domingo, 13 de janeiro de 2013

IUPE Educação: Ainda existe alguém normal no mundo?

A chuva suave dessa manhã, contrastando com o dia ensolarado de ontem, acabou provocando um momento de reflexão, onde todos os assuntos, dos mais simples aos mais complexos, passaram a desfilar pelo consciente...

Aproveitei para dar uma visitada na página de Yuri (Facebook.com/irisvan.yuri) e na de Kathlen (Facebook.com/kathlen.oliveira.18) e de Diego Agnelo (Facebook.com/diego.agnelo.9) para ver se algum deles havia publicado alguma das suas elocubrações... Gosto de ler suas dúvidas, suas reflexões e suas postagens...

E o que mais me deixa satisfeito é ver adolescentes e jovens que se entusiasmaram pelo questionamento de mundo, pelos mistérios do ser humano e do universo, pela análise cuidadosa do comportamento de grupos sociais, pela tentativa de entendimento dos conceitos existentes e, ao mesmo tempo, pela disposição para exercitar a polêmica. Esses são assim! 

Fui, então, ao aeroporto, comprar jornais e revistas. Meu interesse era ler a reportagem de Leda Mariza Berbardino, Maria Cristina Kupfer e Christian Ingo Dunker, sobre o austismo e seu tratamento pela psicanálise. Tenho acompanhado essa tendência e ela me interessa muito, já que um de nossos trabalhos é exatamente o acompanhamento e o desenvolvimento integral do autista.

Mas, antes dessa reportagem, tropecei em duas outras excelentes reportagens: A de Jochen Paulus e a outra de Ferris Jabr, sobre as redefinições oficiais das doenças mentais, publicada na Mente e Cérebro nº 240.

Deixei o autismo para mais tarde, para dar oportunidade a todos vocês e, em especial, Yuri, Kathlen e Diego, analisarem e discutirem esse tema sobre doenças mentais.

Os dois artigos falam sobre a nova edição - 5ª - do Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais, que deve ser publicada em maio próximo.

Nessa nova edição foram incluídos diversos conjuntos de sintomas, que antes não eram considerados importantes, como doenças a serem tratadas pela psiquiatria, ou seja, com o uso de produtos elaborados pela super lucrativa indústria farmacêutica, indústria essa que, só no Brasil, movimenta quase 30 bilhões de dólares!

Três exemplos dessas mudanças são:

Gula:

A partir de maio aqueles "ataques de gula" que ocorrem de vez em quando nas pessoas, passam a ser considerados  como doença, com o novo nome de "Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica".

Jogos e azar, videogame e internet:

Pessoas que passam grande parte de seu tempo em jogos, em videogames e na internet podem ser enquadrados como doentes mentais.

Sexo:

Pessoas que, em certas ocasiões ficam excessivamente excitadas e querem ter uma relação sexual a qualquer custo, também passam a ser consideradas doentes, com o nome de Transtorno Hipersexual".

Riscos futuros:

E para aumentar ainda mais a abrangência dos remédios a serem recomendados, criou-se o termo "Síndrome de Riscos", para definir algumas manifestações que podem estar ocorrendo nas pessoas e que poderiam, a longo prazo, evoluir para alguma síndrome ou transtorno futuro.

Considerando que já estamos acompanhando a exagerada prescrição de RITALINA para qualquer criança mais inquieta que as demais, assim como PROPANOLOL para quem não se livra de memórias inconvenientes, acredito que já dá para imaginar qual a melhor área para se investir no futuro:

Indústria farmacêutica ou rede de drogarias...

E agora?

Como evitar que a população sofra mais esse "ataque" ganancioso dessa indústria? Como evitar que nossos alunos sejam "dopados" por remédios que nunca precisariam tomar?

Será que a mesma disposição que eles estão tendo para desenvolver produtos para tratar a SÍNDROME DE RISCOS estão tendo também para encontrar a cura para o câncer e para a AIDS?

Ou será que a manutenção dos doentes com AIDS com os famosos e caríssimos coquetéis, assim como os tratamentos mantenedores dos doentes com câncer, significam tanto lucro que não convém encontrar cura tão cedo?

Fica a dúvida para reflexão...

Nenhum comentário:

Postar um comentário