O que mais ouço de parte dos professores é sobre a inquietação adolescente ou até a agressividade aumentando a cada dia!
É real a observação, mas é importante analisar as causas, todas elas, uma por uma, com o maior rigor possível, para evitar que sejamos levados a consertar a consequência de um problema, em vez de consertar a sua principal causa.
Erros como esses são comuns, como foi o da proibição de crianças serem utilizadas como entregadores de jornais. Proibiu-se o trabalho infantil, o que parece ser uma atitude correta, mas não se proibiu que essas crianças sentissem fome, principalmente aquelas que fazem parte de famílias miseráveis ou até aquelas que nem família possuem.
Criou-se o bolsa família para a crianças poderem estar na escola, mas quando fui verificar de que forma elas estariam conseguindo aprender de verdade, confirmei que a maioria trabalha no turno oposto, ou seja, a escola serve apenas como local para almoçar, mas nunca para aprender.
Por que falo isso? Porque para aprender não adianta apenas estar assistindo a uma aula. Existe necessidade da criança reforçar o que aprendeu, realizando uma tarefa no turno oposto. Só assim ela constrói sua memória cognitiva real. Com essas crianças nada disso ocorre.
Ela precisa ser estimulada a estudar, mas para isso tem que estar feliz e satisfeita com a escola e ser orientada de forma rígida porém afetiva, mas...
...Voltemos a falar, como começamos, da inquietação e agressividade. Já estávamos entrando em outro assunto que, embora seja importante, deve ser tratado mais tarde.
Inquietação e agressividade!
Não tenho dúvidas! Quando uma criança ou um adolescente age de forma inquieta ou agressiva existe uma razão forte que independe dessa criança ou desse adolescente.
Os motivos, então, devem ser encontrados, para que nossas atitudes tenham resultado prático e eficaz.
Um dos elementos alimentadores dessa inquietação, estresse e agressividade é a exposição, por tempo muito prolongado, a um aparelho de TV, a um computador ou a um jogo de videogame. Até uma hore esses equipamentos são até bons para estimular o raciocínio, tanto em memória como em velocidade de processamento. Mas a partir de uma hora os neurônios começam a ficar estressados e a inquietação aparece, junto com o estresse e a agressividade.
Mas como resolver esse problema se os pais consideram "um verdadeiro achado" a TV, o computador e o videogame, já que evita que seu filho esteja "na rua"...
Nem precisamos responder mais essa pergunta. Todos já sabem dos malefícios da exposição exagerada a esses equipamentos.
Precisamos, sim, apresentar opções. E há muitas opções de diversão. Opções bem escolhidas e bem planejadas satisfazem as crianças e os adolescentes de tal forma que, de repente, descobre-se que eles são ótimos, e que só precisavam de atividades lúdicas e prazerosas para manter um comportamento estável e se relacionar corretamente com colegas, professores, pais, familiares etc...
Estamos preparando o planejamento 2013 para o IUPE e para todas as escolas orientadas por nós, onde essas opções estão todas inseridas. Mas precisamos que todos vocês analisem, pensem, relembrem, para sugerir novas opções, novos jogos, passatempos e diversões, para enriquecer a lista de sugestões para 2013.
Aqui vai um exemplo, como sugestão:
Para o IUPE hoje é um dia especial. Por que?
Hoje é dia de pura diversão para os alunos do IUPE na chácara! Tudo começou no colégio, às oito da manhã, cada um trazendo uma bandeja de comida e um refrigerante, para que o momento da fome fosse também de fartura.
A vice-diretora Linda coordenando o transporte, ajudada pela auxiliar de coordenação Sueli.
Assim que chegou o transporte foram, todos, pela Avenida Paralela rumo ao bairro do Cassange, próximo ao aeroporto.
Chegaram todos, sendo recebidos pela diretora Irani e por Caio, recém passado para o 2º ano do Ensino Médio.
Em pouco tempo os meninos já estavam na piscina e as meninas, como sempre, ainda se preparando para "aparecer".
Quando elas surgiram na piscina eles já estavam na quadra jogando futebol.
Mais tarde todos regressaram à piscina, já que a temperatura hoje recomenda muita água mesmo!
A forma deles se divertirem mostra exatamente o que dissemos antes. Basta ter opção de diversão que as mentes aquietam e a diversão passa a ser totalmente sadia.
Essa é uma ideia. E não é dispendiosa. Cada um traz uma bandeja de comida e algo para beber. Sobre de despesa o aluguel do espaço, embora hoje seja gratuito, já que é a minha própria casa. O transporte pode ser dividido por todos, o que facilita bastante até para alunos carentes. O de hoje foi meu presente de Natal para meus alunos.
E assim muda-se a mentalidade de um grupo, transforma-se uma comunidade, algo de útil se faz pela sociedade...
Assista ao VIDEO DO PASSEIO
Abaixo estão duas fotos do passeio:
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
terça-feira, 30 de outubro de 2012
IUPE Educação: Hipocrisia na Educação
Cerca
de quatrocentos anos antes de Cristo um general chamado Sun Tzu escreveu uma
obra de recomendações ao Príncipe, chamada “A Arte da Guerra”.
Entre
as recomendações estavam as que mostravam como dominar, explorar, iludir, desrespeitar
e roubar o povo e, ao mesmo tempo fazer com que esse mesmo povo ame-o, adore-o
e, em alguns casos até divinize-o!
No
século XVII um padre jesuíta, Baltasar Gracián, escreveu “A Arte da Prudência”,
com recomendações semelhantes, só que essas para as pessoas que desejarem “subir
na vida” sem escrúpulos, ou seja, sem se preocupar com qualquer tipo de comportamento
ético.
As
duas obras parecem terem sido escritas hoje, já que o comportamento das pessoas
continua exatamente igual e a facilidade com que se manipula seus pensamentos e
vontades é a mesma!
Vemos
isso claramente e diariamente ser feito pela principal rede de TV do nosso
país.
Ela
achou que Collor seria um bom aliado e criou o “Caçador de Marajás”! Ela
convenceu o povo que o elegeu com grande maioria de votos!
Collor
não cumpriu a promessa que fez a Roberto Marinho porque tinha a pretensão de
criar a sua própria rede nacional de TV a partir de uma emissora de Curitiba.
Por
causa disso ela, a Globo, fez aparecer para o povo, a corrupção governamental que
sempre existiu e continua existindo, como coisa exclusiva do Governo Collor.
