Nossa reflexão agora é sobre o atual nível de intolerância, que gera ignorância e que destrói as amizades:
Oi amigos!
Já falamos de sentimentos e emoções, mas faltou falar de
intolerância e amizade!
Todos vocês já devem ter lido postagens, nas redes sociais,
mostrando “dicas” para que você identifique quais dos seus contatos devem ser
excluídos, eliminados de seu grupo de amigos, por terem ideias absurdamente
diferentes das suas!
Isso está tão comum que chega a incomodar!
Nas ruas, nas faculdades, nos movimentos sociais percebe-se,
claramente, que sempre existe uma opinião dominante, em forma de consciência
coletiva imposta, impedindo que qualquer pessoa que pense diferente possa se
expressar.
Muitas vezes essas pessoas são até ameaçadas, simplesmente
por pensarem diferente!
Vamos enfatizar: Ideias absurdamente diferentes das suas!
Interessante isso! Considerar que todos devem pensar
exatamente igual a mim, é a melhor forma de eu me fechar em minha própria ignorância.
Sim! Porque uma opinião sem possibilidade de evolução, é ignorância.
Porque é exatamente dessa forma que nunca teremos qualquer oportunidade
para evoluir em pensamentos, ideias, opiniões, conhecimentos e tudo o mais!
Vejamos:
Se seu ciclo de amizades ficar restrito apenas as pessoas
que conhecem exatamente o que você conhece, que entendem o que leem, exatamente
como você entende, que emitem opiniões exatamente iguais às suas, que gostam
exatamente das mesmas coisas que você, que torcem pelo mesmo time que você, que
professam a mesma religião que você, que são seguidoras do mesmo partido
político ou da mesma linha política que você, que acreditam no mesmo sistema de
governo que você, e assim por diante, sabe o que vai acontecer com você?
Você estará se fechando, por decisão própria, dentro de uma
caverna tão limitadora como a que Platão descreveu em suas obras!
Por isso que eu sempre insisto em relembrar o MITO DA
CAVERNA!
Para evitar que as influências dos nossos amigos
intolerantes nos levem a agir exatamente igual a eles.
Essas intolerâncias só nos levam a um caminho: o caminho de
entrada na caverna, uma caverna da qual será praticamente impossível sairmos.
Já que não aceitaremos sequer conversar, quanto mais
conviver, com amigos que, absurdamente, pensam de forma diferente daquela
imposta pela caverna!
Vamos ignorar todos os amigos que, por algum motivo,
conseguiram sair da caverna!
Por isso, amigos, peço que reflitam, mais uma vez, agora
sobre intolerância e ignorância, já que uma leva à construção da outra!
Agora vamos pensar um pouco, cientificamente!
Cada pessoa tem a sua forma de raciocinar. Para que cada um
de nós emita uma opinião, a mente vai buscar todas as informações que estão
memorizadas, que são, na realidade, a nossa cultura, a nossa vivência, a nossa
experiência de vida.
Tudo isso vai sendo gravado e arquivado em nossa memória,
desde o nascimento. Algumas dessas informações já vem até de nascença.
E é claro que cada um de nós tem uma experiência de vida
diferente, características culturais e de costumes diferentes, vivências
diferentes, e tudo o mais.
Então será sempre muito difícil duas pessoas terem
exatamente a mesma opinião ou elaborar o mesmo tipo de pensamento sobre alguma
coisa, a menos que um queira agradar ao outro, ou que seja obrigado a concordar
com o outro por algum motivo!
As informações que a mente usa para esses raciocínios são
específicas para cada pessoa em cada cultura, em cada família e alteradas por
influências as mais diversas.
Então o melhor caminho é refletir bastante sobre isso, é
respeitar a opinião diferente e, principalmente, a opinião contrária à nossa,
porque só procurando entender as razões pelas quais as pessoas têm opiniões
diferentes, é que poderemos evoluir em nosso conhecimento, em nossa forma de
ver o mundo e, em suma, em nossa sabedoria!
Meus amigos são meus amigos porque são meus amigos, mas não
porque pensam igual a mim!
Tenho amigos que gostam do Bolsonaro! Tenho amigos que
detestam Bolsonaro! Tenho amigos que acreditam em tudo o que Lula diz! Tenho
amigos que consideram Lula o maior corrupto desse país!
Tenho amigos que não estão nem aí para Bolsonaro nem Lula,
nem para político algum!
Tenho amigos que professam religiões como a católica, as
protestantes, ou as espiritualistas. Tenho amigos que não acreditam em Deus.
