Mais uma vez sou levado a comentar sobre um assunto que continua sem solução: A proibição do trabalho infantil.
Podemos iniciar assistindo ao maravilhoso vídeo "Criança não trabalha" que foi assistido por muitas crianças na época e que apareceu novamente nesses dias.
Mas logo depois peço para refletirem sobre alguns pontos:
O vídeo é lindo, sou também contra a EXPLORAÇÃO DO MENOR, mas vamos analisar o que é exploração; o que é dar oportunidade a esse menor; e o que é não dar oportunidade legal a esse menor:
1. Antigamente os jornais empregavam crianças para a entrega diária nas residências (como até hoje é feito nos Estados Unidos e na Europa) e isso não era considerado crime. Por que esse trabalho não pode mais ser feito no Brasil?
2. Antigamente as empresas e os técnicos empregavam menores como aprendizes. Esses menores seriam futuros profissionais naquelas áreas. Hoje as empresas que fizerem isso serão punidas como exploradoras de menores, a não ser que essas empresas sejam as emissoras de TV e as empresas de publicidade, que mostram menores trabalhando todos os dias sem que sejam sequer citadas como exploradoras...
3. Nenhuma empresa legalmente constituída pode dar oportunidade de emprego a nenhum menor, já que essa oportunidade será considerada como exploração.
4. Como não encontra emprego em empresa legalmente constituída o menor que não tem como se alimentar vai comer como?
5. As autoridades que resolveram proibir as empresas de empregar menores resolveram a situação das famílias desses menores ou deram apenas uma bolsa família que acaba viciando a família à acomodação e ao desinteresse pela educação e pelo desenvolvimento de seus filhos?
6. O menor abandonado, que não tem família, que não tem como se alimentar e que não pode se empregar como aprendiz junto a uma oficina, uma pequena fábrica, uma chácara, um criatório de peixes, etc., vai conseguir escapar de arranjar emprego no crime organizado?
7. Por que razão não parece haver nenhum interesse em resolver o problema real, que é a falta de oportunidade real para todos por meio do ensino de qualidade em todas as escolas públicas desse país?
sábado, 23 de março de 2013
domingo, 17 de março de 2013
IUPE Educação: Treinando a empatia do educador
Amigos, o nosso assunto de hoje está ligado ao início do ano letivo e aquela dificuldade que alguns professores têm em entrar em contacto com a turma e se sentir apoiado ou se sentir aceito, por uma turma nova de alunos.
Reflitam sobre isso e escreva, Mandem sugestões e críticas.
Isso ocorre com muita frequência em turmas de Educação Infantil e Ensino Fundamental I, principalmente quando o professor do ano anterior foi muito bem aceito pelos seus alunos.
É muito difícil que todos os alunos, logo de início, aceitem o novo professor. Há que haver empatia docente!
Mas como se constrói essa empatia? Como se constrói essa possibilidade do aluno gostar do professor, aceitar o professor, e assim as aulas fluírem de forma positiva?
Antes de mais nada nós temos que entender como se dá a nossa comunicação.
Como é essa forma de nós nos comunicarmos?
A forma de nós nos comunicarmos é através da fala e da linguagem corporal, mas além disso, para complementar essas duas linguagens, existe a linguagem do pensamento.
E essa é fundamental. Essa é primordial para que a nossa fala e a nosso linguagem corporal seja bem aceita pelos alunos.
Tudo será muito bem aceito pelos alunos, se sua mensagem verbal e corporal coincidir com a mensagem que está sendo captada da sua energia, das ondas do seu pensamento, produzidas pela sua mente.
Sabemos que ao elaborarmos a nossa fala, antes de essa elaboração chegar à área de Broca, que é exatamente a área que vai comandar os músculos do aparelho fonador, para sair a fala, e para ajudar na elaboração da linguagem corporal, a mensagem, já está produzida, e sintetizada em pulsos elétricos, ou seja, a mensagem já é uma onda do pensamento, que vai sair da nossa mente e entrar na mente daquelas pessoas que estão nos ouvindo.
Isso, em outras palavras, chama-se telepatia.