Criou
os “adolescentes caras pintadas” e manipulou o povo de tal forma que o
impeachment do presidente foi inevitável!
Mas
por que estou falando disso? Porque quero chegar na educação e no processo de
manipulação negativa que está sendo feito pelo nosso sistema contra a
verdadeira educação nesse país.
Sabemos
todos que as famílias têm jogado toda a responsabilidade da educação em cima
dos professores e das escolas. Isso é verdade!
Mas
o que muita gente não está percebendo é que o sistema educacional, em vez de
procurar meios de treinar as famílias na educação de seus filhos, está se
aproveitando dessa inversão de papéis para punir, não as famílias que
abandonaram emocional e intelectualmente
seus filhos, mas punir os filhos, selecionando os melhores e excluindo os
piores ou os que apresentam algum tipo de dificuldade ou anomalia.
A
ideia básica é dar oportunidade apenas aos que já têm essa oportunidade, ou
seja, aqueles que nasceram em berço de ouro e tiveram todas as facilidades do
mundo para desenvolver seu conhecimento.
Esse
procedimento pode ser observado claramente em grande parte das escolas, tanto
públicas como particulares.
E
a manipulação feita pelo sistema faz com que as famílias não se deem conta
disso e acreditem que seus filhos sejam realmente inferiores aos filhos dos
Para
facilitar a análise vamos entender alguns casos reais:
Caso
1 em escola pública:
Adolescente,
dezesseis anos, desde pequeno apresentando elevadíssima capacidade intelectual,
inquieto em sala por não conseguir paciência para ouvir o professor ensinar
vagarosamente e repetidamente coisas que já está cansado de saber.
Sua
natural inquietação faz com que ele se negue a participar das aulas. Com isso
foi reprovado repetidamente por faltas e está, agora, em classe de Educação de
Jovens e Adultos, repetindo uma das séries do Ensino Fundamental I.
No
decorrer das “repetências” alguns professores mostraram que capacidade
intelectual ele tem, já que bastava dar-lhe um pequeno tempo para estudar e ele
tirava excelente nota em qualquer matéria.
Mas
a escola acredita que não pode deixar de seguir a determinação de reprovar quem
tem menos de setenta por cento de presenças.
Menino
reprovado e pais desesperados, mas não com o sistema educacional, mas sim com o
menino, que é logo rotulado como preguiçoso, relapso, relaxado, etc...
“A
escola deve estar certa.” – dizem os pais! “Meu filho é que está errado”.
Resultado:
O menino perde a autoestima e desiste de estudar.
Caso
2 em escola particular:
Pais
de adolescente leram que a escola X é a que mais aprova no vestibular, logo,
segundo a mídia, é a melhor escola da região. Como eles querem o filho na
Faculdade, matricularam nessa escola.
Os
professores chamam os pais e dizem que seu filho não veio de uma boa escola e
que ele está muito fraco em matemática.
A
solução que sugerem é a dos pais procurarem professores particulares
especializados, para que o menino pudesse alcançar o “nível da turma”.
Caso
o menino não alcançasse esse nível, teria que ser excluído, porque a escola só
aceita alunos do mesmo padrão de entendimento.
Isso
é real! Esse procedimento e essa declaração são comuns na maioria das escolas consideradas
como de 1ª linha!
Pais
ficam desesperados e desiludidos, não com a escola, mas sim com o seu filho,
achando que a escola está certa e que seu filho é que é um relapso, retardado,
relaxado, ou qualquer outra coisa do gênero!
“A
escola está certa! Meu filho é que está errado!” – dizem esses pais - “Eu
gastei “uma nota” para matriculá-lo na melhor escola e ele me decepciona
assim!”
Resultado:
O menino perde a autoestima e desiste de estudar.
Caso3
em escola pública:
Menina,
diagnosticada como disléxica, tem muita dificuldade em escrever, mas foi
conseguindo passar com muita dificuldade em todas as matérias, chegando ao
final do Ensino Médio.
Durante
toda a sua trajetória educacional descobriu-se amante da medicina, entendendo,
com muita facilidade, tudo o que está relacionado com a ciência médica.
Em
conversa com profissionais de medicina ela é facilmente confundida com médico
formado, tal a desenvoltura com que fala sobre tudo relacionado a essa ciência.
Nunca
a teremos como médica, já que ela não tem a menor condição de ser aprovada num
exame vestibular.
Nos
Estados Unidos temos a Pós Doutora Temple Grandin, professora universitária,
uma das grandes cientistas mundiais especializada em Ciência Animal, que embora
seja portadora de uma anomalia neurológica (Autista) foi encaminhada para a
Faculdade e hoje contribui para a ciência da mesma forma que essa nossa aluna
poderia vir a contribuir para a medicina.
A
Dra Temple Grandin não precisou fazer exame vestibular. O MEC, no Brasil, só
deixará a nossa aluna ser médica, se for aprovada nesse exame.
O
MEC deve estar certo. A aluna é que nasceu no país errado!
Esses
três relatos, todos verdadeiros, são apenas um pequeno exemplo do que está
ocorrendo em todas as nossas escolas.
Como
mudar?
A
solução é muito simples, mas precisa de muita dedicação e muito trabalho, por
isso muitos preferem acreditar que não há como mudar!
A
mudança começa na alteração do próprio conceito de educação verdadeira e também
no significado que desejamos dar ao verbo educar.
Nos
próximos artigos vamos analisar cada caso e de que forma podemos contribuir
para o sucesso de todos os nossos alunos, tenham eles as dificuldades ou
anomalias que tiverem.
domingo, 21 de outubro de 2012
IUPE Educação: Droga para remover medo enquanto você dorme
DROGA
PARA REMOVER MEDO ENQUANTO VOCÊ DORME
A
reportagem que indico abaixo é uma das que devem ser lidas com o cuidado da
reflexão sobre intenções e consequências.
A
princípio mostra um avanço científico possibilitando melhorar a vida de pessoas
que não se livram de seus medos.
Mas,
por outro lado, esse avanço leva à produção e o consumo de mais uma droga,
entrando na seara da indústria mais lucrativa e mais antiética do mundo: a
indústria farmacêutica.
O
artigo mostra, inicialmente, o uso da sonoterapia, que é eficaz, mas consegue
identificar uma situação em que o problema volta a ocorrer.
