Autismo não é doença?
Essa sua pergunta me preocupa.
Quando eu escuto as pessoas dizerem que o autismo não é doença,
mas sim uma outra forma de ver o mundo, percebo que o objetivo é acabar com a discriminação
que, realmente, existe, por parte de muitas pessoas, em relação a todo tipo de
doença.
Infelizmente é verdade! Muitos preferem manter distância e
não querem nem ouvir falar de autismo, ou de qualquer outro transtorno síndrome
ou doenças, como se não houvesse qualquer possibilidade de virem a ter um caso
em suas famílias.
O autismo é um transtorno da saúde mental, o que significa
um estado alterado da saúde, mas nem sempre está ligado a alguma doença.
Doença, segundo a OMS, é a ausência de saúde, um estado
anormal do organismo, quando são alteradas algumas das funções físicas e
psicológicas.
E síndrome é um conjunto de sintomas comuns em alguns
estados clínicos, mas, normalmente, sem que suas causas estejam bem definidas,
como por exemplo, a Síndrome de Irlen, que nós vamos ver no nosso minicurso de
dislexia, no dia 16 de junho.
Meu medo de dizer que autismo é apenas uma outra forma de
ver o mundo, está na acomodação, por parte das instituições fomentadoras de bolsas
de pesquisas, já que será difícil aprovar investimento para estudos sobre
doenças que não existem.
E nós precisamos de muitas pesquisas para que tudo sobre o
autismo nos seja revelado e para que possamos, no mínimo, reduzir todos os seus
sintomas e torná-los, todos, perfeitamente normais, autônomos e felizes consigo
mesmo.
As pesquisas em relação ao autismo estão trazendo
resultados, é claro, como por exemplo, a que nos mostra a evidência da inflamação
cerebral, como causa da maioria dos seus sintomas, a partir da descoberta de
linfáticos no cérebro, pelos cientistas da Universidade de Colúmbia, em 2015.
Havendo linfáticos no cérebro significa que uma disbiose
intestinal pode provocar sua inflamação e, a depender da localização dessas
inflamações, poderá haver prejuízo em qualquer área comandada pelas redes
neurais alcançadas.
Isso muda TOTALMENTE toda a forma de entendermos os
comportamentos atípicos, assim como muda o foco no seu acompanhamento terapêutico,
já que a atenção passa a ser na redução da inflamação, tanto pela eliminação
das suas causas (disbiose), como pelo ataque medicamentoso, por meio de
anti-inflamatórios.
Nós vamos ver isso, e muitas outras novidades, nesse nosso
próximo curso sobre o autismo, no dia 28 de abril próximo.
Vamos ver que esse conhecimento, assim como muitos outros, por
serem muito recentes, publicação de 2015, não chegaram ainda na maioria das
Faculdades de Medicina nem de Nutrição e, portanto, não são ensinados aos estudantes
dessas faculdades.
Essa é uma das principais razões pelas quais eu insisto na
FORMAÇÃO CONTINUADA de todos os profissionais de todas as áreas.
Então, amigos, essa frase “(...) autismo é apenas uma outra
forma de ver o mundo (...)”, na minha opinião, deve ser vista da seguinte forma:
Na minha relação diária com meu filho ou com meu aluno
autista, devo esquecer que ele tem o transtorno e me dedicar a desenvolver suas
habilidades e competência sem compará-lo com mais ninguém, mas apenas com ele
mesmo ontem.
Na minha relação com a ciência devo estudar tudo o que for
publicado sobre o assunto e eu mesmo desenvolver as minhas próprias pesquisas,
se tiver condições para isso, visando encontrar meios de reduzir ou eliminar
todos os seus sintomas.
Quem quiser se informar um pouco mais sobre tudo isso, inscreva-se
em nossos minicursos mensais de Formação Continuada.
Acho que isso responde a sua pergunta, certo?
Forte abraço, amigos!
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