Amigos,
Todos sabemos que existe uma verdadeira febre de TDAH, que é
o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade.
E todos sabemos que existe muita gente alimentando a
ganância dos grandes laboratórios farmacêuticos, prescrevendo medicamentos
sérios, caros e perigosos, na base do metilfenidato, às crianças que podem
apenas estar sem limites, ou com sintomas semelhantes ao transtorno, mas sem a
gravidade do transtorno real.
Isso acaba prejudicando essas crianças em seu
desenvolvimento geral, já que todos esses medicamentos trazem seus efeitos
colaterais inconvenientes.
É importante, então, que professores, pais e psicopedagogos saibam
que existe uma forma de detectar, em casa e na escola, se a criança está apenas
com sintomas semelhantes ou com falta de limites, evitando, assim, que
medicamentos sejam prescritos sem a real necessidade, o que traria para essas
crianças apenas os malefícios de seus efeitos colaterais.
Como fazer isso?
Um dos caminhos é observar atentamente o que recomendam as
sociedades que estudam e acompanham essas crianças, e que reproduzirei agora:
Prestem atenção!
Observe, durante no mínimo, seis meses, e em dois ambientes
distintos, se a criança apresenta, com frequência, no mínimo seis, dos nove
sintomas de desatenção, que são:
Não presta atenção a detalhes e erra por descuido nas
tarefas.
Não presta atenção nas tarefas de sala nem em atividades
lúdicas.
Frequentemente ignora ou parece não ouvir quando falam com
ela.
Não termina tarefas e não segue instruções (não
propositadamente).
É desorganizado em tudo.
Não gosta de se envolver em tarefas em que precise refletir
e raciocinar.
Perde com frequência material para realizar tarefas.
Distrai-se facilmente com qualquer coisa à sua volta.
Esquece frequentemente de realizar suas tarefas.
Se estiverem frequentemente presentes seis desses nove
itens, em dois ambientes distintos, durante a observação de seis meses, a
criança deve ser encaminhada a um neuropediatra ou psiquiatra infantil, para
que seja feita a avaliação médica final.
É provável que ela tenha TDAH com predominância de déficit
de atenção.
Caso não se configurem o mínimo de seis desses sintomas, a
criança precisa de acompanhamento psicopedagógico para estimular a sua atenção,
mas ela não tem o transtorno em si.
Da mesma forma observe, durante no mínimo, seis meses, e em
dois ambientes distintos, se a criança apresenta, com frequência, no mínimo
seis, dos nove sintomas de impulsividade e hiperatividade, que são:
Está sempre agitada, movendo mãos e pés.
Não consegue ficar sentada na cadeira durante a aula.
Está sempre correndo mais do que seus colegas.
Não consegue brincar de jogos de tabuleiro nem demais
atividades paradas.
Sempre demonstra energia plena.
Fala muito, mesmo sem assunto.
Responde às perguntas, antes mesmo que o professor pare de
falar.
Não consegue aguardar a sua vez na sala nem em jogos.
Interfere nas conversas e interrompe brincadeiras dos
outros.
Se estiverem frequentemente presentes seis desses nove
itens, em dois ambientes distintos, durante a observação de seis meses, a
criança deve ser encaminhada a um neuropediatra ou psiquiatra infantil, para
que seja feita a avaliação médica final.
É provável que ela tenha TDAH com predominância de
hiperatividade e IMPULSIVIDADE.
Caso não se configurem o mínimo de seis desses sintomas, a
criança tem sintomas de impulsividade e pode estar sem limites em sua educação,
não tendo, entretanto, o TDAH.
Não estando configurados nem os sintomas de déficit de
atenção, nem os de impulsividade e hiperatividade, essa criança pode, por
exemplo, estar com mau comportamento fruto de bloqueios emocionais, falta de
limites, educação equivocada, ou até ter sido alvo de crenças disfuncionais.
Essas crenças disfuncionais ocorrem frequentemente quando,
por exemplo, um professor, um colega ou um parente compara sua dificuldade de
aprendizagem com a facilidade de um irmão ou colega.
Essas comparações ou mesmo simples comentários
desestimulantes criam, na criança, a ideia de que ela é inferior às demais.
Isso é levado para toda a vida e dificulta todo o seu
desenvolvimento intelectual e cognitivo.
Outro motivo para a desatenção é a nutrição inadequada ou o
consumo de alimentos que seu organismo não tolera. O exame de intolerância
alimentar é importante nesses casos.
Sono insuficiente também é um dos elementos que prejudicam
muito, tanto a capacidade de memória, como a capacidade de atenção. A rotina da
criança deve ser analisada e reorganizada para que ela tenha oito horas de
sono, no mínimo, por noite.
O estresse é outro elemento prejudicial. Atualmente as
crianças e os adolescentes estão sendo levados a altos níveis de estresse,
principalmente pelo excesso de exposição aos equipamentos eletrônicos, jogos,
smartphones e computadores.
O estresse tem sido apontado como mais uma causa da
desatenção e também inquietação.
Essa criança, a depender de seu caso específico, precisará,
então, de:
- Opções de lazer ao ar livre: jogos de quadra ou de
tabuleiro, passatempos, diversões e movimentos de corpo.
- Elevação de sua autoestima, para fugir das crenças
disfuncionais.
- Atividades físicas, tipo natação, atletismo e jogos de
quadra tipo vôlei, basquete, etc.
- Yoga, principalmente no caso dos inquietos e impulsivos.
- Atividades de artes, tipo trabalho com argila, por
exemplo.
- E forte imposição de limites por parte dos pais e dos
professores, para criar a sua autocensura.
No caso do futebol, embora seja a preferência nacional, só
deve ser permitido acompanhado de orientação de alongamentos, antes e depois,
para evitar a geração da irritabilidade e agressividade.
Para concluir lembro que alguns países já não recomendam o
uso do metilfenidato nem para as crianças que efetivamente tem TDAH, optando
por todo um processo de atividades físicas e mentais que reprogramem suas
funções executivas.
O Brasil ainda está longe disso, infelizmente.
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