sábado, 15 de julho de 2017

Avaliação como instrumento de igualdade social


Amigos:

Que bom estarmos aqui de novo!

Hoje vamos falar sobre AVALIAÇÃO COMO INSTRUMENTO DE IGUALDADE SOCIAL!

E vamos iniciar identificando os maiores desafios de hoje, em nosso país, que são:

- A criminalidade comum: o bandido que assalta o povo, com a arma na mão; e
- A criminalidade dos poderosos: os corruptos, em todos os poderes da república, que assaltam o povo, com o poder na mão.

A análise que faremos será a do criminoso comum, com arma na mão:

– Por que e como estão sendo criados esses criminosos?

Primeiro passo para criar esse criminoso: ódio à elite!

Desde criança que esses “futuros criminosos” são levados a criar um sentimento muito forte de “ódio à elite”, independentemente de quem seja elite.

Esse ódio generalizado é dirigido a todos aqueles que possuem alguma coisa a mais que eles, mesmo que essa pessoa tenha tido a mesma origem de baixa renda, mas que tenha, por algum motivo, prosperado por seu próprio esforço.

O ódio passa a ser cego! É melhor que eu, é meu inimigo! Tem mais que eu, é meu inimigo!

O que eles não percebem é que esse ódio está sendo fomentado pela própria elite corrupta, se utilizando de líderes “sabotadores”, estrategicamente preparados para isso.

Muitos desses líderes nem sabem que estão sendo utilizados pela própria elite corrupta...

Por que?

Porque dessa forma as crianças e os adolescentes de classe baixa criam, em suas mentes, que ser elite é ser “do mal”, o que os afasta imediatamente de qualquer esforço para melhorarem de vida, já que, se melhorarem, passarão a ser “elite” e, então, serão “do mal”...

Segundo passo para criar esse criminoso: baixa autoestima!

Para reforçar ainda mais a certeza de que a maioria dos adolescentes oriundos de famílias de baixa renda prosperem na vida, essa mesma liderança sabotadora, inconscientemente manipulada pelo poder corrupto, tenta implantar na mente desses jovens a convicção de que quem nasceu pobre será pobre a vida toda – oportunidades são apenas para a elite...

E grande parte desses adolescentes acredita mesmo nisso e desiste de lutar para reverter a situação de sua família.

Terceiro passo para criar esse criminoso: escola como garantia de bolsa família e diploma para qualquer empreguinho!

Essas crianças e esses adolescentes são matriculados nas escolas. Mas uma parte considerável dessas famílias “sabotadas” matriculam seus filhos única e exclusivamente para garantirem o recebimento do “bolsa família”.

Não há intenção de estimular o filho a se desenvolver intelectualmente, já que se isso ocorrer ele será da elite “do mal”.

Escola apenas para “bolsa família” e para ter um diploma qualquer que garanta algum tipo de emprego...

Muitos desses jovens, sabendo disso, estarão na escola sem qualquer estímulo, e muitas vezes odiando os seus próprios professores, considerados por eles como membros da elite...

Na escola, muitos serão reprovados até serem excluídos ou a abandonarem.

Outros serão “passados” por professores ameaçados, até com armas, ou por promessa de serem assaltados na rua...

É aí que entra a AVALIAÇÃO COMO INSTRUMENTO DE IGUALDADE SOCIAL:

Ao analisarmos a escola atual e o seu processo avaliativo tradicional, verificamos que tudo o que vem sendo feito tem os seguintes objetivos:

1º selecionar os mais capazes e mais inteligentes;
2º excluir os menos capazes, menos inteligentes, mais desinteressados, incluindo os que apresentam dificuldades de aprendizagem, sejam alunos especiais ou não (mas essa parte deixaremos para comentar em outra oportunidade).

Sabemos que em todas as escolas encontramos alunos interessados e estudiosos, estimulados pelas suas famílias e, portanto, com autoestima elevada, que serão selecionados nesse processo;

Mas enfocaremos apenas aqueles outros, os desinteressados, revoltados com a desigualdade social, e com baixa autoestima, acreditando que nunca vencerão na vida pelo crescimento intelectual.

Se esse aluno é reprovado, devido ao seu baixo rendimento, ele acaba sendo excluído, ou ele mesmo abandona a escola, o que significa que não terá qualquer diploma que facilite encontrar emprego formal.

Esse é um forte candidato a ser empregado pelo crime organizado, onde não se exige diploma, mas sim revolta social.

Se, por outro lado, esse aluno é “passado” pelo professor ameaçado, ele consegue se formar, recebe diploma, mas não adquire qualquer conhecimento que garanta um emprego formal.

Esse, com mais razão ainda, é mais um forte candidato ao crime organizado, se já estiver nele desde a infância.

A AVALIAÇÃO QUE REPROVOU O ALUNO SEM CONHECIMENTO OU QUE O APROVOU POR ALGUMA IMPOSIÇÃO, ACABA DE AJUDAR A AMPLIAR A DESIGUALDADE SOCIAL, AUMENTANDO O NÚMERO DE CRIMINOSOS COMUNS, QUE ESTARÃO, COM ARMA NA MÃO, ASSALTANDO EM TODAS AS ESQUINAS.