Ora!
Sabemos que tratamentos não medicamentosos precisam de muita paciência e
repetição, mas em compensação, o único efeito colateral conhecido não ocorre no
paciente, mas sim na indústria farmacêutica, que perde lucro, já que não vende
remédio.
O
artigo, então, mostra a experiência feita com modificações químicas na parte
biológica da pessoa, aplicando injeção de substância que interfere no
funcionamento natural da amígdala basolateral.
Isso
provoca consequências.
A
consequência conhecida (e, segundo os pesquisadores, desejada) é o bloqueio da
síntese de proteínas que seriam responsáveis pela armazenagem das memórias
ruins e do medo.
Pode
haver consequências negativas, já que está sendo modificado o funcionamento
normal de uma parte do cérebro.
Sugiro,
então, que se tenha muito discernimento no momento de se tentar tratar com
medicamentos um problema que pode ser resolvido de forma mais natural e com menos
possibilidade de efeitos colaterais.
Leia a REPORTAGEM
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
IUPE Educação: Dia do Professor
Colegas,
Dessa vez estou me dirigindo, principalmente, aos meus colegas professores.
Sabemos o quanto é difícil:
- Ter que estar muito bem emocionalmente todos os dias.
- Ignorar, por algumas horas, todos os problemas pessoais.
- Ter criatividade para alterar os planejamentos das aulas sempre que a situação exigir.
- Ter força para manter o domínio de classe, e ao mesmo tempo, irradiar afeto.
- Conseguir gostar de todos os seus alunos, sem exceção, como se fossem seus próprios filhos.
- Conseguir identificar cada dificuldade, de cada um dos alunos, antes que ela se agigante.
- Conseguir identificar a mínima habilidade do aluno com anomalias, para poder desenvolvê-lo.
- E trabalhar mais ainda, em casa, para preparar tudo de novo para o dia seguinte.
Mas sabemos, também, o quanto é gratificante:
- Ver o progresso, mesmo pequeno, no desenvolvimento de cada aluno.
- Ver o sorriso do aluno mudo e com paralisia cerebral, quando ele percebe que você sabe que ele existe e que você lhe transmite entendimento e afeto.
- Ver a alegria do autista ao perceber a sua entrada na sala, aquele mesmo autista que antes não parecia prestar atenção a nada.
- Ver a satisfação do aluno-problema, quando ele faz questão de lhe dizer que está melhorando seu comportamento, mesmo que ainda não esteja.
- E tantas outras alegrias mais.
Não há, colegas, profissão nenhuma que nos dê tanta alegria de poder modificar, para melhor, a vida de alguém.
Não há, no mundo, profissão que se compare a essa.
Precisamos, apenas, ter em mente, que todos os problemas que enfrentamos, sejam de falta de reconhecimento, sejam de falta de condições, só serão alterados quando os alunos que passarem por nós, se tiverem sido muito bem preparados, estiverem exercendo as funções que hoje ignoram a nossa existência, ou nos desprezam.
Até para isso nós dependemos de nós mesmos... Só que em longo prazo! Mas essa é a maior das realidades que temos que enfrentar, para que, no futuro, estejamos semelhantes à Singapura, Coréia do Norte e outros, que já foram até piores que nosso país.
Parabenizo a todos os que, hoje, trabalham com esse objetivo, porque assim estarão contribuindo para melhorar alguma coisa em algum lugar em algum momento.
Felicidades no Dia do Professor!
sábado, 13 de outubro de 2012
IUPE Educação: Entender o aluno-problema
Embora o aluno da foto não seja um aluno-problema, muito pelo contrário, é um de meus melhores alunos, preferi inserir essa foto do que a de algum que não se sentisse bem em ser assim rotulado.
Vamos tentar entender de forma muito simples, sem a
hipocrisia da sociedade atual, como funciona a mente das crianças e dos adolescentes,
para compreender os motivos de seus diferentes comportamentos e a melhor
maneira de contribuir para a sua educação.
O enfoque desse artigo é a realidade na escola, ou
seja, o papel do educador nesse entendimento e nessa formação, visando
principalmente os alunos rotulados como “alunos-problema”.
Mas para podermos compartilhar melhor esse momento é
importantíssimo que todos “se desarmem” das suas ideias preconcebidas para:
1.
Lembrar que muitas vezes ouvimos verdades importantes
provenientes de fontes que nunca imaginaríamos ouvir.
2.
Que só exercitando com seriedade e
dedicação o que se propõe é que podemos confirmar ou contestar as verdades
ouvidas.
Precisamos também de muita reflexão e muita sinceridade
para identificar quem somos nós, ou seja:
1. Tenho competência para gostar de todos os
meus alunos, sinto-me responsável por eles como se fossem meus filhos e consigo
estar sempre fazendo com que eles fiquem satisfeitos comigo e assim poder
intervir na sua educação?
2.
Tenho competência para dar ótimas aulas e explicar
de forma clara e dedicada os assuntos referentes ao conteúdo de minha
disciplina, mas me irrito com as provocações e agressões verbais de meus
alunos?
Se você se enquadra no item 1) eu o chamo de educador.
Se se enquadra no item 2) eu o chamo de professor. Ambos são necessários, mas
para os chamados alunos-problema o 2º pode não conseguir bons resultados.
Lembro, para evitar polêmica, que essa é a minha
definição de educador e professor! Ninguém precisa concordar comigo, ainda mais
que tudo passa por um problema de semântica.
Mas vamos aos pontos que realmente interessam para
nossa reflexão:
Primeiro
ponto a refletir: ALUNO MAL COMPORTADO
Todo comportamento inadequado da criança ou do
adolescente, tanto apatia como irritação e agressividade, é consequência de
algum tipo de sofrimento psíquico pelo qual ele está passando. Nenhum aluno se
comporta mal simplesmente porque resolveu se comportar mal. Se ele se comporta
mal é porque ele está mal, e isso pode ter diversas causas:
1. Ele está mal porque não está satisfeito com
ele mesmo, ou não está satisfeito com algum dos ambientes em que ele vive e por
vezes nem sabe, direito, a razão disso.
2.
Ele está mal porque está estressado devido
a excesso de exposição à TV, ou ao computador ou ao videogame, mas não se dá
conta disso.
3.
