemplo. Vamos começar, então, por ele. Não basta estar estudando, lendo, realizando um trabalho intelectual, para que o filho sinta disposição para fazer o mesmo.
O importante é estar fazendo uma dessas coisas com muito entusiasmo, muita alegria e esbanjando a felicidade de poder estar criando algo a partir do trabalho intelectual.
Esse é o primeiro passo! Ele tem que perceber que isso lhe dá prazer e aos poucos vai ter a possibilidade de desenvolver o mesmo prazer.

Outro aspecto que deve ser considerado: o ambiente de estudos. Não há necessidade nenhuma de luxo, mas é importante que o filho tenha o seu ambiente privativo de estudo, nem que seja uma simples mesinha, mas que seja só dele! Um escritório nem sempre é necessário, porque uma mesa pode ser, inclusive, levada para um outro ambiente onde ele, por algum motivo, deseja estudar naquele momento. Em minha casa, por exemplo, há momentos em que meus filhos estão, cada um, em seu quarto, estudando, lendo e pesquisando em suas mesas de trabalho. Há momentos, entretanto, principalmente nos finais de semana, em que todos levam suas mesas para a varanda ou para o jardim, continuando o estudo perto um do outro, para poderem discutir assuntos de interesse geral. O ambiente inclui ter os elementos necessários ao estudo sempre à mão. Ter que parar um trabalho para procurar uma caneta, uma borracha ou uma folha de papel, acaba desmotivando um pouco.

Outro ponto importante no processo de entusiasmo do filho é o seu interesse real pelos assuntos do estudo dele. Isso significa estar "de olho" nos assuntos que mais ele precisa estudar e investigar alguma matéria de jornal, revista ou documentário que vá passar na TV, para mostrar a ele como aquilo é interessante e importante, que você tem dúvidas e que quer esclarecer junto com ele!

Alimentação é outro ponto básico. É importante que estejam sempre bem planejados os ligeiros lanches entre refeições: sucos, yogurtes, frutas, mas todos na casa fazendo um rápido intervalo para esse momento. Essas interrupções são estimulantes e recuperadoras da energia dispendida no estudo. E o momento em conjunto é sempre um sinal de segurança emocional familiar.

O ponto a seguir é polêmico, mas insisto em sua eficácia! Temos que estar atentos as habilidades de nossos filhos e ignorar suas deficiências e dificuldades. Se ele, por exemplo, diz que nada entendeu de uma determinada matéria, ajude-o a descobrir o que ele entendeu da matéria, até que ponto ele acompanhou e compreendeu com perfeição. O grande problema da educação está exatamente nesse enfoque errado que a maioria dos professores têm em relação às dúvidas. NUNCA ensinaremos nada a ninguém se quisermos saber o que esse alguém não entendeu! Precisamos saber exatamente o que ele entendeu! Só a partir do elemento compreendido (e bem compreendido) poderemos levá-lo a entender o restante.

Então lembre que todas as vezes em que surgir uma dúvida o importante é voltar para assegurar-se até que ponto seu entendimento esteve perfeito. Isso eleva sua auto-estima e permite que acompanhe o rstante da explicação com o verdadeiro desejo de aprender.

O livro "Afetividade na Educação - Psicopedagogia" já traz essas e outras dicas. Mas o lançamento em Salvador só ocorrerá depois do lançamento na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, no dia 13 de setembro próximo.

Mandem mais dúvidas para que todos possamos discutir e melhorar a performance de nossos filhos.

Um encontro de pais

Mais um encontro de pais em nossa escola. Um momento de reflexões sobre a relação familiar e a sua influência no desempenho intelectual e comportamental das crianças.

Nesse encontro vamos falar sobre a relação pais-filhos.

Para começar os pais devem partir do princípio de que sua missão é, inicialmente, a CONQUISTA DE SEU FILHO! Sim: conquistar a confiança, a intimidade e a admiração de seus filhos!

