quarta-feira, 24 de julho de 2013

IUPE Educação: A polêmica sobre a Ritalina e a hiperatividade

Amigos,
Cuidado com as dezenas de artigos “a favor” ou “contra” a Ritalina e, mais ainda, com os comentários sobre o TDAH como “doença fabricada” ou “doença real”.
Não deixem de ler tudo o que se publica a respeito, mas analisem com cuidado se há alguma intenção camuflada nas entrelinhas, incluindo aí os meus próprios pronunciamentos, já que posso também estar errando em alguma coisa.
Na dúvida, vamos provocar um debate com profissionais sérios que estejam desvinculados de obrigações antiéticas com fornecedores ou autoridades corrompidas pelo sistema.
No final desse texto eu informo o endereço de dois links importantes:
O primeiro enviando para um blog de Selma Carvalho, onde ela apresenta as razões para duvidar até da existência do TDAH como doença séria. De acordo com suas fontes o TDAH foi uma doença fabricada pelo neurologista Leon Eisenberg. O mesmo Dr Eisenberg teria se arrependido do que fez e divulgou algumas declarações bombásticas antes de morrer.
O segundo envia para um trabalho acadêmico da UFRJ  sobre os efeitos colaterais do metilfenidato, onde os articulistas defendem a ideia de que não há qualquer perigo real na aplicação do remédio e           que seus efeitos principais são excelentes.
Temos, então, aí, dois extremos. O extremo assustador, colocando o metilfenidato como um grande vilão, e o extremo de uma área científica, minimizando os efeitos colaterais do remédio.
Como lidar com isso?
Vamos começar pela parte que mais nos interessa, como educadores e como pais, que são os sintomas que surgem nas crianças.
O sintoma ligado ao TDAH que mais preocupa e incomoda a todos é a hiperatividade. O outro, o déficit de atenção, só preocupa, já que pode significar o fracasso escolar.
Hiperatividade, quando existe realmente, é um sintoma de alguma doença. Entre essas doenças está o TDAH. Mas quem vai definir a doença é o neuropediatra ou o psiquiatra infantil. Algumas das doenças que apresentam tal sintoma podem não ter qualquer relação com o TDAH e, portanto, pode ser até que o remédio utilizado para TDAH, que é à base de metilfenidato, não funcione ou dê efeitos indesejáveis.
Então, se a criança apresenta sintoma de inquietação exagerada, chamemos de inquietação exagerada, mas nunca de hiperatividade. Não é da nossa competência, como educadores e pais, a elaboração de algum tipo de diagnóstico! A não ser que sejamos médicos dessa área de atuação.
Temos, sim, a obrigação de observar, analisar e pesquisar se a inquietação exagerada está na nossa área de atuação, e é exatamente aí que está um dos maiores problemas da educação atual: Todos querendo “livrar-se da sua responsabilidade”, transferindo o problema para a área médica!
Antes de sugerir aos pais o encaminhamento para um neuropediatra ou para um psiquiatra infantil é obrigação nossa verificar se a inquietação é proveniente de:
1.       Alimentação inadequada;
2.       Falta de proteção pró-biótica;
3.       Educação equivocada;
4.       Trauma emocional;
5.       Rotina estressante;
6.       Exposição exagerada ao computador, vídeo game ou televisão.
Ou seja, vamos analisar toda a rotina e forma de relacionamento da criança, para ir corrigindo, aos poucos, esses elementos provocadores da inquietação.
Além disso, os professores devem estar cientes de que, acompanhar uma criança que apresenta alguma característica especial de comportamento ou cognição, significa um desafio que tanto pode ser estimulante como pode ser estressante, a depender da forma como nos entregamos ao trabalho.
As principais virtudes necessárias para esse professor e esses pais são entusiasmo, dedicação, atenção, paciência e perseverança, para permitir uma permanente análise das alterações comportamentais e cognitivas que estiverem ocorrendo, para que sejam tomadas as decisões adequadas. A seguir vamos analisar alguns dados mais evidentes.
1.       ALIMENTAÇÃO INADEQUADA:
O excesso de alimentos contendo glúten, guloseimas, salgadinhos, refrigerantes, são todos elementos suspeitos de causar inquietação e, inclusive, déficit de atenção.
