Continuam surgindo dúvidas sobre o tipo de atividade a ser
passada para o aluno de inclusão em uma sala de aula e também sobre a
avaliação.
Muitos professores continuam passando, para os alunos de
inclusão, as mesmas atividades dos alunos regulares, e ainda se espantam ao
perceber que os alunos especiais não conseguem fazer as atividades, se espantam
quando esses alunos fracassam nas avaliações regulares e acham estranho que,
mesmo assim, esse aluno seja aprovado para a série seguinte!
Amigos! Está tudo errado! Não é nada disso!
Vamos começar procurando entender as razões pelas quais
estamos insistindo na inclusão dos alunos especiais.
Os alunos com dificuldades neuropsíquicas de aprendizagem
poderiam estar em escolas específicas para o atendimento de suas anomalias,
como sempre foi no passado e como ainda está sendo até hoje, já que essas
escolas ainda existem.
O processo de inclusão pretende criar uma forma diferente de
desenvolver esses alunos, para que eles se acostumem a conviver com os alunos
ditos normais e, ao mesmo tempo acostumar os ditos normais a respeitar,
entender, colaborar e conviver com seus colegas especiais.
Temos, então, dois objetivos principais em relação aos
alunos especiais de inclusão:
1. Socializá-lo em um ambiente em
que haja muitas crianças normais de sua idade, para que ele aprenda a conviver
com elas.
2. Descobrir e desenvolver as
suas inteligências potencializadas e estimular as suas habilidades, visando
prepara-lo para a autossuficiência futura.
Para o primeiro objetivo, a socialização, não basta inserir
esse aluno em uma sala com colegas de sua idade.
Precisa que cada professor entenda que haverá, a partir do
início da inclusão, dois momentos diferente de sua aula, no mínimo.
Um desses momentos, que vai depender da criatividade de cada
professor, é a criação de momentos lúdicos e educativos no nível de
entendimento do aluno especial, mas para todos os alunos participarem e, assim,
estabelecerem a inclusão entre colegas de classe.
Para o segundo objetivo, o seu desenvolvimento, a estratégia
ocorre durante a aula do assunto regular, que deve ser a mais curta possível e
complementada com estudo dirigido, em grupo, para que, nesse momento, o
professor possa acompanhar o estudo de todos os grupos e, principalmente,
passar tarefas específicas para os alunos especiais, dentro de sua capacidade
cognitiva, habilidade e intelectualidade.
Vimos os dois objetivos e não falamos de avaliação.
Aqui, então, é que os erros estão sendo terríveis!
O objetivo da avaliação deveria ser, para todos os alunos,
sejam eles especiais ou normais, mostrar ao professor se ele foi capaz de
construir a aprendizagem real dos assuntos de sua matéria.
Infelizmente ela está sendo utilizada de outra forma, muitas
vezes apenas para punir e reprovar o aluno que não consegue entender o assunto
e que não tem professor particular em casa para explica-lo.
Não é o momento de falarmos sobre a avaliação do aluno
normal, portanto, vamos ao especial.
Ao passar tarefas para o aluno especial de forma que ele
comece a desenvolver suas habilidades e intelectualidades, o professor deverá,
de forma frequente, avaliar se o aluno está tendo algum avanço.
As avaliações ervem apenas para duas coisas:
Primeira: Elevar a autoestima do aluno.
Segunda: Para mostrar ao professor se as técnicas didáticas
e as metodologias aplicadas estão dando bom resultado ou se precisam de algum
ajuste.
Isso significa que as notas dessas avaliações não significam
que o aluno especial está aprovado ou reprovado, mas sim se o professor está
acertando ou não a forma de conseguir algum avanço no desenvolvimento desse
aluno.
No final do ano letivo esse aluno especial não vai “ser
passado”, mas sim vai continuar sendo “incluído” em uma turma de colegas de sua
idade, para continuar o seu processo de socialização e de desenvolvimento
visando a sua autossuficiência.
Para facilitar o seu acompanhamento nas próximas séries ou
em outros colégios, os professores preparam relatórios diários, semanais ou
mensais mostrando tudo o que está sendo realizado com ele e todos os resultados
obtidos.
Então, todas as vezes em que alguém tiver alguma dúvida
sobre o que fazer com o aluno de inclusão, lembre-o de analisar com cuidado
quais são os objetivos da inclusão de alunos especiais.
E não podemos utilizar modelos padrões de tarefas, porque só
quem sabe o que o aluno poderá entender e realizar é quem o está acompanhando
no dia-a-dia.
Sabendo qual o nível do aluno saberemos que teremos que
buscar exemplo de exercícios e tarefas nos livros correspondentes ao nível
intelectual em que o aluno se encontra e nunca nos livros da série onde ele
está incluído.
Qualquer outra dúvida entrem em contato.
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