Você me pergunta sobre o sentido da vida, Kátia.
Isso é bom, principalmente nessa sua idade, entrando na
adolescência.
Tudo começa na observação dos caminhos para o entendimento
de nosso eu interior.
Observação essa que precisa menos dos olhos abertos e mais
da imaginação.
Aquela imaginação cuja imensa capacidade todos nós tivemos, embora
ainda na mais tenra infância, mas que devemos nos esforçar para manter, por
toda a adolescência.
Aos poucos, logo após a adolescência, as duras realidades da
vida começam a nos ser apresentadas e, por causa delas, começamos a nos
desprender dessa maravilhosa fase da imaginação.
Quando crianças e adolescentes olhamos para a vida, ao nosso
redor, e a enfeitamos com uma criatividade que, na vida adulta, muitos procuram
por toda a parte, mas poucos conseguem encontrar!
Nossa visão de mundo, desde o nascimento, foi sendo
construída com uma mistura do real apresentado, com a fantasia incorporada em
nossas memórias.
Mas essa mistura era entendida como verdade, trazendo um entendimento
muito claro da vida.
Até os sonhos representavam a própria realidade vivenciada
dessa forma.
Na adolescência, essa integração entre o real e o fantasiado,
começa a incorporar novos sentidos para tudo e, principalmente para o amor.
As estradas e os desvios começam a ficar mais complexos e
mais confusos.
Algumas das suas amigas procurarão buscar a pressa no entendimento
e, naturalmente, escolherão caminhos, quase que automáticos e padronizados, para
sua adolescência e, claro, acabarão solidificando tal automatismo para toda a
vida.
Robotizarão suas satisfações e, assim, passarão a vegetar
alegremente, colecionando “alegrias temporárias” e, acreditando que isso se
chama felicidade.
Essas “passarão” pela vida, sem perceber que não viveram.
Para outras, como você, por exemplo, a evolução traz a curiosidade
no entendimento sobre si mesma, juntamente com a busca de um sentido para a vida.
Nessa fase, ainda adolescente, você consegue fazer evoluir a
fantasia infantil e incorporá-la aos seus próprios questionamentos de vida.
Por vezes você procurará fugir das respostas prontas para
tudo, oferecidas a você, da mesma forma como eram mostradas as sombras,
projetadas na parede da Caverna de Platão.
Essas sombras, que passarão a ser as únicas realidades daquelas
que se robotizaram, nada significará para você.
Seus questionamentos frequentes mostram que você busca mais
significados para o mesmo fato, o mesmo objeto, o mesmo sentimento e a mesma
emoção.
A sua busca está no caminho certo, já que seu foco são os
sentidos mais sublimes, as verdades mais escondidas, as emoções ainda não
percebidas, que constituem os significados maiores da própria sensação de felicidade.
Mas não os busque fora de você, porque toda essa essência
está muito bem guardada no interior de você mesma.
As suas buscas e as suas descobertas devem ser o resultado
de uma permanente garimpagem pelo interior de você mesma.
A cada momento surgirá mais um pouco dessa essência, que vai
se iluminar e se transformar em você mesma.
Cada célula de seu corpo passará a vibrar, como uma célula
de energia trazendo, para você, a sensação de satisfação, prazer e plenitude
que muitas pessoas não sabem sequer que existe.
Mas isso é só o começo!
Essa sensação, por maior que seja, não supera a que você sentirá,
nos momentos em que se perceber compartilhando essa essência com as pessoas que
você ama, conseguindo levar um pouco de felicidade para cada uma delas.
Esse, sim, é o verdadeiro sentido de sua vida, o sentimento
de poder compartilhar a estrada da felicidade!
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