E o treinamento deve começar exatamente pelo que mais cria conflitos entre pais e filhos, que é o rsultado do desempenho escolar. A partir da constatação de que seu filho tem receio de lhe mostrar o boletim, o alarme deve ser tocado bem forte! Receio de mostrar boletim significa MEDO DE ENFRENTAR A RELAÇÃO PAI-FILHO!

E esse medo é o início de todos os medos mais importantes, que são os de pedir conselhos ou de contar problemas de relacionamento e de sentimentos e emoções.

Um filho que tem medo de apresentar seu desempenho escolar aos pais terá verdadeiro pavor de conversar sobre sua vida íntima, preferindo tirar todas as suas dúvidas com colegas de rua, o que significa um grande perigo.

Vamos analisar o procedimento da escola e dos pais na maioria dos seus encontros. Os pais recebem os boletins e ficam irritados com o baixo desempenho de seus filhos. Os professores ou coordenadores comentam sobre o mau comportamento dessa criança e os pais se irritam mais ainda, por acharem que estão passando vergonha na reunião.

Os pais não sabem porque seus filhos estão sem vontade de estudar e com comportamento inadequado e resolvem ameaçá-lo com surras, caso esse resultado não melhore.

Os filhos, por sua vez, estão sem disposição para o estudo simplesmente porque não veem qualquer exemplo de "prazer de estudar" em casa! O ser humano precisa ter exemplos para seguir! Os exemplos que mais influenciam a criança são os exemplos dados pelos seus próprios pais.

Para os pais é muito mais fácil ameaçar os filhos com surras do que ter que alterar toda uma rotina de vida, somente para dar exemplo aos filhos! E, então, surge a lógica da força!

Não discordo dos castigos nem da supressão de regalias quando o filho apresenta baixo desempenho, principalmente se esse baixo desempenho está ligado a excesso de jogos no computador, ou excesso de lazer indiscriminado, mas antes de tudo há que se observar com muito cuidado a realidade do exemplo!

Para facilitar o treinamento familiar para o início de uma nova relação, vamos discutir um assunto por dia, nesse BLOG, para permitir o debate e melhorar nosso próprio entendimento sobre o assunto.

Vamos, a partir de hoje, analisar alguns procedimentos que, embora muito simples, precisam ser treinados, para que os resultados sejam eficazes. Peço que leiam, analisem, discutam e enviem seus comentários e outras sugestões sobre o tema do dia.

Os temas de hoje são:

a) o diálogo franco e aberto com os filhos adolescentes.
b) o contato físico entre pais e filhos, para as crianças menores.

Ambos passam por uma análise de sua rotina de vida (dos pais) para verificar em que momentos você está totalmente dedicado a ouvir seu filho, lhe dar afeto e dirimir suas dúvidas. Se não existe esse momento, ele deve ser criado imediatamente! A quantidade de tempo não importa, mas sim a qualidade desse tempo!

Para os adolescentes esse momento do diálogo é importantíssimo. O diálogo deve ser franco e livre, deixando o filho dizer o que quiser e estimulá-lo a falar à vontade, sem medo e sem constrangimento. Tudo deve ser ouvido com total naturalidade. Cada pensamento e cada dúvida que não puder ser tirada significa um bloqueio nessa relação. E essa relação não deve ter bloqueios.

Lembro que adolescentes apresentam uma natural redução na sua capacidade de entendimento. Isso é orgânico! A facilidade que a criança tinha em entender os fatos reduz bastante no momento em que essa criança ingressa na faixa etária do adolescente.

Por essa razão o ato de OUVIR por parte do pai deve ser também um ato de muita PACIÊNCIA, já que muitas idéias poderão estar sem sentido, exatamente pela dificuldade de raciocínio. Ouvir, então, é ouvir mesmo, sem interrupção, deixando-o completar suas frases e aguardando o seu sinal para comentar ou aconselhar.

Para crianças pequenas lembro o que vi e comentei em uma creche-escola, quando percebi que a maioria dos pais deixava seu filho ainda sonolento, às sete da manhã e o recolhia já prontinho para dormir às seis da tarde! O contato com o filho era praticamente virtual! A desculpa era a de necessidade profissional. Não havia tempo para dar mais atenção aos filhos.

