domingo, 17 de março de 2013

IUPE Educação: Treinando a empatia do educador

Amigos, o nosso assunto de hoje está ligado ao início do ano letivo e aquela dificuldade que alguns professores têm em entrar em contacto com a turma e se sentir apoiado ou se sentir aceito, por uma turma nova de alunos.
Isso ocorre com muita frequência em turmas de Educação Infantil e Ensino Fundamental I, principalmente quando o professor do ano anterior foi muito bem aceito pelos seus alunos.
É muito difícil que todos os alunos, logo de início, aceitem o novo professor. Há que haver empatia docente!
Mas como se constrói essa empatia? Como se constrói essa possibilidade do aluno gostar do professor, aceitar o professor, e assim as aulas fluírem de forma positiva?
Antes de mais nada nós temos que entender como se dá a nossa comunicação.
Como é essa forma de nós nos comunicarmos?
A forma de nós nos comunicarmos é através da fala e da linguagem corporal, mas além disso, para complementar essas duas linguagens, existe a linguagem do pensamento.
E essa é fundamental. Essa é primordial para que a nossa fala e a nosso linguagem corporal seja bem aceita pelos alunos.
Tudo será muito bem aceito pelos alunos, se sua mensagem verbal e corporal coincidir com a mensagem que está sendo captada da sua energia, das ondas do seu pensamento, produzidas pela sua mente.
Sabemos que ao elaborarmos a nossa fala, antes de essa elaboração chegar à área de Broca, que é exatamente a área que vai comandar os músculos do aparelho fonador, para sair a fala, e para ajudar na elaboração da linguagem corporal, a mensagem, já está produzida, e sintetizada em pulsos elétricos, ou seja, a mensagem já é uma onda do pensamento, que vai sair da nossa mente e entrar na mente daquelas pessoas que estão nos ouvindo.
Isso, em outras palavras, chama-se telepatia.
Como nós poderemos comandar essas ondas do nosso pensamento para que elas atinjam, de forma positiva, os nossos alunos?
Temos que lembrar que o ponto de partida é o gostar. O gostar de todos os nossos alunos!
Há professores que dizem que, isso na teoria é muito fácil, mas na prática é quase impossível!
E por falar nisso é bom acabarmos, de vez, com essa história de que as coisas na teoria são ótimas, mas na prática são diferentes, porque isso é para quem não quer se dar ao trabalho de se esforçar e conseguir fazer da teoria a sua prática.
Vejo, infelizmente, muitos colegas se acomodarem à mediocridade daquilo que fazem e não desejarem fazer qualquer esforço para conseguir alcançar os resultados que outros conseguem.
O processo é simples.
Começa com o olhar para cada aluno e procurar sentir que gosta de cada um deles. Não interessa se é um aluno malcriado, irritante, agressivo, principalmente porque todas essas características negativas são consequências de alguma programação incorreta feita em sua mente.
Cabe a nós tentar encontrar esse mau programador e tentar modificá-lo. Isso estaremos fazendo mais tarde por meio do "Treinamento Parental".
Mas cabe também a nós, a tentativa de refazer essa programação, como fazem os hackers, tentando modificar a programação original, de forma a consertá-la.
O professor deve ser, então, um hacker, atuando no computador interno da mente de cada aluno.
E essa atuação é realizada por meio da sua empatia, aquela empatia treinada a partir do gostar de cada aluno!
Para entender bem, é bom forçar um pouco a mente para ver que não há como não gostar de alguém. Podemos não gostar das atitudes dessa pessoa, mas ela, por dentro, é essencialmente boa. Todos são.
Há quem diga: Ah! Isso é impossível. Nem de pessoas da família conseguimos gostar...
Não é gostar naturalmente, mas sim treinar gostar!
Todas as pessoas são dignas do nosso amor. Nós só precisamos fazer isso treinando diariamente. 
Olhe para o aluno uma vez. Olhe a segunda vez, a terceira, a quarta, etc... Até conseguir separar suas atitudes de seu eu, e aí gostar dele.
Já houve alunos que eu tive que olhar cinco ou mais vezes para conseguir gostar, mas olhei todas essa vezes até separar sua capa de seu interior e acabar gostando.
E na hora que você gosta tem início o processo de transmissão empática, que alcança o aluno e faz com que ele melhore a relação com você, com sua matéria e com a própria vida dele.
Assim ele estará pronto para estar disposto a aprender sempre. Esse é o seu papel.
Todo esse processo depende de nós.
Nós temos que mudar a má programação dessas mentes, porque se nós não fizermos, quem fará?
Então, professor, está na hora de treinar "gostar" de todos os seus alunos, o tempo todo, mas lembrar que gostar é dar amor e limites, os dois ao mesmo tempo.
Lembremos que quando a criança ou o adolescente sente que há controle sobre ele, vem junto a percepção de que alguém se preocupa com ele. Isso é positivo.
Dar afeto significa controlar, definir normas, definir regras, estipular prazos para tarefas e trabalhos.
Há professores que pensam estar atendendo aos anseios do aluno quando terminam seu assunto antes do término da aula e deixam os alunos à vontade.
O aluno se sente abandonado e desimportante! Embora não declare isso, mas no fundo essa é a verdade.
O tempo deve ser todo aproveitado para tarefas, trabalhos, atividades e o professor deve estar todo o tempo observando e atendendo a todos, gostando e determinando tarefas, gostando e estipulando prazos, gostando e dando a bronca, gostando e punindo, e assim por diante.
É assim que, além de cativar o aluno, consegue-se o aprendizado real.
Vamos, então, aproveitar esse início de ano letivo, para elaborar esse processo de conquista do aluno, para que você se sinta feliz e todos se sintam felizes, facilitando bastante o nosso trabalho.
Depois conversaremos sobre treinamento parental.
Por enquanto é refletir sobre o nosso papel diretamente ligado ao aluno, como se ele não tivesse família.
Reflitam sobre isso e escreva, Mandem sugestões e críticas.

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