Como interferir para eliminar a geração desses criminosos e garantir a igualdade social?

O único ponto de convergência de todos é a escola.

Mas a escola tradicional, como sabemos, não está dando conta desse desafio.

Mas por que razão?

Todos dirão que é pela falta total de educação doméstica, que esses alunos já chegam revoltados na escola, e que muitos já estão desde cedo, envolvidos com o crime.

Ou seja: a família, ou a ausência dela, é a razão de tudo isso!

Sim! É verdade! Essa parte já sabemos!

Mas eles entraram na escola, e a partir daí surge a grande oportunidade de se mudar toda essa realidade!

Mas vamos conseguir isso apesar desse tipo de família?

Realmente é um enorme desafio, mas é um desafio a ser enfrentado, e nunca abandonado!

Mas não é só “1” desafio. Na realidade são “3”!

Primeiro: o aluno.

Segundo: a família.

Terceiro: o líder sabotador, que agora ataca na própria escola, como um dos professores, normalmente revoltado com ele mesmo, com a vida e com a sociedade, e que vai tentar, a todo custo, baixar a autoestima de todos os alunos e criar em suas mentes o tal ódio à elite, generalizando como elite, todos os que têm algo a mais do que ele...

A família terá que ser trabalhada com um PROGRAMA DE TREINAMENTO PARENTAL.

Os líderes sabotadores devem ser reconstruídos com um PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA.

E a formação dos alunos deverá ser realizada a partir de uma mudança total na FILOSOFIA DA AVALIAÇÃO ESCOLAR.

Vamos enfocar essa parte: A AVALIAÇÃO ESCOLAR

Com muitas exceções, é claro, muitos professores estão na profissão apenas porque não conseguiram encontrar outra forma de sustentar sua família!

Exatamente por não terem o verdadeiro “dom” da profissão, esses enfrentam o seu dia-a-dia como se estivesse indo para uma batalha, onde sua arma se chama AVALIAÇÃO – NOTA – AMEAÇA DE REPROVAÇÃO – etc...

Seus alunos são seus inimigos.

Seus aliados são apenas os “nerds”, aqueles bem-educados e estimulados pelas suas famílias, com elevada autoestima, mas esses, na realidade, nem precisam de professor...

Um simples computador ajuda muito mais esses alunos do que um professor...

Então, a AVALIAÇÃO ESCOLAR é uma ARMA para esse tipo de prática docente.

Como mudar isso?

PRECISAMOS APRENDER A PRATICAR A AVALIAÇÃO, NUNCA COMO ARMA, MAS COMO INSTRUMENTO DE IGUALDADE SOCIAL, ou seja:

Usar a avaliação para avaliar DE VERDADE cada aluno, descobrindo a dificuldade de cada um, e nunca para excluir ou selecionar;

Resultados das avaliações são alarmes para que nós, professores, identifiquemos quais são os alunos que precisam de toda uma alteração na nossa metodologia, ou alguma ajuda externa, como apoio psicopedagógico, psicológico, ou até AEE, por exemplo.

Estimular cada aluno proveniente de famílias em situação de risco social, para que se livrem do efeito pernicioso das propagandas negativas que os deixam na certeza de que nunca competirão com os filhos dos ricos;

Isso pode ser feito por meio de palestras específicas, elevando a autoestima desses alunos e mostrando casos reais de evolução intelectual ou financeira, de pessoas provenientes das classes menos favorecidas.

Criar metodologias educacionais que façam com que o aluno se sinta responsável e no controle do seu processo de aprendizagem, estimulando a criatividade, a descoberta e a inventividade, sempre com a orientação docente, e de forma que ele mesmo possa estar participando do seu próprio processo de avaliação.

O método mais apropriado que encontrei até hoje, depois de tentar muitos outros, foi o de aula por meio de grupos operativos, quando adaptei a técnica desenvolvida por Pichon Riviere.

Tem vídeos meus mostrando isso.

É FÁCIL?

Fácil até que é! Mas dá, realmente, muito trabalho e precisa de muita criatividade e dedicação.

E, para isso, temos que mudar toda a filosofia da educação em sala de aula e, mais ainda, precisamos que as famílias sejam orientadas a, no mínimo, não atrapalharem todo o processo.

Para ajudar, assistam ao filme ESCRITORES DA LIBERDADE.

É um caso real. É apenas um exemplo de criatividade para reverter toda uma realidade social.

Outro filme a ser assistido: COMO ESTRELAS NA TERRA.

Para mudar não precisa eliminar carteiras escolares, não precisa ter aula fora da sala, não precisa não ter professor artista, embora tudo isso possa ajudar muito!

Precisa apenas que cada professor se dedique a entender cada aluno, e que todos os professores se convençam de que cada um deles é uma experiência profissional, ou seja, é um projeto para sua evolução na prática docente!

Mas, lembre:

Sempre é bom estarmos atentos aos sabotadores que, muitas vezes, estão do nosso lado, dizendo que nada disso vai dar certo, que, na teoria, tudo isso é lindo, mas, na prática, nada funciona...

Pois é, amigos...


Garanto que funciona!

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