Tenho amigos que não estão nem aí para a existência ou não de Deus!
Tenho amigos que são socialistas, outros são capitalistas,
outros são monarquistas, outros não estão nem aí para nada disso!
Tenho amigos que acreditam que a Terra é plana! Muitos
até!!! Tenho outros amigos que acreditam que ela é redonda...
Tenho amigos que são homofóbicos, tenho amigos que são
machistas, tenho amigas feministas, tenho amigos que não gostam de
homossexuais, tenho amigos homossexuais e bissexuais.
Então, que fique claro:
Meus amigos têm as suas próprias personalidades, as suas
próprias opiniões, as suas próprias formas de ser e de pensar, e nunca, jamais,
precisarão fingir que concordam com as minhas.
Mas quem deseja selecionar amigos pela opinião, pode me
excluir. Não posso fazer parte de gueto exclusivista.
Gosto de respeitar todas as ideias e formas de ser, por mais
divergentes que possam parecer. Sempre aprendo mais com isso.
Mas...
Essa nada mais é do que a minha opinião...
Forte abraço, amigos!
FORTE ABRAÇO!
COMPLEMENTO APÓS O RECEBIMENTO DE COMENTÁRIO DE AMIGOS:
Vou acrescentar um detalhe no texto, a partir da maravilhosa
intervenção de um amigo:
Realmente somos levados a querer "consertar"
opiniões que consideramos ridículas ou inaceitáveis, principalmente aquelas
cientificamente incorretas para o nosso conhecimento científico atual.
Poderíamos incluir aí a ideias dos
"terraplanistas", por exemplo, e outras tantas, como as polêmicas em
relação a ida do homem à Lua, a redução da população mundial pelos
"Iluminatis", a existência de um mundo espiritual onde todos estarão
após a morte, a própria existência ou não de Deus, o criacionismo versus o
evolucionismo e muitas outras.
Mas, por mais absurda que seja (PARA CADA UM DE NÓS) uma
dessas idéias, não sou da opinião de que devam ser ridicularizadas,
principalmente porque, mesmo em pleno século XXI, não acredito que tenhamos
conhecimento suficiente para saber o que é certo nem o que é errado em nada
disso! Apenas ACREDITAMOS que nosso modelo científico atual é muito mais
correto do que os anteriores. Mas anteriormente todos os cientistas também
achavam o mesmo do seu modelo e ridicularizavam os anteriores!
Lembro, por exemplo, que em 1976 participei de um debate
numa universidade em Melbourne onde se discutiam ideias absurdas emitidas pelos
"visionários" filósofos gregos, entre eles Aristóteles e sua ideia
sobre o coração como elemento principal da personalidade humana.
Hoje, mais de 40 anos depois, o HearthMath Institute e mais
alguns ouotros Centros de Neurociências estão no caminho de comprovar
Aristóteles e, além disso, dar um verdadeiro nó na mente das pessoas que precisam
de transplante de coração! Já que o coração parece ser a pessoa, e não o corpo
e o cérebro! Ou seja: onde está a ideia ridícula aí? Em Aristóteles ou nos
cientistas do HearthMath Institute e demais institutos de neurociência?
Por isso, minha opinião (MINHA, QUE PODE SER COMBATIDA À
VONTADE) é a seguinte:
Se uma elaboração de uma opinião contraria completamente a
minha forma de ver aquele assunto, eu não só respeito a pessoa que a elabora,
mas também procuro respeitar a própria opinião, no sentido de entender e
compreender todas as premissas que levaram aquela pessoa a elaborar tal ideia
que, para mim, pode ser ridícula.
Assim fazendo, em vez de simplesmente ignorar por achar
absurda, eu poderei tentar encontrar as premissas incorretas utilizadas por
esse indivíduo e, assim, poderei tentar convencê-lo a achar as premissas certas
e mudar sua opinião.
Mas, mais importante ainda: Eu poderei encontrar, em seus
argumentos, premissas que eu nem sequer sabia da sua existência, e com isso
poderei atualizar meus conceitos em relação aquele opinião.
Ou seja: Para mim todas as opiniões, por mais absurdas que
seja, foram elaboradas em premissas que podem estar incorretas ou não, e assim,
analisando e consertando as premissas (educando o pensador), poderemos convencê-lo
mais facilmente de seus erros.
Mas para isso temos que compreender a sua forma de pensar e
isso, para mim, só se consegue, respeitando as opiniões até que sejam
encontrados os erros de argumentação.