Ele está mal porque se sente rejeitado,
desprezado, ignorado, abusado fisicamente, abusado sexualmente ou esquecido, mas
nesse caso, ele tem plena consciência disso.
Essas causas vão provocar no aluno:
1. Uma acomodação e uma apatia em alto grau,
perdendo todo o ânimo para o estudo e os trabalhos escolares, podendo evoluir
para o estado depressivo e, em alguns casos, o “suicídio inconsciente”.
Toda escola tem alunos nessa fase. Só
não percebe quem “fecha os olhos” para o grupo que está à sua frente.
O aluno que suicidou jogando-se da
janela de um colégio recentemente é um exemplo. Não havia presença afetiva em
sua família nem na escola, embora houvesse presença física, financeira e
material de sobra em ambos os lugares.
2.
Uma necessidade neurótica de “aparecer como
transgressor”, apresentando comportamento agressivo na escola ou na rua, já que
essa é a forma mais fácil de ter alguma importância para o grupo no qual ele
está inserido.
Toda escola também tem alunos nessa
fase. A punição é, para esses alunos, apenas mais um motivo para aumentar a
revolta para com a sociedade em geral.
O papel do verdadeiro educador é procurar identificar a
causa principal desse mau comportamento em cada um dos alunos para planejar a
forma mais correta de intervir para ajudar.
Se um professor não se sente capaz de exercer esse
papel deve, pelo menos, evitar reagir às suas provocações e pedir ajuda aos outros
profissionais da escola, para tentar exercer o domínio de classe sem provocar aumento
da revolta desses alunos.
Ficar irritado com o aluno ou com raiva dele só serve
para aumentar o problema e dificultar o seu processo de evolução na escola.
Há necessidade de muita competência educacional, não
apenas pedagógica, para lidar com esses casos. Mas todos podem contribuir identificando
cada um desses alunos e pedindo ajuda aos profissionais adequados para saber
como lidar com eles.
Para isso o professor deve sentir que está “do mesmo
lado do aluno”, entusiasmando-o pelos estudos e compartilhando conhecimento
para o seu futuro sucesso, mas nunca em oposição a ele, para julgá-lo, puni-lo
e reprová-lo.
Se o aluno precisa “aparecer” que criemos meios sadios
e produtivos para que ele apareça! Lidar com gente em fase de formação exige
criatividade, além do conhecimento da sua matéria! Há uma infinidade de
sugestões de professores para se conseguir isso!
Entre elas: auxiliar de classe, líder de tarefa, encarregado
de grupo, ou até utilizar frases dele como exemplo nas explicações do dia,
etc...
Se o aluno quer se isolar, que criemos um ambiente para
ele, na própria sala, durante a realização de trabalhos em grupo, onde ele e o
professor estarão juntos na realização de uma tarefa. O professor passa por
todos os grupos e se detém um pouco mais no acompanhamento desse aluno isolado.
Aos poucos, no decorrer do tempo, o professor deve criar
alguma estratégia para ir aproximando desse aluno um ou mais colegas que sejam
bem aceitos por ele.
Essa sugestão já foi utilizada com muito sucesso em
alunos que chegaram à escola com laudo médico de esquizofrenia, transtorno de
déficit de atenção com hiperatividade e transtorno de espectro autista.
Dois deles, inicialmente isolados de todos os colegas,
antes de três anos de convivência já realizavam trabalhos em grupo e
apresentavam seminário sozinho! Passaram em exames vestibulares “verdadeiros”
sem fazer qualquer tipo de cursinho preparatório.
Para evitar que eu seja mal interpretado, essas doenças
realmente existem!
Mas os mesmos sintomas também aparecem em alunos que não as
têm. E esses alunos que não as têm, mas apresentam tais sintomas, já somam mais
de oitenta por cento dos que chegaram à nossa escola.
Segundo
ponto a refletir: ALUNO PRECOCEMENTE SEXUALIZADO
Todo aluno que pertence a uma família onde a
sexualidade é clara e aberta, como no caso de famílias que vivem em um só
cômodo e onde as mães mantêm relações com seus parceiros na frente dos filhos, criam,
nesses filhos, uma precocidade sexual perfeitamente natural, difícil de ser
contida em algum outro ambiente, como no caso, por exemplo, da escola.
Lares em que isso não ocorre, mas que os filhos
assistem livremente, sem qualquer limitação, a qualquer programa, novela ou
filme na TV, o efeito é semelhante.
Falta total de liberdade para qualquer tipo de conversa
entre pais e filhos, fazendo com que os filhos tenham que recorrer à orientação
de estranhos, também pode provocar o mesmo resultado.
O papel da escola, nesse caso, é o de apresentar todas
as demais opções saudáveis e apropriadas de obtenção de prazer, por meio de entusiasmo
pela pesquisa, participação em jogos, ensino de passatempos, opção de diversões,
promoção de disputas em sala, exercício de debates sobre assuntos de muito
interesse e ensino de brincadeiras adequadas à idade, para preencher o vazio
que estaria sendo ocupado pela sexualidade precoce.
Dizer, simplesmente, para o aluno, que não é hora de
namorar, é algo simplesmente ridículo e beira à hipocrisia.
Terceiro
ponto a refletir: ALUNO NORMAL QUE NÃO ENTENDE O ASSUNTO
Todo aluno que, num momento de comparação com um irmão,
um primo ou um colega, sente inferioridade em compreensão ou em habilidade,
pode desenvolver um bloqueio emocional grave ao ponto de apresentar sintomas
semelhantes aos da dislexia, da discalculia, do déficit cognitivo, e de outras
tantas síndromes, dificuldades e demais anomalias neurológicas e psíquicas.
Como esses sintomas são imediatamente detectados na
escola, cabe aos professores o papel de convencimento de sua competência
compreensiva ou de sua habilidade. Cabe também, à escola, orientar os pais sobre
a melhor maneira de lidar com essa dificuldade de seus filhos.
Uma forma que tem sido observada como bastante produtiva
é fazer o aluno voltar, no livro ou módulo, ao ponto em que ele conseguiu
entender, mesmo que isso tenha sido assunto da unidade anterior.
Ao identificar esse ponto, o professor deve ignorar o
nível do resto da turma, e passar para esse aluno em especial, exercícios e
atividades que ele saiba e possa realizar.
A realização de cada uma dessas atividades deve ser
vista pelo professor como sucesso do aluno, para provar a ele que tem
competência e assim aumentar a sua autoestima.