Sugeri levarem seus filhos ainda sujos para casa, pedindo na creche que deixassem seus filhos brincando na areia até a hora de buscá-los. Em casa aqueles pais dariam banho em seus filhos! Um banho rápido, mas um banho dado com amor e carinho, para que o filho sentisse o toque das mãos dos pais e compensassem assim todo o período diurno de afastamento. Esse investimento que pode ser de apenas quinze ou vinte minutos trará, certamente, imensos lucros na formação do caráter dessa criança e na construção da sua segurança interior.

Esses foram, os temas de hoje. Reflitam e escrevam, por favor. Sugiram também temas. Tudo é lucro quando se fala em melhorar a educação de nossos próprios filhos.

UM NOVO CAMINHO PSICOPEDAGÓGICO E PSICANALÍTICO

E eis que, repentinamente, a sociedade parece ter mudado! Crianças já nascem com todos os tipos de síndromes e transtornos: hiperatividade, déficit de atenção, déficit cognitivo, esquizofrenia e outros! Desde a mais tenra idade necessitando de tratamento médico especializado e consumindo remédios controlados fortíssimos para que consigam estar em sala de aula sem perturbar seus colegas e professores.

E ao se tornar adolescentes, evitam a companhia de seus pais. É comum o aparecimento de sentimento de revolta. Alguns querem aparecer como transgressores. Outros desejam apenas escandalizar. E, junto com a revolta, surgem as doenças, síndromes e transtornos com características bastante semelhantes às dislexias, discalculias, disgrafias e outras tantas anomalias neuro-cognitivas e, inclusive, psiquiátricas.

O que está havendo, afinal? É o resultado de uma nova ordem social? É a influência da TV, das revistas e jornais? Faz parte de um determinismo evolutivo não previsto por Darwin nem Lamarck? Será falta de religiosidade, segundo Bento XVI? Ou será a existência da religião, segundo Richard Dawkins?

De forma totalmente antagônica percebemos que grande parte das crianças está nascendo com uma elevadíssima potencialidade intelectual, muito acima de todas as gerações anteriores! Estudiosos da mente humana de todas as linhas de pensamento já nomearam essas crianças de "crianças índigo" e "crianças cristal", analisando suas características e realizando previsões sociais relacionadas a essa nova realidade.

As crianças estão com maior potencial intelectual e suas anomalias estão aumentando a cada dia! Como explicar toda essa mudança no intelecto, no emocional e no comportamento infanto-juvenil?Elas estão se perdendo dentro de sua intelectualidade ou o mundo não está preparado para absorvê-las?

Professores, pais, terapeutas, psiquiatras, neurologistas, psicólogos, psicanalistas, psicopedagogos e todos os demais profissionais ligados ao entendimento da formação da criança e do adolescente e, principalmente, aqueles em missão de intervenção nessa formação, precisam estar agora com atenção redobrada e manter-se em atualização constante!

A maioria dessas crianças e adolescentes trouxe, juntamente com essa elevada potencialidade intelectual, um nível tão alto de inquietação que torna difícil a sua satisfação plena! Elas até tentam encontrar explicações para suas angústias, mas não encontram, na maioria das vezes, quem esteja disposto a indicar-lhes o caminho.

Professores e pais, na escola e em casa, apresentam explicações que só satisfazem as crianças que não estão desenvolvendo essa potencialidade. Para as mais desenvolvidas a explicação traz apenas mais angústia pela insatisfação. E essa angústia dispara uma inquietação comportamental inadequada e inconveniente, provocando o aparecimento de sintomas muito semelhantes aos de diversas anomalias cognitivas, neurológicas e psiquiátricas.

Pais, professores e profissionais mal preparados para essa nova realidade, confundem tais sintomas com os das verdadeiras doenças, transtornos e síndromes. Essa confusão tem levado crianças sadias a sofrerem tratamentos equivocados, reduzindo a sua potencialidade intelectual original e limitando a suas perspectivas de crescimento integral.

