A mesma pergunta, de forma muito semelhante, foi feita por
Marcos, de Niterói e Raul de São Paulo. Ambos adolescentes, como tem sido a
grande maioria das dúvidas que recebo.
Pelo que eu entendi de sua mensagem, Sthéphanny, que foi a
mensagem mais completa, seu interesse é pelos efeitos, na formação da
personalidade do indivíduo, das manipulações mentais que essa pessoa sofreu
quando criança, ou quando adolescente, e também em relação as manipulações
exercidas por ela mesma, quando ainda criança, em relação aos adultos.
São dois tipos de manipulação mental. Uma sofrida pela
criança e outra exercida por ela.
Vamos começar pela segunda parte da pergunta: Criança
exercendo o seu poder de manipulação mental em relação aos adultos.
Lembrem que a criança, em cada fase da sua formação, seja
ela oral, anal, fálica ou latente, ela precisa estar tendo as suas necessidades
satisfeitas, principalmente para evitar a formação de neuroses que possam
trazer sérios problemas futuros.
Já analisamos duas dessas fases, a oral e a anal, em outros
artigos, mas todas elas são analisadas, detalhadamente, em meu livro
“Afetividade na Educação”, a partir da página 56.
Por que precisamos desse conhecimento?
Esse conhecimento é fundamental para distinguir o que é
necessidade real, daquilo que pode ser considerado como manipulação mental,
exercida pela criança.
Essa manipulação tem, normalmente, o objetivo de sondar seus
limites, para ampliá-los, mas pode ser também uma forma de ter o controle dos
seus pais em suas mãos, ou até a satisfação de uma necessidade emocional que
foi construída de forma incorreta durante uma dessas fases.
Vamos ver algumas dicas para esse entendimento, visando a fase
oral, que vai do nascimento até aproximadamente um ano e meio:
Se a maior parte da relação afetiva dos pais para com seus
filhos bebês for feita com o bebê no berço ou no carrinho, essa criança estará
sentindo o afeto dos pais e, ao mesmo tempo, registrando o seu contato seguro e
confiante com o mundo à sua volta, já que estará recebendo o carinho dos pais e
apoiado no colchão do berço.
O prazer afetivo que esse bebê estará sentindo e registrando
será do carinho dos pais junto com o apoio do berço.
Essa criança estará construindo uma personalidade segura e
confiante, o que significa o estabelecimento de sua estabilidade emocional.
Se essa criança, toda vez que recebe algum carinho, está no
colo de alguém, da forma que as avós adoram, ela se acostumará a precisar,
sempre, estar totalmente envolvida pelo corpo de um adulto para sentir segurança
emocional.
Essa criança, então, vai sempre desejar sair de seu berço ou
de seu carrinho, aplicando, então, o golpe da manipulação via choro sem motivo.
Na realidade esse choro manipulador foi criado pela atitude
incorreta de quem insistiu em estar com ela no colo.
Ou seja, a atitude manipuladora dessa criança foi criada por
quem a carregou no colo desnecessariamente.
O choro, nesse caso, caso a criança não esteja com algum
tipo de desconforto físico ou orgânico, é parte do seu exercício de manipulação.
Se os adultos correm para leva-la ao colo, a criança sentirá
que venceu e que, sempre que desejar ampliar seus limites, bastará aplicar esse
mesmo golpe: o choro.
As consequências da atitude incorreta dos adultos, aceitando
a manipulação e levando-a sempre ao colo, é a formação, nessa criança, de uma
personalidade insegura e insatisfeita para com o ambiente à sua volta.
Então, os pais têm duas opções nesse caso:
Primeira opção, totalmente incorreta, mas infelizmente, a
mais comum:
Aceitar a manipulação do choro e saber que essa criança será
um adulto inseguro e emocionalmente instável e, toda vez que a criança chorar
leva-la ao colo para que ela se acalme e durma.
Segunda opção, a mais correta, mas a que dá mais trabalho:
Fazer todo tipo de carinho, afago e atitudes de afeto, com a
criança em seu berço ou em seu carrinho, para construir novamente a relação
entre o afeto dos pais, que representa o amor paternal, e a segurança de seu
berço, que representa a sua segurança física no mundo à sua volta.
Lendo as páginas 56 a 69 do Afetividade você poderá
identificar com muita facilidade o que é necessidade real e o que pode ser
simples manipulação.
O importante é estar ciente desses desafios, para evitar as
sérias consequências futuras na formação da personalidade dessa criança,
principalmente a criação de uma personalidade insegura e totalmente dependente.
