sábado, 1 de agosto de 2009

Adolescente não quer estudar...

Amigos,

A dúvida recebida foi:

Professor Roberto: meu filho adolescente, apesar de exemplo de estudo, incentivo e cobrança... não gosta de estudar. O que devo fazer?

RESPOSTA:

Todas as possibilidades devem ser estudadas nesses casos. Conforme comentei no artigo publicado no BLOG, o fator mais importante de todos é o exemplo. Vamos começar, então, por ele. Não basta estar estudando, lendo, realizando um trabalho intelectual, para que o filho sinta disposição para fazer o mesmo.
O importante é estar fazendo uma dessas coisas com muito entusiasmo, muita alegria e esbanjando a felicidade de poder estar criando algo a partir do trabalho intelectual.
Esse é o primeiro passo! Ele tem que perceber que isso lhe dá prazer e aos poucos vai ter a possibilidade de desenvolver o mesmo prazer.

Outro aspecto que deve ser considerado: o ambiente de estudos. Não há necessidade nenhuma de luxo, mas é importante que o filho tenha o seu ambiente privativo de estudo, nem que seja uma simples mesinha, mas que seja só dele! Um escritório nem sempre é necessário, porque uma mesa pode ser, inclusive, levada para um outro ambiente onde ele, por algum motivo, deseja estudar naquele momento. Em minha casa, por exemplo, há momentos em que meus filhos estão, cada um, em seu quarto, estudando, lendo e pesquisando em suas mesas de trabalho. Há momentos, entretanto, principalmente nos finais de semana, em que todos levam suas mesas para a varanda ou para o jardim, continuando o estudo perto um do outro, para poderem discutir assuntos de interesse geral. O ambiente inclui ter os elementos necessários ao estudo sempre à mão. Ter que parar um trabalho para procurar uma caneta, uma borracha ou uma folha de papel, acaba desmotivando um pouco.

Outro ponto importante no processo de entusiasmo do filho é o seu interesse real pelos assuntos do estudo dele. Isso significa estar "de olho" nos assuntos que mais ele precisa estudar e investigar alguma matéria de jornal, revista ou documentário que vá passar na TV, para mostrar a ele como aquilo é interessante e importante, que você tem dúvidas e que quer esclarecer junto com ele!

Alimentação é outro ponto básico. É importante que estejam sempre bem planejados os ligeiros lanches entre refeições: sucos, yogurtes, frutas, mas todos na casa fazendo um rápido intervalo para esse momento. Essas interrupções são estimulantes e recuperadoras da energia dispendida no estudo. E o momento em conjunto é sempre um sinal de segurança emocional familiar.

O ponto a seguir é polêmico, mas insisto em sua eficácia! Temos que estar atentos as habilidades de nossos filhos e ignorar suas deficiências e dificuldades. Se ele, por exemplo, diz que nada entendeu de uma determinada matéria, ajude-o a descobrir o que ele entendeu da matéria, até que ponto ele acompanhou e compreendeu com perfeição. O grande problema da educação está exatamente nesse enfoque errado que a maioria dos professores têm em relação às dúvidas. NUNCA ensinaremos nada a ninguém se quisermos saber o que esse alguém não entendeu! Precisamos saber exatamente o que ele entendeu! Só a partir do elemento compreendido (e bem compreendido) poderemos levá-lo a entender o restante.

Então lembre que todas as vezes em que surgir uma dúvida o importante é voltar para assegurar-se até que ponto seu entendimento esteve perfeito. Isso eleva sua auto-estima e permite que acompanhe o rstante da explicação com o verdadeiro desejo de aprender.

O livro "Afetividade na Educação - Psicopedagogia" já traz essas e outras dicas. Mas o lançamento em Salvador só ocorrerá depois do lançamento na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, no dia 13 de setembro próximo.

Mandem mais dúvidas para que todos possamos discutir e melhorar a performance de nossos filhos.

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