Esse aluno deverá ter acompanhamento especial, até que
esteja acompanhando a turma. Mas o professor deve fazer isso por prazer, sem
criar nenhuma expectativa de grandes resultados.
A expectativa não satisfeita traz decepções ao professor
e isso é percebido pelo aluno, baixando a sua autoestima e aumentando seus
bloqueios.
Todo esse acompanhamento especial deve ser registrado
pelo professor e transcrito para as atas de Conselho de Classe, para facilitar
decisões futuras sobre a forma de ajudar no desenvolvimento da vida escolar do
aluno.
Essa sugestão já foi utilizada, com total sucesso, em
alunos que chegaram à escola, não só com laudo médico de déficit cognitivo, mas
também com laudos de Dislexia e Discalculia.
Conclusão
e relato de caso
Para concluir preciso lembrar apenas algumas sugestões
para ser um bom professor-educador:
1.
Gostar do aluno, como se fosse seu próprio
filho, e assim sentir-se responsável pela sua formação integral.
2.
Entender o mau comportamento como sintoma
(alarme) mostrando que ali existe um aluno necessitando ajuda.
3.
Assumir que, em vez de proibir alguma coisa
errada, é nossa a responsabilidade de encontrar opções de atividades
empolgantes e produtivas, mas prazerosas, lúdicas, distrativas e divertidas.
E que, para todas as três etapas terem pleno sucesso,
exercitar a afetividade, a compreensão e a paciência. Muita paciência!
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
IUPE Educação: Professora agredida por aluno em sala de aula: análise de caso
PROFESSORA AGREDIDA
POR ALUNO EM SALA: ANÁLISE DE CASO
Ao receber o vídeo pela internet
e ler as reportagens mostrando que os pais do aluno ainda pretendem processar a
professora agredida e o colégio por deixarem seu filho traumatizado, a primeira
ideia que me veio à cabeça foi a de que esses pais nunca deveriam ter tido a
oportunidade de ter um filho sequer!
Bem! Essa ideia ainda continua
valendo, já que a total falta de educação, total falta de limites e total falta
de controle, tudo isso demonstrado pelo aluno, e visto em todos os telejornais,
aponta para a ausência completa de educação doméstica. Os pais deveriam ser processados
por serem os elementos responsáveis por essa formação.
Todos nós sabemos, ou deveríamos todos
saber, que Escola é o lugar onde se ensina o conhecimento e não o lugar onde se
educa o aluno! O lugar e o ambiente onde a criança e o adolescente precisam
receber a educação é o lar, a sua casa, recebendo educação da sua família.
Esse é o pensamento correto, mas
não é mais viável! Não podemos, infelizmente, acreditar que a escola poderá
exercer o seu papel de ensino de conhecimento sem levar em consideração de que
as crianças e os adolescentes estão sendo entregues às escolas sem qualquer
tipo de educação doméstica, sem qualquer tipo de limites e sem qualquer tipo de
ligação afetiva com seus pais.
Esse adolescente que espancou a
professora é apenas um exemplo dentre milhares de outros que, embora pertençam a
uma família de classe média, traz consigo uma imensa carência afetiva por
ausência de amor familiar.
Os pais podem estar até presentes
fisicamente nessa casa, mas estão totalmente ausentes afetivamente,
considerando que esse amor que está faltando nesse e em tantos outros lares, é
o amor composto pelo indivisível binômio AFETIVIDADE + LIMITES!
Então como exercer o papel de
educador numa realidade dessas, ou seja, como fazer uma sala de aula funcionar
se uma grande parte dos alunos é proveniente de realidades muito semelhantes ou
até piores do que a desse adolescente?
Nesse momento surge a necessidade
de se repensar o papel do professor. Hoje não somos mais professores. Nós
mesmos nos chamamos de educadores! E é verdade! Hoje o professor que não
assumir o papel de educador, não conseguirá ter domínio de classe nem em
classes pequenas, já que em todas elas existe a carência de afeto e limites
estampada nos rostos de muitos dos alunos.
A escola, os profissionais de
acompanhamento educacional (neuropedagogos e psicopedagogos), os coordenadores
e os professores devem assumir que necessitamos educar os alunos e também as
suas famílias, porque embora isso não seja tecnicamente da nossa
responsabilidade, jamais conseguiremos sucesso nas nossas funções sem exercer
essa função paralela!
Hoje vamos comentar apenas da
educação dos alunos. Em outra oportunidade falaremos da educação das famílias.
Então como exercer esse papel e
evitar acontecimentos como esse?
O primeiro passo é entender que,
para ter domínio de classe, o ponto inicial é conseguir conquistar a turma, ou
seja, a conquista do grupo social que está naquela sala. Essa conquista deve
ser com amor e rigor, ou seja: amor mais limites na dosagem certa.
O segundo passo é entender que
sempre haverá alunos discrepantes do grupo e que cada um deles merece ser
conquistado na sua individualidade.
A conquista da turma e a
conquista de cada aluno, individualmente, são os elementos fundamentais para
permitir que o domínio de classe comece a ser possível.
Mas para começar a perseguir essas
metas o professor deve, antes de procurar métodos e técnicas para isso,
entender que ele jamais conseguirá tais conquistas se não estiver gostando “de
verdade” de cada um dos alunos dessa sala. Observe bem o que eu disse: Gostar
de cada um dos alunos de sua sala. Todos sem qualquer exceção.
E quando houver algum, cujo
comportamento ou características tornarem esse gostar mais difícil, o professor
deve esquecer que esse aluno pertence a uma família qualquer e procurar
absorvê-lo, emocionalmente, como se fosse seu próprio filho.
Com esses dois passos e com essa
observação final eu garanto que a relação professor-aluno deixará de ser uma
relação de oponentes e passará a ser uma relação de parceria, onde o aluno
verá, no professor, um verdadeiro mestre, pronto a ajuda-lo na compreensão dos
assuntos e pronto para orientá-lo nos momentos em que precisar.
Se essa sala de aula tivesse sido
“construída” dentro dessa relação de parceria, jamais teríamos um fato dessa
natureza.
Recapitulando:
1º passo: Gostar de cada um dos
seus alunos;
2º passo: Conquistar o grupo (a
turma);
3º passo: Conquistar cada aluno
individualmente;
4º passo: Considerar cada aluno-problema
como seu próprio filho;
5º passo: Entender que o
professor é parceiro do aluno na busca do aprendizado e do sucesso.
