PROFESSORA AGREDIDA
POR ALUNO EM SALA: ANÁLISE DE CASO
Ao receber o vídeo pela internet
e ler as reportagens mostrando que os pais do aluno ainda pretendem processar a
professora agredida e o colégio por deixarem seu filho traumatizado, a primeira
ideia que me veio à cabeça foi a de que esses pais nunca deveriam ter tido a
oportunidade de ter um filho sequer!
Bem! Essa ideia ainda continua
valendo, já que a total falta de educação, total falta de limites e total falta
de controle, tudo isso demonstrado pelo aluno, e visto em todos os telejornais,
aponta para a ausência completa de educação doméstica. Os pais deveriam ser processados
por serem os elementos responsáveis por essa formação.
Todos nós sabemos, ou deveríamos todos
saber, que Escola é o lugar onde se ensina o conhecimento e não o lugar onde se
educa o aluno! O lugar e o ambiente onde a criança e o adolescente precisam
receber a educação é o lar, a sua casa, recebendo educação da sua família.
Esse é o pensamento correto, mas
não é mais viável! Não podemos, infelizmente, acreditar que a escola poderá
exercer o seu papel de ensino de conhecimento sem levar em consideração de que
as crianças e os adolescentes estão sendo entregues às escolas sem qualquer
tipo de educação doméstica, sem qualquer tipo de limites e sem qualquer tipo de
ligação afetiva com seus pais.
Esse adolescente que espancou a
professora é apenas um exemplo dentre milhares de outros que, embora pertençam a
uma família de classe média, traz consigo uma imensa carência afetiva por
ausência de amor familiar.
Os pais podem estar até presentes
fisicamente nessa casa, mas estão totalmente ausentes afetivamente,
considerando que esse amor que está faltando nesse e em tantos outros lares, é
o amor composto pelo indivisível binômio AFETIVIDADE + LIMITES!
Então como exercer o papel de
educador numa realidade dessas, ou seja, como fazer uma sala de aula funcionar
se uma grande parte dos alunos é proveniente de realidades muito semelhantes ou
até piores do que a desse adolescente?
Nesse momento surge a necessidade
de se repensar o papel do professor. Hoje não somos mais professores. Nós
mesmos nos chamamos de educadores! E é verdade! Hoje o professor que não
assumir o papel de educador, não conseguirá ter domínio de classe nem em
classes pequenas, já que em todas elas existe a carência de afeto e limites
estampada nos rostos de muitos dos alunos.
A escola, os profissionais de
acompanhamento educacional (neuropedagogos e psicopedagogos), os coordenadores
e os professores devem assumir que necessitamos educar os alunos e também as
suas famílias, porque embora isso não seja tecnicamente da nossa
responsabilidade, jamais conseguiremos sucesso nas nossas funções sem exercer
essa função paralela!
Hoje vamos comentar apenas da
educação dos alunos. Em outra oportunidade falaremos da educação das famílias.
Então como exercer esse papel e
evitar acontecimentos como esse?
O primeiro passo é entender que,
para ter domínio de classe, o ponto inicial é conseguir conquistar a turma, ou
seja, a conquista do grupo social que está naquela sala. Essa conquista deve
ser com amor e rigor, ou seja: amor mais limites na dosagem certa.
O segundo passo é entender que
sempre haverá alunos discrepantes do grupo e que cada um deles merece ser
conquistado na sua individualidade.
A conquista da turma e a
conquista de cada aluno, individualmente, são os elementos fundamentais para
permitir que o domínio de classe comece a ser possível.
Mas para começar a perseguir essas
metas o professor deve, antes de procurar métodos e técnicas para isso,
entender que ele jamais conseguirá tais conquistas se não estiver gostando “de
verdade” de cada um dos alunos dessa sala. Observe bem o que eu disse: Gostar
de cada um dos alunos de sua sala. Todos sem qualquer exceção.
E quando houver algum, cujo
comportamento ou características tornarem esse gostar mais difícil, o professor
deve esquecer que esse aluno pertence a uma família qualquer e procurar
absorvê-lo, emocionalmente, como se fosse seu próprio filho.
Com esses dois passos e com essa
observação final eu garanto que a relação professor-aluno deixará de ser uma
relação de oponentes e passará a ser uma relação de parceria, onde o aluno
verá, no professor, um verdadeiro mestre, pronto a ajuda-lo na compreensão dos
assuntos e pronto para orientá-lo nos momentos em que precisar.
Se essa sala de aula tivesse sido
“construída” dentro dessa relação de parceria, jamais teríamos um fato dessa
natureza.
Recapitulando:
1º passo: Gostar de cada um dos
seus alunos;
2º passo: Conquistar o grupo (a
turma);
3º passo: Conquistar cada aluno
individualmente;
4º passo: Considerar cada aluno-problema
como seu próprio filho;
5º passo: Entender que o
professor é parceiro do aluno na busca do aprendizado e do sucesso.
Para cada passo desses há muitas
técnicas e métodos. Crie as suas com base na sua própria experiência de vida ou
inspire-se em filmes como “Escritores da Liberdade”, ou em livros como “Afetividade
na Educação” (tenho que aproveitar para fazer minha propaganda...).
Vamos publicar ainda:
1. Métodos
e técnicas para o exercício da conquista da turma e de alunos isolados,
individualmente.
2.Treinamento
parental de forma presencial e como alcançar os pais que não frequentam as
reuniões da escola.
Havendo dúvidas, críticas ou
sugestões, entrem em contato conosco pelo e-mail (robertoandersen@gmail.com) ou pelo
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