Vamos agora a primeira pergunta, que foi sobre a manipulação
exercida sobre a mente da criança.
Essa traz consequências ainda mais graves para a formação da
sua personalidade.
Mas o pior é que sabemos que essa manipulação mental está
sendo realizada a todo momento, principalmente pela mídia e pelo comportamento
do grupo ao qual pertencemos, aqui em nosso país, e de forma pior ainda nos EUA,
por meio da mesma mídia, mas acrescida de um elevadíssimo poder de manipulação
exercido pelas propagandas subliminares.
Nós também sofremos as consequências dessas propagandas
subliminares, mas em nosso país elas não estão tão ativas como lá.
Podemos dar aqui dezenas de exemplos, mas vamos nos
concentrar nos mais evidentes:
Consumismo e infelicidade
Opção sexual e infelicidade
Vamos ao consumismo:
A mídia é a principal vilã nessa manipulação, criando na
criança e no adolescente uma personalidade consumista que vai necessitar, para
sua satisfação pessoal, estar sempre procurando ter aquilo que suas condições
não alcançam.
O indivíduo assim formado estará sempre se sentindo
insatisfeito com o que é e com o que tem, sempre achando que sua infelicidade
decorre da falta de recursos para adquirir o que deseja.
E cada vez que esse indivíduo consegue adquirir, mesmo com
muito sacrifício, um bem desejado, ele experimenta uma imensa alegria, só que
temporária, trazendo-o de volta à sua infelicidade assim que a novidade deixa
de satisfazê-lo.
Vamos à opção sexual:
Para quem já leu meu livro “Sexo: a escolha é sua”, releia
as páginas 53 a 67 e relembre o significado de orientação sexual, atração
afetiva e física e opção sexual.
Analisando nossos estudos e aquilo que publicamos, vemos que
existe, em cada um de nós, uma programação muito bem definida em relação a
atração afetiva e física que vamos sentir a partir da puberdade.
Mas para que essa atração seja corretamente satisfeita, ela
não deveria sofrer influências externas contrárias à naturalidade da
personalidade sexual já formada.
No vídeo Formação da Personalidade Sexual, já publicado,
detalhamos esse processo cientificamente.
A explosão de hormônios na fase adolescente deverá ser o
momento de entendimento, satisfatório e saudável, da atração afetiva e física
que esteja sentindo, reforçando a construção da sua personalidade sexual.
Mas para aqueles que estão sofrendo pressões contrárias à
sua orientação já definida, os resultados na formação de sua personalidade
poderão ser catastróficos.
Vejamos, por exemplo, crianças e adolescentes cuja
orientação sexual seja heterossexual, mas que estejam mergulhados em
comunidades gays ou assistindo a novelas e programas que fazem propaganda
explícita de amor homossexual.
A natural curiosidade e confusão mental de um adolescente em
formação e, principalmente dos pré-adolescentes que já estão envolvidos em
atitudes sensuais e até sexuais, devido aos programas que assistem e cultura
local, poderá levá-lo a experimentar e assumir uma opção homossexual, por
influência externa, diferente da sua orientação real, sem que se dê conta do
erro, devido a influência externa.
O resultado será a formação de neuroses sérias, impedindo a
sua satisfação real e trazendo permanente sentimento de infelicidade, mesmo que
esteja experimentando alegrias temporárias em prazeres momentâneos, já que
esses relacionamentos, mesmo trazendo sensações de prazer, não estão de acordo
com a programação da sua personalidade.
De forma oposta temos o adolescente ou pré-adolescente, cuja
orientação sexual programada é homossexual, mas que está sendo criado em um
ambiente rigidamente oposto à homossexualidade.
A manipulação mental agora é do próprio meio em que vive,
como alguns ambientes religiosos mais radicais, por exemplo, e nesse caso surge
a figura, hoje polêmica, do “menino nasce menino” e “menina nasce menina”,
seguidos dos jargões disseminados insistentemente pelos educadores religiosos e
contestados pelos educadores simpatizantes dos movimentos de liberdade total na
educação de gênero.
Mas o que nos interessa é a consequência desses dois casos
apresentados.
Nesse segundo caso o adolescente assume uma opção
heterossexual, mesmo sentindo que a atração afetiva, física e sexual que sente
não é pelo gênero oposto.
O resultado será também a geração de neuroses, já que
prazeres íntimos e, principalmente, sexuais, em relacionamentos diferentes
daqueles para os quais a mente está programada, podem ser considerados, pela
própria consciência, como uma agressão, uma violência ou até uma espécie de
prazer masoquista.
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