terça-feira, 14 de julho de 2009

Imparcialidade, uma virtude difícil de alcançar!

Essa mensagem é para vocês refletirem um pouco e envarem suas opiniõe a respeito:

Se existe uma virtude difícil de alcançar é a imparcialidade! A todo momento, se não estivermos bem atentos ao nosso próprio processo de raciocínio, embarcamos numa opinião "montada pela mídia" e, muitas dessas vezes, sem sequer dar importância a falsidade dos argumentos apresentados!

No trabalho de educação sou muito insistente junto aos professores no sentido de tentarem ser o mais imparcial possível, evitar e impedir todo tipo de discriminação, montar seus argumentos com muito cuidado, analisar sem preconceitos todas as opiniões diferentes das deles, principalmente as contrárias e tudo o mais.

Mas falar ou mesmo saber qual o procedimento certo não é suficiente! É necessário agir com essa racionalidade para obter os resultados que se deseja!
Em assuntos como futebol, religião e política, por exemplo, as pessoas conseguem alcançar o seu mais elevado grau de intolerância para com as opiniões contrárias! Em religião, então, mata-se com justificativas divinas...

Proponho que os jornais e as revistas semanais passem a ser analisados em sala de aula, na tentativa de se criar uma mentalidade verdadeiramente questionadora, iniciando com a identificação dos erros graves de parcialidade que muitos jornalistas tem no trato com as matérias.

Mas é importante que, antes de iniciarmos tal processo, cada um de nós tente encontrar, nessas notícias, o ponto em que poderíamos estar sendo manipulados e o ponto em que não aceitamos como verdade por estarmos intolerantes até para raciocinar e contra-argumentar!

Um exemplo interessante de manipulação pela mídia aconteceu agora com os principais elementos da mídia escrita e televisiva ignorando uma premiação importantíssima do presidente. Não podemos ignorar os fatos negativos como a corrupção, os desvios de verba, o enriquecimento ilícito, o acobertamento de transgressões graves que ocorrem a todo tempo em diversos setores da sociedade, mas também nãpo podemos ignorar os fatos positivos, para não acabar sendo conhecido como o único povo que dá mais valor que é de fora e despreza o que é de seu próprio país.

Lembro-me que meus vizinhos ingleses, quando eu morava no sul da Inglaterra, reclamaram quando eu os ofereci água mineral Perrier (francesa), sugerindo que eu passasse a comprar a inglesa mesmo ou trouxesse a brasileira, mas francesa não... Ou seja: mesmo sabendo que Perrier é a melhor água mineral do mundo, eles fazem questão de prestigiar o produto deles! E nós?

A propósito disso e até para exemplificar o que falei, aqui vai um texto que acabo de receber sobre essapremiação importantíssima recebida por Lula e ignorada pela nossa mídia:

O terxto foi enviado por Ricardo Kotscho:

Prêmio de Lula orgulha o País, mas imprensa esconde

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu ontem à noite, em
Paris, o prêmio Félix Houphouët-Boigny concedido pela Unesco
(Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a
cultura).

Presidido por Henry Kissinger, ex-secretário de Estado dos Estados
Unidos, o júri premiou Lula "por sua atuação na promoção da paz e da
igualdade de direitos".

Não é um premiozinho qualquer. Entre as 23 personalidades mundiais que
receberam o prêmio até hoje _ anteriormente nenhum deles brasileiro _
, estão Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul, Yitzhak Rabin,
ex-premiê israelense, Yasser Arafat, ex-presidente da Autoridade
Nacional Palestina, e Jimmy Carter, ex-presidente dos Estados Unidos.

Secretário-executivo do prêmio, Alioune Traoré lembrou durante a
cerimonia na sede da Unesco que um terço dos vencedores anteriores
ganhou depois o Prêmio Nobel da Paz.

Pode-se imaginar no Brasil o trauma que isto causaria a certos setores
políticos e da mídia caso o mesmo aconteça com Lula.

Thaoré disse a Lula que, ao receber este prêmio, "o senhor assume
novas responsabilidades na história".

Mas nada disso foi capaz de comover os editores dos dois jornalões
paulistas, Folha e Estadão, que simplesmente ignoraram o fato em suas
primeiras páginas. Dos três grandes jornais nacionais, apenas O Globo
destacou a entrega do prêmio no alto da capa.

Para o Estadão, mais importante do que o prêmio recebido por Lula foi
a manifestão de dois ativistas do Greenpeace que exibiram faixas
conclamando Lula a salvar a Amazônia e o clima. "Ambientalistas
protestam durante premiação de Lula", foi o título da página A7 do
Estadão.

O protesto do Greenpeace foi também o tema das únicas fotografias
publicadas pela Folha e pelo Estadão. No final do texto, o Estadão
registrou que Lula pediu desculpas aos jovens ativistas, retirados com
truculência pela segurança, e "reverteu o constragimento a seu favor,
sendo ovacionado pelo público que lotava o auditório".

"O alerta destes jovens vale para todos nós, porque a Amaz}ônia tem
que ser realmente preservada", afirmou Lula em seu discurso, ao longo
do qual foi aplaudido três vezes quando pediu o fim do embargo a Cuba
e a criação do Estado palestino, e condenou o golpe em Honduras.

"Sinto-me honrado de partilhar desta distinção. Recebo esse prêmio em
nome das conquistas recentes do povo brasileiro", afirmou Lula para os
convidados das Nações Unidas.

A honraria inédita concedida a um presidente brasileiro, motivo de
orgulho para o país, também não mereceu constar da escalada de
manchetes do Jornal Nacional. A notícia da entrega do prêmio no
principal telejornal noturno saiu ensanduichada entre declarações de
Lula sobre a crise no Senado e o protesto do Greenpeace.

É verdade que ontem foi o dia do grande show promovido nos funerais de
Michael Jackson, mas também ganhou destaque na escalada e no
noticiário a comemoração pelos quinze anos do Plano Real (tema tratado
neste Balaio na semana passada) promovida no plenário do Senado, em
que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso aproveitou para atacar
Lula.

Diante da manifesta má-vontade demonstrada pela imprensa neste
episódio da cobertura da entrega do Prêmio da Unesco, dá para entender
porque o governo Lula procura formas alternativas para se comunicar
com a população fora da grande mídia.

Muitas vezes, quando trabalhava no governo, e mesmo depois que saí,
discordei dele nas críticas que fazia à atuação da imprensa, a ponto
de dizer recentemente que não lia mais jornais porque lhe davam azia.

Exageros à parte, mesmo que esta atitude beligerante lhe cause mais
prejuízos do que dividendos, na minha modesta opinião, o fato é que
Lula não deixa de ter razão quando se queixa de uma tendência da nossa
mídia de inverter a máxima de Rubens Ricupero, aquele que deu uma
banana para os escrúpulos.

"O que é bom a gente esconde, o que é ruim a gente divulga", parece
ser mesmo a postura de boa parte dos editores da nossa imprensa com um
estranho gosto pelo noticiário negativo, priorizando as desgraças e
minimizando as coisas boas que também acontecem no país.

Valeu, Lula. Parabéns!

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