Para cada passo desses há muitas
técnicas e métodos. Crie as suas com base na sua própria experiência de vida ou
inspire-se em filmes como “Escritores da Liberdade”, ou em livros como “Afetividade
na Educação” (tenho que aproveitar para fazer minha propaganda...).
Vamos publicar ainda:
1. Métodos
e técnicas para o exercício da conquista da turma e de alunos isolados,
individualmente.
2.Treinamento
parental de forma presencial e como alcançar os pais que não frequentam as
reuniões da escola.
Havendo dúvidas, críticas ou
sugestões, entrem em contato conosco pelo e-mail (robertoandersen@gmail.com) ou pelo
facebook (facebook.com/andersen.roberto) ou acompanhe nossos passos pelo
twitter (twitter.com/robertoandersen).
Nosso site (iupe.webnode.com) mostra
um pouco de nosso trabalho, nosso canal no youtube (youtube.com/user/robertoandersen)
apresenta nossos vídeos e nossos BLOGs (robertoandersen.blogspot.com e
robertoandersen.wordpress.com) publica nossos artigos.
Sua opinião e sua experiência são superimportantes para nosso trabalho!
domingo, 30 de setembro de 2012
IUPE Colégio: Apresentação do Coral dos Alunos na Reunião de Pais
Essa foi a segunda apresentação do Coral dos Alunos na escola. A Professora Paola está realizando um excelente trabalho e aguarda que os demais alunos queiram fazer parte dessa equipe.
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
terça-feira, 4 de setembro de 2012
IUPE Educação: Amigos Imaginários
terça-feira, 21 de agosto de 2012
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
quarta-feira, 4 de julho de 2012
terça-feira, 15 de maio de 2012
IUPE Educação: Dicas
Nesse dia respondi a três mensagens: 1ª sobre a validade prática das teorias que divulgo; 2ª sobre a dificuldade do professor conseguir convencer o aluno a estudar sem a arma da nota; e 3ª sobre a idade certa para se falar com uma criança sobre sexo.
domingo, 22 de abril de 2012
IUPE Educação: Valores Humanos na Educação
EDUCAÇÃO COM VALORES HUMANOS
Valor do mês: AMOR
Trabalhar valores humanos no processo educacional é a forma mais acertada de construir os alicerces de uma verdadeira paz interior em cada uma das crianças e em cada um dos adolescentes.
A proposta que apresentamos é a mesma sugerida por Diane Tillman, em seu programa "Vivendo Valores na Educação", ou seja: A escolha de um valor humano para cada mês, com aulas, trabalhos, vivências e exercícios todos voltados para a sedimentação dos melhores conceitos referentes aquele valor escolhido.
Para que o resultado seja o mais perfeito possível as famílias precisam ser alcançadas. Para isso nossa sugestão é que sejam propostas tarefas de casa onde os alunos realizarão entrevistas com seus familiares sobre o valor estudado.
Para o ano 2012 escolhemos a seguinte sequência:
Fevereiro - Paz
Março - Respeito
Abril - Amor
Maio - Felicidade
Junho - Responsabilidade
Julho - Cooperação
Agosto - Humildade
Setembro - Honestidade
Outubro - Liberdade
Novembro - União
É importante, entretanto, lembrar sempre que os trabalhos devem enfocar APENAS O VALOR POSITIVO, nunca o antivalor. Esse cuidado deve ser rigoroso, já que todas as experiências realizadas de forma diferente trouxeram resultados ruins. Houve casos em que alguns facilitadores insistiram em mostrar exemplos de antivalores realizando debates para mostrar os erros cometidos. Nesse momento pode-se verificar o que o estudo neurolinguístico mostra, que é: Os cérebros das pessoas não processam o NÃO. Portanto, quando falamos que NÃO DEVEMOS FURTAR, o cérebro registra apenas as duas palavras finais... E essa frase fica no inconsciente dos educandos...
Mais tarde, quando esses educandos estiverem em Brasília...
Mas vamos agora ao valor do mês: AMOR
Mas o que é o AMOR? AMOR é uma energia construída dentro de nós, ou em nossa mente ou em nosso coração (ou em ambos), a partir do treinamento diário do sentimento do "GOSTAR DO OUTRO", seja quem for o outro e sejam quais forem as suas características.
A construção do AMOR tem início na construção de alicerces imprescindíveis como, por exemplo, a construção da AUTOESTIMA, a construção do ENTUSIASMO PELO CONHECIMENTO, a construção da FORÇA DE VONTADE PARA PRODUZIR, a construção do PRAZER DE FAZER O BEM ÀS PESSOAS, a construção da CAPACIDADE DE GOSTAR DO COLEGA MENOS AMIGÁVEL, a construção da CAPACIDADE DE ENTENDER PROVOCAÇÕES, COMO PEDIDOS DE SOCORRO EMOCIONAL, e assim por diante...
O entendimento incorreto do significado de AMOR pelos alunos, ligando-o exclusivamente ao relacionamento sexual, é o resultado do trabalho negativo realizado todos os dias pela mídia em geral, principalmente por novelas e seriados, como "Rebeldes", "Malhação" e mais pornograficamente ainda o "Big Brother"... Todos esses contribuindo decisivamente para a destruição de todos os valores que ensinamos.
Mas lembrem-se que nosso trabalho deve enfocar apenas os pontos positivos relacionados ao AMOR VERDADEIRO e evitar falar de desamor, de falta de amor, etc...
Para facilitar podemos utilizar uma maravilhosa obra escrita por Diane Tillman, composta de diversos volumes, um para cada tipo de situação. Nessas obras há atividades, aulas e vivências sobre o amor, desenvolvida para cada faixa etária.
Os livros podem ser adquiridos pela SUBMARINO, no LINK abaixo:
http://www.submarino.com.br/portal/Artista/24/+diane+tillman
Outro livro que dá dicas sobre o assunto é o meu “Afetividade na Educação”, que também pode ser adquirido na Submarino, mas que, diretamente em nosso instituto (IUPE), sai mais barato.
Mas com os livros ou sem eles, o importante é usar de criatividade para estimular os alunos a pensar positivamente em relação aos valores, nesse caso ao AMOR, e sentirem que vale mais a pena gostar do mundo, da vida e das pessoas do que desprezar essas maravilhosas oportunidades que estão à nossa disposição.
