segunda-feira, 8 de outubro de 2012

IUPE Educação: Professora agredida por aluno em sala de aula: análise de caso


PROFESSORA AGREDIDA POR ALUNO EM SALA: ANÁLISE DE CASO

Ao receber o vídeo pela internet e ler as reportagens mostrando que os pais do aluno ainda pretendem processar a professora agredida e o colégio por deixarem seu filho traumatizado, a primeira ideia que me veio à cabeça foi a de que esses pais nunca deveriam ter tido a oportunidade de ter um filho sequer!

Bem! Essa ideia ainda continua valendo, já que a total falta de educação, total falta de limites e total falta de controle, tudo isso demonstrado pelo aluno, e visto em todos os telejornais, aponta para a ausência completa de educação doméstica. Os pais deveriam ser processados por serem os elementos responsáveis por essa formação.

Todos nós sabemos, ou deveríamos todos saber, que Escola é o lugar onde se ensina o conhecimento e não o lugar onde se educa o aluno! O lugar e o ambiente onde a criança e o adolescente precisam receber a educação é o lar, a sua casa, recebendo educação da sua família.

Esse é o pensamento correto, mas não é mais viável! Não podemos, infelizmente, acreditar que a escola poderá exercer o seu papel de ensino de conhecimento sem levar em consideração de que as crianças e os adolescentes estão sendo entregues às escolas sem qualquer tipo de educação doméstica, sem qualquer tipo de limites e sem qualquer tipo de ligação afetiva com seus pais.

Esse adolescente que espancou a professora é apenas um exemplo dentre milhares de outros que, embora pertençam a uma família de classe média, traz consigo uma imensa carência afetiva por ausência de amor familiar.

Os pais podem estar até presentes fisicamente nessa casa, mas estão totalmente ausentes afetivamente, considerando que esse amor que está faltando nesse e em tantos outros lares, é o amor composto pelo indivisível binômio AFETIVIDADE + LIMITES!

Então como exercer o papel de educador numa realidade dessas, ou seja, como fazer uma sala de aula funcionar se uma grande parte dos alunos é proveniente de realidades muito semelhantes ou até piores do que a desse adolescente?

Nesse momento surge a necessidade de se repensar o papel do professor. Hoje não somos mais professores. Nós mesmos nos chamamos de educadores! E é verdade! Hoje o professor que não assumir o papel de educador, não conseguirá ter domínio de classe nem em classes pequenas, já que em todas elas existe a carência de afeto e limites estampada nos rostos de muitos dos alunos.

A escola, os profissionais de acompanhamento educacional (neuropedagogos e psicopedagogos), os coordenadores e os professores devem assumir que necessitamos educar os alunos e também as suas famílias, porque embora isso não seja tecnicamente da nossa responsabilidade, jamais conseguiremos sucesso nas nossas funções sem exercer essa função paralela!

Hoje vamos comentar apenas da educação dos alunos. Em outra oportunidade falaremos da educação das famílias.

Então como exercer esse papel e evitar acontecimentos como esse?

O primeiro passo é entender que, para ter domínio de classe, o ponto inicial é conseguir conquistar a turma, ou seja, a conquista do grupo social que está naquela sala. Essa conquista deve ser com amor e rigor, ou seja: amor mais limites na dosagem certa.

O segundo passo é entender que sempre haverá alunos discrepantes do grupo e que cada um deles merece ser conquistado na sua individualidade.

A conquista da turma e a conquista de cada aluno, individualmente, são os elementos fundamentais para permitir que o domínio de classe comece a ser possível.

Mas para começar a perseguir essas metas o professor deve, antes de procurar métodos e técnicas para isso, entender que ele jamais conseguirá tais conquistas se não estiver gostando “de verdade” de cada um dos alunos dessa sala. Observe bem o que eu disse: Gostar de cada um dos alunos de sua sala. Todos sem qualquer exceção.

E quando houver algum, cujo comportamento ou características tornarem esse gostar mais difícil, o professor deve esquecer que esse aluno pertence a uma família qualquer e procurar absorvê-lo, emocionalmente, como se fosse seu próprio filho.

Com esses dois passos e com essa observação final eu garanto que a relação professor-aluno deixará de ser uma relação de oponentes e passará a ser uma relação de parceria, onde o aluno verá, no professor, um verdadeiro mestre, pronto a ajuda-lo na compreensão dos assuntos e pronto para orientá-lo nos momentos em que precisar.

Se essa sala de aula tivesse sido “construída” dentro dessa relação de parceria, jamais teríamos um fato dessa natureza.

Recapitulando:

1º passo: Gostar de cada um dos seus alunos;

2º passo: Conquistar o grupo (a turma);

3º passo: Conquistar cada aluno individualmente;

4º passo: Considerar cada aluno-problema como seu próprio filho;

5º passo: Entender que o professor é parceiro do aluno na busca do aprendizado e do sucesso.

Para cada passo desses há muitas técnicas e métodos. Crie as suas com base na sua própria experiência de vida ou inspire-se em filmes como “Escritores da Liberdade”, ou em livros como “Afetividade na Educação” (tenho que aproveitar para fazer minha propaganda...).

Vamos publicar ainda:
      1. Métodos e técnicas para o exercício da conquista da turma e de alunos isolados, individualmente.
       
    2.Treinamento parental de forma presencial e como alcançar os pais que não frequentam as reuniões da escola.

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