O costume de dar um copo de achocolatado à criança antes de dormir é outro elemento causador da inquietação da manhã seguinte.
A falta dos nutrientes adequados à formação integral da criança, principalmente os encontrados nos legumes, frutas e verduras, é também causa de falha no funcionamento normal do organismo, podendo estimular tais sintomas ou até provocar o seu surgimento.
2.       FALTA DE PROTEÇÃO PRÓ-BIÓTICA:
A falta de probióticos no organismo, o que pode ocorrer pelo uso frequente de antibióticos orais, também é um elemento considerado de primordial importância na saúde física e mental da criança. Estudos profundos realizados pelo Dr William Shaw mostra uma relação muito séria entre a falta dos probióticos e uma série de doenças que afetam o cérebro da criança, entre elas o autismo e o TDAH.
Se houver necessidade de dar antibiótico oral à criança é recomendável solicitar, do próprio médico, a orientação sobre o tipo e a quantidade de probióticos que deve ser consumido pela criança, para compensar os efeitos do remédio.
3.       EDUCAÇÃO EQUIVOCADA:
Percebe-se que grande parte das inquietações das crianças está ligada a ausência de um processo educacional adequado em casa. Ou se exagera no rigor educacional sem qualquer laço de afetividade, ou se exagera na afetividade sem qualquer controle disciplinar.
Uma criança sem limites certamente entenderá que pode fazer tudo o que ela quiser. Isso significará, na escola, uma inquietação toda vez que for obrigada a fazer uma atividade que não gosta. É o que normalmente chamamos de “falta de surra”!
Não que concordemos com “espancamentos”. Claro que não! Mas o limite é a única forma que a mente em formação entende para construir o autocontrole nos lóbulos pré-frontais. A falta de limites acomoda os elementos que deveriam servir, no cérebro, para controlar os sistemas motores.
4.       TRAUMA EMOCIONAL:
Traumas emocionais podem ocorrer em todas as fases da formação da criança. Alguns desses traumas nunca serão conscientes, já que a mente tenta esconder da pessoa aquilo que poderá fazê-la sofrer.
Mas mesmo de forma inconsciente esses traumas trazem bloqueios emocionais graves que, certamente, poderão provocar sintomas muito semelhantes às mais diversas doenças, síndromes e transtornos.
A existência de alguns traumas pode ser descoberta por meio de entrevistas com os pais, ou em conversa descontraída com a criança, ou apenas por meio de uma terapia analítica.
5.       ROTINA ESTRESSANTE:
A análise criteriosa da rotina da criança também é importante devido a tendência dos pais em criar atividades extras para os filhos, com a intenção de compensar a sua ausência no seu processo de formação.
Deixar o filho ocupado o dia inteiro (banca, esporte, dança, idiomas, etc.) pode parecer produtivo, mas pode trazer um estresse cumulativo, extravasando por meio de inquietação exagerada.
6.       EXPOSIÇÃO EXAGERADA AO COMPUTADOR, VÍDEO GAME OU TELEVISÃO:
Estudos publicados na Revista Science, já há alguns anos, mostram o aumento do índice de agressividade em adolescentes que, quando crianças, passavam mais de uma hora por dia em frente a um aparelho de TV ligado.
Os jogos em computador são, hoje em dia, os maiores vilões provocadores da inquietação exagerada e, principalmente, da agressividade infantil.
Analisando-se cada um desses elementos geradores de inquietação exagerada, o papel do educador passa a ser o de encontrar os meios necessários para tentar eliminar as causas possíveis de eliminação, reduzir os efeitos das que persistirem e desenvolver constantes atividades estimuladoras de atenção e aprendizagem.
As crianças que não melhoram seu comportamento nem sua atenção depois de passarem por todo esse processo devem ser encaminhadas para o profissional médico, sempre com o relato mais detalhado possível de seu acompanhamento, sem que seja sugerido qualquer laudo. O encarregado disso é exclusivamente o médico.
Sugiro a leitura desses dois textos, cujos links estão inseridos abaixo, para sua reflexão.
1.       Comentário sobre Leon Eisenberg
2.       Estudo sobre os efeitos colaterais do metilfenidato (IPUB/UFRJ)
http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol31/n2/100.html

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