Vamos todos trabalhar incessantemente, em nossas escolas, no sentido de construir uma cultura de caráter digna e edificante em todos os nossos alunos. Entre nossas metas deverá estar a de mostrar que nenhuma característica pessoal (anomalias físicas, dificuldades, distúrbios, síndromes, transtornos) pode limitar o desenvolvimento de cada um. Todos têm direito à felicidade, à participação social, à convivência social e, naturalmente, ao amor!
Há pessoas permanentemente "derrotistas", assim como há aquelas que se acham "eternamente perseguidas e discriminadas". Se elas se acham assim, continuem achando, mas não impeçam nossos alunos de alcançar todo o sucesso que eles merecem, independentes de suas características, sejam elas quais forem.
Barreiras e impedimentos que porventura essas pessoas tentarem colocar no caminho do sucesso de nossos alunos deverão ser destruídos diretamente por nós, com a ajuda do trator chamado trabalho e perseverança.
sábado, 7 de abril de 2012
IUPE Educação: Dinâmica da Sexualidade: Prazer e Ansiedade
Ansiedade e prazer: A Dinâmica da Sexualidade
“Por que você fala tanto em prazer?” É a pergunta que sempre ouço quando falo sobre qualquer assunto.
Posso estar exagerando? Sim! É possível. Mas, na realidade, acredito que tudo, na vida, para ser perfeito, precisa do prazer.
Essa sensação surge como o verdadeiro ópio da humanidade. O prazer relaxa, libera energias, dá vazão a ansiedades...
Olhando biologicamente o prazer faz operar o sistema nervoso parassimpático trazendo, de volta, a sensação de expansão e de alívio.
Mas que prazer é esse ligado a alívio, a expansão e a liberação de energias? É o prazer de estar junto de alguém que se ama (amor, vindo do termo grego “philis”)? Ou é o prazer de possuir alguém que se deseja (amor, vindo do termo grego “eros”)?
Se essa sensação de prazer for sentida pelo simples ato de estar próximo da pessoa que se ama, como no caso de pais e filhos, ele vem de “philis”, e nada tem a ver com a sexualidade.
Esse tipo de prazer, entretanto, é fundamental para a manutenção do “eros” vivo em uma relação conjugal. O amor “eros”, sozinho, não parece resistir ao casamento!
Por que “eros” não resiste ao casamento? Porque ele é alimentado permanentemente pela curiosidade, pelo mistério, pelas diferenças, pelas dúvidas e está intimamente ligado ao sentimento de posse, de exclusividade, de domínio.
E são essas curiosidades, dúvidas e sentimentos de posse que provocam o surgimento do outro componente da sexualidade, tão importante quanto o prazer, que é a ansiedade! Estando ela presente sabemos que o ciclo de funcionamento, ou a dinâmica da sexualidade, está completa.
Não havendo mais dúvidas, não havendo curiosidades e não havendo mistérios, a ansiedade perde força e a dinâmica da sexualidade pode ser eliminada.
Nesse momento entra o amor “philis” que mantém a satisfação da presença e a criatividade para o reinício do processo de conquista. Ele cria novas ansiedades e realimenta a dinâmica da sexualidade. Renasce o amor “eros”.
A ansiedade, então, é o contraponto necessário e imprescindível ao prazer, para formar a dinâmica da sexualidade! Ela, a ansiedade, é quem vai gerar ou alimentar a principal energia do aparelho psíquico das pessoas, cuja essência, é o que Freud denominou de “Princípio do Prazer”.
Biologicamente ela faz operar o sistema nervoso simpático, provocando a sensação de contração. Essa contração pode ser sentida, algumas vezes, de forma desagradável, apresentando uma espécie de dor interna (aperto), como ocorre com alguns adolescentes em recente descoberta do amor (amor = eros).
Contração e expansão são as formas biológicas correspondentes aos sentimentos de ansiedade e de prazer, constituindo a dinâmica da sexualidade.
Wilhelm Reich , no início do século XX, procurou sintetizar tecnicamente essa operação dos sistemas nervosos (simpático e parassimpático), trabalhando em oposição de fases, como a dinâmica primordial para a excitação biológica necessária à sexualidade. Ele denominou essa dinâmica de “pulsação expansão-contração”.
Essa pulsação, expansão-contração, parece estar presente em muitos outros momentos da vida em geral, e não apenas naqueles ligados à sexualidade.
Freud, no entanto, procura mostrar que em todos esses momentos há evidências da sexualidade latente, o que, para ele, é a mola mestra do comportamento humano.
Em sua obra “A Função do Orgasmo”, 1929, Wilhelm Reich mostra que as enfermidades mentais podem ser causadas pela perturbação do desenvolvimento livre e sadio das funções biológicas básicas. A principal delas, segundo ele, é o orgasmo.
No seu estudo, a ausência do orgasmo pode afetar negativamente a pessoa em seu equilíbrio individual ou mesmo social.
Mas para essa ausência ser sentida há necessidade da criação da dinâmica da sexualidade, iniciando com a ansiedade. Essa ansiedade será o elemento criador ou alimentador da energia sexual.
Os gregos também davam muita importância à sexualidade. Eles consideravam o ato sexual totalmente positivo e necessário, tanto para a saúde e bem estar, como também estimulador das faculdades mentais.
Foram os cristãos, na história conhecida, que começaram a relacionar a sexualidade ao mal, criando a ideia do ato imoral e gerando, assim, neuroses frequentes em todo aquele que, segundo o cristianismo: “sucumbiam a tais pecados”.
Algumas religiosidades consideram que a energia criada pela ansiedade quando não é extravasada pelo prazer sexual aumenta a potencialidade espiritual do indivíduo, colocando-o em estado pleno de ligação com as energias superiores, como no caso do clero católico e demais religiões monásticas.
Maravilhosa forma de se comunicar com Deus... Eu, sinceramente, não consegui me animar com essa ideia. Está muito acima de minhas possibilidades...
Há também o caso das pessoas que não se sensibilizam com quase nada! Nesses casos não há geração da ansiedade, nenhuma dinâmica sexual será iniciada e, portanto, não haverá necessidade da obtenção do prazer, já que nada há para extravasar.
