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de quatrocentos anos antes de Cristo um general chamado Sun Tzu escreveu uma
obra de recomendações ao Príncipe, chamada “A Arte da Guerra”.
Entre
as recomendações estavam as que mostravam como dominar, explorar, iludir, desrespeitar
e roubar o povo e, ao mesmo tempo fazer com que esse mesmo povo ame-o, adore-o
e, em alguns casos até divinize-o!
No
século XVII um padre jesuíta, Baltasar Gracián, escreveu “A Arte da Prudência”,
com recomendações semelhantes, só que essas para as pessoas que desejarem “subir
na vida” sem escrúpulos, ou seja, sem se preocupar com qualquer tipo de comportamento
ético.
As
duas obras parecem terem sido escritas hoje, já que o comportamento das pessoas
continua exatamente igual e a facilidade com que se manipula seus pensamentos e
vontades é a mesma!
Vemos
isso claramente e diariamente ser feito pela principal rede de TV do nosso
país.
Ela
achou que Collor seria um bom aliado e criou o “Caçador de Marajás”! Ela
convenceu o povo que o elegeu com grande maioria de votos!
Collor
não cumpriu a promessa que fez a Roberto Marinho porque tinha a pretensão de
criar a sua própria rede nacional de TV a partir de uma emissora de Curitiba.
Por
causa disso ela, a Globo, fez aparecer para o povo, a corrupção governamental que
sempre existiu e continua existindo, como coisa exclusiva do Governo Collor.
Criou
os “adolescentes caras pintadas” e manipulou o povo de tal forma que o
impeachment do presidente foi inevitável!
Mas
por que estou falando disso? Porque quero chegar na educação e no processo de
manipulação negativa que está sendo feito pelo nosso sistema contra a
verdadeira educação nesse país.
Sabemos
todos que as famílias têm jogado toda a responsabilidade da educação em cima
dos professores e das escolas. Isso é verdade!
Mas
o que muita gente não está percebendo é que o sistema educacional, em vez de
procurar meios de treinar as famílias na educação de seus filhos, está se
aproveitando dessa inversão de papéis para punir, não as famílias que
abandonaram emocional e intelectualmente
seus filhos, mas punir os filhos, selecionando os melhores e excluindo os
piores ou os que apresentam algum tipo de dificuldade ou anomalia.
A
ideia básica é dar oportunidade apenas aos que já têm essa oportunidade, ou
seja, aqueles que nasceram em berço de ouro e tiveram todas as facilidades do
mundo para desenvolver seu conhecimento.
Esse
procedimento pode ser observado claramente em grande parte das escolas, tanto
públicas como particulares.
E
a manipulação feita pelo sistema faz com que as famílias não se deem conta
disso e acreditem que seus filhos sejam realmente inferiores aos filhos dos
Para
facilitar a análise vamos entender alguns casos reais:
Caso
1 em escola pública:
Adolescente,
dezesseis anos, desde pequeno apresentando elevadíssima capacidade intelectual,
inquieto em sala por não conseguir paciência para ouvir o professor ensinar
vagarosamente e repetidamente coisas que já está cansado de saber.
Sua
natural inquietação faz com que ele se negue a participar das aulas. Com isso
foi reprovado repetidamente por faltas e está, agora, em classe de Educação de
Jovens e Adultos, repetindo uma das séries do Ensino Fundamental I.
No
decorrer das “repetências” alguns professores mostraram que capacidade
intelectual ele tem, já que bastava dar-lhe um pequeno tempo para estudar e ele
tirava excelente nota em qualquer matéria.
Mas
a escola acredita que não pode deixar de seguir a determinação de reprovar quem
tem menos de setenta por cento de presenças.
Menino
reprovado e pais desesperados, mas não com o sistema educacional, mas sim com o
menino, que é logo rotulado como preguiçoso, relapso, relaxado, etc...
“A
escola deve estar certa.” – dizem os pais! “Meu filho é que está errado”.
Resultado:
O menino perde a autoestima e desiste de estudar.
Caso
2 em escola particular:
Pais
de adolescente leram que a escola X é a que mais aprova no vestibular, logo,
segundo a mídia, é a melhor escola da região. Como eles querem o filho na
Faculdade, matricularam nessa escola.
Os
professores chamam os pais e dizem que seu filho não veio de uma boa escola e
que ele está muito fraco em matemática.
A
solução que sugerem é a dos pais procurarem professores particulares
especializados, para que o menino pudesse alcançar o “nível da turma”.
Caso
o menino não alcançasse esse nível, teria que ser excluído, porque a escola só
aceita alunos do mesmo padrão de entendimento.
Isso
é real! Esse procedimento e essa declaração são comuns na maioria das escolas consideradas
como de 1ª linha!
Pais
ficam desesperados e desiludidos, não com a escola, mas sim com o seu filho,
achando que a escola está certa e que seu filho é que é um relapso, retardado,
relaxado, ou qualquer outra coisa do gênero!
“A
escola está certa! Meu filho é que está errado!” – dizem esses pais - “Eu
gastei “uma nota” para matriculá-lo na melhor escola e ele me decepciona
assim!”
Resultado:
O menino perde a autoestima e desiste de estudar.
Caso3
em escola pública:
Menina,
diagnosticada como disléxica, tem muita dificuldade em escrever, mas foi
conseguindo passar com muita dificuldade em todas as matérias, chegando ao
final do Ensino Médio.
Durante
toda a sua trajetória educacional descobriu-se amante da medicina, entendendo,
com muita facilidade, tudo o que está relacionado com a ciência médica.
Em
conversa com profissionais de medicina ela é facilmente confundida com médico
formado, tal a desenvoltura com que fala sobre tudo relacionado a essa ciência.
Nunca
a teremos como médica, já que ela não tem a menor condição de ser aprovada num
exame vestibular.
Nos
Estados Unidos temos a Pós Doutora Temple Grandin, professora universitária,
uma das grandes cientistas mundiais especializada em Ciência Animal, que embora
seja portadora de uma anomalia neurológica (Autista) foi encaminhada para a
Faculdade e hoje contribui para a ciência da mesma forma que essa nossa aluna
poderia vir a contribuir para a medicina.
A
Dra Temple Grandin não precisou fazer exame vestibular. O MEC, no Brasil, só
deixará a nossa aluna ser médica, se for aprovada nesse exame.
O
MEC deve estar certo. A aluna é que nasceu no país errado!
Esses
três relatos, todos verdadeiros, são apenas um pequeno exemplo do que está
ocorrendo em todas as nossas escolas.
Como
mudar?
A
solução é muito simples, mas precisa de muita dedicação e muito trabalho, por
isso muitos preferem acreditar que não há como mudar!
A
mudança começa na alteração do próprio conceito de educação verdadeira e também
no significado que desejamos dar ao verbo educar.
Nos
próximos artigos vamos analisar cada caso e de que forma podemos contribuir
para o sucesso de todos os nossos alunos, tenham eles as dificuldades ou
anomalias que tiverem.
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