sexta-feira, 2 de abril de 2010

Pulseiras do sexo

Iniciado o ano escolar verifiquei que uma grande parte das meninas estava utilizando as pulseirinhas coloridas do sexo. Todas diziam a mesma coisa: "eu sei o significado, mas uso porque acho bonitinhas..."

A bijuteria polêmica, hoje utilizada por grande parte das meninas, está servindo apenas para mostrar o caminho que as famílias estão apontando para suas filhas seguirem. Mais tarde, quando constatarem o erro cometido, esses pais vão culpar a todos: mídia, sociedade, televisão... mas nunca assumirão que a maior parte da culpa é deles mesmos, por terem se descuidado totalmente da educação correta, dos limites e da afetividade que evitaria toda e qualquer atitude de revolta ou de preenchimento de carências...

A bijuteria é composta de pulseiras coloridas, cada cor significando uma atitude que a menina se compromete a realizar com o rapaz que a arrebentar. Ou seja: ela nem precisa mais se preocupar em "paquerar" ninguém. Ela apenas anda com as pulseiras para que qualquer rapaz interessado arrebente aquela que significa o ato que ele deseja realizar com ela.

Como a maioria das escolas já está proibindo o uso dessas pulseiras, as meninas estão mudando as formas delas, mas sempre com os mesmos significados, ligados às suas cores.

Para os pais desavisados aqui vai o significado das "ingênuas pulseiras":

Amarelo: dar um abraço no rapaz
Laranja: dentadinha do amor
Roxa: beijo de língua
Cor-de-rosa: mostrar os seios
Vermelha: fazer lap-dance
Azul: fazer sexo oral no rapaz
Verde: chupão no pescoço
Preta: fazer sexo
Dourada: todas as opções

No "A Tarde" de quinta feira passada é apresentada a reportagem sobre uma menina de 13 anos, em Londrina, no Paraná, que, segundo o jornalista, foi estuprada por quatro rapazes, três menores e um com 18 anos.

Ela estava no ponto de ônibus usando as pulseiras quando quatro rapazes apareceram, romperam sua pulseira de cor preta ou dourada e cobraram: "Vai ter que pagar, vai ter que pagar" e, ainda segundo o jornalista, foi "constrangida" a ir a casa de um deles.

Esse é exatamente o acordo tácito que está sendo feito entre as meninas que utilizam tais pulseiras e todos os rapazes que tenham algum desejo sexual para com elas. Esses rapazes apenas cumpriram o que ela estava desejando de forma clara, a menos que ela não soubesse o significado do que estava fazendo. Mas ela mesma relatou que sempre soube o seu significado.

Segundo o delegado que acompanhou o caso, a menina foi para casa de um deles e, durante o ato sexual com dois, tentou resistir, sofrendo escoriações pelo corpo, mas isso depois de estar lá. Os meninos estão na Vara da Infância e Juventude e o que completou 18 anos está indiciado por estupro.

O termo "estuprada" está juridicamente correto, já que a lei não considera a possibilidade de uma menina com menos de quatorze anos ser a responsável pelo ato sexual, mesmo o tendo provocado. Ela é considerada legalmente ingênua... Mas o caso merece uma atenção especial, não jurídica, porque a lei é clara, mas moral. Será que os meninos são realmente culpados de algum tipo de crime (juridicamente não há dúvida) ou será que eles estão sendo levados a isso por provocações cada vez mais claras, a todo momento e em todo lugar?

Na maioria dos colégios os meninos estão sendo insistentemente provocados pelas meninas, não só com o artifício das pulseiras, mas também com outras atitudes, algumas bem claras e outras mais disfarçadas.

A necessidade dessas provocações deve-se ao fato de que a maioria dos meninos gosta e se dedica muito aos jogos, esportes, leituras, estudos e, de vez em quando, também às meninas.

No caso da maioria das meninas, temos observado que a dedicação está sendo quase que exclusivamente aos meninos...

Então, para provocar mais ainda, os meninos que resistem estão sofrendo uma espécie de bullying, sendo "tachados" de gays. Aqueles que não querem ser vistos dessa forma preferem fazer o jogo delas e levar adiante a provocação.

Nas dependências das escolas elas se sentem seguras em relação às consequências mais graves, como o ocorrido com a menina do Paraná, mas mesmo assim não deixam de usar o mesmo artifício no caminho de casa, abrindo espaço para o ocorrido em Londrina.

A Justiça de Londrina proibiu a venda e o uso de tais pulseiras e, caso haja reincidência no uso, os pais poderão ser punidos por crime, com pena de quinze dias a seis meses de detenção. Ou seja: os pais estão tão desligados de suas funções orientadoras e limitadoras que a justiça terá que puni-los para que aprendam a educar suas filhas. Que maravilha...

Eu puniria, sim, os meninos, mas para que eles aprendessem a evitar relacionamentos inseguros com meninas sem que saibam a procedência, seus costumes e seus relacionamentos anteriores, por menos idade que possa ter.

Mas puniria com muito mais dureza os pais da menina, por estarem contribuindo para a criação de mais uma futura mulher infeliz e eternamente insatisfeita. Essa futura mulher infeliz será a consequência natural desse descaso dos pais com a sua educação ou, quem sabe, a tradicional "falta de tempo" para cuidar de seus filhos... Afinal o dinheiro, o trabalho e o lazer são muito mais importantes do que "educar filhos"... Deixa essa coisa para as escolas... Afinal estamos pagando para isso... As escolas que "se virem"...

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