Esses são totalmente sadios psiquicamente, pois não criam neuroses e não precisam procurar satisfazer energias libidinosas... Felizes... Ou não?
Prefiro, ainda, ser neurótico...
sexta-feira, 6 de abril de 2012
Devaneios de Andersen: Agnóstico, ateu ou religioso?
Acredito que minha inquietação pelo conhecimento causou um certo estardalhaço em minha caixa de entrada de mensagens no G-Mail.
Tudo começou com a minha dedicação sincera e honesta a todos os estudos que realizo, principalmente àqueles que divergem um pouco de meus pontos de vista atuais.
É bom explicar que tenho meus pontos de vista, sempre os tive, mas: a vida, o conhecimento adquirido, as experiências vividas, os sofrimentos, as ansiedades, as expectativas, as decepções e mais uma série infindável de influências, acabam dando contornos diferentes, modelando e alterando essas visões e criando outras mais de acordo com a realidade atual.
Acho até que isso aconteça com todos, mas como não gosto de generalizar, tenho apenas certeza de que acontece comigo!
E, por causa disso, eu acho, recebo, vez por outra, críticas vorazes a comentários que faço ou a artigos que escrevo.
Não vou mentir dizendo que não gosto dessas críticas! Meus amigos sabem que gosto delas. Até trabalho em cima delas. Acho que uma crítica sincera nos ajuda a consertar uma opinião mal formada, ou um estudo que caminhou por uma estrada errada. Então analiso todas.
Essa semana o número de críticas, com teor muito semelhante, engordou a caixa de entrada do meu G-Mail! A maioria delas perguntava a razão de eu estar participando de grupos de discussão de ateus e agnósticos, assim como de grupos religiosos de todas as denominações, de cristãos a budistas, incluindo todas as espiritualistas!
Então sou obrigado a dar uma explicação que é, ao mesmo tempo, uma sugestão de procedimento de vida, já que agindo assim me considero uma pessoa muito bem resolvida comigo mesmo e com o mundo à minha volta! E desejo que isso aconteça na vida de todos os meus amigos!
É muito importante que cada as pessoas parem de ser simples marionetes nas mãos das influências sociais. Essas influências, que chegam por todos os meios de comunicação, tentam manipular as mentes, criando novos e diferentes desejos, criando necessidades nunca existiram e criando insatisfações para com tudo o que se é e para com tudo o que se tem, para que, o mais rapidamente possível, as pessoas passem a pensar e sentir da forma que o sistema deseja, sem a menor possibilidade de construírem sua própria personalidade real.
Todos precisam, então, refletir sobre suas próprias convicções. Começa por aí! Elas são reais mesmo? Elas fazem parte de um sentimento interno pessoal ou foram montadas de fora para dentro? Eles são sentidas naturalmente ou há alguma angústia inexplicável ao assumir tais convicções?
Se, a partir dessas reflexões, descobre-se que algumas dessas convicções são diferentes do padrão aceito socialmente, ou do padrão determinado por uma linha de pensamentos do grupo social, não há razão para querer que todos os amigos e conhecidos passem a ser iguais! As convicções são exclusivamente pessoais! E os elementos que cada uma das mentes dos indivíduos está utilizando para chegar a elas podem não existir no universo dos outros indivíduos, ou pelo menos em parte deles. Ou seja, a verdade de cada um pode absolutamente não ser a verdade de muitos outros.
Nesse momento vejo na crença e na sexualidade o mesmo tipo de dilema social, o que me permite fazer uma comparação.
Todos são obrigados a aparentar o que o grupo social aceita! E o mais interessante é que a sociedade cobra, das pessoas, respostas sobre assuntos que são exclusivamente pessoais como, por exemplo, crença e sexualidade!
O sistema quer interferir, por exemplo, num dos sentimentos mais íntimos e pessoais que é o sentimento da sexualidade! Ela só tem a ver com a própria pessoa e em sua total intimidade! Não há o que tornar público nesse sentimento senão o seu resultado e somente com a pessoa que complementa o que pode-se chamar de amor.
Da mesma forma a crença. Se crença significa acreditar (o nome crença diz tudo), como uma pessoa pode ser forçada a acreditar em algo que os outros querem que ela acredite! As pessoas podem ser forçadas a dizer que acreditam, mas entre dizer e realmente estar sentindo aquela convicção, está uma imensa diferença!
Tenho minhas próprias crenças, mas elas só interessam a mim mesmo! Cada pessoa pode ter suas próprias crenças, como eu as tenho, mas isso só interessa a elas mesmas!
Mas não se deve confundir crenças com trabalhos, pesquisas, estudos, análises, relacionamentos, criação de perspectivas, elaboração de projetos, e tudo o mais.
No dia-a-dia trabalho com minhas próprias mãos e meu próprio cérebro. Cada tarefa que realizo é planejada, elaborada e realizada, independente de haver ou não Deus ou qualquer religião na face da Terra! Portanto, nesse momento, reúno todas as características de um agnóstico. Sou um agnóstico feliz!
Quando estou mergulhado em minhas pesquisas e chego aos estudos das causas e consequências de um determinado evento, fato ou objeto, não interrompo meu raciocínio por levar em consideração conceitos sobre criação ou interferência Divina! Portanto, nesse momento, reúno todas as características de um ateu! Sou um ateu feliz!
Na minha intimidade, muitas vezes em pensamentos leves e descontraídos, em minha varanda, observando a beleza da floresta que me cerca, ouvindo os sons dos bichos ao meu redor, como exatamente agora, ao escrever essas palavras, reflito sobre os mistérios que ainda precisam ser entendidos, sobre as maravilhas da natureza, sobre os intrincados mecanismos da mente humana, e sobre as energias acima da minha de meu entendimento, mas que sinto muito próximas a mim, reúno todas as características de um religioso! Sou um religioso feliz!
E é exatamente dessa forma que crio meus filhos, que oriento meus alunos e que sugiro aos meus amigos. Meus amigos me conhecem muito bem e sabem que é exatamente assim que vivo minha vida.
Sejamos agnósticos felizes! Sejamos ateus felizes! Sejamos religiosos felizes! E vamos contribuir para que todos os nossos amigos também o sejam.
Afinal, a felicidade está em você poder ser, na intimidade, tudo o que você realmente é em seu interior. Seu SELF, seu EGO, seu ID, tudo junto... E, de preferência, tapando a boca do SUPEREGO.
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