Sim! Essa é uma pergunta comum, em quase todas as escolas,
depois que as leis educacionais determinaram a inclusão escolar!
Vamos analisar?
Parte da sociedade começou a perceber que deficientes são
gente igual a nós e que têm os mesmos direitos.
Outra parte continua desprezando quem não se enquadra na
normalidade, considerando-se, talvez, imune a qualquer doença, acidente ou
coisa parecida.
Por causa dessa outra parte acaba sendo necessário o
estabelecimento de leis específicas, para que a obrigação moral passe a ser,
também, oficialmente, obrigação legal!
Assim, todas as escolas regulares passaram a ser obrigadas a
aceitar, em suas turmas, alunos deficientes e, de acordo com os próprios documentos
legais, obrigadas a garantir a sua aprendizagem real, visando a sua autonomia
futura.
Para isso as escolas devem adaptar currículos e/ou
conteúdos, adaptar tarefas e avaliações, e criar estratégias de ensino
apropriadas e inclusivas.
Temos observado que algumas escolas já estão se atualizando
para essa nova fase da educação no país, enquanto outras procuram, de todas as
formas possíveis, evitar ter, em suas turmas, qualquer tipo de aluno, que não
se enquadre no padrão desejado, de desenvolvimento intelectual, ou de
capacidade cognitiva.
Quanto a essas que não se enquadram, só mesmo com aplicação
de multas pesadas e enquadramento de seus dirigentes e professores em
desobediência à legislação, poderão mudar o seu perfil de total desrespeito ao
ser humano com algum tipo de dificuldade intelectual, cognitiva, psíquica ou
emocional.
Mas vamos às escolas que decidiram respeitar o outro, e que
estejam se atualizando, dentro de suas possibilidades e limitações.
Essas mudaram a metodologia das aulas, criando metodologias
que permitam a eficácia da inclusão, como a de Dinâmica Grupal que adotamos em
nosso colégio.
Mas, mesmo com essas novas metodologias, ainda há alguma
dificuldade quando o aluno incluído, já adolescente, não está ainda
alfabetizado.
Dois desafios:
Como fazer com que ele aprenda os conteúdos das matérias, se
ele não lê nem escreve?
Como alfabetizá-lo, se os professores dessa etapa da
educação básica não estão preparados para isso?
A resposta à primeira pergunta é simples: ele terá o ensino
de forma oral, fará as atividades oralmente e assim será avaliado. Estando em
grupo, seus próprios colegas o ajudarão no entendimento e na realização das
tarefas.
A resposta à segunda, para ter mais eficácia, necessita de
duas etapas:
Embora não esteja especificado nos documentos legais, o
ideal é alfabetizá-lo no turno oposto, por um profissional especialista em
alfabetização, para que, em breve, sua aprendizagem comece a passar de oral
para leitura e escrita.
Os professores regulares, licenciados, devem ter uma boa
noção do processo de alfabetização, para que possam utilizar em sala,
acelerando a sua evolução na aprendizagem.
Como esse fato não é incomum, precisamos que:
Sempre tenhamos, na escola, profissionais alfabetizadores,
para poderem realizar essa tarefa com os alunos adolescentes, no contra-turno.
Os conceitos básicos e as noções mais importantes do
processo de alfabetização sejam ensinados a todos os profissionais de educação,
não apenas para alfabetizadores, o que facilitará, em muito, o desenvolvimento
da aula inclusiva, independentemente dos incluídos serem neurotípicos,
autistas, TDAHs ou com qualquer tipo de bloqueio ou deficiência.
Esse trabalho poderá ser realizado por profissionais
especializados em alfabetização e letramento, durante os trabalhos de Formação
Continuada de todas as escolas.
Esse conhecimento básico de alfabetização e letramento
ajudará o professor licenciado a entender as razões pelas quais muitos de seus
alunos não conseguem interpretar os textos de sua matéria.
Além disso ele poderá criar estratégias de ensino que
compensem essa falha e, ao mesmo tempo, ou passe exercícios que ajudarão o
aluno a desenvolver seu letramento, ou o encaminhe a um profissional de
letramento no turno oposto às aulas.
Essa é a única forma de pararmos de DEFORMAR alunos, em vez
de FORMÁ-LOS.
Analisem e vamos à luta, porque se formos esperar que essas
decisões venham de cima para baixo, elas chegarão, possivelmente, deformadas...
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