Alimentação cura autismo e TDAH: Mito ou verdade?
Um dos maiores perigos, para quem tem autismo, déficit de
atenção, hiperatividade ou qualquer outro transtorno do neurodesenvolvimento, é
a desinformação.
E essa desinformação pode ocorrer, ou por falta de condições
de acesso ao conhecimento, ou por falta de vontade, mesmo, de estudar.
Eu sou Roberto Andersen, escritor, psicanalista e educador,
e realizo pesquisas de campo, na área neuro-psíquica-cognitiva, principalmente
voltadas para o desenvolvimento psíquico, social e intelectual das crianças e
adolescentes com transtornos do neurodesenvolvimento.
Para facilitar a continuidade dessas pesquisas e, também,
para colocar nossos projetos de educação inclusiva em prática, criamos o
Colégio IUPE, hoje no seu vigésimo primeiro ano de funcionamento.
E para facilitar a divulgação dos resultados de nossas
pesquisas criamos um projeto de Formação Continuada de profissionais de
educação, terapeutas, familiares e alunos, realizando um minicurso de três
noites, toda segunda semana do mês e que, a partir dessa pandemia, passou a ser
online, e assim será daqui para a frente.
Vamos, então, ao nosso tema de hoje: É verdade que a
alimentação cura o autismo e o TDAH?
Alguns profissionais dirão que não. Outros dirão que sim.
Com quem estará a verdade?
Só saberemos a verdade se adotarmos um desses caminhos:
1º) Ou estudar todos os artigos científicos publicados nas
revistas especializadas, tomando o cuidado de analisar possíveis relações com
algum tipo de patrocínio, como por exemplo: uma pesquisa para saber se o açúcar
refinado é prejudicial à saúde, realizada sob o patrocínio de uma indústria
açucareira.
2º) Ou realizar pesquisas de campo, observando cada criança
ou adolescente com tais transtornos, registrando, periodicamente, a evolução
dos seus sintomas, e relacionando os resultados alcançados, com os tratamentos
realizados.
Só assim podemos ter o estudo real de cada caso, analisar as
evidências encontradas, experimentar novas terapias, relacionar resultados, e
tudo o mais.
E não precisaremos mais escolher em quem acreditar, já que a
verdade estará clara em nossa frente.
Mesmo assim ainda existe a possibilidade de chegarmos a
conclusões incorretas ou, no mínimo, imprecisas, já que o ser humano tem mudado
muito, assim como muda, também, o meio ambiente.
Então qual a realidade de agora?
Os transtornos, em sua maioria, se originam em mutações
genéticas, causadas, ou por herança dos genes alterados dos pais, ou por
influências externas ligadas ao meio ambiente, recebidas pela respiração, pela
alimentação, pelo contato de pele, ou por outras formas diversas
Essas mutações, como causa principal, estão sendo estudadas
por cientistas como Alisson Muotri, brasileiro, Karina Griese-Oliveira,
brasileira, He Jiankui, chinês e muitos outros.
No momento em que um deles descobrir a cura do gene
defeituoso, estará curado o transtorno.
Mas essa realidade ainda está longe, e não podemos ficar
esperando isso enquanto nosso filho se desenvolve, com os sintomas atrapalhando
a sua felicidade.
Então, o que podemos fazer é:
1º) Ou esperar a cura completa dos transtornos, o que deve
vir por meio do trabalho de Alisson Muotri, Karina Griese-Oliveira, He Jiankui
e outros cientistas.
2ª) Ou manter os sintomas de seus filhos contidos
quimicamente, por meio dos medicamentos controlados, durante toda a sua vida.
3º) Ou buscar meios de reduzir ou mesmo eliminar o maior
número de sintomas possíveis, para que ele consiga viver com as mesmas
condições que qualquer criança.
E, em todos os casos, seja qual for a opção escolhida:
Realizar terapias e treinamentos comportamentais,
educacionais e afetivos, do tipo ABA, TEACCH, DENVER e outros, para que essas
crianças consigam ser socializadas e ter algum tipo de desenvolvimento, por
meio de uma equipe multidisciplinar.
Para aqueles que optaram pela 3ª opção, que é a redução dos
sintomas para que a criança consiga viver com as mesmas condições que qualquer
outra criança, as orientações são as nutricionais, ou seja:
- Eliminar os parasitas sob orientação do pediatra.
- Realizar exame clínico completo (para detectar níveis de
vitamina e possíveis comorbidades paralelas, como por exemplo problemas de tireoide),
sob orientação do pediatra.
- Realizar um exame rigoroso de intolerância alimentar, para
detectar quais as proteínas que devem ser substituídas na alimentação, sob
orientação de pediatra nutrólogo, ou profissional nutricionista.
- Seguir dieta substituindo os alimentos não tolerados por
outros que mantenham o valor nutricional necessário à idade e peso da criança,
sob orientação de nutricionista.
Nessa linha de tratamentos estão William Shaw, americano,
Aderbal Sabrá, brasileiro, Anne Karoline Brito, brasileira (baiana) e muitos
outros.
E quais os fundamentos?
Esses estudos estão fundamentados em algumas das
consequências das mutações genéticas, entre elas a má formação das paredes do
intestino, que perdem a barreira gastrointestinal, permitindo a passagem de
proteínas, protozoários e vermes para a corrente sanguínea, provocando
inflamações, tanto no próprio intestino como nos astrócitos dos neurônios,
conforme já foi detectado em alguns estudos.
Essas inflamações nos astrócitos, além de incomodar a
pessoa, provocando irritabilidade, agressividade, impulsos repetitivos e outros
sintomas, também prejudicam o desenvolvimento das áreas adjacentes,
dificultando ou atrasando diversas etapas do seu desenvolvimento.
Como não podemos, ainda, eliminar a causa primeira, que é a
mutação genética, essa é a razão para realizar a compensação dessa
permeabilidade das paredes do intestino, retirando da alimentação todas as
proteínas que, se foram para a corrente sanguínea da pessoa, causarão todos
esses sintomas.
Esse trabalho está todo apresentado por Aderbal Sabrá, em
seus estudos nos doutorados e pós doutorados, aqui e nos Estados Unidos, e
reunidos em seu livro: Manual de Alergia Alimentar, para quem desejara se
atualizar no assunto.
Para complementar a eficácia desse procedimento e melhorar o
trabalho conjunto do intestino e do cérebro, precisa ser corrigida outra falha
no organismo das pessoas com esses transtornos, que é a infestação de parasitas
no trato digestivo.
O estudo mais recente sobre esse aspecto está sendo
realizado pela pesquisadora baiana Anne Karoline Brito, em seu doutorado pela
Universidade Federal da Bahia em Vitória da Conquista: “Microbiota intestinal:
Sua influência sobre o perfil inflamatório e integridade da barreira
gastrointestinal de crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro
Autista”.
Então, a resposta para a pergunta é:
Não é a alimentação que vai curar o autismo, nem o TDAH, mas,
a alimentação inadequada, a falta de vitaminas e a presença de parasitas no
trato digestivo, são os principais vilões, responsáveis pelo aumento da
intensidade de seus sintomas, e por todo o prejuízo em seu desenvolvimento.
Essa é a nossa resposta a essa indagação.
Inscrevam-se em nossos minicursos de formação continuada.
Assim teremos mais gente conosco, nessa luta para salvar
nossas crianças e nossos adolescentes da exclusão social, dando a todos eles,
as mesmas condições de sucesso, que todos os seus colegas.
Recebam todos um forte abraço!
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