Como nós poderemos comandar essas ondas do nosso pensamento para que elas atinjam, de forma positiva, os nossos alunos?
Temos que lembrar que o ponto de partida é o gostar. O gostar de todos os nossos alunos!
Há professores que dizem que, isso na teoria é muito fácil, mas na prática é quase impossível!
E por falar nisso é bom acabarmos, de vez, com essa história de que as coisas na teoria são ótimas, mas na prática são diferentes, porque isso é para quem não quer se dar ao trabalho de se esforçar e conseguir fazer da teoria a sua prática.
Vejo, infelizmente, muitos colegas se acomodarem à mediocridade daquilo que fazem e não desejarem fazer qualquer esforço para conseguir alcançar os resultados que outros conseguem.
O processo é simples.
Começa com o olhar para cada aluno e procurar sentir que gosta de cada um deles. Não interessa se é um aluno malcriado, irritante, agressivo, principalmente porque todas essas características negativas são consequências de alguma programação incorreta feita em sua mente.
Cabe a nós tentar encontrar esse mau programador e tentar modificá-lo. Isso estaremos fazendo mais tarde por meio do "Treinamento Parental".
Mas cabe também a nós, a tentativa de refazer essa programação, como fazem os hackers, tentando modificar a programação original, de forma a consertá-la.
O professor deve ser, então, um hacker, atuando no computador interno da mente de cada aluno.
E essa atuação é realizada por meio da sua empatia, aquela empatia treinada a partir do gostar de cada aluno!
Para entender bem, é bom forçar um pouco a mente para ver que não há como não gostar de alguém. Podemos não gostar das atitudes dessa pessoa, mas ela, por dentro, é essencialmente boa. Todos são.
Há quem diga: Ah! Isso é impossível. Nem de pessoas da família conseguimos gostar...
Não é gostar naturalmente, mas sim treinar gostar!
Todas as pessoas são dignas do nosso amor. Nós só precisamos fazer isso treinando diariamente.
Olhe para o aluno uma vez. Olhe a segunda vez, a terceira, a quarta, etc... Até conseguir separar suas atitudes de seu eu, e aí gostar dele.
Já houve alunos que eu tive que olhar cinco ou mais vezes para conseguir gostar, mas olhei todas essa vezes até separar sua capa de seu interior e acabar gostando.
E na hora que você gosta tem início o processo de transmissão empática, que alcança o aluno e faz com que ele melhore a relação com você, com sua matéria e com a própria vida dele.
Assim ele estará pronto para estar disposto a aprender sempre. Esse é o seu papel.
Todo esse processo depende de nós.
Nós temos que mudar a má programação dessas mentes, porque se nós não fizermos, quem fará?
Então, professor, está na hora de treinar "gostar" de todos os seus alunos, o tempo todo, mas lembrar que gostar é dar amor e limites, os dois ao mesmo tempo.
Lembremos que quando a criança ou o adolescente sente que há controle sobre ele, vem junto a percepção de que alguém se preocupa com ele. Isso é positivo.
Dar afeto significa controlar, definir normas, definir regras, estipular prazos para tarefas e trabalhos.
Há professores que pensam estar atendendo aos anseios do aluno quando terminam seu assunto antes do término da aula e deixam os alunos à vontade.
O aluno se sente abandonado e desimportante! Embora não declare isso, mas no fundo essa é a verdade.
O tempo deve ser todo aproveitado para tarefas, trabalhos, atividades e o professor deve estar todo o tempo observando e atendendo a todos, gostando e determinando tarefas, gostando e estipulando prazos, gostando e dando a bronca, gostando e punindo, e assim por diante.
É assim que, além de cativar o aluno, consegue-se o aprendizado real.
Vamos, então, aproveitar esse início de ano letivo, para elaborar esse processo de conquista do aluno, para que você se sinta feliz e todos se sintam felizes, facilitando bastante o nosso trabalho.
Depois conversaremos sobre treinamento parental.
Por enquanto é refletir sobre o nosso papel diretamente ligado ao aluno, como se ele não tivesse família.
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