Anomalias neurológicas, psiquiátricas, psicológicas e comportamentais existem, mas a sua incidência é infinitamente inferior à quantidade apresentada pela sociedade. A maior parte dessas anomalias nada mais é do que o mau entendimento dessa inquietação intelectual ou também resultado de um bloqueio emocional grave, provocado por uma educação equivocada.

No primeiro caso a criança tem potencial intelectual muito elevado e está inquieta com a falta de entendimento do mundo à sua volta. No segundo caso a criança, independente de ter ou não esse nível muito elevado, está sendo criada num ambiente com um relacionamento familiar inadequado, trazendo bloqueios emocionais graves e gerando toda espécie de sintomas, também semelhantes aos de doenças, transtornos e síndromes.

O problema, então, é evidente! Ele existe! O comportamento inadequado e as dificuldades e deficiências são visíveis em toda a sociedade, principalmente nas escolas. E os sintomas dos que apresentam apenas bloqueios são muito semelhantes aos portadores de distúrbios reais. Mas e a forma de tratá-los? É a mesma? Como diferenciá-los?

Muitas crianças com elevados potenciais cognitivos ou com bloqueios psíquicos estão sendo tratadas como doentes ou portadoras das deficiências devido aos sintomas que apresentam. Essas crianças aumentam o seu grau de envolvimento com essa anomalia, tornando-se escravos dela! Eles, praticamente, se escondem por trás da doença, assumindo uma incapacidade intelectual inexistente e perdendo todo o seu entusiasmo pelo aprendizado.

Exatamente por isso que novos caminhos no entendimento neuropedagógico e psicanalítico se fazem necessários nesse momento! Todos os que estão em contato com essa nova geração precisam estar atentos às mudanças e, principalmente, aos bloqueios que surgem a partir da nova relação familiar na sociedade atual e à incompreensão da inquietação daqueles que apresentam elevado potencial cognitivo.

E essa atenção deve estar voltada principalmente para a própria sociedade formadora (ou deformadora) das crianças e adolescentes, já que o permanente estado de estresse está levando pais a esquecerem a sua obrigação educacional e afetiva, escondidos que ficam na capa da "falta de tempo", justificando-a com a necessidade de garantir um futuro melhor para seus filhos...

Além de não entenderem que tempo para dar afeto e limites "se cria" com facilidade e independe de compromissos profissionais ou sociais, esses pais fogem da relação com seus filhos, com medo de não entenderem as suas angústias e com verdadeiro pavor de ter que admitir sua responsabilidade na sua deseducação.

Esses bloqueios em forma de resistências e mecanismos de defesa construídos pelas crianças aparecem, de forma bastante clara, durante o processo ensino-aprendizagem. Alguns desses sintomas já podem até estar evidentes em casa, mas é na escola que eles tomam maior importância, já que esse é o ambiente do trabalho cognitivo, exigindo um esforço mental direcionado e um maior equilíbrio emocional.

A divulgação constante, por meio de palestras, seminários e portais na internet, de questionários avaliativos para indicar a existência ou não de alguma dessas síndromes, faz com que todos os envolvidos com a criança e o adolescente sintam-se competentes o suficiente para diagnosticar tais doenças. Essa competência é perigosa! Ela, na realidade, não existe sequer entre os profissionais mais experientes! Nossa ciência não está avançada a esse ponto. Os cientistas menos ainda!

Mas os pais já chegam ao consultório com a certeza do diagnóstico! Esperam, do médico, apenas a prescrição do medicamento, para começar o tratamento. Os pais já sabem, inclusive, o nome dos medicamentos e as suas dosagens padronizadas!

Exatamente para evitar que tais diagnósticos precipitados continuem a destruir o cérebro e o futuro dessas crianças é que há necessidade de se informar pais e profissionais sobre tais assuntos e de forma bastante abrangente, possibilitando um melhor conhecimento interdisciplinar entre a neuropsicologia, as neurociências, a neurodidática, a psicopedagogia e a psicanálise.

A ampliação do horizonte dos pais e educadores levará a um maior entendimento da criança no processo de sua evolução intelectual, emocional e cognitiva e evitará que diagnósticos precipitados impeçam o seu correto desenvolvimento.